Esperança

A esperança é a última a morrer (tirando nos filmes; nos filmes o último a morrer é o boss dos mauzões, só morre no fim; o primeiro a morrer é o preto, o segundo a morrer é o chico esperto, o último é o mauzaroco-mor, o gajo bom não morre e a gaja boa também não e no fim comem-se. Mas isso é só nos filmes, e isto é a vida real; além disso, este parêntesis já vai longo e provavelmente já estão com vontade de fechar esta página e ir ler algo de útil, tipo o 24 Horas, por isso vou já ao que interessa).

E os Esperanças portugueses (ou seja, a Selecção de Sub-21) acabou de perder 4-1 na Rússia na 1ª mão dos play-off. Ora, esta notícia é má. Mas, como todas as notícias más, há sempre algo de bom.

Por isso, vamos lá a analisar:

Aspecto negativo: temos de ganhar 3-0 em casa para conseguir o apuramento para o próximo europeu.

Aspecto positivo: o João Pereira viu o cartão vermelho e por isso não joga.

Este jogo obriga-me a fazer algo que eu não queria muito. Falar do João Pereira. Aliás, qualquer benfiquista que se preze prefere esquecer o João Pereira rapidamente e nunca mais falar no assunto. Tal como preferimos esquecer a existência do Artur Jorge, os negócios do Vale e Azevedo ou os 7-1 em Vigo. Mas há coisas que um homem não esquece, por mais que se esforce.

O João Pereira é jogador da bola e é um daqueles exemplos que só dá razão a quem diz que jogador da bola só tem merda na cabeça. É verdade, o João Pereira só tem merda na cabeça! É o tipo de jogador que até podia ser bom, não fosse o seu mau feitio. Tem o condão de conseguir entrar no minuto 75 e ser expulso 10 minutos depois por acumulação de amarelos ou por vermelho directo. E hoje foi um desses dias em que o rapaz confirmou a sua re-puta-que-o-pariu-ção: entrou de início. No primeiro minuto resolveu testar o árbitro: entrada feia a pés juntos, levou logo um amarelo. Não contente com isso, levou o segundo amarelo ainda antes do intervalo. O jogo até nos corria bem (estávamos empatados a 1-1) e o rapazinho achou que tava na hora de dar uma ajudinha aos russos. A partir daí vimo-nos à rasca e levámos 3 golos na segunda parte, o último dos quais já nos descontos (porra, pá, não aguentavam mais um minuto?)

Já não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira, nem a quarta, nem a quinta, nem a sexta (tão a ver a ideia, não tão?) vez que o gajo faz uma destas. De repente, dá-lhe uma paralisia cerebral e esquece-se que 1+1=2.

Imaginemos a seguinte situação: bola perdida no nosso ataque, contra-ataque dos adversários, João Pereira no caminho do adversário que leva a bola ou de outro qualquer. Já tem um amarelo, o treinador disse-lhe para ter cuidado. O raciocínio típico do João Pereira durante este lance é mais ou menos assim (peço desculpa pelo teor da linguagem, mas o moço é muito asneirento!):

"errrr..... chuta c#r#lh&! isso, boa. Olha aqui, olha aqui, tou sozinho! passa! ó m$rd#, perdeu a bola o grandessíssimo c#br#&; pera lá que eu já te apanho; f&d#-s$, tenho de ter cuidado c#r#lh&, já tenho um amarelo... p#n$l$%r& do árbitro... tou quase... eh pá, o filho da p*t# corre que se farta, vou ter de fazer falta. quantos amarelos é que tenho? .... ah, tá-se bem. só tenho 1. toma c#br#& que já almoçaste. dói, não dói? é bem feito filho da p*t#! o quê? VERMELHO? filho da p*t# d'um c#r#lh&, vermelho porquê? f&d#-s$! atão, se eu tinha um, vejo outro, né? err.... ah! f&d#-s$, esqueci-me outra vez. Vou levar na tromba do treinador..."

(para quem não percebeu bem a chave é a seguinte: A=#, E=$, I=%, O=& e U=*; ficou mais fácil? ainda bem)

Às vezes, no meio do raciocínio, João Pereira pensa em voz alta e diz "p#n$l$%r& do árbitro" nas barbas dele e vê o vermelho directo logo ali, ainda antes de tentar partir uma perna ao outro gajo.

Fora isso, é um ganda jogador (raistapartam, caceteiro d'um raio! Ainda és pior que o Petit...).