Os funcionários da Galp estão descontentes. E como estão descontentes, fizeram greve. Duvido que seja porque a Galp anda a chamar toda a gente de sócio, acho que isso não é razão suficiente para fazer greve. Se fosse eu, fazia, mas acho que a maior parte das pessoas nem se chateou muito com isso.
Estão descontentes porque parece que os sócios da Galp andam todos a ganhar dinheiro e os funcionários não. Vai daí, acham que merecem um prémio. E então, estão em greve por 2 dias. Estão de greve porque querem 5 mil euros para cada um (desculpe?). Como prémio. 5 mil euros? Pois claro, não admira que toda a gente tenha aderido à greve.
A malta chega ao plenário de trabalhadores (um dos melhores sítios no país para ver camisas que estão fora de moda há 20 anos e grandes barbas e bigodes) e alguém diz: "eh pá, ouvi dizer que amanhã vai chover, e que tal se a gente não viesse trabalhar?". Mais alguém acha que é boa ideia e resolvem convocar uma greve, porque nestes dias não apetece nada sair da cama. "Mas atão, o que é que a gente pede com a greve? Temos de reivindicar qualquer coisa...". E é nessa altura que aparece a ideia de génio: "olha, pede-lhes mil contos para cada um!". Toda a gente desata a aplaudir e a pensar no plasma novo para a sala ou nas propinas do curso do miudo (desde que seja numa universidade pública e o inútil do cachopo não passe as noites na má vida e não chumbe de ano) e vão todos à sua vida.
Eu também gostava de fazer isso. Virava-me para o meu chefe e dizia:
- Olhe, dê-me mil contos.
- Porquê?
- Porque me dão jeito. Quero comprar um plasma.
- Não lhe dou nada mil contos, veja lá é se faz alguma coisa útil e não passa o dia todo a escrever disparates no seu blog.
- Ah é? Então faço greve.
Acham que pega?
Ou então, faço greve aqui no blog! Não escrevo mais posts até que os leitores do blog me dêem mil contos! (duvido que pegue, mas não custa tentar).
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