Eu sei que é chato, mas tenho de bazar. Tenho pela frente uns 400 km (que não me apetece muito fazer, o que vale é que tenho uns quantos albuns no iPod que ainda não ouvi) e só volto amanhã muito, muito, muito, muito tarde.
Tentem sobreviver sem mim ;)
30 maio 2007
29 maio 2007
Sondagem eleitoral
Sondagem nova. Acabou-se a época, já chega de futebol. Devo dizer que fiquei envergonhado com os resultados da última. Parece que há tanta gente a desejar a paz no mundo como a querer o Benfica campeão (imaginava que os lampiões fanáticos fossem muito mais!).
Mas pronto, tá aí a sondagem eleitoral. Toca a votar
Mas pronto, tá aí a sondagem eleitoral. Toca a votar
Acabou-se a bola, viva a bola!
Acabou mais uma época. Vem aí a "silly season" que no caso do futebol merece plenamente o nome que tem. A partir de agora e até começarem os jogos de preparação temos pela frente um mês inteiro em que só se fala de transferências. Todos os jogadores válidos deste mundo vão ser dados como aquisições prováveis de Benfica, Porto ou Sporting (a ordem pela qual escrevi os nomes é aleatória. Melhor ainda, é alfabética! Acho que ninguém acredita que é acidental o Benfica aparecer em primeiro lugar e o Sporting em último, por isso digo que é alfabética e disfarça).
Os jornais desportivos diários são 3 e precisam de conseguir vender jornais durante este mês de férias, senão há gente a ser despedida. E se há coisa em que os portugueses são bons é a conseguir não ser despedidos.
Como funciona a redacção de um jornal desportivo diário nesta altura do ano?
Funciona mais ou menos como um sorteio da Taça UEFA: para um tipo de notícias têm três potes. Dentro do primeiro pote estão cerca de 200 bolas com nomes de jogadores. No segundo pote estão bolas com os nomes de clubes portugueses. No terceiro pote estão três bolas: uma diz "compra", a outra diz "empréstimo" e a terceira diz "a definir". Para cada notícia sorteia-se o nome de um jogador, o nome de um clube e o tipo de notícia a dar. Por exemplo, se o resultado for "Figo", "Sporting", "Empréstimo" a notícia dará conta do interesse do Sporting no empréstimo por uma época de Figo do Inter de Milão.
Para outro tipo de notícias a coisa funciona ao contrário: no primeiro pote estão os nomes dos jogadores com contrato com clubes portugueses, no segundo pote estão os nomes das principais (e não só) equipas europeias (e não só) e no terceiro pote o tipo de negócio. Por exemplo, se for sorteado "Simão", "Liverpool", "Venda" a notícia dará conta da quase certa transferência de Simão Sabrosa para o Liverpool.
Depois, e porque na edição da véspera houve 30 notícias de transferências para as quais é necessário escrever a sequência, há um novo sorteio com três potes: no primeiro estão as notícias dadas na véspera; no segundo estão os vários desenvolvimentos possíveis (confirmação, desmentido, impasse negocial, preso por horas) e no terceiro está a fonte que deu a notícia (a direcção de um ou outro clube, o empresário do jogador, "fonte do clube" ou "fonte próxima do jogador"; as duas últimas são a melhor forma de alegar que alguém com conhecimento de causa confirmou, caso dê chatices). Por exemplo, na notícia dada sobre o empréstimo de Figo ao Sporting, podia ser sorteado "preso por horas" e "fonte próxima do jogador" tendo como resultado uma manchete no dia seguinte a dizer "Figo no Sporting" e como sub-título "assinatura do contrato presa por horas; falta apenas acertar alguns pormenores com o jogador".
Os jornais desportivos diários são 3 e precisam de conseguir vender jornais durante este mês de férias, senão há gente a ser despedida. E se há coisa em que os portugueses são bons é a conseguir não ser despedidos.
Como funciona a redacção de um jornal desportivo diário nesta altura do ano?
Funciona mais ou menos como um sorteio da Taça UEFA: para um tipo de notícias têm três potes. Dentro do primeiro pote estão cerca de 200 bolas com nomes de jogadores. No segundo pote estão bolas com os nomes de clubes portugueses. No terceiro pote estão três bolas: uma diz "compra", a outra diz "empréstimo" e a terceira diz "a definir". Para cada notícia sorteia-se o nome de um jogador, o nome de um clube e o tipo de notícia a dar. Por exemplo, se o resultado for "Figo", "Sporting", "Empréstimo" a notícia dará conta do interesse do Sporting no empréstimo por uma época de Figo do Inter de Milão.
Para outro tipo de notícias a coisa funciona ao contrário: no primeiro pote estão os nomes dos jogadores com contrato com clubes portugueses, no segundo pote estão os nomes das principais (e não só) equipas europeias (e não só) e no terceiro pote o tipo de negócio. Por exemplo, se for sorteado "Simão", "Liverpool", "Venda" a notícia dará conta da quase certa transferência de Simão Sabrosa para o Liverpool.
Depois, e porque na edição da véspera houve 30 notícias de transferências para as quais é necessário escrever a sequência, há um novo sorteio com três potes: no primeiro estão as notícias dadas na véspera; no segundo estão os vários desenvolvimentos possíveis (confirmação, desmentido, impasse negocial, preso por horas) e no terceiro está a fonte que deu a notícia (a direcção de um ou outro clube, o empresário do jogador, "fonte do clube" ou "fonte próxima do jogador"; as duas últimas são a melhor forma de alegar que alguém com conhecimento de causa confirmou, caso dê chatices). Por exemplo, na notícia dada sobre o empréstimo de Figo ao Sporting, podia ser sorteado "preso por horas" e "fonte próxima do jogador" tendo como resultado uma manchete no dia seguinte a dizer "Figo no Sporting" e como sub-título "assinatura do contrato presa por horas; falta apenas acertar alguns pormenores com o jogador".
26 maio 2007
A não perder
Mais um espectacular concerto dos Voodoo Marmalade (o site não está a funcionar, mas tem os links para o hi5 e o Live Space da banda onde podem ouvir as músicas deles), provavelmente a banda mais original que eu conheço.
Desta vez vai ser na praia de Porto Covo, no próximo dia 2 de Junho, às 22h. Festa havaiana na praia. Aloha!
(se nunca foram a um concerto dos Voodoo Marmalade não sabem o que perdem! Já fui a três e tornei-me fan incondicional da banda)
Desta vez vai ser na praia de Porto Covo, no próximo dia 2 de Junho, às 22h. Festa havaiana na praia. Aloha!
(se nunca foram a um concerto dos Voodoo Marmalade não sabem o que perdem! Já fui a três e tornei-me fan incondicional da banda)
25 maio 2007
Violência doméstica
As vítimas de violência doméstica (nota politicamente correcta: o feminino foi utilizado apenas porque a palavra vítima é feminina) vão deixar de pagar taxas moderadoras.
Hmmmm.... tou mesmo a ver um velhote com tuberculose a entrar nas urgências com o genro e quando dizem ao gajo que tem de pagar a taxa moderadora ele diz logo:
Genro do utente: Ah, não, não! Ele tá com tuberculose mas foi por causa da violência doméstica. Apanhou tuberculose com o enxerto de porrada que eu lhe dei!
Funcionário do hospital: Pois, pois... não se apanha tuberculose por apanhar porrada. São 5 euros (nota do autor: ainda são 5 euros? eu não sei, já não vou a umas urgências há uns tempos...).
Genro do utente: Então e se eu lhe partir um braço agora? Já dá para a isenção?
Hmmmm.... tou mesmo a ver um velhote com tuberculose a entrar nas urgências com o genro e quando dizem ao gajo que tem de pagar a taxa moderadora ele diz logo:
Genro do utente: Ah, não, não! Ele tá com tuberculose mas foi por causa da violência doméstica. Apanhou tuberculose com o enxerto de porrada que eu lhe dei!
Funcionário do hospital: Pois, pois... não se apanha tuberculose por apanhar porrada. São 5 euros (nota do autor: ainda são 5 euros? eu não sei, já não vou a umas urgências há uns tempos...).
Genro do utente: Então e se eu lhe partir um braço agora? Já dá para a isenção?
Tradução simultânea
Quando é que aparece uma ferramenta de tradução automática capaz de traduzir "pá" por "man" ou "dude" ou outra merda minimamente aceitável, em vez de "shovel"?
Com licença
Ontem no café: dois indivíduos (adoro a palavra indivíduo) ao balcão a falar um com o outro. Não estão ao lado um do outro, está um em cada ponta ou quase (mais ou menos 1 metro e meio de distância entre os dois). Chega uma rapariga dirige-se ao balcão (no espaço entre os dois indivíduos) e pede já não sei o quê (o mais certo era ser um Compal de manga-cenoura que a miuda tinha aspecto saudável). Diz um dos homens: "Com licença também se diz". A rapariga fica com cara de parva a olhar para o homem e lá começa o discurso do costume: no meu tempo não era assim, ao menos pede-se licença, mostra-se respeito, bla, bla, bla. Não demorou nem 2 minutos para que a conversa descambasse para uma dissertação sobre a elevada qualidade da sua formação (4ª classe) e a já inevitável comparação com o actual nível de ensino. Estas conversas divertem-me. Qualquer pessoa que diga, a páginas tantas, "dantes na 4ª classe aprendia-se mais que estes agora aprendem até sei lá que ano". A expressão "sei lá que ano" é um must. Porque transmite a imagem pretendida (é preciso estudar muito mais anos agora para aprender o mesmo) sem concretizar, não podendo, por isso, ser refutada. Como os horóscopos. Um gajo não pode dizer que no "sei lá que ano" os putos aprendem história universal, aprendem uma ou duas línguas estrangeiras, estudam a constituição dos seres vivos, a estrutura do interior da Terra, ou os nomes dos planetas do Sistema Solar. Só se pode contra-argumentar se se souber qual o ano concreto a que o homem se refere com "sei lá que ano". E assim convence-se qualquer audiência (predisposta a aceitar tais argumentos, porque toda a gente sabe que dantes é que era bom) da indubitável qualidade do ensino de antigamente quando comparada com o ensino actual. Não faltam também as manifestações de saudade (algo incompreensíveis) em relação às reguadas que se levava por faltas de educação, como falar com o colega, não fazer os trabalhos de casa ou sacar macacos do nariz. E toda a gente concorda, acenando com a cabeça. De certeza que toda a gente já assistiu a elucidativas discussões como esta, com diversos protagonistas, por isso não vale a pena alongar-me muito sobre o assunto. E se nunca tiveram o prazer de assistir a tal conversa façam o seguinte exercício: escolham um qualquer jardim de qualquer cidade onde estejam velhos sentados a apanhar sol. Juntem um grupo de amigos, sendo conveniente que o grupo tenha: pelo menos um rastaman; uma raparida de seios proeminentes e top muito justo com grande decote; um rapaz com jeans coçados e cabelo muito comprido; um ou dois indivíduos tatuados; um casal de namorados com tendência para fazer encoscopias com a língua. Juntem um ou dois jambés, algum tabaco, uma guitarra e de preferência duas litradas de Sagres. E esperem 5 minutos para que os velhos comecem a manifestar a sua opinião. Bom, mas nem era sobre as conversas do antigamente que eu queria falar.
Aquilo de que queria falar é a distância entre pessoas que estão juntas. O episódio de ontem deixou marcas profundas na minha psique (qualquer uso da palavra psique dá a um texto um aspecto intelectual, mesmo que a palavra seja incorrectamente usada) e preciso de desabafar.
Se duas pessoas estão lado a lado, a uma distância normal (20, 30 ou 40 cm), estão claramente juntas e é sinal de falta de educação intrometer-se entre elas. Acho que isto é um facto universalmente aceite. Quem se mete entre duas pessoas tão próximas deve pedir licença. O problema surge quando a distância aumenta. No caso concreto em questão, o balcão do café é em L, com um lado de cerca de 2 metros e o outro com cerca de metro e meio. Uma das pessoas estava quase numa ponta do L, a outra estava na curva. A distância entre ambas era de cerca de metro e meio e além disso não havia mais espaço de balcão para que outra pessoa pudesse dirigir-se à empregada do café (por sinal até é a dona, mas não interessa) para pedir o tal Compal de manga-cenoura, ou abacaxi-pessego ou melão-amendoim ou lá o que era. E contudo o senhor disse, num tom algo exasperado e condescendente (ainda por cima com péssima dicção, mal se percebiam as sílabas) que a menina foi mal educada porque se intrometeu entre duas pessoas que estavam a ter uma conversa e nem sequer pediu licença.
Aqui reside a questão: qual é a distância mínima a partir da qual não é necessário pedir licença para se colocar entre duas pessoas? Não sei qual é a resposta, mas parece-me que um metro e meio é uma distância exagerada para reclamar como espaço privado ocupado por duas pessoas que mantêm uma conversa. Sobretudo tendo em conta o tamanho total disponível. Se isto continua não tarda nada temos dois velhos sentados um de cada lado da Av. da Liberdade, cada um no seu banco de jardim, a falar entre si aos berros e a chamar mal educadas a todas as pessoas que se intrometem entre ambos, incluindo os autocarros da carris que por lá passam.
Eu acho que o princípio base deve ser este: duas pessoas podem reclamar como privado o espaço entre elas e exigir desculpas a todos quantos o invadam desde que consigam tocar na outra pessoa com o cotovelo (sem se debruçar). O que dá mais ou menos uns 30 a 40 cm. Se consigo tocar no meu vizinho com o cotovelo posso exigir que esse espaço seja respeitado por outros. Se por outro lado estou mais afastado, por mais que isso me chateie, o espaço entre nós é considerado público e não tenho o direito de reclamar nada. Por outro lado nenhum par de pessoas pode reclamar como privado a totalidade do espaço disponível. Num balcão de café em que as pessoas estão encavalitadas a beber as suas meias de leite ao pequeno almoço não pode ser reclamada nenhuma distância como espaço privado. Neste caso desde que caiba uma pessoa no espaço deixado vago a pretensão a reclamá-lo como privado caduca.
E acabam-se de vez as discussões.
(nota: este post foi publicado às 14:37; a hora que estão a ver ali em baixo como hora de publicação é a hora do início da escrita do post; é só para verem o tempo que demorei a pensar nestas questões; isto dá muito trabalho, julgam o quê?)
Aquilo de que queria falar é a distância entre pessoas que estão juntas. O episódio de ontem deixou marcas profundas na minha psique (qualquer uso da palavra psique dá a um texto um aspecto intelectual, mesmo que a palavra seja incorrectamente usada) e preciso de desabafar.
Se duas pessoas estão lado a lado, a uma distância normal (20, 30 ou 40 cm), estão claramente juntas e é sinal de falta de educação intrometer-se entre elas. Acho que isto é um facto universalmente aceite. Quem se mete entre duas pessoas tão próximas deve pedir licença. O problema surge quando a distância aumenta. No caso concreto em questão, o balcão do café é em L, com um lado de cerca de 2 metros e o outro com cerca de metro e meio. Uma das pessoas estava quase numa ponta do L, a outra estava na curva. A distância entre ambas era de cerca de metro e meio e além disso não havia mais espaço de balcão para que outra pessoa pudesse dirigir-se à empregada do café (por sinal até é a dona, mas não interessa) para pedir o tal Compal de manga-cenoura, ou abacaxi-pessego ou melão-amendoim ou lá o que era. E contudo o senhor disse, num tom algo exasperado e condescendente (ainda por cima com péssima dicção, mal se percebiam as sílabas) que a menina foi mal educada porque se intrometeu entre duas pessoas que estavam a ter uma conversa e nem sequer pediu licença.
Aqui reside a questão: qual é a distância mínima a partir da qual não é necessário pedir licença para se colocar entre duas pessoas? Não sei qual é a resposta, mas parece-me que um metro e meio é uma distância exagerada para reclamar como espaço privado ocupado por duas pessoas que mantêm uma conversa. Sobretudo tendo em conta o tamanho total disponível. Se isto continua não tarda nada temos dois velhos sentados um de cada lado da Av. da Liberdade, cada um no seu banco de jardim, a falar entre si aos berros e a chamar mal educadas a todas as pessoas que se intrometem entre ambos, incluindo os autocarros da carris que por lá passam.
Eu acho que o princípio base deve ser este: duas pessoas podem reclamar como privado o espaço entre elas e exigir desculpas a todos quantos o invadam desde que consigam tocar na outra pessoa com o cotovelo (sem se debruçar). O que dá mais ou menos uns 30 a 40 cm. Se consigo tocar no meu vizinho com o cotovelo posso exigir que esse espaço seja respeitado por outros. Se por outro lado estou mais afastado, por mais que isso me chateie, o espaço entre nós é considerado público e não tenho o direito de reclamar nada. Por outro lado nenhum par de pessoas pode reclamar como privado a totalidade do espaço disponível. Num balcão de café em que as pessoas estão encavalitadas a beber as suas meias de leite ao pequeno almoço não pode ser reclamada nenhuma distância como espaço privado. Neste caso desde que caiba uma pessoa no espaço deixado vago a pretensão a reclamá-lo como privado caduca.
E acabam-se de vez as discussões.
(nota: este post foi publicado às 14:37; a hora que estão a ver ali em baixo como hora de publicação é a hora do início da escrita do post; é só para verem o tempo que demorei a pensar nestas questões; isto dá muito trabalho, julgam o quê?)
24 maio 2007
Cocó
Pensei seriamente no título que havia de dar a este post. Pensei chamá-lo merda, mas ficava mal ter um ficheiro chamado "Merda.html" no blogger; pensei chamá-lo Cagalhão, mas ficava ainda pior. Pensei chamá-lo Caca mas podia não ser bem explícito a que caca me referia (merda é caca, mas ranhoca também é caca, cotão no umbigo também é caca, enfim, caca é um termo muito abrangente). E depois de muito pensar (e olhem que eu penso muito, mesmo) resolvi chamar a este post "Cocó". Até porque acho que nunca usei a palavra Cocó no blog.
Bom, mas vem isto a propósito de quê? De café.
Pode parecer surpreendente um post sobre café chamar-se Cocó, até porque eu gosto de café e bebo-o aos litros (a Delta um dia destes dá-me uma medalha), mas neste caso é perfeitamente apropriado.
Caso não saibam, o café cresce das árvores, ao contrário das notas de 20 euros. Cresce, apanha-se, torra-se, ensaca-se distribui-se, mói-se, prepara-se, serve-se e bebe-se.
Mas há quem tenha decidido que este processo de produção do café era pouco sofisticado e não respondia às necessidades dos utilizadores mais exigentes. Era preciso criar um café gourmet para os clientes gourmet. E quem mais gourmet que um gato?
Se agora perderam completamente o fio à meada não desesperem. Eu tou a tentar encontrar as palavras certas para vos falar deste assunto que é algo... intestino (eu sei que usar a palavra intestino como adjectivo é típico de comentadores políticos e eu não sou comentador político, mas neste caso é particularmente relevante).
Bom, para acabar de vez com este post, até porque tenho mais que fazer, a coisa funciona assim: primeiro apanha-se o café, seleccionam-se os melhores grãos e dão-se de comer a um gato. Os grãos de café não são digeridos pelo gato mas algumas enzimas são desfeitas pelo processo digestivo e parece que é isto que torna o método interessante. Após o processo todo (penso que toda a gente sabe o que acontece ao que não é digerido, não preciso de ser muito gráfico), apanham-se os vestígios da actividade metabólica do gato, lavam-se os grãos, e depois torram-se e segue-se o processo standard.
Pelos vistos o café assim produzido tem baixa acidez e é muito suave. Pessoalmente eu prefiro um café mais ácido e, se necessário, uma ou duas pastilhas Rennie no fim.
Este café, custa a módica quantia de 15 libras por 50 gramas (cerca de 25 euros). Ora como uma bica leva à volta de 8 ou 10 gramas de café, dá mais ou menos 5 euros por bica. Para beber um café de merda. Ou uma merda de café.
Ah, não acreditam? Ah, acham que eu sou aldrabão e vinha p'raqui brincar com coisas sérias? Acham que li mal? Então vejam este site. Comprem o café e depois digam se é bom.
(obrigado pela informação Tânia)
Bom, mas vem isto a propósito de quê? De café.
Pode parecer surpreendente um post sobre café chamar-se Cocó, até porque eu gosto de café e bebo-o aos litros (a Delta um dia destes dá-me uma medalha), mas neste caso é perfeitamente apropriado.
Caso não saibam, o café cresce das árvores, ao contrário das notas de 20 euros. Cresce, apanha-se, torra-se, ensaca-se distribui-se, mói-se, prepara-se, serve-se e bebe-se.
Mas há quem tenha decidido que este processo de produção do café era pouco sofisticado e não respondia às necessidades dos utilizadores mais exigentes. Era preciso criar um café gourmet para os clientes gourmet. E quem mais gourmet que um gato?
Se agora perderam completamente o fio à meada não desesperem. Eu tou a tentar encontrar as palavras certas para vos falar deste assunto que é algo... intestino (eu sei que usar a palavra intestino como adjectivo é típico de comentadores políticos e eu não sou comentador político, mas neste caso é particularmente relevante).
Bom, para acabar de vez com este post, até porque tenho mais que fazer, a coisa funciona assim: primeiro apanha-se o café, seleccionam-se os melhores grãos e dão-se de comer a um gato. Os grãos de café não são digeridos pelo gato mas algumas enzimas são desfeitas pelo processo digestivo e parece que é isto que torna o método interessante. Após o processo todo (penso que toda a gente sabe o que acontece ao que não é digerido, não preciso de ser muito gráfico), apanham-se os vestígios da actividade metabólica do gato, lavam-se os grãos, e depois torram-se e segue-se o processo standard.
Pelos vistos o café assim produzido tem baixa acidez e é muito suave. Pessoalmente eu prefiro um café mais ácido e, se necessário, uma ou duas pastilhas Rennie no fim.
Este café, custa a módica quantia de 15 libras por 50 gramas (cerca de 25 euros). Ora como uma bica leva à volta de 8 ou 10 gramas de café, dá mais ou menos 5 euros por bica. Para beber um café de merda. Ou uma merda de café.
Ah, não acreditam? Ah, acham que eu sou aldrabão e vinha p'raqui brincar com coisas sérias? Acham que li mal? Então vejam este site. Comprem o café e depois digam se é bom.
(obrigado pela informação Tânia)
Cê-Mê-Lê
Butes lá pôr ordem na casa.
Até ver parece que os lisboetas vão ter um problema sério para resolver até dia 14 de Julho: em quem votar. É que o que não falta são candidatos, vindos de todo o lado. Que eu tenha contado temos os seguintes:
António Costa, PS
Fernando Negrão, PSD
Ruben de Carvalho, CDU
José Sá Fernandes, BE
Telmo Correia, CDS-PP
Garcia Pereira, PCTP-MRPP
Gonçalo da Câmara Pereira, PPM
Manuel Monteiro, PND
Helena Roseta, Independente
Carmona Rodrigues, Independente
Esqueci-me de algum?
Ao todo são 10. Ganda festa! A CML tem 10 vereadores. Se fossem todos amigos uns dos outros dava um vereador para cada e toda a gente ficava contente. Ou então, não.
Até ver parece que os lisboetas vão ter um problema sério para resolver até dia 14 de Julho: em quem votar. É que o que não falta são candidatos, vindos de todo o lado. Que eu tenha contado temos os seguintes:
António Costa, PS
Fernando Negrão, PSD
Ruben de Carvalho, CDU
José Sá Fernandes, BE
Telmo Correia, CDS-PP
Garcia Pereira, PCTP-MRPP
Gonçalo da Câmara Pereira, PPM
Manuel Monteiro, PND
Helena Roseta, Independente
Carmona Rodrigues, Independente
Esqueci-me de algum?
Ao todo são 10. Ganda festa! A CML tem 10 vereadores. Se fossem todos amigos uns dos outros dava um vereador para cada e toda a gente ficava contente. Ou então, não.
Molas da roupa
Há objectos que possuem características que os distinguem dos outros. Um exemplo são as molas da roupa. Aqueles pequenos objectos de plástico, tão úteis, são facilmente reconhecíveis pela profusão de cores que apresentam. Se a casa fosse um recife de coral e os vários objectos que temos em casa fossem peixes, as molas da roupa seriam a espécie mais colorida. Aqueles peixes tropicais com cores vivas que se reconhecem à distância. E isso é bom. Uma das coisas mais fáceis de encontrar em casa é o cesto das molas da roupa. A diversidade cromática é de tal ordem (chega a ferir a vista!) que basta um olhar de relance para o encontrar imediatamente. Ao contrário do comando da televisão que tantas vezes se esconde, perfeitamente camuflado no sofá ou no meio de outros objectos da sala. O comando da televisão tem um aspecto tão discreto que é possível que fique perdido vários dias noutra divisão qualquer (eu já encontrei o comando da minha televisão no lavatório, no micro-ondas, no frigorífico e na mesinha de cabeceira). Mas as molas da roupa, não. É impossível não as ver. Seja onde for, uma mola da roupa azul celeste salta à vista e é imediatamente reconhecida.
A variedade de cores das molas da roupa é provavelmente a sua característica mais importante. Mais que a sua forma, tamanho, ou o facto de costumarem andar em grupo num cesto, balde ou caixa. Mas hoje fui surpreendido por uma descoberta assombrosa. Quando entrei no elevador estava lá uma vizinha com um cesto de roupa, que provavelmente teria deixado a secar no terraço do prédio, e um cesto de molas da roupa. Que eram todas brancas. TODAS BRANQUINHAS! Não havia molas vermelhas, nem amarelas, nem azuis, nem verdes nem laranja nem de nenhuma daquelas cores que eu não consigo identificar mas que são tão características deste simpático objecto (simpático excepto quando por alguma razão estúpida se agarra a uma orelha; aí dói que se farta).
As molas eram todas brancas e eu pensei qual seria a razão para tão pobre coloração. E acho que descobri. Não pode ser por mais nada. Aquelas molas da roupa têm uma deficiência genética: são albinas. E como todas as coisas albinas deste mundo, têm um aspecto misterioso mas querido. Aquelas molas albinas deixarão muita gente intrigada, de certeza. Quando espreito à janela e vejo no prédio da frente roupa a secar reparo imediatamente na cor das molas da roupa usadas. Mas se só forem usadas molas da roupa albinas não se vêem as molas, somente a roupa. O que pode levar o observador incauto a acreditar que se trata de roupa especial que se prende sozinha à corda. O que é estúpido. A roupa não se prende sozinha no estendal, é preciso ter molas. Mas as molas albinas são invisíveis.
Devo dizer que fiquei admirado por ver alguém que, de livre e espontânea vontade, adoptou molas albinas. Eu pessoalmente não seria capaz de ter molas albinas em casa. Acho que a cor é uma característica essencial das molas da roupa. Se tivesse molas brancas, à mínima distracção perdia-as de vista e haveria de passar longos meses à procura do cesto das molas (e a roupa a acumular na máquina de lavar, sem a poder estender por não ter molas) como acontece tantas vezes com o comando da televisão ou com a chave do carro (chego a ficar duas semanas a andar de transportes porque não consigo encontrar a chave do carro). Chamem-me fútil se quiserem. Mas não seria capaz de ter molas albinas. Admiro quem consegue. É um sinal de esperança no futuro da humanidade.
(este post foi escrito para comemorar o centenário do nascimento de Salvador Dali. Vem com 3 anos e 13 dias de atraso porque Dali nasceu a 11 de Maio de 1904, mas tratando-se de quem é faz perfeito sentido comemorar o seu aniversário noutro dia qualquer)
A variedade de cores das molas da roupa é provavelmente a sua característica mais importante. Mais que a sua forma, tamanho, ou o facto de costumarem andar em grupo num cesto, balde ou caixa. Mas hoje fui surpreendido por uma descoberta assombrosa. Quando entrei no elevador estava lá uma vizinha com um cesto de roupa, que provavelmente teria deixado a secar no terraço do prédio, e um cesto de molas da roupa. Que eram todas brancas. TODAS BRANQUINHAS! Não havia molas vermelhas, nem amarelas, nem azuis, nem verdes nem laranja nem de nenhuma daquelas cores que eu não consigo identificar mas que são tão características deste simpático objecto (simpático excepto quando por alguma razão estúpida se agarra a uma orelha; aí dói que se farta).
As molas eram todas brancas e eu pensei qual seria a razão para tão pobre coloração. E acho que descobri. Não pode ser por mais nada. Aquelas molas da roupa têm uma deficiência genética: são albinas. E como todas as coisas albinas deste mundo, têm um aspecto misterioso mas querido. Aquelas molas albinas deixarão muita gente intrigada, de certeza. Quando espreito à janela e vejo no prédio da frente roupa a secar reparo imediatamente na cor das molas da roupa usadas. Mas se só forem usadas molas da roupa albinas não se vêem as molas, somente a roupa. O que pode levar o observador incauto a acreditar que se trata de roupa especial que se prende sozinha à corda. O que é estúpido. A roupa não se prende sozinha no estendal, é preciso ter molas. Mas as molas albinas são invisíveis.
Devo dizer que fiquei admirado por ver alguém que, de livre e espontânea vontade, adoptou molas albinas. Eu pessoalmente não seria capaz de ter molas albinas em casa. Acho que a cor é uma característica essencial das molas da roupa. Se tivesse molas brancas, à mínima distracção perdia-as de vista e haveria de passar longos meses à procura do cesto das molas (e a roupa a acumular na máquina de lavar, sem a poder estender por não ter molas) como acontece tantas vezes com o comando da televisão ou com a chave do carro (chego a ficar duas semanas a andar de transportes porque não consigo encontrar a chave do carro). Chamem-me fútil se quiserem. Mas não seria capaz de ter molas albinas. Admiro quem consegue. É um sinal de esperança no futuro da humanidade.
(este post foi escrito para comemorar o centenário do nascimento de Salvador Dali. Vem com 3 anos e 13 dias de atraso porque Dali nasceu a 11 de Maio de 1904, mas tratando-se de quem é faz perfeito sentido comemorar o seu aniversário noutro dia qualquer)
23 maio 2007
Campanha
Há uns anos o Sr. Manuel João Vieira, vocalista desta banda de má fama que dá pelo nome de Ena Pá 2000, candidatou-se a Presidente da República. Infelizmente a candidatura não foi aceite porque havia um problema com as assinaturas (ninguém explicou ao senhor que tinham de ser assinaturas de pessoas diferentes e que assinaturas de super-herois não contavam). Digo infelizmente porque do seu programa eleitoral constavam grandes objectivos nacionais tais como:
Se o segundo ponto é passível de discussão por causa das alergias, o primeiro penso que recolhe o apoio unânime dos eleitores.
Pois é, na altura foi a gozar. Mas agora, é a sério (confesso que só li a primeira frase da notícia; tentei ler o resto mas não conseguia com as lágrimas nos olhos; tenho de parar de rir para ver que mais eles propõem, quem sabe ainda me converto à causa que defende tão nobres causas).
Aditamento: tentei continuar a ler; mas não dá. Já cheguei a meio da notícia e não consigo continuar, tou com cãimbras na barriga...
- Um Ferrari e um barco à vela para cada português
- Portugal alcatifado de Norte a Sul
Se o segundo ponto é passível de discussão por causa das alergias, o primeiro penso que recolhe o apoio unânime dos eleitores.
Pois é, na altura foi a gozar. Mas agora, é a sério (confesso que só li a primeira frase da notícia; tentei ler o resto mas não conseguia com as lágrimas nos olhos; tenho de parar de rir para ver que mais eles propõem, quem sabe ainda me converto à causa que defende tão nobres causas).
Aditamento: tentei continuar a ler; mas não dá. Já cheguei a meio da notícia e não consigo continuar, tou com cãimbras na barriga...
Descobertas fortuitas...
Há muitas na história da ciência. Volta e meia descobre-se qualquer coisa por mero acaso.
Há mais de 100 anos um fulano andava a brincar com umas luzinhas muito giras (que hoje em dia chamamos tubos de raios catódicos) e reparou que umas placas fotográficas ficaram impressionadas. E descobriram-se os Raios X (o senhor recebeu o prémio Nobel uns anos mais tarde)
Umas décadas mais tarde um gajo andava a brincar com micro-ondas e descobriu que a comida aquecia. E descobriu-se o funcionamento do forno de micro-ondas.
Nos anos 60 dois tipos andavam a afinar uma antena de rádio e a tentar eliminar algum ruido da antena descobriram que a sua origem não era da electrónica da antena mas tratava-se de radiação cósmica. E descobriu-se a radiação cósmica de fundo (receberam o Prémio Nobel).
E eu andava a brincar no google e descobria o Clube dos Amigos dos Porquinhos-da-Índia. Há coisas fantásticas, não há? (passe o plágio à campanha publicitária da Netcabo)
Há mais de 100 anos um fulano andava a brincar com umas luzinhas muito giras (que hoje em dia chamamos tubos de raios catódicos) e reparou que umas placas fotográficas ficaram impressionadas. E descobriram-se os Raios X (o senhor recebeu o prémio Nobel uns anos mais tarde)
Umas décadas mais tarde um gajo andava a brincar com micro-ondas e descobriu que a comida aquecia. E descobriu-se o funcionamento do forno de micro-ondas.
Nos anos 60 dois tipos andavam a afinar uma antena de rádio e a tentar eliminar algum ruido da antena descobriram que a sua origem não era da electrónica da antena mas tratava-se de radiação cósmica. E descobriu-se a radiação cósmica de fundo (receberam o Prémio Nobel).
E eu andava a brincar no google e descobria o Clube dos Amigos dos Porquinhos-da-Índia. Há coisas fantásticas, não há? (passe o plágio à campanha publicitária da Netcabo)
Números de telefone
Porque raio é que costumamos dizer "vinte e um" (há quem diga "dois um") quando dizemos um número fixo de lisboa mas dizemos sempre "nove seis" em vez de "noventa e seis" para um número móvel? Ele há malta que quando diz o seu número de telefone resolve agrupar os dígitos em grupos de 2 ou de 3 (o que só lança a confusão) e há quem diga os dígitos todos separados. E isto aborrece muito quando nos dizem um número de telefone e temos de o apontar. Sobretudo quando depois dizemos o número em voz alta para conferir. Por exemplo, imaginem esta conversa:
- Podia dizer-me o vosso número de fax?
- Sim, é o vinte e um, trezentos e quarenta e cinco, sessenta e sete, oitenta e nove
(escrevemos e depois repetimos em voz alta para conferir)
- dois, um, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove.
- errrr... vinte e um, trezentos e quarenta e cinco, sessenta e sete, oitenta e nove
- Pois, é isso.
Este tipo de conversas baralha-me, sobretudo durante a manhã. Ainda tenho 95% do cérebro a dormir e os 5% que estão acordados só pensam no conforto dos lençois. Devia haver uma regra que permitisse dizer os números grandes (telefone, BI, contribuinte, beneficiário da seg. social, ...) de uma forma única! Mas não há. E faz falta.
(já os franceses costumam agrupar sempre os números de telefone em grupos de 2. Por exemplo, para dizer o número "03 88 11 22 33" dizem "zero trois, quatre-vingt huit, onze, vingt-deux, trente-trois")
- Podia dizer-me o vosso número de fax?
- Sim, é o vinte e um, trezentos e quarenta e cinco, sessenta e sete, oitenta e nove
(escrevemos e depois repetimos em voz alta para conferir)
- dois, um, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove.
- errrr... vinte e um, trezentos e quarenta e cinco, sessenta e sete, oitenta e nove
- Pois, é isso.
Este tipo de conversas baralha-me, sobretudo durante a manhã. Ainda tenho 95% do cérebro a dormir e os 5% que estão acordados só pensam no conforto dos lençois. Devia haver uma regra que permitisse dizer os números grandes (telefone, BI, contribuinte, beneficiário da seg. social, ...) de uma forma única! Mas não há. E faz falta.
(já os franceses costumam agrupar sempre os números de telefone em grupos de 2. Por exemplo, para dizer o número "03 88 11 22 33" dizem "zero trois, quatre-vingt huit, onze, vingt-deux, trente-trois")
Perdoem-me a distracção
Palavras para quê?
"Cada um de vós dará o seu melhor para um país mais justo, para um país mais pobre... pô... perdão... para um país mais justo mas também para um país mais solidário"
José Sócrates, na entrega dos certificados de nacionalidade a imigrantes
Audio
(e para que não restem dúvidas, aquilo está em repeat. É ouvir até à exaustão)
(link sacado sem vergonha nenhuma daqui)
Nota: a distracção referida no título é minha. É que a gaffe já é de sábado ou domingo e só hoje é que reparei nela. Tenho de voltar a ver noticiários.
"Cada um de vós dará o seu melhor para um país mais justo, para um país mais pobre... pô... perdão... para um país mais justo mas também para um país mais solidário"
José Sócrates, na entrega dos certificados de nacionalidade a imigrantes
Audio
(e para que não restem dúvidas, aquilo está em repeat. É ouvir até à exaustão)
(link sacado sem vergonha nenhuma daqui)
Nota: a distracção referida no título é minha. É que a gaffe já é de sábado ou domingo e só hoje é que reparei nela. Tenho de voltar a ver noticiários.
22 maio 2007
PR
Abro o site do Público e deparo com uma notícia que diz que Jorge Sampaio apoia António Costa nas eleições à CML e diz que estas eleições não devem julgar a actuação do governo (tou com demasiada preguiça para pôr links, mas acho que toda a gente sabe qual é o endereço do site do Público). Concordo com a segunda parte, discordo da primeira (pelo menos por enquanto, vamos ver o que nos reserva a campanha) mas, ao contrário da caricatura do Marcelo Rebelo de Sousa feita pelos Gatos Fedorentos, não tenho dúvidas em nenhuma das vírgulas e não discordo do ponto final. Mas fiquei surpreendido por ver o Presidente a apoiar um partido numas eleições autárquicas. Só quando continuei a ler a notícia é que me lembrei que o Sampaio já não é Presidente da República. Eh pá, o que é que querem? Já se passaram 15 meses e ainda não me habituei! Diga-se de passagem que o Cavaco Silva também não tem primado pela abundância das intervenções. É raro ouvir o homem dizer alguma coisa e quando diz só o ouvimos falar de economia. Ao ouvi-lo falar fico sempre com a impressão que ele continua a ser um professor de economia retirado da vida política.
Saudades de casa
Tenho saudades de Leiria, essa bela cidade que me viu nascer e onde passei tantos e tão bons momentos.
(hoje é o feriado municipal de Leiria; chamem-me hipócrita e interesseiro, a ver se me ralo)
(hoje é o feriado municipal de Leiria; chamem-me hipócrita e interesseiro, a ver se me ralo)
21 maio 2007
Consciências pesadas
As pessoas divertem-me. Acho-lhes piada. De vez em quando fazem-me sorrir, cheio de esperança no futuro da humanidade. Depois abro o Correio da Manhã e volto ao habitual cinismo.
Recebi um mail a dar conta de mais uma iniciativa louvável em prol de uma causa justa! Tão justa, tão justa, que mais de 2 milhões de pessoas nem pestanejaram antes de aderir à iniciativa. E a iniciativa é tão louvável, tão louvável, que se fracassar será decerto porque algum "poder superior" os boicota.
A iniciativa chama-se Light a million candles e propõe às pessoas que visitam o site que acendam uma vela (virtual, pois claro) em homenagem às vítimas da pornografia infantil que existe na internet.
O objectivo desta iniciativa é chegar aos 4 milhões de velas (com esta história da Maddie acho que conseguem os 4 milhões só no Reino Unido). E, dizem eles, pôr pressão nos governos, políticos, instituições financeiras, fornecedores de acesso à internet, empresas de tecnologia, e mais não sei quantos para pôr fim à pornografia infantil. E, claro, aliviar as consciências dos participantes.
Os resultados serão, decerto, imediatos! Assim que atingirem o número mágico dos 4 milhões de velas virtuais todos os pedófilos deste mundo num acesso de razoabilidade e bom senso irão apagar a pornografia infantil que têem nos seus discos rígidos. E todos os donos de sites porno com crianças irão, devido ao peso nas suas consciências, desligar os seus sites. E todos juntos iniciarão o seu percurso de remissão pelo mal que provocaram às crianças e às suas famílias e todas as crianças desaparecidas irão de súbito aparecer à portas de suas casa.
E no fim, claro, ouve-se o narrador a dizer "e viveram felizes para sempre".
Depois toca o despertador, a malta acorda e vai trabalhar.
Felizmente há quem não acredite em contos de fadas e faça algo mais que acender velas virtuais.
Nota: eh pá, eu sei que o tom é um bocado agressivo, mas detesto acções cuja finalidade é somente aliviar as nossas consciências. Mais informação:
Página da Interpol sobre crimes contra crianças (inclui links para a legislação de todos os países membros da Interpol e um link para uma organização onde podem denunciar todo o tipo de crimes cometidos sobre crianças. Uma denúncia vale mais que mil velas.
Recebi um mail a dar conta de mais uma iniciativa louvável em prol de uma causa justa! Tão justa, tão justa, que mais de 2 milhões de pessoas nem pestanejaram antes de aderir à iniciativa. E a iniciativa é tão louvável, tão louvável, que se fracassar será decerto porque algum "poder superior" os boicota.
A iniciativa chama-se Light a million candles e propõe às pessoas que visitam o site que acendam uma vela (virtual, pois claro) em homenagem às vítimas da pornografia infantil que existe na internet.
O objectivo desta iniciativa é chegar aos 4 milhões de velas (com esta história da Maddie acho que conseguem os 4 milhões só no Reino Unido). E, dizem eles, pôr pressão nos governos, políticos, instituições financeiras, fornecedores de acesso à internet, empresas de tecnologia, e mais não sei quantos para pôr fim à pornografia infantil. E, claro, aliviar as consciências dos participantes.
Os resultados serão, decerto, imediatos! Assim que atingirem o número mágico dos 4 milhões de velas virtuais todos os pedófilos deste mundo num acesso de razoabilidade e bom senso irão apagar a pornografia infantil que têem nos seus discos rígidos. E todos os donos de sites porno com crianças irão, devido ao peso nas suas consciências, desligar os seus sites. E todos juntos iniciarão o seu percurso de remissão pelo mal que provocaram às crianças e às suas famílias e todas as crianças desaparecidas irão de súbito aparecer à portas de suas casa.
E no fim, claro, ouve-se o narrador a dizer "e viveram felizes para sempre".
Depois toca o despertador, a malta acorda e vai trabalhar.
Felizmente há quem não acredite em contos de fadas e faça algo mais que acender velas virtuais.
Nota: eh pá, eu sei que o tom é um bocado agressivo, mas detesto acções cuja finalidade é somente aliviar as nossas consciências. Mais informação:
Página da Interpol sobre crimes contra crianças (inclui links para a legislação de todos os países membros da Interpol e um link para uma organização onde podem denunciar todo o tipo de crimes cometidos sobre crianças. Uma denúncia vale mais que mil velas.
Copywrong
Se um filme da Disney educa muita gente, dois filmes da Disney educam muito mais. Se dois filmes da Disney educam muita gente, três filmes da Disney educam muito mais. E se três filmes da Disney educam muita gente, um filme de 10 minutos que mistura todos os filmes da Disney deve ser suficiente para educar um planeta inteiro.
Para ouvir com atenção, que isto é um assunto muito importante. E lembrem-se que ao copiar coisas da net estão a roubar a comida da boca dos artistas! Não é dos produtores que facturam as receitas de bilheteira ou dos detentores dos direitos de comercialização, é dos artistas, que morrem à fome porque vocês não compram o CD ou DVD pelo qual eles receberão 2 cêntimos (e toda a gente sabe que com 2 cêntimos compra-se muita comida para os artistas que em geral até são magrinhos e não precisam de comer muito).
(obrigado Pedro)
Para ouvir com atenção, que isto é um assunto muito importante. E lembrem-se que ao copiar coisas da net estão a roubar a comida da boca dos artistas! Não é dos produtores que facturam as receitas de bilheteira ou dos detentores dos direitos de comercialização, é dos artistas, que morrem à fome porque vocês não compram o CD ou DVD pelo qual eles receberão 2 cêntimos (e toda a gente sabe que com 2 cêntimos compra-se muita comida para os artistas que em geral até são magrinhos e não precisam de comer muito).
(obrigado Pedro)
Sondagem de fim de época
Contrariamente às previsões dos leitores do Ó faxavor!, o FCP lá ganhou o campeonato. O que só prova que pouca gente que lê este blog percebe alguma coisa de futebol (e isso é bom!). E agora? Votem na sondagem nova.
Inbicta
Na ausência de benfiquistas para agredir aqueles gajos batem uns nos outros. Eu, um interessado nestas matérias da violência no desporto e coisas afins, pensei durante muito tempo que a violência era um escape para as frustrações desportivas, e que as associações futebolísticas eram uma espécie de tribos em disputas territoriais. Afinal, enganei-me, a pancada é que é o desporto, e o futebol só fornece o cenário.
Resumo do fim de semana
Um gajo dos morangos com açúcar levou com um copo na cara e foi parar ao hospital. Chegado às urgências foi-lhe diagnosticada uma terceira bochecha. Parece que a bochecha extra foi eliminada com 72 pontos.
Hoje de manhã houve um tipo que resolveu fazer um dois-em-um: entrou com o carro pela estação de metro de Entre-campos dentro. Assim consegue o conforto da viatura própria e a economia dos transportes públicos.
Ah, sim, e parece que houve um clube qualquer não sei bem de onde que ganhou não sei o quê em desporto.
Hoje de manhã houve um tipo que resolveu fazer um dois-em-um: entrou com o carro pela estação de metro de Entre-campos dentro. Assim consegue o conforto da viatura própria e a economia dos transportes públicos.
Ah, sim, e parece que houve um clube qualquer não sei bem de onde que ganhou não sei o quê em desporto.
18 maio 2007
Sónia
Vou ficar sem portátil durante o fim de semana. O que quer dizer que provavelmente não irão ler nada de novo aqui até segunda-feira de manhã. É triste, eu sei, mas é a dura realidade.
Mas, para compensar, deixo aqui algo que é... único. Exemplar. Extraordinário. Soberbo. E mais uma carrada de adjectivos com 3 ou mais sílabas.
É... a Sónia! Quem é a Sónia, pergunta o distraído leitor? A Sónia é alguém que não consegue dizer "www.youtube.com". E o vídeo que prova a sua incapacidade de dizer "www.youtube.com" está em... www.youtube.com. E também está no Ó faxavor!, há uns tempos escrevi sobre o vídeo da Sónia.
Mas agora há mais! E melhor!
Agora temos... o Sónia Remix!
Mas, para compensar, deixo aqui algo que é... único. Exemplar. Extraordinário. Soberbo. E mais uma carrada de adjectivos com 3 ou mais sílabas.
É... a Sónia! Quem é a Sónia, pergunta o distraído leitor? A Sónia é alguém que não consegue dizer "www.youtube.com". E o vídeo que prova a sua incapacidade de dizer "www.youtube.com" está em... www.youtube.com. E também está no Ó faxavor!, há uns tempos escrevi sobre o vídeo da Sónia.
Mas agora há mais! E melhor!
Agora temos... o Sónia Remix!
O melhor e o pior da publicidade
Má publicidade é haver uma gralha, uma avaria, qualquer coisa que faça uma ideia espectacular correr mal quando toda a gente está a ver. Por exemplo, isto:
Para que os Apple fans não fiquem irritados, fica aqui outro exemplo, que aconteceu em transmissão directa pela televisão, para o mundo inteiro (como se vê pelo logotipo do canal de TV no canto inferior direito):
E qual é a melhor coisa que pode acontecer em publicidade? É quando a avaria corre a favor do anunciante e não contra. Por exemplo, assim:
(obrigado Nuno)
Para que os Apple fans não fiquem irritados, fica aqui outro exemplo, que aconteceu em transmissão directa pela televisão, para o mundo inteiro (como se vê pelo logotipo do canal de TV no canto inferior direito):
E qual é a melhor coisa que pode acontecer em publicidade? É quando a avaria corre a favor do anunciante e não contra. Por exemplo, assim:
(obrigado Nuno)
Fama
Bom, pelos vistos sou autor de um "famoso manual sobre rendimento académico". Se calhar podia aproveitar e escrevê-lo. Já que tenho a fama passo a ter também o proveito.
E isto vem a propósito do quê? De uma reportagem sobre sucesso (e insucesso) académico que é tema de capa da Visão desta semana. E eu fui um dos "especialistas" ouvidos.
Para que não fiquem a pensar que é tudo uma grande vigarice, sou de facto um entendido na matéria. Mais ou menos. Sobretudo na recuperação de casos de sub-rendimento. Além da minha experiência pessoal (andei uns anos a jogar demasiado às cartas e a faltar demasiado às aulas) também ajudei umas quantas pessoas a recuperar o rendimento depois de uns anos a anhar. E com uma taxa de sucesso assinalável! O grande objectivo é recuperar a motivação e a auto-confiança e isso consegue-se com trabalho, claro, mas sobretudo com o estabelecimento de objectivos razoáveis (nada de ideias parvas como fazer 7 cadeiras num semestre!) e com um esquema de penalizações e compensações. Sobretudo compensações. Sempre que há um bom resultado é OBRIGATÓRIO comemorá-lo! Sem trabalho nada se consegue mas só com trabalho também não vamos lá.
(para saber mais qualquer coisa sobre o assunto, mandem-me um mail; terei todo o gosto em explicar como é que a coisa funciona)
Update: quem quiser ler o artigo mas é demasiado forreta para comprar a revista, pode sempre lê-lo online (obrigado Tecas)
E isto vem a propósito do quê? De uma reportagem sobre sucesso (e insucesso) académico que é tema de capa da Visão desta semana. E eu fui um dos "especialistas" ouvidos.
Para que não fiquem a pensar que é tudo uma grande vigarice, sou de facto um entendido na matéria. Mais ou menos. Sobretudo na recuperação de casos de sub-rendimento. Além da minha experiência pessoal (andei uns anos a jogar demasiado às cartas e a faltar demasiado às aulas) também ajudei umas quantas pessoas a recuperar o rendimento depois de uns anos a anhar. E com uma taxa de sucesso assinalável! O grande objectivo é recuperar a motivação e a auto-confiança e isso consegue-se com trabalho, claro, mas sobretudo com o estabelecimento de objectivos razoáveis (nada de ideias parvas como fazer 7 cadeiras num semestre!) e com um esquema de penalizações e compensações. Sobretudo compensações. Sempre que há um bom resultado é OBRIGATÓRIO comemorá-lo! Sem trabalho nada se consegue mas só com trabalho também não vamos lá.
(para saber mais qualquer coisa sobre o assunto, mandem-me um mail; terei todo o gosto em explicar como é que a coisa funciona)
Update: quem quiser ler o artigo mas é demasiado forreta para comprar a revista, pode sempre lê-lo online (obrigado Tecas)
17 maio 2007
O gajo não se enxerga?
Parece que o Platini está envolvido numa qualquer cruzada contra Portugal. Depois de nos ter eliminado no Europeu de 84 (para quem não se lembra, não sabe ou não se interessa, perdemos 3-2 no prolongamento, quando a 10 minutos do fim estávamos a ganhar 2-1; o Platini marcou o 3º golo a 1 minuto do fim), eis que o senhor que é o Todo-Poderoso Presidente da UEFA agora acha que 4 árbitros por jogo é pouco, quer que sejam 6. Este senhor terá noção do acréscimo de despesas que isso representa para os clubes portugueses? Ou isto é uma forma de ajudar espevitar a economia portuguesa, sobretudo no que diz respeito à compra de artigos de electrónica de consumo, viagens, automóveis, e "serviços pessoais"?
Pés de barro
Pub
(ler primeiro o post abaixo para criar o ambiente...)
Há opções que marcam a carreira de um homem. E tornam-se proféticas.
Há opções que marcam a carreira de um homem. E tornam-se proféticas.
UEFA
O Sevilha ganhou a Taça UEFA. Outra vez. Tornou-se o segundo clube na história a conseguir ganhar 2 anos de seguida.
Parece que foi um bom jogo, bem disputado e que teve direito a 2 encores e tudo: o prolongamento e os penalties.
E foi nos penalties que o Sevilha se superiorizou: o seu guarda-redes defendeu 3 penalties. 3! Afinal, parece que o que o Ricardo fez no Mundial não é assim tão extraordinário quanto isso até um espanhol consegue imitá-lo. Com a vantagem de não ser tão frangueiro nos remates de longe.
Por falar nisso... há quanto tempo é que não faço um intervalo?
Parece que foi um bom jogo, bem disputado e que teve direito a 2 encores e tudo: o prolongamento e os penalties.
E foi nos penalties que o Sevilha se superiorizou: o seu guarda-redes defendeu 3 penalties. 3! Afinal, parece que o que o Ricardo fez no Mundial não é assim tão extraordinário quanto isso até um espanhol consegue imitá-lo. Com a vantagem de não ser tão frangueiro nos remates de longe.
Por falar nisso... há quanto tempo é que não faço um intervalo?
Problemas de Visão
Ah, antes que me esqueça!
Na Visão de hoje sai uma reportagem (pelo menos disseram-me que saia hoje) sobre o sucesso/insucesso escolar na universidade e a modos que a minha opinião sobre a matéria (a politicamente correcta que ainda tenho um ou outro grau académico a concluir) foi ouvida e provavelmente citada.
Não sei se a reportagem é alguma coisa de jeito ou não, logo compro a revista e logo vejo. De qualquer maneira, se querem ouvir uma opinião séria emitida por mim esta será das poucas oportunidades de que dispõem. Se não querem, não vos levo a mal, a maior parte dos meus amigos concorda convosco.
PS: não, não há fotos, por isso, minhas fans malucas, sossegai a passarinha (sim, tenho a mania que sou vedeta; e depois? a grande vantagem da internet é conseguir manter estas ilusões de grandeza sem ser contrariado pelos factos e outras coisas chatas do género)
Na Visão de hoje sai uma reportagem (pelo menos disseram-me que saia hoje) sobre o sucesso/insucesso escolar na universidade e a modos que a minha opinião sobre a matéria (a politicamente correcta que ainda tenho um ou outro grau académico a concluir) foi ouvida e provavelmente citada.
Não sei se a reportagem é alguma coisa de jeito ou não, logo compro a revista e logo vejo. De qualquer maneira, se querem ouvir uma opinião séria emitida por mim esta será das poucas oportunidades de que dispõem. Se não querem, não vos levo a mal, a maior parte dos meus amigos concorda convosco.
PS: não, não há fotos, por isso, minhas fans malucas, sossegai a passarinha (sim, tenho a mania que sou vedeta; e depois? a grande vantagem da internet é conseguir manter estas ilusões de grandeza sem ser contrariado pelos factos e outras coisas chatas do género)
Chatos, pá!
Andava eu à procura de um crack... errrr... de um documento! de um documento, no e-mule.... errrrr... numa enciclopédia! numa en-ci-clo-pé-dia, era aí que tava a procurar! e os dois que encontrei tinham virus. Chatos, pá! Para que é que fazem estas coisas? Vá lá, tenho anti-virus não me chateou muito mas... e se eu fosse como aquelas pessoas que ignoram os avisos todos por causa da gulodice, como era? (como aquela malta que recebe um aviso de um site porno a dizer que tem de instalar o programa xpto para conseguir ver os vídeos da gaja boa e depois aparece a mensagem do anti-virus e como já só conseguem pensar nas mamas da gaja boa ignora o aviso e instala o programa só para descobrir que afinal a gaja era um bode e nem sequer tinha grandes mamas; e ao fim de uns dias vão à PC Clinic para descobrir que têm um virus e que é dos chatos e largam uma pipa de massa e ainda por cima aquela merda não fica bem limpa)
Pronto, acho que vou ter de continuar à procura do crack... errrr... vou ter de comprar o programa, era isso que eu queria dizer.
(nota: já se adivinhava que não podia ser coisa boa; fiz o download e instalei o programa ontem e era a versão 8.00; os "cracks" que saquei eram da versão 8.01, algo estava errado, claro!)
Nota para os senhores agentes da autoridade que andam à caça de malta que saca coisas que não deve na net: agradece-se que não leiam os parêntesis deste post; os parêntesis são mensagens privadas e apenas os podem ler munidos de um mandato de busca. Ah, e ignorem os meus lapsos verbais, às vezes digo coisas que não quero dizer, não sei porquê.
Pronto, acho que vou ter de continuar à procura do crack... errrr... vou ter de comprar o programa, era isso que eu queria dizer.
(nota: já se adivinhava que não podia ser coisa boa; fiz o download e instalei o programa ontem e era a versão 8.00; os "cracks" que saquei eram da versão 8.01, algo estava errado, claro!)
Nota para os senhores agentes da autoridade que andam à caça de malta que saca coisas que não deve na net: agradece-se que não leiam os parêntesis deste post; os parêntesis são mensagens privadas e apenas os podem ler munidos de um mandato de busca. Ah, e ignorem os meus lapsos verbais, às vezes digo coisas que não quero dizer, não sei porquê.
Snooze
Tenho três despertadores. E preciso dos três. E às vezes não chega. Um é um rádio-despertador normal (bom, quase; posso programar dois despertadores a horas diferentes, um com rádio e outro com sons irritantes) e dois telemóveis.
A única coisa que me chateia são os tempos de snooze. O despertador tem um snooze de 10 minutos, um dos telemóveis tem um snooze de 5 minutos e o outro tem um snooze de 9. E como não estão exactamente certos uns pelos outros o meu horário de manhã é mais ou menos assim:
7:15 - Toca o despertador; carrego no snooze e adormeço
7:25 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze e adormeço
7:30 - Toca o primeiro telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:32 - Toca o segundo telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:35 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze e adormeço
7:37 - Volta a tocar o segundo telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:39 - Volta a tocar o primeiro telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:42 - Toca novamente o segundo telemóvel; não carrego no snooze porque nem o ouço tocar
7:45 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze do despertador e do segundo telemóvel e adormeço
7:47 - O segundo telemóvel volta a tocar; continuo a não o ouvir
7:48 - Toca o primeiro telemóvel. Carrego no snooze dos dois telemóveis e adormeço
7:53 - O segundo telemóvel toca outra vez; não o ouço
7:55 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze do despertador e do segundo telemóvel e adormeço
7:57 - Volta a tocar o primeiro telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:58 - Toca o segundo telemóvel; carrego no snooze e adormeço
8:03 - Toca o segundo telemóvel; já não ouço nada
8:05 - Toca o despertador e eu não ouço
8:06 - Volta a tocar o primeiro telemóvel; não o ouço
8:30 - Acordo de um salto, olho para o relógio e percebo que vou chegar atrasado. Desligo os três alarmes que estão a tocar quase há meia hora sem que eu os ouça.
Hoje, isto não aconteceu! Levantei-me às 7:40!!! Já há mais de dois meses que não acordava antes das 8h. Cheguei a horas ao trabalho e tudo. Estarei a tornar-me adulto ou estou doente?
A única coisa que me chateia são os tempos de snooze. O despertador tem um snooze de 10 minutos, um dos telemóveis tem um snooze de 5 minutos e o outro tem um snooze de 9. E como não estão exactamente certos uns pelos outros o meu horário de manhã é mais ou menos assim:
7:15 - Toca o despertador; carrego no snooze e adormeço
7:25 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze e adormeço
7:30 - Toca o primeiro telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:32 - Toca o segundo telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:35 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze e adormeço
7:37 - Volta a tocar o segundo telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:39 - Volta a tocar o primeiro telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:42 - Toca novamente o segundo telemóvel; não carrego no snooze porque nem o ouço tocar
7:45 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze do despertador e do segundo telemóvel e adormeço
7:47 - O segundo telemóvel volta a tocar; continuo a não o ouvir
7:48 - Toca o primeiro telemóvel. Carrego no snooze dos dois telemóveis e adormeço
7:53 - O segundo telemóvel toca outra vez; não o ouço
7:55 - Volta a tocar o despertador; carrego no snooze do despertador e do segundo telemóvel e adormeço
7:57 - Volta a tocar o primeiro telemóvel; carrego no snooze e adormeço
7:58 - Toca o segundo telemóvel; carrego no snooze e adormeço
8:03 - Toca o segundo telemóvel; já não ouço nada
8:05 - Toca o despertador e eu não ouço
8:06 - Volta a tocar o primeiro telemóvel; não o ouço
8:30 - Acordo de um salto, olho para o relógio e percebo que vou chegar atrasado. Desligo os três alarmes que estão a tocar quase há meia hora sem que eu os ouça.
Hoje, isto não aconteceu! Levantei-me às 7:40!!! Já há mais de dois meses que não acordava antes das 8h. Cheguei a horas ao trabalho e tudo. Estarei a tornar-me adulto ou estou doente?
16 maio 2007
Frustração
Há dias que correm bem. Outros correm mal. Hoje foi um desses dias que correu mal. Nada de grave, mas o suficiente para me reter no escritório durante mais um bocado (isto já são horas de tar em casa, daqui a meia hora dão os Simpsons na Fox e eu quero ver!)
Beu-beu
José Mourinho foi preso por causa do seu cão. Será que foi esta a maneira que os ingleses escolheram para se vingar pelo rapto da Madeleine?
15 maio 2007
Cidadãos automobilizados
É o que não falta por aí. Malta a andar de carro. E já sabemos que "todos diferentes, todos iguais". Todos iguais no meio de transporte, mas todos diferentes na forma de o conduzir, na relação com o automóvel e com os restantes automobilistas, todos diferentes na forma de encarar o código da estrada, as regras da sã convivência, etc, etc.
Vai daí, e como acho que alguém já o deveria ter feito mas ninguém o fez, resolvi catalogar as diferentes espécies que se encontram nas estradas portuguesas. Uma espécie de atlas, mas sem figuras (desculpem lá o mau jeito, prometo que a segunda edição terá bonecos).
OS VÁRIOS TIPOS DE CONDUTORES EM PORTUGAL
Guia prático da fauna das estradas portuguesas
1. O Xoninhas (xoninhum dominicalis)
Este indivíduo caracteriza-se pelo facto de conduzir todos os dias como se fosse domingo. Por essa razão também é conhecido como "domingueiro". Não podemos contar com ele para passar um sinal amarelo, a menos que não o veja (o que é comum). Raramente sabe para onde vai e qual a faixa que deve escolher. Distingue-se de outros tipos por conduzir uma carrinha alemã, tipicamente uma Volkswagen Passat ou Audi, ou um carro francês de gama média (Renaul Megane ou Citroen C4). Encontra-se vulgarmente na faixa do meio em qualquer via de 3 faixas. É habitual que este indivíduo esteja na faixa errada de um cruzamento e apenas quando abre o sinal verde é que faz o pisca. Mesmo que lhe dêm espaço hesita antes de mudar para a vossa faixa, contribuindo para os engarrafamentos. O seu tempo médio de reacção a um semáforo é de 2 a 3 segundos.
2. O Trolha (trolhus communalis)
O trolha (seja ou não trabalhador da construção civil) é um indivíduo que em geral conduz um furgão ou uma carrinha de caixa aberta. Raramente anda sozinho, sendo frequente encontrá-lo com um ou dois colegas. É facilmente identificável pelo vidro aberto e cotovelo de fora e pelo facto de não fazer piscas. O local mais provável para encontrar um trolha (ou a sua viatura) é estacionado em segunda fila. Outros traços característicos dizem respeito à decoração interior da viatura, tipicamente com um emblema do seu clube de futebol ou uma Nossa Senhora de Fátima. É consumidor habitual de ambientadores de pinho. Rádio preferida: Rádio Cidade, Renascença ou RFM. Tempo de reacção: menos de 1 segundo, excepto quando está ao lado de um carro conduzido por uma Queque (ver abaixo). Neste caso o tempo de reacção chega a ser de 4 segundos.
3. O Construtor civil (construtoris rex)
Este tipo de condutor é fácil de identificar, sobretudo pelo tipo de carro que conduz. Trata-se quase invariavelmente de um Mercedes classe C ou um BMW série 3, geralmente prateado embora também possa aparecer em preto. Fala constantemente ao telemóvel e não faz piscas. Não costuma hesitar antes de mudar de faixa, fazendo-o frequentemente mesmo à frente dos outros carros. Nunca está na faixa certa e é frequente vê-lo a pisar as raias para se meter à frente na fila, como quem não quer a coisa. O seu habitat natural são as faixas da esquerda das auto-estradas, encostados ao carro da frente (mas não tanto quanto o xuning). Nesta situação é vulgar vê-los a piscar umas luzes de que dispõem na frente do carro, numa tentativa de intimidação ou marcação do território. Tempo de reacção no semáforo: 2 segundos.
4. O Rei do Xuning (palhaçus maximus)
Este indivíduo é um must das estradas portuguesas. Os seus carros de eleição são o Peugeot 106, o Citroen Saxo ou o Honda S2000, rebaixado, com vidros fumados e escapes racing. As jantes do carro são também muito características: tipicamente sobredimensionadas quer em raio quer em largura, chegando a exceder os limites laterais do carro. Pensa-se que este tipo de características fisionómicas são úteis no processo de acasalamento. Os machos desta espécie envolvem-se em violentas disputas, conhecidas como corridas, pelo direito a acasalar com as fêmeas que observam a luta e no fim escolhem o vencedor. Outro traço distintivo são os autocolantes no pára-brisas (geralmente de marcas de material para surf ou outros desportos do mesmo género) e pelo inconfundível barulho que produzem à sua passagem. É um ser noctívago, embora seja possível encontrá-lo durante o dia. Os melhores pontos de observação deste indivíduo são as faixas da esquerda de qualquer via rápida, embora sejam difíceis de detectar por se encontrarem quase sempre imediatamente atrás de outro carro, a muito curta distância, ou na bomba de gasolina a meter mais 20 euros na máquina para ver se conseguem fazer os 10 km até casa. Tempo de reacção no semáforo: 0 segundos (e arranca a fazer chiar os pneus)
5. O Chico-esperto (chicus espertus)
O protótipo deste indivíduo é uma sub-espécie denominada o Taxista (taxistus chicus espertus). A sua viatura habitual é um Mercedes embora possa ser encontrado em outros modelos, de gama média, com 10 ou mais anos de idade e frequentemente adquiridos no mercado de importação paralela. A sub-espécie Taxista desloca-se em viaturas de cor creme. Os restantes elementos da espécie podem ter carros de qualquer cor, o que torna difícil a sua identificação. O seu comportamento em estrada pode ser muito variado. É raro encontrá-los na faixa da direita, a menos que as restantes faixas estejam engarrafadas. Um traço característico desta espécie é o facto de nunca se encontrarem na faixa mais adequada ao trajecto que pretendem, mas sim na faixa mais vazia (tem uma enorme aversão a territórios densamente povoados). Existem diversos relatos de chicos-espertos que fazem mais de 3 quilómetros com o pisca da direita ligado ultrapassando longas filas de trânsito. Esta é aliás a única ocasião em que os seres desta espécie utilizam o pisca. Estes indivíduos possuem uma deficiência genética que os torna incapazes de distinguir uma linha contínua de uma linha descontínua (conhecida como "imbecilite motora"). Por essa razão são vistos frequentemente a cortar 4 faixas para a saída pretendida ou a realizar longas distâncias pela berma da via rápida em hora de ponta. São fáceis de encontrar nas grandes selvas suburbanas. As suas rotas migratórias incluem frequentemente as grandes vias congestionadas como o IC19 ou a A5. Constituem a espécie mais numerosa deste ecossistema. Tempo de reacção num semáforo: tipicamente arranca com o semáforo ainda vermelho.
6. A Tia (Platinadus Cascais)
A tia é uma espécie perigosa na estrada. Principalmente devido ao seu tamanho, uma vez que é frequente conduzirem jipes de grandes dimensões (os Porsche Cayenne não são muito comuns, mas os Range Rover ou BMW X3 e X5 são muito frequentes). Estes seres tem várias características interessantes. Por exemplo a utilização do espelho retrovisor, frequentemente usado numa posição diferente da dos outros veículos, para permitir retocar a maquilhagem. Este é o principal traço que permite identificar as tias que por aí andam. Isso e o cabelo, frequentemente louro platinado. É preciso ter muita atenção a este tipo de condutor uma vez que, à semelhança dos seres da espécie construtor civil, só muito raramente fazem o pisca. Habitat preferido: faixa do meio da A5 e 2ª circular. Tempo de reacção num semáforo: até à primeira buzinadela do carro que está atras. Em geral está a retocar o rímel e não olha para o semáforo.
7. A Queque (quequis rebeldis)
Esta espécie tem intrigado os especialistas. Não se conhecem casos de reprodução nesta espécie embora tenham sido avistados alguns exemplares aparentemente prenhes na A6 a caminho de Badajoz. Pensa-se que são descendentes das tias e que queque seja apenas uma das suas fases de crescimento antes da idade adulta, tipo a crisálida nos insectos. Contudo, alguns especialistas defendem que estes seres são uma espécie inteiramente nova. São habitualmente encontradas ao volante de viaturas utilitárias de gama média (Volkswagen Golf, Audi A3, Peugeut 306, etc.), por vezes com tecto de abrir ou descapotáveis. As viaturas têm todas leitor de CD e muitas vezes iPod. Estas criaturas são fáceis de identificar pelo facto de nunca serem vistas em ruas pequenas durante o dia, apenas se deslocam nas principais avenidas. À noite, contudo, é frequente encontrá-las em bando perto de zonas de diversão nocturna. À semelhança da espécie dos construtures civis, as queques também falam insistentemente ao telemóvel. Tempo de reacção: 5 ou mais segundos. A queque raramente olha para os semáforos. Costuma estar a mudar o CD ou a sintonizar a Mega FM e não se pode preocupar com essas coisas.
8. O Recém-encartado (putus imberbis)
Este indivíduo é mais ou menos como as células estaminais: ainda não é claro a que espécie irá pertencer; por isso é geralmente classificado à parte. Pode começar desde muito cedo a apresentar comportamentos de outras espécies, como os xuning ou as queques, mas há alguns traços que são fáceis de identificar: fazem pisca para a esquerda à entrada das rotundas e para a direita quando vão sair da rotunda, páram nas passadeiras e são os únicos indivíduos que conhecem todas as prioridades nos cruzamentos de um bairro. Além disso são também a segunda espécie que mais facilmente deixa o carro ir abaixo nas subidas (a seguir aos velhos, ver abaixo). Os pontos fracos desta espécie dizem exactamente respeito às subidas. É comum ver os membros desta espécie a deixar bastante espaço para o carro da frente nas subidas, porque ainda não dominam a técnica do ponto de embraiagem. Por causa disso é sempre vantajoso conseguir identificar estes indivíduos. Há uma boa probabilidade de lhes passar à frente sem ter de fazer um grande esforço. Tempo de reacção: menos de 1 segundo antes de deixar o carro ir abaixo. O recém-encartado ainda se lembra das aulas de condução e não tira os olhos do semáforo. 2 a 3 minutos até arrancar, 4 semáforos vermelhos depois. O recém-encartado é também a única espécie que nunca recebe o Metro, o Destak ou o Diário Desportivo, porque como está concentrado a olhar para os semáforos nem repara que estão a dar jornais à borla.
9. O Velho (velhus nojentus)
Esta espécie é cada vez mais frequente nas estradas portuguesas. Acredita-se que o seu sucesso está na sua elevada taxa de sobrevivência aos acidentes na estrada. Os velhos são fáceis de reconhecer porque são a única espécie que é ultrapassada por um xoninhas. É também a única espécie que se desloca mais devagar de carro do que a pé. São também exímios na arte da condução em contra-mão nas auto-estradas e em nunca olhar para os espelhos. São um elemento importante do ecossistema por provocarem acidentes que vitimam os outros tipos de condutores, contribuindo assim para o controlo da população. Geralmente podemos encontrá-los em viaturas com uma idade aproximada à do condutor. Tempo de reacção no semáforo: tipicamente o velho não vê o semáforo, por isso não chega a parar. É importante ter este facto em linha de conta quando passamos no semáforo verde.
10. O Ilegal (dreadus damaius)
Este tipo de condutor é também uma espécie perigosa, à qual devemos prestar atenção. São por vezes confundidos com os xunings, mas a diferença salta à vista quando escutamos com atenção: o xuning costuma ouvir techno em altos berros; o ilegal costuma ouvir kizomba em altos berros. Algumas sub-espécies ouvem hip-hop em altos berros. Os carros são em geral velhos e com bastante ferrugem e marcas de acidentes recentes. Pensa-se que estas cicatrizes fazem parte de um violento ritual de acasalamento desta espécie. Ou isso ou porque estes indivíduos não têm carta de condução. Há casos, contudo, em que ilegais são vistos em carros muito pouco característicos da sua espécie, provavelmente roubados a outros condutores, mais ou menos como o caranguejo eremita que rouba cascas a outras espécies. Pensa-se que é uma espécie de camuflagem usada quando estão a fugir de predadores, nomeadamente a polícia. Os cuidados nunca são demais com esta espécie. Deve-se agir com cautela e usar sempre a máxima: a prioridade é sempre do ilegal. Tempo de reacção no semáforo: mestre da arte da camuflagem o ilegal consegue imitar o comportamento de qualquer outra espécie, podendo ter tempos de reacção muito variados. Quando acossado por um predador costuma imitar o comportamento dos velhos e não parar no semáforo vermelho. Outro traço característico é o facto de também não fazer piscas.
Estas são as 10 principais espécies de condutores que se podem encontrar em Portugal. Existem também muitos híbridos, que não descrevemos por falta de tempo, que exibem partes do comportamento de uma espécie e partes do comportamento de outras. Não se sabe quais destas misturas são biologicamente viáveis e quais não são. Acredita-se que algumas misturas são inviáveis (por exemplo um velho e uma tia, ou um xuning e uma queque) mas há espécies que parecem cohabitar com sucesso e produzir larga descendência (o caso mais célebre é o acasalamento tia-constutor civil).
Vai daí, e como acho que alguém já o deveria ter feito mas ninguém o fez, resolvi catalogar as diferentes espécies que se encontram nas estradas portuguesas. Uma espécie de atlas, mas sem figuras (desculpem lá o mau jeito, prometo que a segunda edição terá bonecos).
Guia prático da fauna das estradas portuguesas
1. O Xoninhas (xoninhum dominicalis)
Este indivíduo caracteriza-se pelo facto de conduzir todos os dias como se fosse domingo. Por essa razão também é conhecido como "domingueiro". Não podemos contar com ele para passar um sinal amarelo, a menos que não o veja (o que é comum). Raramente sabe para onde vai e qual a faixa que deve escolher. Distingue-se de outros tipos por conduzir uma carrinha alemã, tipicamente uma Volkswagen Passat ou Audi, ou um carro francês de gama média (Renaul Megane ou Citroen C4). Encontra-se vulgarmente na faixa do meio em qualquer via de 3 faixas. É habitual que este indivíduo esteja na faixa errada de um cruzamento e apenas quando abre o sinal verde é que faz o pisca. Mesmo que lhe dêm espaço hesita antes de mudar para a vossa faixa, contribuindo para os engarrafamentos. O seu tempo médio de reacção a um semáforo é de 2 a 3 segundos.
2. O Trolha (trolhus communalis)
O trolha (seja ou não trabalhador da construção civil) é um indivíduo que em geral conduz um furgão ou uma carrinha de caixa aberta. Raramente anda sozinho, sendo frequente encontrá-lo com um ou dois colegas. É facilmente identificável pelo vidro aberto e cotovelo de fora e pelo facto de não fazer piscas. O local mais provável para encontrar um trolha (ou a sua viatura) é estacionado em segunda fila. Outros traços característicos dizem respeito à decoração interior da viatura, tipicamente com um emblema do seu clube de futebol ou uma Nossa Senhora de Fátima. É consumidor habitual de ambientadores de pinho. Rádio preferida: Rádio Cidade, Renascença ou RFM. Tempo de reacção: menos de 1 segundo, excepto quando está ao lado de um carro conduzido por uma Queque (ver abaixo). Neste caso o tempo de reacção chega a ser de 4 segundos.
3. O Construtor civil (construtoris rex)
Este tipo de condutor é fácil de identificar, sobretudo pelo tipo de carro que conduz. Trata-se quase invariavelmente de um Mercedes classe C ou um BMW série 3, geralmente prateado embora também possa aparecer em preto. Fala constantemente ao telemóvel e não faz piscas. Não costuma hesitar antes de mudar de faixa, fazendo-o frequentemente mesmo à frente dos outros carros. Nunca está na faixa certa e é frequente vê-lo a pisar as raias para se meter à frente na fila, como quem não quer a coisa. O seu habitat natural são as faixas da esquerda das auto-estradas, encostados ao carro da frente (mas não tanto quanto o xuning). Nesta situação é vulgar vê-los a piscar umas luzes de que dispõem na frente do carro, numa tentativa de intimidação ou marcação do território. Tempo de reacção no semáforo: 2 segundos.
4. O Rei do Xuning (palhaçus maximus)
Este indivíduo é um must das estradas portuguesas. Os seus carros de eleição são o Peugeot 106, o Citroen Saxo ou o Honda S2000, rebaixado, com vidros fumados e escapes racing. As jantes do carro são também muito características: tipicamente sobredimensionadas quer em raio quer em largura, chegando a exceder os limites laterais do carro. Pensa-se que este tipo de características fisionómicas são úteis no processo de acasalamento. Os machos desta espécie envolvem-se em violentas disputas, conhecidas como corridas, pelo direito a acasalar com as fêmeas que observam a luta e no fim escolhem o vencedor. Outro traço distintivo são os autocolantes no pára-brisas (geralmente de marcas de material para surf ou outros desportos do mesmo género) e pelo inconfundível barulho que produzem à sua passagem. É um ser noctívago, embora seja possível encontrá-lo durante o dia. Os melhores pontos de observação deste indivíduo são as faixas da esquerda de qualquer via rápida, embora sejam difíceis de detectar por se encontrarem quase sempre imediatamente atrás de outro carro, a muito curta distância, ou na bomba de gasolina a meter mais 20 euros na máquina para ver se conseguem fazer os 10 km até casa. Tempo de reacção no semáforo: 0 segundos (e arranca a fazer chiar os pneus)
5. O Chico-esperto (chicus espertus)
O protótipo deste indivíduo é uma sub-espécie denominada o Taxista (taxistus chicus espertus). A sua viatura habitual é um Mercedes embora possa ser encontrado em outros modelos, de gama média, com 10 ou mais anos de idade e frequentemente adquiridos no mercado de importação paralela. A sub-espécie Taxista desloca-se em viaturas de cor creme. Os restantes elementos da espécie podem ter carros de qualquer cor, o que torna difícil a sua identificação. O seu comportamento em estrada pode ser muito variado. É raro encontrá-los na faixa da direita, a menos que as restantes faixas estejam engarrafadas. Um traço característico desta espécie é o facto de nunca se encontrarem na faixa mais adequada ao trajecto que pretendem, mas sim na faixa mais vazia (tem uma enorme aversão a territórios densamente povoados). Existem diversos relatos de chicos-espertos que fazem mais de 3 quilómetros com o pisca da direita ligado ultrapassando longas filas de trânsito. Esta é aliás a única ocasião em que os seres desta espécie utilizam o pisca. Estes indivíduos possuem uma deficiência genética que os torna incapazes de distinguir uma linha contínua de uma linha descontínua (conhecida como "imbecilite motora"). Por essa razão são vistos frequentemente a cortar 4 faixas para a saída pretendida ou a realizar longas distâncias pela berma da via rápida em hora de ponta. São fáceis de encontrar nas grandes selvas suburbanas. As suas rotas migratórias incluem frequentemente as grandes vias congestionadas como o IC19 ou a A5. Constituem a espécie mais numerosa deste ecossistema. Tempo de reacção num semáforo: tipicamente arranca com o semáforo ainda vermelho.
6. A Tia (Platinadus Cascais)
A tia é uma espécie perigosa na estrada. Principalmente devido ao seu tamanho, uma vez que é frequente conduzirem jipes de grandes dimensões (os Porsche Cayenne não são muito comuns, mas os Range Rover ou BMW X3 e X5 são muito frequentes). Estes seres tem várias características interessantes. Por exemplo a utilização do espelho retrovisor, frequentemente usado numa posição diferente da dos outros veículos, para permitir retocar a maquilhagem. Este é o principal traço que permite identificar as tias que por aí andam. Isso e o cabelo, frequentemente louro platinado. É preciso ter muita atenção a este tipo de condutor uma vez que, à semelhança dos seres da espécie construtor civil, só muito raramente fazem o pisca. Habitat preferido: faixa do meio da A5 e 2ª circular. Tempo de reacção num semáforo: até à primeira buzinadela do carro que está atras. Em geral está a retocar o rímel e não olha para o semáforo.
7. A Queque (quequis rebeldis)
Esta espécie tem intrigado os especialistas. Não se conhecem casos de reprodução nesta espécie embora tenham sido avistados alguns exemplares aparentemente prenhes na A6 a caminho de Badajoz. Pensa-se que são descendentes das tias e que queque seja apenas uma das suas fases de crescimento antes da idade adulta, tipo a crisálida nos insectos. Contudo, alguns especialistas defendem que estes seres são uma espécie inteiramente nova. São habitualmente encontradas ao volante de viaturas utilitárias de gama média (Volkswagen Golf, Audi A3, Peugeut 306, etc.), por vezes com tecto de abrir ou descapotáveis. As viaturas têm todas leitor de CD e muitas vezes iPod. Estas criaturas são fáceis de identificar pelo facto de nunca serem vistas em ruas pequenas durante o dia, apenas se deslocam nas principais avenidas. À noite, contudo, é frequente encontrá-las em bando perto de zonas de diversão nocturna. À semelhança da espécie dos construtures civis, as queques também falam insistentemente ao telemóvel. Tempo de reacção: 5 ou mais segundos. A queque raramente olha para os semáforos. Costuma estar a mudar o CD ou a sintonizar a Mega FM e não se pode preocupar com essas coisas.
8. O Recém-encartado (putus imberbis)
Este indivíduo é mais ou menos como as células estaminais: ainda não é claro a que espécie irá pertencer; por isso é geralmente classificado à parte. Pode começar desde muito cedo a apresentar comportamentos de outras espécies, como os xuning ou as queques, mas há alguns traços que são fáceis de identificar: fazem pisca para a esquerda à entrada das rotundas e para a direita quando vão sair da rotunda, páram nas passadeiras e são os únicos indivíduos que conhecem todas as prioridades nos cruzamentos de um bairro. Além disso são também a segunda espécie que mais facilmente deixa o carro ir abaixo nas subidas (a seguir aos velhos, ver abaixo). Os pontos fracos desta espécie dizem exactamente respeito às subidas. É comum ver os membros desta espécie a deixar bastante espaço para o carro da frente nas subidas, porque ainda não dominam a técnica do ponto de embraiagem. Por causa disso é sempre vantajoso conseguir identificar estes indivíduos. Há uma boa probabilidade de lhes passar à frente sem ter de fazer um grande esforço. Tempo de reacção: menos de 1 segundo antes de deixar o carro ir abaixo. O recém-encartado ainda se lembra das aulas de condução e não tira os olhos do semáforo. 2 a 3 minutos até arrancar, 4 semáforos vermelhos depois. O recém-encartado é também a única espécie que nunca recebe o Metro, o Destak ou o Diário Desportivo, porque como está concentrado a olhar para os semáforos nem repara que estão a dar jornais à borla.
9. O Velho (velhus nojentus)
Esta espécie é cada vez mais frequente nas estradas portuguesas. Acredita-se que o seu sucesso está na sua elevada taxa de sobrevivência aos acidentes na estrada. Os velhos são fáceis de reconhecer porque são a única espécie que é ultrapassada por um xoninhas. É também a única espécie que se desloca mais devagar de carro do que a pé. São também exímios na arte da condução em contra-mão nas auto-estradas e em nunca olhar para os espelhos. São um elemento importante do ecossistema por provocarem acidentes que vitimam os outros tipos de condutores, contribuindo assim para o controlo da população. Geralmente podemos encontrá-los em viaturas com uma idade aproximada à do condutor. Tempo de reacção no semáforo: tipicamente o velho não vê o semáforo, por isso não chega a parar. É importante ter este facto em linha de conta quando passamos no semáforo verde.
10. O Ilegal (dreadus damaius)
Este tipo de condutor é também uma espécie perigosa, à qual devemos prestar atenção. São por vezes confundidos com os xunings, mas a diferença salta à vista quando escutamos com atenção: o xuning costuma ouvir techno em altos berros; o ilegal costuma ouvir kizomba em altos berros. Algumas sub-espécies ouvem hip-hop em altos berros. Os carros são em geral velhos e com bastante ferrugem e marcas de acidentes recentes. Pensa-se que estas cicatrizes fazem parte de um violento ritual de acasalamento desta espécie. Ou isso ou porque estes indivíduos não têm carta de condução. Há casos, contudo, em que ilegais são vistos em carros muito pouco característicos da sua espécie, provavelmente roubados a outros condutores, mais ou menos como o caranguejo eremita que rouba cascas a outras espécies. Pensa-se que é uma espécie de camuflagem usada quando estão a fugir de predadores, nomeadamente a polícia. Os cuidados nunca são demais com esta espécie. Deve-se agir com cautela e usar sempre a máxima: a prioridade é sempre do ilegal. Tempo de reacção no semáforo: mestre da arte da camuflagem o ilegal consegue imitar o comportamento de qualquer outra espécie, podendo ter tempos de reacção muito variados. Quando acossado por um predador costuma imitar o comportamento dos velhos e não parar no semáforo vermelho. Outro traço característico é o facto de também não fazer piscas.
Estas são as 10 principais espécies de condutores que se podem encontrar em Portugal. Existem também muitos híbridos, que não descrevemos por falta de tempo, que exibem partes do comportamento de uma espécie e partes do comportamento de outras. Não se sabe quais destas misturas são biologicamente viáveis e quais não são. Acredita-se que algumas misturas são inviáveis (por exemplo um velho e uma tia, ou um xuning e uma queque) mas há espécies que parecem cohabitar com sucesso e produzir larga descendência (o caso mais célebre é o acasalamento tia-constutor civil).
Ideias parvas
Há coisas que só têm piada porque não me aconteceram a mim. Por exemplo, isto. (às vezes tenho pena de ser contra a pena de morte...)
(obrigado pelo link Pedro)
(obrigado pelo link Pedro)
Oh!
Ao almoço alguém leu um rodapé na televisão sobre qualquer coisa que "diminui a depressão e aumenta a auto-estima". Ficámos intrigados sobre o que seria essa coisa maravilhosa. Infelizmente não conseguimos ler o início do rodapé, pelo que ficámos na ignorância. O meu palpite é que se falava de sexo. Liberta endorfinas que têm um efeito anti-depressivo e ter é bom para a auto-estima alguém que nos vê completamente nús e apesar disso quer trocar fluidos corporais conosco ("conosco" devia levar dois n? tou demasiado preguiçoso para perguntar ao Priberam ou ao Ciber-dúvidas, por isso pergunto aos leitores que dá menos trabalho).
Devo dizer que fiquei muito desapontado quando li a notícia.
Devo dizer que fiquei muito desapontado quando li a notícia.
Livros
Ora aí está uma colecção que merece estar em lugar de destaque em todos os escaparates!
Se virem algum destes à venda avisem-me que eu quero lê-los!
(obrigado Tânia)
Se virem algum destes à venda avisem-me que eu quero lê-los!
(obrigado Tânia)
14 maio 2007
Sondagem de fim de festa
Tá a acabar o campeonato. E apesar de haver ainda muita coisa a discutir, ninguém quer saber quem desce e quem é que vai à UEFA. Tá tudo a fazer contas ao título. Por isso, actualizei a sondagem. Desta vez resolvi só pôr respostas que fazem sentido (há uma vez para tudo).
Quanto à sondagem anterior, pelos vistos, a maior parte dos meus leitores acha que eu acho-me muito engraçado. Bom, por acaso até acho. ;)
Quanto à sondagem anterior, pelos vistos, a maior parte dos meus leitores acha que eu acho-me muito engraçado. Bom, por acaso até acho. ;)
Má escolha
Ontem não me apeteceu ver o GP de Fórmula 1. Sou viciado na coisa, mas ontem soube-me melhor acordar tarde e não me preocupar com o assunto.
Infelizmente escolhi mal: logo na primeira curva 1º e 2º tocam-se (e o Alonso levanta um bocado de pó ao passar pela terra); houve ultrapassagens (em número bem acima da média), o Massa (Ferrari) saiu da box com gasolina a arder na lateral do carro (o incêndio apagou-se sozinho sem consequências, mas foi fixe vê-lo a fazer fogo de artifício ao longo do pit lane), o Heidfeld (BMW) parou para mudar de pneus e deram-lhe ordem de arranque antes de o mecânico tirar o pneumático que aperta a porca. Moral da história: a porta saltou, e ele andou um bocado com uma roda solta (o que não é muito saudável). No fim de contas o Massa ganhou pela segunda vez consecutiva, o Raikonnen (Ferrari) desistiu e ficou um bocado atrasado e o puto de 22 anos (Lewis Hamilton) consegue a proeza de ser simultaneamente o primeiro negro na F1 e também ser o mais jovem líder do campeonato de sempre. Ainda não ganhou nenhuma prova, mas lá chegará. Até agora tem 4 corridas e 4 pódios (1 terceiro e 3 segundos lugares). Temos piloto, sim senhor. A ver se tem pedalada para aguentar o ritmo.
Próxima corrida: Mónaco daqui a 2 semanas. Essa vai ser muito interessante de ver!
Infelizmente escolhi mal: logo na primeira curva 1º e 2º tocam-se (e o Alonso levanta um bocado de pó ao passar pela terra); houve ultrapassagens (em número bem acima da média), o Massa (Ferrari) saiu da box com gasolina a arder na lateral do carro (o incêndio apagou-se sozinho sem consequências, mas foi fixe vê-lo a fazer fogo de artifício ao longo do pit lane), o Heidfeld (BMW) parou para mudar de pneus e deram-lhe ordem de arranque antes de o mecânico tirar o pneumático que aperta a porca. Moral da história: a porta saltou, e ele andou um bocado com uma roda solta (o que não é muito saudável). No fim de contas o Massa ganhou pela segunda vez consecutiva, o Raikonnen (Ferrari) desistiu e ficou um bocado atrasado e o puto de 22 anos (Lewis Hamilton) consegue a proeza de ser simultaneamente o primeiro negro na F1 e também ser o mais jovem líder do campeonato de sempre. Ainda não ganhou nenhuma prova, mas lá chegará. Até agora tem 4 corridas e 4 pódios (1 terceiro e 3 segundos lugares). Temos piloto, sim senhor. A ver se tem pedalada para aguentar o ritmo.
Próxima corrida: Mónaco daqui a 2 semanas. Essa vai ser muito interessante de ver!
Blogs esquisitos
O que não falta por aí são blogs esquisitos. Olhando para o panorama geral, este até é razoavelmente normal.
O blog esquisito do dia é o Dia a dia de um Hamster. Um hamster conta as histórias da sua vida (nunca pensei que um hamster tivesse muito que contar) na primeira pessoa.
Eu acho que este blog é esquisito porque:
1. Hamsters não falam português. Nem inglês.
2. Hamsters são pequeninos; para conseguir chegar às teclas têm de andar sobre o teclado e o mais certo é carregarem numa série de teclas que não deviam.
3. Desconhecia a aptidão dos hamsters para usar computadores (além das dificuldades para carregar nas teclas certas e somentes nessas).
4. Usar o rato deve ser um grande desafio. Sendo o rato um roedor já tou a ver como é que o hamster o "empurra"...
5. Hamsters estão tipicamente em gaiolas; não há espaço nem para um portátil de 11"
6. Hamsters roem os cabos (do rato, do transformador, etc.)
7. Pelos vistos o hamster em questão tem e-mail e dá uns toques em HTML. Tou cada vez mais maravilhado com a capacidade intelectual do roedor.
Julgava eu que ter polegares oponíveis era uma importante vantagem evolutiva. Afinal, tudo se ultrapassar com uns incisivos aguçados e alguma imaginação. Este hamster parece mais inteligente que muita gente que eu conheço.
O blog esquisito do dia é o Dia a dia de um Hamster. Um hamster conta as histórias da sua vida (nunca pensei que um hamster tivesse muito que contar) na primeira pessoa.
Eu acho que este blog é esquisito porque:
1. Hamsters não falam português. Nem inglês.
2. Hamsters são pequeninos; para conseguir chegar às teclas têm de andar sobre o teclado e o mais certo é carregarem numa série de teclas que não deviam.
3. Desconhecia a aptidão dos hamsters para usar computadores (além das dificuldades para carregar nas teclas certas e somentes nessas).
4. Usar o rato deve ser um grande desafio. Sendo o rato um roedor já tou a ver como é que o hamster o "empurra"...
5. Hamsters estão tipicamente em gaiolas; não há espaço nem para um portátil de 11"
6. Hamsters roem os cabos (do rato, do transformador, etc.)
7. Pelos vistos o hamster em questão tem e-mail e dá uns toques em HTML. Tou cada vez mais maravilhado com a capacidade intelectual do roedor.
Julgava eu que ter polegares oponíveis era uma importante vantagem evolutiva. Afinal, tudo se ultrapassar com uns incisivos aguçados e alguma imaginação. Este hamster parece mais inteligente que muita gente que eu conheço.
Metereologia
De semana temos sol e calor. Ao fim de semana temos tempo enevoado e chuva. Claro. Conselho que dou a toda a gente que tem folgas rotativas: não insistam muito em ter folgas ao sábado e domingo. Têm maior probabilidade de ter melhores dias de praia se tiverem folgas à 3ª e 4ª.
Olimpíadas de Matemática
Falta 1 jornada.
Porto: 66 pontos
Sporting: 65 pontos
Benfica: 64 pontos
Ora, se o Porto perder, o Sporting empatar ou perder e o Benfica ganhar, ainda conseguimos ser campeões. Por outro lado, se o Sporting ganhar garante o segundo lugar e fica à espera de uma escorregadela do Porto para poder ser campeão. Se o Porto ganhar (e joga em casa contra um dos últimos), é campeão independentemente dos resultados dos outros. O primeiro é campeão, o segundo vai à Liga dos Campeões, o terceiro vai à pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Belenenses: 49 pontos
Braga: 49 pontos
O Braga fica em 4º se conseguir fazer melhor que o Belenenses; se o Belenenses fizer o mesmo resultado ou melhor que o Braga é o Belenenses que fica em quarto. Vão os dois à Taça UEFA, não há aqui nada de importante a decidir, é só uma questão de honra.
Paços de Ferreira: 41 pontos
União de Leiria: 40 pontos
Se o Paços empata ou perde e o Leiria ganha, vai o Leiria à Taça UEFA; se o Paços perde o Leiria vai à UEFA só com um empate; se fazem o mesmo resultado, vai o Paços à UEFA.
Depois vêm uma carrada de gente que não tem nada a ganhar nem a perder (bom, o Nacional ainda tem uma réstia de esperança de chegar ao 6º lugar)
Finalmente:
Aves: 22 pontos
Beira-Mar: 22 pontos
Setúbal: 21 pontos
O Aves visita o Porto (que luta pelo título), o Setúbal visita a Naval (que não luta por coisa nenhuma), o Beira-Mar recebe o Paços de Ferreira (que luta pela UEFA). E destes três descem dois, façam as vossas contas. As do Setúbal são fáceis de fazer: têm de ganhar e esperar que nenhum dos outros dois ganhe. Eventualmente podem empatar desde que Beira-Mar e Aves percam, mas não fiz as contas aos confrontos directos para saber como fica a coisa.
E pronto, esta semana anda meio país de calculadora na mão a fazer tabelas em papel, a usar o Excel para considerar todos os cenários possíveis... e ainda dizem que os portugueses não gostam de matemática. A outra metade do país não está preocupada com o futebol, preocupa-se mais com o desaparecimento da Maddie.
Porto: 66 pontos
Sporting: 65 pontos
Benfica: 64 pontos
Ora, se o Porto perder, o Sporting empatar ou perder e o Benfica ganhar, ainda conseguimos ser campeões. Por outro lado, se o Sporting ganhar garante o segundo lugar e fica à espera de uma escorregadela do Porto para poder ser campeão. Se o Porto ganhar (e joga em casa contra um dos últimos), é campeão independentemente dos resultados dos outros. O primeiro é campeão, o segundo vai à Liga dos Campeões, o terceiro vai à pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Belenenses: 49 pontos
Braga: 49 pontos
O Braga fica em 4º se conseguir fazer melhor que o Belenenses; se o Belenenses fizer o mesmo resultado ou melhor que o Braga é o Belenenses que fica em quarto. Vão os dois à Taça UEFA, não há aqui nada de importante a decidir, é só uma questão de honra.
Paços de Ferreira: 41 pontos
União de Leiria: 40 pontos
Se o Paços empata ou perde e o Leiria ganha, vai o Leiria à Taça UEFA; se o Paços perde o Leiria vai à UEFA só com um empate; se fazem o mesmo resultado, vai o Paços à UEFA.
Depois vêm uma carrada de gente que não tem nada a ganhar nem a perder (bom, o Nacional ainda tem uma réstia de esperança de chegar ao 6º lugar)
Finalmente:
Aves: 22 pontos
Beira-Mar: 22 pontos
Setúbal: 21 pontos
O Aves visita o Porto (que luta pelo título), o Setúbal visita a Naval (que não luta por coisa nenhuma), o Beira-Mar recebe o Paços de Ferreira (que luta pela UEFA). E destes três descem dois, façam as vossas contas. As do Setúbal são fáceis de fazer: têm de ganhar e esperar que nenhum dos outros dois ganhe. Eventualmente podem empatar desde que Beira-Mar e Aves percam, mas não fiz as contas aos confrontos directos para saber como fica a coisa.
E pronto, esta semana anda meio país de calculadora na mão a fazer tabelas em papel, a usar o Excel para considerar todos os cenários possíveis... e ainda dizem que os portugueses não gostam de matemática. A outra metade do país não está preocupada com o futebol, preocupa-se mais com o desaparecimento da Maddie.
13 maio 2007
Atenção aos sinais...
De vez em quando há pequenos pormenores que nos deviam dizer que "algo está mal". E não faz mal nenhum prestar-lhes atenção. Por exemplo: na Av. das Descobertas, a chegar ao Restelo, há um semáforo. Nesse semáforo há uma passadeira. E há três pormenores que devem alertar qualquer ser pensante sobre o perigo de atravessar a estrada naquele ponto:
1. Presas ao semáforo estão uma cruz com flores.
2. Apesar de haver passadeira existe também uma passagem aérea.
3. Uns 100 metros antes a avenida foi presenteada com um dos novos radares instalados pela CML.
Já tamos a perceber aqui um padrão? Não sei, se calhar estes sinais todos dizem-nos que aquele cruzamento é PERIGOSO!
No outro dia vi uma mulher a atravessar aquela estrada, ignorando a passagem aérea, quando o semáforo estava verde para os carros e ainda por cima na diagonal, aumentando a distância de asfalto a percorrer. E a correr! (lembram-se daquilo que se ensina aos meninos pequeninos? Atravessar depressa mas sem correr?)
Falta de atenção ou falta de instinto de sobrevivência?
1. Presas ao semáforo estão uma cruz com flores.
2. Apesar de haver passadeira existe também uma passagem aérea.
3. Uns 100 metros antes a avenida foi presenteada com um dos novos radares instalados pela CML.
Já tamos a perceber aqui um padrão? Não sei, se calhar estes sinais todos dizem-nos que aquele cruzamento é PERIGOSO!
No outro dia vi uma mulher a atravessar aquela estrada, ignorando a passagem aérea, quando o semáforo estava verde para os carros e ainda por cima na diagonal, aumentando a distância de asfalto a percorrer. E a correr! (lembram-se daquilo que se ensina aos meninos pequeninos? Atravessar depressa mas sem correr?)
Falta de atenção ou falta de instinto de sobrevivência?
12 maio 2007
Acabou-se a piada!
Pronto. Descobri este site e a piada de ver o Dr. House desaparece uns 10 minutos depois de cada episódio. Raios!
Ao menos é bom saber que não sou só eu a ficar em choque e a ter ataques de riso quando alguém "martela" a física numa qualquer série/filme... (sendo a saga Regresso ao Futuro dos menos maus, apesar de tudo; o Armageddon ou o Independence Day passaram anos-luz para lá da barreira do ridículo)
Ao menos é bom saber que não sou só eu a ficar em choque e a ter ataques de riso quando alguém "martela" a física numa qualquer série/filme... (sendo a saga Regresso ao Futuro dos menos maus, apesar de tudo; o Armageddon ou o Independence Day passaram anos-luz para lá da barreira do ridículo)
11 maio 2007
Concurso de popularidade
Fui cuscar o Blogómetro e descobri um facto espantoso! O Ó faxavor! conseguiu ultrapassar, em média de visitantes, o O meu pipi. Estou muito feliz, consegui finalmente ultrapassar um blog que está morto há três anos e meio (morreu ainda antes de nascer o Ó faxavor!)
Apple
Houve ali abaixo uma série de comentários em jeito de semi-provocação entre os apple-fanatics e os restantes. Eu não tenho nada contra a Apple e não tenho nada de tão extraordinário a favor. Tenho um iPod e gosto dele, gosto de algumas coisas que a Apple faz, não gosto de outras. Por exemplo odeio o facto de o Under Pressure, pertencente ao Greatest Hits 2 dos Queen apareça sob o Artist "Queen/David Bowie" em vez de aparecer sob "Queen". Ou seja, quero seleccionar o Greatest Hits 2 para ouvir de uma ponta à outra (eu não costumo fazer playlists, ouço albuns inteiros), selecciono, naturalmente o artist Queen, o album Greatest Hits 2 e começo a ouvir. A primeira música é o A Kind of Magic, a segunda é o Under Pressure. Que como o Artist não é Queen, não toca e passa logo para o Radio Ga-ga. Ou seja, tenho de fazer a pesquisa por Albuns e escolher qual dos 20 albuns chamados "Greatest Hits" é que quero (o iPod tem muitos greatest hits e best of). A menos que marque o album todo como "Compilation", o que é estúpido só por causa de uma música.
O iTunes já usa o "Album Artist". Marcas o album como pertencendo a um artista e pronto, não interessa se as outras músicas têm ou não outros intérpretes. Por exemplo, o Greatest Hits 3 tem metade das músicas interpretadas por outros. Ou a banda sonora do Chicago; marco o Album Artist como "Original Soundtrack" e pronto.
O iPod ainda não descobriu esta maravilha. Por acaso o Windows Media Player até já sabe usar esta coisa há muito tempo (uns 2 anos, mais ou menos). Mas para os Apple-fanatics alegar que a MS consegue fazer algo bom antes da Apple é mais ou menos como um muçulmano rir-se de cartoons de Maomé.
Por isso, Apple fans, deixo-vos a dica: aprendam a desenvolver o espírito crítico em relação à Apple, para evitar que no futuro paguem 279 euros por este novo produto inovador:
(cliquem para ampliar)
O iTunes já usa o "Album Artist". Marcas o album como pertencendo a um artista e pronto, não interessa se as outras músicas têm ou não outros intérpretes. Por exemplo, o Greatest Hits 3 tem metade das músicas interpretadas por outros. Ou a banda sonora do Chicago; marco o Album Artist como "Original Soundtrack" e pronto.
O iPod ainda não descobriu esta maravilha. Por acaso o Windows Media Player até já sabe usar esta coisa há muito tempo (uns 2 anos, mais ou menos). Mas para os Apple-fanatics alegar que a MS consegue fazer algo bom antes da Apple é mais ou menos como um muçulmano rir-se de cartoons de Maomé.
Por isso, Apple fans, deixo-vos a dica: aprendam a desenvolver o espírito crítico em relação à Apple, para evitar que no futuro paguem 279 euros por este novo produto inovador:
(cliquem para ampliar)
10 maio 2007
Gatos
Um dos muitos Joões (qual é o plural de João???) que lê este blog sugeriu-me este site e disse "dá largas à tua imaginação". Fui lá, registei-me e descobri que era um jogo cujo objectivo é adoptar/comprar um gato, tratá-lo bem, eventualmente fazer criação de gatos e ganhar dinheiro e mais não sei o quê. Ok, pode ter piada, mas desiludiu-me, porque embora um gajo possa fazer de propósito para tratar mal o gato, não se vê sangue. Mas pronto, dá para a malta alérgica ter um gato.
Vai daí, resolvi dar largas à minha imaginação e fui pesquisar no google a seguinte expressão: cat kill flash game. Imaginei que provavelmente existiria qualquer coisa que permitisse estraçalhar o bichano, pelo menos virtualmente.
E encontrei este interessante jogo, chamadokitten cannon (sugestivo, han?), cujo objectivo é projectar o pequeno felino a distâncias inimagináveis. Este jogo tem algumas inovações em relação a outros do mesmo género, já conhecidos. Neste não é para acertar no bicho com um bastão (como no caso do baseball com pinguins) mas é para o disparar com um canhão. Muito melhor!
Eu fiz 1047. E vocês? Quanto é que conseguem?
Nota para físicos: deixem-se de merdas com os 45º, ok? aumentem a velocidade horizontal, façam pontaria aos explosivos e evitem as plantas carnívoras)
Nota para defensores dos direitos dos animais: aquele gato não é real. Eu acho os gatos reais fofos e nunca os dispararia de um canhão. E não leiam a próxima nota.
Nota para os que não vão à bola com defensores de animais: A razão pela qual não disparo gatos reais com um canhão é porque o bicho estraçalha-se todo logo no arranque e é complicado decidir que parte das vísceras é que usamos para medir a distância do voo.
Vai daí, resolvi dar largas à minha imaginação e fui pesquisar no google a seguinte expressão: cat kill flash game. Imaginei que provavelmente existiria qualquer coisa que permitisse estraçalhar o bichano, pelo menos virtualmente.
E encontrei este interessante jogo, chamadokitten cannon (sugestivo, han?), cujo objectivo é projectar o pequeno felino a distâncias inimagináveis. Este jogo tem algumas inovações em relação a outros do mesmo género, já conhecidos. Neste não é para acertar no bicho com um bastão (como no caso do baseball com pinguins) mas é para o disparar com um canhão. Muito melhor!
Eu fiz 1047. E vocês? Quanto é que conseguem?
Nota para físicos: deixem-se de merdas com os 45º, ok? aumentem a velocidade horizontal, façam pontaria aos explosivos e evitem as plantas carnívoras)
Nota para defensores dos direitos dos animais: aquele gato não é real. Eu acho os gatos reais fofos e nunca os dispararia de um canhão. E não leiam a próxima nota.
Nota para os que não vão à bola com defensores de animais: A razão pela qual não disparo gatos reais com um canhão é porque o bicho estraçalha-se todo logo no arranque e é complicado decidir que parte das vísceras é que usamos para medir a distância do voo.
Sportém
O Sportém tinha um protocolo com a CML. Era não sei o quê de terrenos que o Sá Fernandes quis impugnar. Mas também não admira, o homem quer impugnar tudo o que lhe aparece à frente. Deve ser um qualquer trauma recalcado de infância que justifica esta sua onda impugnadora.
Bom mas independentemente disso, o Sportém tinha um protocolo. Vendiam os terrenos, a coisa era urbanizada, mais relva, menos relva (o relvado do estádio conta como "espaços verdes"?) e ganhavam dinheiro.
Só que a CML passou a reunir no tribunal em vez de usar os Paços do Concelho e o Marques Mendes achou que era mau, havendo um palácio tão bonito e tão arranjadinho na Praça do Município que era um desperdício e ganhava pó. Agora vamos escolher uma Câmara nova, de preferência uma que não faça mais buracos (sejam eles de quilómetros ou de milhões de euros) e a CML resolveu pôr todo o processo do Sportém em águas de bacalhau.
Os sócios e adeptos estão solidários com a direcção, o Sportém já disse que isso lhes vai custar uma pipa de massa e que é feio e mais não sei o quê.
Digo-vos uma coisa, e posso assegurar que foi muito difícil para mim chegar a esta conclusão. Eu estou com o Sportém. Seja ou não o projecto proposto, haja ou não alterações para respeitar o PDM e outras coisas com siglas de 3 letras (como por exemplo IRC, IVA ou IMI), mas a coisa devia avançar. É feio dar o dito por não dito e usar truques e fintas para passar a batata quente a quem se segue. Que pode perfeitamente dar o dito por não dito de forma definitiva até porque nunca foi grande fan de futebol. À conta deste atraso no processo o Sportém vai perder muito dinheiro sem ter culpa.
E a coisa pode ser mesmo grave. Pode ter consequências ao nível do funcionamento da Academia de Alcochete, pela qual estão tão gratos os portistas pelo Quaresma e os benfiquistas pelo Simão. E alimentamos genuinamente a esperança de continuar a lucrar desportivamente no futuro dessa grande obra do Sportém (tanto talento que sai daquela academia e tão desperdiçado de verde e branco às riscas, há sempre um ou outro que acaba por ganhar juizo e ir para um clube a sério).
O pior cenário possível seria entrar-se numa espiral de dívidas e juros que acabaria de vez com o Sportém. E depois? Acaba-se o campeonato da segunda circular, o título que temos mais probabilidades de ganhar durante toda a época? Depois fazemos o quê? Inventa-se um "campeonato da CRIL" entre Belenenses, Benfica, Odivelas e Sacavenense? Claro que não! É importante que o Sportém continue a existir e de boa saúde, para que o Benfica continue a somar vitórias emblemáticas, daquelas de que se fala durante anos.
Bom mas independentemente disso, o Sportém tinha um protocolo. Vendiam os terrenos, a coisa era urbanizada, mais relva, menos relva (o relvado do estádio conta como "espaços verdes"?) e ganhavam dinheiro.
Só que a CML passou a reunir no tribunal em vez de usar os Paços do Concelho e o Marques Mendes achou que era mau, havendo um palácio tão bonito e tão arranjadinho na Praça do Município que era um desperdício e ganhava pó. Agora vamos escolher uma Câmara nova, de preferência uma que não faça mais buracos (sejam eles de quilómetros ou de milhões de euros) e a CML resolveu pôr todo o processo do Sportém em águas de bacalhau.
Os sócios e adeptos estão solidários com a direcção, o Sportém já disse que isso lhes vai custar uma pipa de massa e que é feio e mais não sei o quê.
Digo-vos uma coisa, e posso assegurar que foi muito difícil para mim chegar a esta conclusão. Eu estou com o Sportém. Seja ou não o projecto proposto, haja ou não alterações para respeitar o PDM e outras coisas com siglas de 3 letras (como por exemplo IRC, IVA ou IMI), mas a coisa devia avançar. É feio dar o dito por não dito e usar truques e fintas para passar a batata quente a quem se segue. Que pode perfeitamente dar o dito por não dito de forma definitiva até porque nunca foi grande fan de futebol. À conta deste atraso no processo o Sportém vai perder muito dinheiro sem ter culpa.
E a coisa pode ser mesmo grave. Pode ter consequências ao nível do funcionamento da Academia de Alcochete, pela qual estão tão gratos os portistas pelo Quaresma e os benfiquistas pelo Simão. E alimentamos genuinamente a esperança de continuar a lucrar desportivamente no futuro dessa grande obra do Sportém (tanto talento que sai daquela academia e tão desperdiçado de verde e branco às riscas, há sempre um ou outro que acaba por ganhar juizo e ir para um clube a sério).
O pior cenário possível seria entrar-se numa espiral de dívidas e juros que acabaria de vez com o Sportém. E depois? Acaba-se o campeonato da segunda circular, o título que temos mais probabilidades de ganhar durante toda a época? Depois fazemos o quê? Inventa-se um "campeonato da CRIL" entre Belenenses, Benfica, Odivelas e Sacavenense? Claro que não! É importante que o Sportém continue a existir e de boa saúde, para que o Benfica continue a somar vitórias emblemáticas, daquelas de que se fala durante anos.
A inserção social não funciona. Porquê?
Tava eu a ler (mais) uma notícia sobre o famoso (ao ponto de dar náuseas) caso Esmeralda e vi lá qualquer coisa sobre o Instituto de Reinserção Social. Presumo que as funções deste organismo sejam ajudar pessoas. Com os rendimentos mínimos, e realojamentos e coisas assim. Mas... como é que querem que alguém, sobretudo alguém a quem a vida foi madrasta, confie numa instituição cuja sigla é IRS? Já agora, porque não criar também uma instituição social estatal para a recuperação do património paisagístico, denominada Institudo de Valorização Ambiental (IVA). É capaz de ser boa ideia, não?
Sondagem introspectiva
Uma sondagem sobre as sondagens (sugestão da Mariana, eu só lhe dei uns pozinhos). O conceito roça o plágio a mim mesmo, mas quem é que liga a essas coisas?
09 maio 2007
Hamburgers
Não sei qual é a vossa posição em relação aos discos de carne picada. Eu gosto. O talho onde costumo ir faz uns hamburgers bastante bons e volta e meia lá vou eu comprá-los. A parte chata dos hamburgers são as películas plásticas que os homens do talho põem nas faces do dito cujo. Eu percebo que tem de ser, senão colam-se uns aos outros, mas não podiam ser de plástico azul? Eh pá, já não posso com o cheiro a plástico queimado na minha cozinha, tou-me sempre a esquecer daquela trampa. Já para não falar que o sal e a pimenta sobre o plástico não temperam bem a carne.
Declínio
No Eurosport tá a dar golfe. No Eurosport 2 tá a dar um campeonato de lenhadores (sim, leram bem. as provas consistem em rachar ou serrar grandes troncos de madeira). No Eurosport News tá a dar vela. O que raio é que se passa?
Ah!
Também tão a ter problemas com o "Windows Genuine Advantage"? Aquela coisa que vos avisa que a vossa cópia do Windows foi provavelmente alvo de falsificação e mais não sei o quê?
A mim, pessoalmente, irritam-me mensagens óbvias e na maior parte dos casos imagino que o dono do computador onde está instalada a cópia falsa do Windows deve saber que a cópia não é genuina. Se calhar o facto de não ter pago por ela, não ter a caixa, o certificado de autenticidade, o CD original, enfim, há imensas pistas.
E pior que uma mensagem óbvia é uma mensagem óbvia que nos obriga a perder tempo. E o Windows Genuine Advantage faz isso. Demora um bocado até poderem arrancar o pc e depois aparecem quilos de caixas e caixinhas que é preciso fechar, concordar, discordar ou de qualquer outra forma interagir.
Bom, hoje finalmente resolvi procurar a cura para o problema. Para grandes males, grandes remédios.
(as mensagens são estúpidas sobretudo porque a validação da cópia do Windows pode falhar por outras razões que não sejam o facto de ser pirata; e irrita um bocado ter um portátil com uma licença original e ter a estúpida da mensagem a chamar-nos, na melhor das hipóteses, chulos)
A mim, pessoalmente, irritam-me mensagens óbvias e na maior parte dos casos imagino que o dono do computador onde está instalada a cópia falsa do Windows deve saber que a cópia não é genuina. Se calhar o facto de não ter pago por ela, não ter a caixa, o certificado de autenticidade, o CD original, enfim, há imensas pistas.
E pior que uma mensagem óbvia é uma mensagem óbvia que nos obriga a perder tempo. E o Windows Genuine Advantage faz isso. Demora um bocado até poderem arrancar o pc e depois aparecem quilos de caixas e caixinhas que é preciso fechar, concordar, discordar ou de qualquer outra forma interagir.
Bom, hoje finalmente resolvi procurar a cura para o problema. Para grandes males, grandes remédios.
(as mensagens são estúpidas sobretudo porque a validação da cópia do Windows pode falhar por outras razões que não sejam o facto de ser pirata; e irrita um bocado ter um portátil com uma licença original e ter a estúpida da mensagem a chamar-nos, na melhor das hipóteses, chulos)
Mapas
Dois gajos com pouco que fazer tiveram uma ideia parva. Não tenho nada contra pessoas com pouco que fazer nem contra ideias parvas. Eu próprio tenho por vezes pouco que fazer e com alguma frequência tenho ideias parvas. A ideia parece ser bastante inútil, mas como um amigo meu me disse em tempos, a pergunta certa não é "Para que serve?", mas sim "Que piada é que tem?". E a ideia tem piada.
Basicamente querem mapear a internet. Toda. Mas quê? Os computadores e as suas ligações? Não, credo! Qual é a piada disso? Além disso já deve haver mapas dessas coisas nalguma cave recheada de geeks agarrados a computadores. Não, mapear os utilizadores da Internet. Geograficamente. Graças ao Google Maps podemos marcar pontos e cada pessoa é convidada a pôr lá as suas coordenadas geográficas e a passar a palavra aos amigos. A coisa começou há 17 dias e já leva umas dezenas de milhar de participantes.
Se estiverem interessados, inscrevam-se (basta um endereço de e-mail e as perguntas pessoais são apenas o nome e a data de nascimento) e digam que vão da minha parte.
Pode parecer imbecil dois estudantes universitários (de Aveiro) perderem tempo com este projecto, mas também foi essa a opinião dos responsáveis de Berkeley quando souberam que dois estudantes de informática tinham criado um programa cujo objectivo era organizar, catalogar e permitir a pesquisa de toda a informação existente na Internet. O programa chamava-se Yahoo! e nos tempos pré-históricos em que não havia Google era o melhor motor de busca.
Outro exemplo de ideia parva foi um programa que permitia fazer algo que o e-mail não permitia: comunicar em tempo real sem ter de usar programas específicos como o IRC. A ideia era muito, muito parva, mas apesar disso os autores não desistiram e mantiveram o seu programa a funcionar. Chamava-se ICQ. Depois foi comprado pela AOL e deu origem ao AIM (AOL Instant Messaging). A Microsoft também tentou comprar o ICQ e como não conseguiu teve de desenvolver o seu próprio programa, são capazes de já ter ouvido falar, chama-se MSN Messenger.
Bom estes parágrafos serves apenas para vos dizer que lá porque uma ideia parece parva hoje não quer dizer que pareça parva amanhã. O mundo vai emparvecendo e as ideias parvas podem parecer inteligentes no futuro e contribuir de forma importante para o aumento global da parvoíce.
Basicamente querem mapear a internet. Toda. Mas quê? Os computadores e as suas ligações? Não, credo! Qual é a piada disso? Além disso já deve haver mapas dessas coisas nalguma cave recheada de geeks agarrados a computadores. Não, mapear os utilizadores da Internet. Geograficamente. Graças ao Google Maps podemos marcar pontos e cada pessoa é convidada a pôr lá as suas coordenadas geográficas e a passar a palavra aos amigos. A coisa começou há 17 dias e já leva umas dezenas de milhar de participantes.
Se estiverem interessados, inscrevam-se (basta um endereço de e-mail e as perguntas pessoais são apenas o nome e a data de nascimento) e digam que vão da minha parte.
Pode parecer imbecil dois estudantes universitários (de Aveiro) perderem tempo com este projecto, mas também foi essa a opinião dos responsáveis de Berkeley quando souberam que dois estudantes de informática tinham criado um programa cujo objectivo era organizar, catalogar e permitir a pesquisa de toda a informação existente na Internet. O programa chamava-se Yahoo! e nos tempos pré-históricos em que não havia Google era o melhor motor de busca.
Outro exemplo de ideia parva foi um programa que permitia fazer algo que o e-mail não permitia: comunicar em tempo real sem ter de usar programas específicos como o IRC. A ideia era muito, muito parva, mas apesar disso os autores não desistiram e mantiveram o seu programa a funcionar. Chamava-se ICQ. Depois foi comprado pela AOL e deu origem ao AIM (AOL Instant Messaging). A Microsoft também tentou comprar o ICQ e como não conseguiu teve de desenvolver o seu próprio programa, são capazes de já ter ouvido falar, chama-se MSN Messenger.
Bom estes parágrafos serves apenas para vos dizer que lá porque uma ideia parece parva hoje não quer dizer que pareça parva amanhã. O mundo vai emparvecendo e as ideias parvas podem parecer inteligentes no futuro e contribuir de forma importante para o aumento global da parvoíce.
Independente
A UnI perdeu o estatuto de interesse público. Será que por causa disto o Público também vai perder o interesse na UnI?
(por acaso parece que esta coisa do interesse público é muito importante: por causa disso a universidade vai deixar de poder conferir graus académicos. Tou mesmo a ver daqui a uns anos vir-se a descobrir 200 ou 300 casos de licenciados que concluiram os respectivos cursos a 7 ou 8 de Maio mesmo com exames feitos em Junho, Julho e Setembro...)
(por acaso parece que esta coisa do interesse público é muito importante: por causa disso a universidade vai deixar de poder conferir graus académicos. Tou mesmo a ver daqui a uns anos vir-se a descobrir 200 ou 300 casos de licenciados que concluiram os respectivos cursos a 7 ou 8 de Maio mesmo com exames feitos em Junho, Julho e Setembro...)
Vermelho
E não, não vou falar sobre bola. Como a coisa tá um bocado mal parada acho que vou remeter-me ao silêncio até ao fim do campeonato.
Atão não é que hoje num cruzamento estavam todos os semáforos vermelhos? TODOS. E não mudavam. A malta lá se aguentou um bocado à espera (a esta hora da manhã o semáforo está quase sempre verde no sentido que me interessa, só o apanhei vermelho uma vez) e os carros foram-se acumulando, até que nos fartámos de esperar e começámos a passar o vermelho, pronto.
Parece que a Gertrude hoje acordou mal disposta...
(Gertrude é uma sigla que quer dizer "Gestion Electronique de Règulation en Temps Réel pour l'Urbanisme, les Déplacements et l'Environnement"; é o computador que administra os semáforos de Lisboa; ah, não sabiam? pois é, este blog é um bom sítio para aprender coisas de relevância duvidosa)
Atão não é que hoje num cruzamento estavam todos os semáforos vermelhos? TODOS. E não mudavam. A malta lá se aguentou um bocado à espera (a esta hora da manhã o semáforo está quase sempre verde no sentido que me interessa, só o apanhei vermelho uma vez) e os carros foram-se acumulando, até que nos fartámos de esperar e começámos a passar o vermelho, pronto.
Parece que a Gertrude hoje acordou mal disposta...
(Gertrude é uma sigla que quer dizer "Gestion Electronique de Règulation en Temps Réel pour l'Urbanisme, les Déplacements et l'Environnement"; é o computador que administra os semáforos de Lisboa; ah, não sabiam? pois é, este blog é um bom sítio para aprender coisas de relevância duvidosa)
08 maio 2007
Pormaior
Anti-tédio
O que se faz quando se está aborrecido?
atiram-se aviões de papel! (obrigado Pedro).
A parte gira é que disfarça a sua completa inutilidade com algumas funções de desenho que nos permitem fingir que serve para estudar aerodinâmica.
A parte útil é que podemos desafiar os amigos e começar a competir com eles!.Assim, vale a pena!
atiram-se aviões de papel! (obrigado Pedro).
A parte gira é que disfarça a sua completa inutilidade com algumas funções de desenho que nos permitem fingir que serve para estudar aerodinâmica.
A parte útil é que podemos desafiar os amigos e começar a competir com eles!.Assim, vale a pena!
07 maio 2007
Politicamente falando, sou uma besta
(nota prévia: este post é GRANDE. Mas como não vou tar ao pé do computador até meio da tarde, mais ou menos, têm mais que tempo de o ler todo)
Sempre me intriguei sobre as razões que fazem uma pessoa definir-se politicamente como de esquerda, de direita ou de centro. Nunca tive curiosidade contudo para investigar as razões que fazem uma pessoa ser de extrema esquerda ou de extrema direita, de certeza que uns pais ausentes, fraca popularidade junto do sexo oposto ou um nariz defeituoso estão entre as causas mais comuns.
Mas o alinhamento moderado à esquerda ou à direita sempre me intrigou. Não é uma coisa genética como a simpatia clubística em que filho de lampião será lampião e filho de lagarto será lagarto, pelo menos na maioria dos casos (E escusam de encher a caixa de comentários a dizer "ah, e tal, eu sou lampião mas o meu pai é lagarto" que da minha parte só ouvirão os parabéns, sem mais argumentações. Se o caso for ao contrário provavelmente apago o comentário e mai nada. E se for para dizerem que são tripeiros sou capaz de apagar o comentário, descobrir o vosso IP, encontrar maneira de encher o vosso disco com imagens porno com crianças e denunciar-vos à PJ). Não se tratando de uma questão genética, será uma questão ambiental? Também me parece que os argumentos ambientais são fraquitos. Porque há gente de direita nascida e criada em meios de esquerda e gente de esquerda nascida e criada em berços de direita (gostaram da forma discreta como distingo entre "meio" e "berço"? eu sou assim, uso subterfúgios verbais para condicionar a opinião dos leitores à medida que o texto avança; em suma, sou um gajo fodido) .
Ora, se não é ambiental e não é genético, o que será? Estava embrenhado em pensamentos sobre a origem deste problema quando decidi que o melhor era acabar com a garrafa de tequila que tenho em casa (isto foi anteontem; a ressaca já passou, obrigado por se preocuparem). Uns quantos shots depois descobri que não tenho qualquer hipótese de encontrar a causa e que aceitar uma teoria em detrimento da outra é mais ou menos uma questão de fé, como acreditar em ovnis ou na licenciatura do Sócrates.
Mas descobri que consigo pelo menos perceber qual a razão do MEU alinhamento, neste caso à esquerda. Sempre me considerei um gajo de esquerda razoavelmente moderado e portanto enquadro-me nos casos cujas causas tentava perceber. E quando me perguntavam porque era eu de esquerda, sendo herdeiro de um grande império económico e de um título de nobreza respondi "sei lá! cala-te lá com essa merda e vamos atirar ovos podres aos operários da construção que moram naqueles contentores" e depois ia velejar.
Ora bem, porque é que eu sou um gajo de esquerda e hei-de votar sempre à esquerda, dê por onde der, mesmo que o candidato de esquerda defenda no seu programa eleitoral vender o distrito de Beja a uma empresa belga para fazer uma gigantesca lixeira ou decida exterminar o futebol. Porquê?
Por causa dos discursos! Nas noites eleitorais há duas ou três coisas com as quais podemos contar: podemos contar com uma contagem decrescente a indicar as 20 horas e os resultados das projecções dados à mesma velocidade com que se leem as letras pequeninas de um contrato de leasing num anúncio de rádio; Podemos contar com as intervenções dos vários comentadores a justificarem porque é que os resultados eram previsíveis e eles próprios já os tinham previsto dias antes, mesmo que tenham feito campanha pelo candidato que perdeu; Podemos contar com as exuberantes comemorações à porta da(s) sede(s) de campanha vendedora(s) com muitas bandeiras de uma ou duas cores (a do partido político ou a do partido que apoia o candidato e mais a bandeira do candidato). E podemos contar com discursos dos líderes vencedores e vencidos que serão todos analisados à lupa no dia seguinte em resmas de artigos de opinião de que ninguém se vai lembrar 4 dias depois mas que rendem aos seus autores o suficiente para umas férias no Dubai.
E nos discursos reside a chave do meu mistério. Já repararam bem na qualidade ou falta dela dos discursos dos vários líderes? A esquerda é muito melhor a fazer discursos de vitória e a direita é muito melhor a fazer discursos de derrota. Percebi isto por causa dos discursos do Marques Mendes e do Carmona Rodrigues na semana passada. O do Marques Mendes só invocava grandes valores como a responsabilidade, o dever cívico ou a supremacia da vontade do povo e colocava a Câmara à disposição dos eleitores. O de Carmona falava de honra, de dever cumprido, de eficácia, de competência e mais não sei o quê.
E com estes discursos lembrei-me também dos discursos lindos, lindos quer do Paulo Portas quer do Santana Lopes nas legislativas em que Sócrates conseguiu a maioria absoluta. Portas falou, com tom solene, em dignidade, respeito pela vontade popular, a tranquilidade de ter cumprido o seu dever com competência e em nome dos superiores interesses da nação (só mesmo a direita é que usa a expressão "os superiores interesses da nação" e é pena, porque é uma expressão muito bonita e fica muito bem num discurso). No fim, já comovido, os apoiantes com a lágrima ao canto do olho, alguns choravam mesmo (homens de barba rija e tudo, como o Nobre Guedes) e anuncia que aceita as consequências daquele resultado e num tom pesaroso (de que mais tarde se arrependeu, pelos vistos) anuncua que se retira da liderança do partido! Brutal, fantástico! Um volte face espectacular que de repente relegou para segundo plano a primeira maioria absoluta dos socialistas! Quem quer saber o que diz o Sócrates? Olha a Maria José Nogueira Pinto a chorar e o Telmo Correia a dar um lenço para o Nobre Guedes limpar a ranhoca! A solenidade do momento impunha uma reflexão profunda e até eu me senti comovido. Santana Lopes, logo de seguida, afinou pelo mesmo diapasão e também falou da mágoa que sentia, e do drama e mais não sei o quê. Ficou-se aquem do seu companheiro de governo apenas por não se ter demitido, mas mesmo assim discursou com muita dignidade. Deixou-me muito boa impressão, quase que me arrependi de não ter votado nele. A sério, cheguei a ir à mesa de voto a dizer que me tinha enganado e que queria votar outra vez. Mas não me deixaram, cambada de fascistas.
Já a esquerda tem tipicamente discursos de vitória muito pouco polidos e costuma achincalhar os adversários, como se a derrota não fosse suficiente. Louçã e Jerónimo não pouparam críticas ao governo de direita e fartaram-se de dizer que o povo deu um sinal claro que chumbou as suas políticas de direita (sim, eles se calhar ainda não tinham percebido, era preciso repetir, han?) e Sócrates não cabia em si de contente, andava histérico e falava em grande vitória e mais não sei o quê. A esquerda é fixe quando ganha porque aproveita quando o adversário está no chão para lhe dar biqueiros na cabeça e é disso que o meu povo gosta, para citar uma frase que o Jorge Perestrelo muito dizia nos seus inesquecíveis relatos de futebol.
Por outro lado, quando a direita ganha umas eleições é uma merda. Veja-se o que aconteceu agora na Madeira. Os discursos de vitória do AJJ não foram maus, tiveram insultos q.b. e provocações, mas por outro lado os discursos de derrota foram fraquinhos. Começam a vitimizar-se a acusar os vencedores de tudo e mais alguma coisa. O que está mal, meus amigos, a menos que se trate de futebol; se o Benfica conseguir (por algum milagre, infelizmente improvável) ganhar o campeonato, virão todos os lagartos falar do golo marcado pelo Paços de Ferreira com a mão e lembrar-se-ão até de penalties da época passada para contestar a vitória do Benfica. Mas tirando o futebol, este tipo de discurso é pouco aceitável. Afinal, a política é uma actividade séria praticada por pessoas sérias (sobretudo a nível local) e não é bonito acusar os vencedores em vez de tirar as devidas conclusões da derrota.
Se no caso destas eleições insulares não me vou alongar muito (até porque aconteceram ontem e portanto não posso inventar o que me apetecer porque é muito fácil desmentirem-me), devo contudo relembrar dois exemplos que ficaram na nossa memória: as últimas autárquicas e as últimas presidenciais.
Pouco faltou ao Carrilho para pôr as culpas da sua derrota em cima da qualidade de papel com que foram feitos os votos. Depois de insinuar que o povo votou no Carmona porque é estúpido porque se fosse inteligente e culto votaria nele, depois de insinuar que se não mudassem o resultado ele era bem capaz de fazer uma birra e não voltar a aparecer em público com a Babá e o Bebé, depois de acusar o partido porque não lhe deu apoio, o PSD porque foram maus e o Carmona porque se veste mal, só faltou dizer que os lisboetas com bom gosto nunca poderiam votar em boletins com aquela qualidade. Ao ver o voto qualquer pessoa instruída diria "Q'horrôreeeeee!" e ficaria enojada só de lhe tocar. E por isso perdeu. Eh pá, isso ninguém gosta de ver. Um homem daquela idade a fazer birras? Só lhe faltou fazer beicinho, gritar e bater os pés (não resisti a pôr este link; imaginem o Carrilho a fazer uma fita daquelas!). Depois vem o PCP que desata a bater no PS e a dizer que a culpa é deles, que a culpa é do Carrilho, que a culpa é de toda a gente, menos dos comunistas. Bem, os derrotados mostraram muito mau perder. E os vencedores? Mostram classe e dignidade! Respeito pelos adversários, seriedade no momento de assumir a vitória, e até têm uma palavra de cortesia, pasme-se, para com os seus adversários políticos. E que estão disponíveis para os ouvir e trabalhar com eles e mais não sei o quê! Mas é para isto que eu pago quotas... errrr... impostos? Para ouvir o Carmona respeitar os adversários? Ó homem, aproveite agora que eles tão baralhados, porque quando forem eles a tar na mó de cima não vão ter dó nem piedade (e como se viu agora, não tiveram, claro!).
E as presidenciais? O que me têm a dizer das presidenciais? A esquerda a urrar que é o fim da democracia e vem aí o fascismo e o Cavaco a falar de "cooperação institucional"! O único que se safou no meio disto tudo foi o Alegre que passou metade do discurso a lamentar não ir à segunda volta e a outra metade a dizer "Bem feito!" aos soaristas. O que Cavaco devia ter dito era "Ó Soares: ganhei-te cabrão! Bem feito!!! Agora vais vetar o quê? Han, vá, diz lá, vais vetar o quê? Volta daqui a 5 anos, dou-te 10 pontos de avanço!". Isso é que era discurso! Agora falar de compromisso e dever e começar logo a passar a mão pelo pêlo (YES! Consegui escrever "pelo pêlo"! bué fixe!) ao Governo.
Moral da história: a esquerda vencedora tem discursos a espezinhar os outros, assim como o Mourinho quando ganha; quando perde tem discursos à treinador de futebol derrotado (excepto o Mourinho que mesmo quando perde discursa como se tivesse ganho). Queixa-se do público, do árbitro, da relva, da bola, só não se queixa do cabrão do Anderson que não sabe acertar com as marcações num livre. Oops, desculpem. Os dois empates com o Porto e o Sporting ainda não estão bem digeridos. A direita por outro lado quando ganha parece que isto de ganhar até é um frete, eles nem queriam. Quando perde, aí sim, mostra-se em todo o seu esplendor e tem maravilhosos discursos a assumir as suas responsabilidades. E é por isso que eu sou de esquerda, porque gosto muito mais dos discursos de fim de noite quando a direita perde. Não é por mais nada.
E com isto percebi a razão do meu alinhamento político. E vocês? Já perceberão a vossa?
Sempre me intriguei sobre as razões que fazem uma pessoa definir-se politicamente como de esquerda, de direita ou de centro. Nunca tive curiosidade contudo para investigar as razões que fazem uma pessoa ser de extrema esquerda ou de extrema direita, de certeza que uns pais ausentes, fraca popularidade junto do sexo oposto ou um nariz defeituoso estão entre as causas mais comuns.
Mas o alinhamento moderado à esquerda ou à direita sempre me intrigou. Não é uma coisa genética como a simpatia clubística em que filho de lampião será lampião e filho de lagarto será lagarto, pelo menos na maioria dos casos (E escusam de encher a caixa de comentários a dizer "ah, e tal, eu sou lampião mas o meu pai é lagarto" que da minha parte só ouvirão os parabéns, sem mais argumentações. Se o caso for ao contrário provavelmente apago o comentário e mai nada. E se for para dizerem que são tripeiros sou capaz de apagar o comentário, descobrir o vosso IP, encontrar maneira de encher o vosso disco com imagens porno com crianças e denunciar-vos à PJ). Não se tratando de uma questão genética, será uma questão ambiental? Também me parece que os argumentos ambientais são fraquitos. Porque há gente de direita nascida e criada em meios de esquerda e gente de esquerda nascida e criada em berços de direita (gostaram da forma discreta como distingo entre "meio" e "berço"? eu sou assim, uso subterfúgios verbais para condicionar a opinião dos leitores à medida que o texto avança; em suma, sou um gajo fodido) .
Ora, se não é ambiental e não é genético, o que será? Estava embrenhado em pensamentos sobre a origem deste problema quando decidi que o melhor era acabar com a garrafa de tequila que tenho em casa (isto foi anteontem; a ressaca já passou, obrigado por se preocuparem). Uns quantos shots depois descobri que não tenho qualquer hipótese de encontrar a causa e que aceitar uma teoria em detrimento da outra é mais ou menos uma questão de fé, como acreditar em ovnis ou na licenciatura do Sócrates.
Mas descobri que consigo pelo menos perceber qual a razão do MEU alinhamento, neste caso à esquerda. Sempre me considerei um gajo de esquerda razoavelmente moderado e portanto enquadro-me nos casos cujas causas tentava perceber. E quando me perguntavam porque era eu de esquerda, sendo herdeiro de um grande império económico e de um título de nobreza respondi "sei lá! cala-te lá com essa merda e vamos atirar ovos podres aos operários da construção que moram naqueles contentores" e depois ia velejar.
Ora bem, porque é que eu sou um gajo de esquerda e hei-de votar sempre à esquerda, dê por onde der, mesmo que o candidato de esquerda defenda no seu programa eleitoral vender o distrito de Beja a uma empresa belga para fazer uma gigantesca lixeira ou decida exterminar o futebol. Porquê?
Por causa dos discursos! Nas noites eleitorais há duas ou três coisas com as quais podemos contar: podemos contar com uma contagem decrescente a indicar as 20 horas e os resultados das projecções dados à mesma velocidade com que se leem as letras pequeninas de um contrato de leasing num anúncio de rádio; Podemos contar com as intervenções dos vários comentadores a justificarem porque é que os resultados eram previsíveis e eles próprios já os tinham previsto dias antes, mesmo que tenham feito campanha pelo candidato que perdeu; Podemos contar com as exuberantes comemorações à porta da(s) sede(s) de campanha vendedora(s) com muitas bandeiras de uma ou duas cores (a do partido político ou a do partido que apoia o candidato e mais a bandeira do candidato). E podemos contar com discursos dos líderes vencedores e vencidos que serão todos analisados à lupa no dia seguinte em resmas de artigos de opinião de que ninguém se vai lembrar 4 dias depois mas que rendem aos seus autores o suficiente para umas férias no Dubai.
E nos discursos reside a chave do meu mistério. Já repararam bem na qualidade ou falta dela dos discursos dos vários líderes? A esquerda é muito melhor a fazer discursos de vitória e a direita é muito melhor a fazer discursos de derrota. Percebi isto por causa dos discursos do Marques Mendes e do Carmona Rodrigues na semana passada. O do Marques Mendes só invocava grandes valores como a responsabilidade, o dever cívico ou a supremacia da vontade do povo e colocava a Câmara à disposição dos eleitores. O de Carmona falava de honra, de dever cumprido, de eficácia, de competência e mais não sei o quê.
E com estes discursos lembrei-me também dos discursos lindos, lindos quer do Paulo Portas quer do Santana Lopes nas legislativas em que Sócrates conseguiu a maioria absoluta. Portas falou, com tom solene, em dignidade, respeito pela vontade popular, a tranquilidade de ter cumprido o seu dever com competência e em nome dos superiores interesses da nação (só mesmo a direita é que usa a expressão "os superiores interesses da nação" e é pena, porque é uma expressão muito bonita e fica muito bem num discurso). No fim, já comovido, os apoiantes com a lágrima ao canto do olho, alguns choravam mesmo (homens de barba rija e tudo, como o Nobre Guedes) e anuncia que aceita as consequências daquele resultado e num tom pesaroso (de que mais tarde se arrependeu, pelos vistos) anuncua que se retira da liderança do partido! Brutal, fantástico! Um volte face espectacular que de repente relegou para segundo plano a primeira maioria absoluta dos socialistas! Quem quer saber o que diz o Sócrates? Olha a Maria José Nogueira Pinto a chorar e o Telmo Correia a dar um lenço para o Nobre Guedes limpar a ranhoca! A solenidade do momento impunha uma reflexão profunda e até eu me senti comovido. Santana Lopes, logo de seguida, afinou pelo mesmo diapasão e também falou da mágoa que sentia, e do drama e mais não sei o quê. Ficou-se aquem do seu companheiro de governo apenas por não se ter demitido, mas mesmo assim discursou com muita dignidade. Deixou-me muito boa impressão, quase que me arrependi de não ter votado nele. A sério, cheguei a ir à mesa de voto a dizer que me tinha enganado e que queria votar outra vez. Mas não me deixaram, cambada de fascistas.
Já a esquerda tem tipicamente discursos de vitória muito pouco polidos e costuma achincalhar os adversários, como se a derrota não fosse suficiente. Louçã e Jerónimo não pouparam críticas ao governo de direita e fartaram-se de dizer que o povo deu um sinal claro que chumbou as suas políticas de direita (sim, eles se calhar ainda não tinham percebido, era preciso repetir, han?) e Sócrates não cabia em si de contente, andava histérico e falava em grande vitória e mais não sei o quê. A esquerda é fixe quando ganha porque aproveita quando o adversário está no chão para lhe dar biqueiros na cabeça e é disso que o meu povo gosta, para citar uma frase que o Jorge Perestrelo muito dizia nos seus inesquecíveis relatos de futebol.
Por outro lado, quando a direita ganha umas eleições é uma merda. Veja-se o que aconteceu agora na Madeira. Os discursos de vitória do AJJ não foram maus, tiveram insultos q.b. e provocações, mas por outro lado os discursos de derrota foram fraquinhos. Começam a vitimizar-se a acusar os vencedores de tudo e mais alguma coisa. O que está mal, meus amigos, a menos que se trate de futebol; se o Benfica conseguir (por algum milagre, infelizmente improvável) ganhar o campeonato, virão todos os lagartos falar do golo marcado pelo Paços de Ferreira com a mão e lembrar-se-ão até de penalties da época passada para contestar a vitória do Benfica. Mas tirando o futebol, este tipo de discurso é pouco aceitável. Afinal, a política é uma actividade séria praticada por pessoas sérias (sobretudo a nível local) e não é bonito acusar os vencedores em vez de tirar as devidas conclusões da derrota.
Se no caso destas eleições insulares não me vou alongar muito (até porque aconteceram ontem e portanto não posso inventar o que me apetecer porque é muito fácil desmentirem-me), devo contudo relembrar dois exemplos que ficaram na nossa memória: as últimas autárquicas e as últimas presidenciais.
Pouco faltou ao Carrilho para pôr as culpas da sua derrota em cima da qualidade de papel com que foram feitos os votos. Depois de insinuar que o povo votou no Carmona porque é estúpido porque se fosse inteligente e culto votaria nele, depois de insinuar que se não mudassem o resultado ele era bem capaz de fazer uma birra e não voltar a aparecer em público com a Babá e o Bebé, depois de acusar o partido porque não lhe deu apoio, o PSD porque foram maus e o Carmona porque se veste mal, só faltou dizer que os lisboetas com bom gosto nunca poderiam votar em boletins com aquela qualidade. Ao ver o voto qualquer pessoa instruída diria "Q'horrôreeeeee!" e ficaria enojada só de lhe tocar. E por isso perdeu. Eh pá, isso ninguém gosta de ver. Um homem daquela idade a fazer birras? Só lhe faltou fazer beicinho, gritar e bater os pés (não resisti a pôr este link; imaginem o Carrilho a fazer uma fita daquelas!). Depois vem o PCP que desata a bater no PS e a dizer que a culpa é deles, que a culpa é do Carrilho, que a culpa é de toda a gente, menos dos comunistas. Bem, os derrotados mostraram muito mau perder. E os vencedores? Mostram classe e dignidade! Respeito pelos adversários, seriedade no momento de assumir a vitória, e até têm uma palavra de cortesia, pasme-se, para com os seus adversários políticos. E que estão disponíveis para os ouvir e trabalhar com eles e mais não sei o quê! Mas é para isto que eu pago quotas... errrr... impostos? Para ouvir o Carmona respeitar os adversários? Ó homem, aproveite agora que eles tão baralhados, porque quando forem eles a tar na mó de cima não vão ter dó nem piedade (e como se viu agora, não tiveram, claro!).
E as presidenciais? O que me têm a dizer das presidenciais? A esquerda a urrar que é o fim da democracia e vem aí o fascismo e o Cavaco a falar de "cooperação institucional"! O único que se safou no meio disto tudo foi o Alegre que passou metade do discurso a lamentar não ir à segunda volta e a outra metade a dizer "Bem feito!" aos soaristas. O que Cavaco devia ter dito era "Ó Soares: ganhei-te cabrão! Bem feito!!! Agora vais vetar o quê? Han, vá, diz lá, vais vetar o quê? Volta daqui a 5 anos, dou-te 10 pontos de avanço!". Isso é que era discurso! Agora falar de compromisso e dever e começar logo a passar a mão pelo pêlo (YES! Consegui escrever "pelo pêlo"! bué fixe!) ao Governo.
Moral da história: a esquerda vencedora tem discursos a espezinhar os outros, assim como o Mourinho quando ganha; quando perde tem discursos à treinador de futebol derrotado (excepto o Mourinho que mesmo quando perde discursa como se tivesse ganho). Queixa-se do público, do árbitro, da relva, da bola, só não se queixa do cabrão do Anderson que não sabe acertar com as marcações num livre. Oops, desculpem. Os dois empates com o Porto e o Sporting ainda não estão bem digeridos. A direita por outro lado quando ganha parece que isto de ganhar até é um frete, eles nem queriam. Quando perde, aí sim, mostra-se em todo o seu esplendor e tem maravilhosos discursos a assumir as suas responsabilidades. E é por isso que eu sou de esquerda, porque gosto muito mais dos discursos de fim de noite quando a direita perde. Não é por mais nada.
E com isto percebi a razão do meu alinhamento político. E vocês? Já perceberão a vossa?
STOP!
Esta não acontece todos os dias!
Vou eu muito calmamente de carro algures em Lisboa e encontro uma operação Stop. Mandam-me parar e pedem-me os documentos. "Pois, eu até lhos dava, mas não tenho nem os meus documentos nem os do carro". "Pois, isso é um problema, vou ter de o autuar" diz o agente. "Claro, claro, faça o que tem a fazer; esta vai ficar na memória, é uma bela prenda de anos" respondo eu com o ar mais natural do mundo. "Faz anos hoje?" pergunta o agente. "Faço" respondo eu (diálogos escritos assim são chatos de ler, não são?). O polícia saca do radio e diz aos colegas "Ó pessoal, venham aqui que esta senhora faz anos" (ok, acho que me descaí; pronto, a história não aconteceu comigo, aconteceu com uma amiga minha, mas tem muito mais piada contada na primeira pessoa).
Moral da história: 3 polícias a cantar os parabéns a uma condutora que não tinha documentos, nem seus nem do carro, enquanto que as pessoas que estavam na fila para serem multadas tiveram de esperar a sua vez. E no fim dizem-lhe "Pronto, pode seguir".
Estas coisas não são ilegais?
Vou eu muito calmamente de carro algures em Lisboa e encontro uma operação Stop. Mandam-me parar e pedem-me os documentos. "Pois, eu até lhos dava, mas não tenho nem os meus documentos nem os do carro". "Pois, isso é um problema, vou ter de o autuar" diz o agente. "Claro, claro, faça o que tem a fazer; esta vai ficar na memória, é uma bela prenda de anos" respondo eu com o ar mais natural do mundo. "Faz anos hoje?" pergunta o agente. "Faço" respondo eu (diálogos escritos assim são chatos de ler, não são?). O polícia saca do radio e diz aos colegas "Ó pessoal, venham aqui que esta senhora faz anos" (ok, acho que me descaí; pronto, a história não aconteceu comigo, aconteceu com uma amiga minha, mas tem muito mais piada contada na primeira pessoa).
Moral da história: 3 polícias a cantar os parabéns a uma condutora que não tinha documentos, nem seus nem do carro, enquanto que as pessoas que estavam na fila para serem multadas tiveram de esperar a sua vez. E no fim dizem-lhe "Pronto, pode seguir".
Estas coisas não são ilegais?
Googlr
O Google funciona mesmo que se enganem no endereço. Se escreverem www.gogle.com ou www.gooogle.com são redireccionados para o Google e nem dão pelo erro. Há uns dias descobri que se escreverem www.googlr.com ou www.googlw.com também vão parar ao Google. E se escreverem www.goolge.com também. Ou www.gogole.com. Há uma série de erros clássicos que redireccionam para o google. Há outros, contudo, que não são redireccionados porque o domínio já foi comprado por alguém que quer aproveitar a fama do google para tirar proveitos próprios. É o caso do www.goooogle. com (são 4 o) ou www.googke.com.
Isto fez-me lembrar os bons velhos tempos em que o Yahoo! era o motor de busca mais usado. Há muito, muito tempo, ainda o google não existia. Na altura já havia as duas estratégias: registar também domínios com nomes que fossem erros tipográficos para que o utilizador fosse parar ao site mesmo que se enganasse a escrever o endereço.
E a estratégia também foi usada ao contrário. Por exemplo, na altura havia o www.yaoho.com em que não só se aproveitaram da semelhança com o nome do Yahoo! como ainda por cima se deram ao trabalho de inventar uma sigla que justificasse a semelhança: Yaoho queria dizer "Young Amateurs Online Having Orgasms" e era, obviamente, um site porno.
Agora já não existe nada disso, os typos vão quase todos parar a motores de pesquisa secundários cujo objectivo é facturar com os cliques através de contratos publicitários e que por causa disso usam todos os truques possíveis para ganhar mais visitantes.
(outro exemplo que acabei de descobrir: o www.blogstop.com)
Isto fez-me lembrar os bons velhos tempos em que o Yahoo! era o motor de busca mais usado. Há muito, muito tempo, ainda o google não existia. Na altura já havia as duas estratégias: registar também domínios com nomes que fossem erros tipográficos para que o utilizador fosse parar ao site mesmo que se enganasse a escrever o endereço.
E a estratégia também foi usada ao contrário. Por exemplo, na altura havia o www.yaoho.com em que não só se aproveitaram da semelhança com o nome do Yahoo! como ainda por cima se deram ao trabalho de inventar uma sigla que justificasse a semelhança: Yaoho queria dizer "Young Amateurs Online Having Orgasms" e era, obviamente, um site porno.
Agora já não existe nada disso, os typos vão quase todos parar a motores de pesquisa secundários cujo objectivo é facturar com os cliques através de contratos publicitários e que por causa disso usam todos os truques possíveis para ganhar mais visitantes.
(outro exemplo que acabei de descobrir: o www.blogstop.com)
Voodoo
Chamam-se Voodoo Marmalade (o site ainda está em construção, mas tem links para o live spaces e hi5 da banda) e são uma das minhas bandas preferidas. São 8 ou 9 membros e tocam ukulele. Como eles dizem, são a banda portuguesa com o instrumento mais pequeno. Visitem o site e ouçam uma amostra das músicas. Pessoalmente recomendo o Ring of Fire, Kiss e Hit the Road Jack, que já vos dão uma amostra do que vos espera.
No sábado assisti a mais um concerto deles e garanto-vos que seja qual for o vosso gosto musical hão-de gostar (a menos que só ouçam Marylin Manson e afins).
Para a próxima eu aviso antes do concerto. (costumam ser de entrada livre ou perto disso; o de sábado custava 3 euros e foi o primeiro a pagar)
No sábado assisti a mais um concerto deles e garanto-vos que seja qual for o vosso gosto musical hão-de gostar (a menos que só ouçam Marylin Manson e afins).
Para a próxima eu aviso antes do concerto. (costumam ser de entrada livre ou perto disso; o de sábado custava 3 euros e foi o primeiro a pagar)
Zebras
Sabem como se atravessa a rua? Ensinaram-vos isso na escola, não foi? Aquela lenga-lenga toda de "olhar para os dois lados e, se não vier nenhum carro, atravessar rapidamente mas sem correr". Como corolário desta frase conclui-se que a faixa de rodagem deve ser atravessada perpendicularmente ao eixo da via (ou seja, a distância mais curta) e, porque é necessário olhar para os dois lados, não se deve atravessar em curvas ou outras zonas de fraca visibilidade.
Agora vem a pergunta importante: fraca visibilidade para quem? Para os peões, obviamente, mas também para os condutores! Mais uma vez socorro-me de uma máxima velha que diz que o importante é "ver e ser visto". Afinal, não interessa nada que o peão veja o carro se o condutor não vê o peão. E nestas coisas manda a regra que quem tem a obrigação de facilitar a manobra é o automóvel, mas quem tem de ter mais cuidado, por ter mais a perder, é o peão.
E vem isto a propósito de quê? Das zebras. Num cruzamento tipicamente há passadeiras. E é na passadeira que as pessoas devem atravessar. E se repararem bem as passadeiras não estão exactamente no cruzamento, mas sim a 5 metros de distância, certo? Ora, isto pelos vistos chateia os peões porque seguem no passeio e ao chegar ao asfalto não podem (ou não devem) continuar a andar em frente; devem andar os tais 5 metros até à passadeira e atravessar aí.
Mas porque raio é que não fazem as passadeiras logo ali encostadas ao cruzamento? Muita gente deve fazer esta mesma pergunta, a julgar pela quantidade de pessoas que atravessa mais ou menos perto da passadeira mas não exactamente sobre a zebra. Se também costumas fazer esta pergunta, eu explico, com um exemplo muito educativo.
Há uma semana, mais ou menos, eu ia muito calmamente no carro (a uns 30 ou 40 km/h) e quero virar à esquerda. Faço o pisca, olho para a frente, não vem ninguém, nos espelhos também está tudo livre (convém olhar sempre para o espelho esquerdo, não vá um apressado querer ultrapassar apesar do pisca), olho para a rua para onde quero ir, tá tudo ok, chego ao cruzamento, reduzo para segunda, olho novamente em frente e começo a virar. Estou exactamente a meio da manobra olho para a frente e páro o carro de repente porque tenho um senhor peão a começar a atravessar exactamente no cruzamento, em vez de usar a zebra colocada estrategicamente a 5 metros de distância. Estava exactamente no ângulo morto e só quando deu um passo em frente para se colocar à frente do carro é que o vi. A uns 5 metros dele.
Peões: façam um favor aos automobilistas e eles fazem-vos um favor de volta, tá bem? Não atravessem em zonas em que o condutor não vos poderá ver e os automobilistas vão tentar não vos atropelar, que tal? Parece bem? Atravessem na zebra. Esses 5 metros são o suficiente para que o carro já tenha desfeito a curva, esteja alinhado com a faixa de rodagem e aquela coisa transparente à frente do condutor (pára-brisas ou lá como se chama) permite-lhe ver objectos que estão fora da viatura (as maravilhas da tecnologia!), nomeadamente os peões que estão antes, depois ou a meio da passadeira.
Todos viveremos mais felizes, os peões continuam com 206 ossos e os condutores continuam com um pára-choques inteiro e direitinho, que é como fica bonito, as ópticas arranjadinhas (até porque ter um farol partido dá multa e é chato) e toda a gente vive feliz e contente, que tal?
A máxima deve ser esta: a prioridade é do peão, mas em caso de atropelamento os ossinhos que se partem também.
(em dois dias consecutivos ia atropelando duas pessoas; o que queria atravessar mesmo no cruzamento e outro que entrou na faixa de rodagem a correr e só olhou para um lado; e a minha vontade de colaborar para a preservação da espécie ajudando à preservação da integridade física de outros tem os seus limites)
Agora vem a pergunta importante: fraca visibilidade para quem? Para os peões, obviamente, mas também para os condutores! Mais uma vez socorro-me de uma máxima velha que diz que o importante é "ver e ser visto". Afinal, não interessa nada que o peão veja o carro se o condutor não vê o peão. E nestas coisas manda a regra que quem tem a obrigação de facilitar a manobra é o automóvel, mas quem tem de ter mais cuidado, por ter mais a perder, é o peão.
E vem isto a propósito de quê? Das zebras. Num cruzamento tipicamente há passadeiras. E é na passadeira que as pessoas devem atravessar. E se repararem bem as passadeiras não estão exactamente no cruzamento, mas sim a 5 metros de distância, certo? Ora, isto pelos vistos chateia os peões porque seguem no passeio e ao chegar ao asfalto não podem (ou não devem) continuar a andar em frente; devem andar os tais 5 metros até à passadeira e atravessar aí.
Mas porque raio é que não fazem as passadeiras logo ali encostadas ao cruzamento? Muita gente deve fazer esta mesma pergunta, a julgar pela quantidade de pessoas que atravessa mais ou menos perto da passadeira mas não exactamente sobre a zebra. Se também costumas fazer esta pergunta, eu explico, com um exemplo muito educativo.
Há uma semana, mais ou menos, eu ia muito calmamente no carro (a uns 30 ou 40 km/h) e quero virar à esquerda. Faço o pisca, olho para a frente, não vem ninguém, nos espelhos também está tudo livre (convém olhar sempre para o espelho esquerdo, não vá um apressado querer ultrapassar apesar do pisca), olho para a rua para onde quero ir, tá tudo ok, chego ao cruzamento, reduzo para segunda, olho novamente em frente e começo a virar. Estou exactamente a meio da manobra olho para a frente e páro o carro de repente porque tenho um senhor peão a começar a atravessar exactamente no cruzamento, em vez de usar a zebra colocada estrategicamente a 5 metros de distância. Estava exactamente no ângulo morto e só quando deu um passo em frente para se colocar à frente do carro é que o vi. A uns 5 metros dele.
Peões: façam um favor aos automobilistas e eles fazem-vos um favor de volta, tá bem? Não atravessem em zonas em que o condutor não vos poderá ver e os automobilistas vão tentar não vos atropelar, que tal? Parece bem? Atravessem na zebra. Esses 5 metros são o suficiente para que o carro já tenha desfeito a curva, esteja alinhado com a faixa de rodagem e aquela coisa transparente à frente do condutor (pára-brisas ou lá como se chama) permite-lhe ver objectos que estão fora da viatura (as maravilhas da tecnologia!), nomeadamente os peões que estão antes, depois ou a meio da passadeira.
Todos viveremos mais felizes, os peões continuam com 206 ossos e os condutores continuam com um pára-choques inteiro e direitinho, que é como fica bonito, as ópticas arranjadinhas (até porque ter um farol partido dá multa e é chato) e toda a gente vive feliz e contente, que tal?
A máxima deve ser esta: a prioridade é do peão, mas em caso de atropelamento os ossinhos que se partem também.
(em dois dias consecutivos ia atropelando duas pessoas; o que queria atravessar mesmo no cruzamento e outro que entrou na faixa de rodagem a correr e só olhou para um lado; e a minha vontade de colaborar para a preservação da espécie ajudando à preservação da integridade física de outros tem os seus limites)
04 maio 2007
Esta semana é só notícias, pá!
Agora é Gondomar. Aproveitando o barulho em torno da Câmara de Lisboa, quase que passava despercebida uma busca à Câmara Municipal dos Frigoríficos e Micro-Ondas: Gondomar.
Mas a busca aconteceu mesmo. E uma fonte da autarquia disse, desvalorizando a busca, que a PJ solicitou "documentos que podiam ter sido pedidos por fax". Pois claro!
O Ó faxavor também tem as suas escutas telefónicas montadas (não é só a PJ, o que é que acham?) e interceptou a seguinte comunicação entre um investigador da PJ e um funcionário da câmara:
Investigador: Tou, bom dia. Fala o Investigador da PJ. Eu precisava de uns documentos por fax.
Funcionário: Ah, sim, tá bem. Quais?
Investigador: Os que dizem respeito ao loteamento X
(o nome foi ocultado porque não queria melindrar os habitantes do loteamento em questão; por isso e porque também não sei qual é)
Funcionário: Mas quais? Os honestos ou os das trafulhices?
Investigador: Olhe, eu só precisava dos das trafulhices, para instaurar um processo ao senhor Major, mas já agora mande os outros também, se não der muito incómodo.
Funcionário: Ah, tá bom. Eu agora vou sair para beber um cafézinho, mas depois mando, teja descansado.
Investigador: Obrigado, bom dia!
CLIC
(isto é o som do telefone a desligar; o tipo que fez as transcrições das escutas às vezes peca por excesso de zelo; uma vez traduziu uma fundadela por "GRRRRRRRRUUUUM" e pôs uma nota a dizer que não sabia como se escrevia, esperava que estivesse bem)
Mas a busca aconteceu mesmo. E uma fonte da autarquia disse, desvalorizando a busca, que a PJ solicitou "documentos que podiam ter sido pedidos por fax". Pois claro!
O Ó faxavor também tem as suas escutas telefónicas montadas (não é só a PJ, o que é que acham?) e interceptou a seguinte comunicação entre um investigador da PJ e um funcionário da câmara:
Investigador: Tou, bom dia. Fala o Investigador da PJ. Eu precisava de uns documentos por fax.
Funcionário: Ah, sim, tá bem. Quais?
Investigador: Os que dizem respeito ao loteamento X
(o nome foi ocultado porque não queria melindrar os habitantes do loteamento em questão; por isso e porque também não sei qual é)
Funcionário: Mas quais? Os honestos ou os das trafulhices?
Investigador: Olhe, eu só precisava dos das trafulhices, para instaurar um processo ao senhor Major, mas já agora mande os outros também, se não der muito incómodo.
Funcionário: Ah, tá bom. Eu agora vou sair para beber um cafézinho, mas depois mando, teja descansado.
Investigador: Obrigado, bom dia!
CLIC
(isto é o som do telefone a desligar; o tipo que fez as transcrições das escutas às vezes peca por excesso de zelo; uma vez traduziu uma fundadela por "GRRRRRRRRUUUUM" e pôs uma nota a dizer que não sabia como se escrevia, esperava que estivesse bem)
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