20 agosto 2006

Há coisas que só me acontecem a mim...

Lembram-se de um programa com uns bonecos tipo marretas que dava há muitos, muitos anos, que era a "Árvore dos Estapafúrdios? A música dizia algo como

"Por incrível que pareça,
por incrível que pareça
não há nada,
não há nada
que não nos aconteça
Ó sorte malvada
Que vida desgraçada"


Pois é, na sexta feira senti-me um bocado como os Estapafúrdios da árvore. Fui ao dentista e a meio do tratamento, o dentista levanta a cadeira para eu bochechar e eu noto que havia um fuminho pelo ar. E não é que cheirava a plástico queimado?

Levanto-me de um pulo e... a cadeira do dentista estava A ARDER! Mesmo! Com chamas e tudo! Tá bem que eram pequeninas, mas nunca me tinha acontecido uma cadeira de dentista começar a arder comigo lá sentado em cima!

Vai daí, pedi um extintor a uma das assistentes que entretanto apareceram e lá tou eu com o babete do dentista a rasgar o selo, tirar a cavilha, apontar à base das chamas e pressionar o manípulo. E pronto, problema resolvido. O motor deve ter tido um curto-circuito e começou a arder.

Mudamos de sala para acabar o arranjo do dente (por acaso ficou porreiro) e pronto. A cadeira da nova sala não teve problemas, não ardia, nem deitava um fuminho nem nada... no fim ofereceram-me o tratamento! Eh pá, obrigadinhos! Gajos simpáticos...

Esta foi a minha primeira experiência com extintores. Teve a sua piada, sim senhor. Já tinha tido uma experiência com fogo antes (um incêndio na cozinha - não, não foi a cozinhar, eu não queimo a comida, foi mesmo um curto-circuito numa arca congeladora) mas esse apagou-se com água, partindo o dedo pequenino do pé no processo (um pontapé mal calculado na perna da mesa da cozinha).

E pronto, aqui fica o relato da minha saga. Isto há coisas que só me acontecem a mim.

Para a posteridade eis os meus conselhos em caso de incêndio:
  • Manter a calma.
  • Identificar o tipo de fogo (ver o que está a arder); desligar a corrente eléctrica e fechar o gás.
  • Usar água (para fogos de madeira, plástico e coisas do gérero) ou um pano para abafar o fogo (se forem líquidos combustíveis como gasolina, óleos) ou areia (se as chamas forem altas); isto, claro, se não houver um extintor por perto.
  • Se houver um extintor: rasgar o selo, remover a cavilha, apontar à base das chamas e despejar aquela cena para o fogo. Note-se que depois de usado um extintor tem de ser reabastecido e selado.
  • Não tentar apagar um incêndio demasiado grande: chamar imediatamente os bombeiros.
  • Evitar dar oxigénio a um fogo que esteja abafado (como fez o dentista que resolveu tirar a tampa do motor da cadeira: queimou-se e o fogo ficou mais forte). Apagá-lo ou controlá-lo primeiro. Só depois, abrir todas as janelas para deixar sair o fumo.
  • Se houver muito fumo, tentar chegar à saída mais próxima mantendo-se baixos para conseguir respirar.
  • E, talvez o mais importante: não se armem em heróis! Só se tentam apagar fogos pequenos. Nenhum bem material vale uma cara queimada ou a vida de uma pessoa.

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