15 janeiro 2008

Tachos e panelas

Há coisas que me enervam ao ponto de começar a espumar da boca. Assim como um cão raivoso. Ou como a Uma Thurman no Pulp Fiction quando teve aquele incidente relacionado com substâncias estupefacientes ilegais, vulgo overdose.

Irritam-me as pessoas que fazem tachos e panelas. E não tem nada a ver com a velha e estúpida piada que diz que quem faz panelas é paneleiro. Para já porque nem gosto da palavra paneleiro, acho que larilas ou panasca estão mais de acordo com a filosofia de vida rabeta. Além disso, no Ó Faxavor! condenamos a homofobia, tal como condenamos outras formas de discriminação (o Ó Faxavor! condena a discriminação com base em raça, credo, orientação sexual, deficiência física, ideologia política, simpatia clubística ou capacidade para montar Legos).

Irritam-me as pessoas que fazem tachos e panelas, tal como me irritam, mas em menor medida, as pessoas que fazem tupperwares. E porquê? Por causa da arrumação dos tachos e respectivas tampas (vulgo testos) nos armários. Ao fim de não sei quantos séculos, com tanto desenvolvimento tecnológico e ainda não temos (ou pelo menos são difíceis de encontrar), tachos e panelas que se arrumem convenientemente uns dentro dos outros com as tampas bem acondicionadas. Não, em vez disso, podemos pôr tachos dentro de outros tachos mas as tampas vão ficar todas ao monte.

Os tachos e as panelas já sofreram carradas de evoluções tecnológicas: revestimentos interiores anti-aderentes, revestimentos exteriores anti-corrosão, tampas transparentes que permitem ver melhor o mistério da transformação de coisas de mercearia em comida, fundos térmicos capazes de garantir que a comida se pega ao fundo do tacho uniformemente, asas de pôr e tirar, mas as tampas, aliás, a forma das tampas, permanece a mesma! E continua a ser difícil encontrar uma boa solução para arrumar todos os tachos e panelas convenientemente no armário, de preferência numa configuração que não se desconjunte com sismos de magnitude 4 (aqueles que nem se sentem, só se dá por ela porque quando abrimos o armário caem as tampas das panelas todas no chão).

Já os tupperwares são a mesma coisa: podemos arrumá-los uns dentro dos outros mas raramente dá para pôr as tampas e ficamos sempre com um monte de tupperwares de um lado e um monte de tampas do outro. O que implica que mais tarde ou mais cedo teremos tupperwares sem tampa, o que dá pouco jeito, ou tampas sem tupperware, o que dá menos jeito ainda. Mas neste caso, felizmente, há gente inteligente, como os senhores do Lidl que comercializaram há uns tempos (não sei se ainda há) um conjunto de centenas (centenas? MILHARES! ok, eram uns 20) de tupperwares que se podiam arrumar quase todos uns dentro dos outros, com as tampas devidamente colocadas no lugar. À conta disso a secção tupperware é, à excepção da secção talheres, claro, a mais pequena do meu armário da cozinha. Em contrapartida a secção de tachos e panelas é, claro, a maior, seguida pela secção de pratos e afins mas já a grande distância.

4 comentários:

Sun Iou Miou disse...

Os pires, esses si se podem arrumar uns acima dos outros, uma vez convenientemente aliviados do peso dos tremoços. Grande invento os pires!

Nelson disse...

noto uma certa fixação por parte de alguns leitores com tremoços e pires... porque será?

Teté disse...

A falares de tachos e panelas (com as respectivas tampas) e só te respondem em pires??? 'Tá mal!!! :)

Quanto às tampas do tupperwares, tenho uma caixa onde as arrumo todas verticalmente, o que gera menos confusão. ;)))

Teté disse...

Claro, é porque está quase...