29 janeiro 2008

Há dias em que mais vale não sair de casa

1 hora ao telefone com um daqueles cromos raros. Volta e meia calham-me na rifa. O cromo raro de hoje queria que eu lhe resolvesse problemas que ainda não ocorreram e que só são uma possibilidade na cabeça dele. Problemas esses que (a) eles ainda não teve, (b) não sabe se vai ter, (c) ninguém teve antes dele e (d) nada indica que possam aparecer.

Pergunto-me como é que essa pessoa sai de casa. Será que liga ao INEM a perguntar o que acontecerá caso seja atropelado? Olha, vamos supor que era isso mesmo! O cromo liga para o INEM, e eu sou do INEM. Assim, um faz de conta. Vou tentar, com as metáforas do costume, reproduzir o diálogo.

Eu: INEM, bom dia.
Cromo raro: Bom dia, eu queria saber o que acontece se por acaso for atropelado.
Eu: Foi atropelado?
CR: Não, mas queria saber como devo fazer caso seja atropelado antes de sair à rua.
Eu: Bom, caso haja um atropelamento é só ligarem-nos e nós vamos logo para o local.
CR: Mas como é que eu posso saber que vocês chegam e me prestam a devida assistência?
Eu: Han?
CR: Sim, posso ter um problema que vocês não consigam detectar rapidamente.
Eu: Mas o senhor já foi atropelado?
CR: Não, mas posso ser!
Eu: Então, se for atropelado, ligue-nos. Ou ligue alguém por si, já que como foi atropelado deve ser complicado falar ao telefone.
CR: Mas o que é que se deve dizer quando ligar para vós?
Eu: Isso depende do caso, não é?
CR: Pois, mas eu queria saber como é que devo fazer.
Eu: Quer saber como deve contactar o INEM no caso de um hipotético atropelamento, atropelamento esse que ainda não aconteceu, e saber exactamente o que deve dizer?
CR: Sim.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!! Porra, há dias em que não se pode atender o telefone...

5 comentários:

Sun Iou Miou disse...

Piores estudos científicos se viram. Não diga que não tem imaginação para resolver isso, criatura.

Teté disse...

Ah, andaste a ver também aquela conversa surrealista com o INEM...

Nelson disse...

eh pá, foi quase. e aqui o fulano com quem falei ao telefone hoje era o bombeiro de Favaios...

Mist disse...

Podias sempre perguntar-lhe onde estava, e a que horas queria ser atropelado... Uma gargalhada sádica no fim também ajudava!

Ana disse...

mas é que parecia mesmo o bombeiro de favaios....