04 janeiro 2008

Reacções ao cancelamento

Portugal lamenta o cancelamento do Lisboa-Dakar; Marrocos lamenta o cancelamento do Lisboa-Dakar; a Mauritânia lamenta o cancelamento do Lisboa-Dakar.

Este último caso é particularmente sério: é durante o Dakar a única ocasião em que se fala da Mauritânia. Sem o Dakar a Mauritânia é apenas um deserto, árido, sem vida, sem qualquer tipo de actividade económica. Com o Dakar a situação muda radicalmente de figura. A Mauritância torna-se um deserto árido, sem vida, mas com alguma actividade económica em torno da caravana do rali.

O MNE da Mauritânia lamenta a decisão, alegando que não há justificação para tanto alarme, e que as "condições de segurança estão ...". No momento em que terminava a frase na conferência de imprensa organizada para o efeito, deixámos de o ouvir porque o ministro teve de se baixar para se proteger de uma rajada de metralhadoras que partiu as janelas da sala onde nos encontrávamos. A conferência de imprensa ficou por ali porque a partir desse momento o ministro apenas podia responder a questões enquanto recarregava a sua Uzi, reiterando a sua total confiança nas condições de segurança para a realização da prova. Remeteu mais esclarecimentos para um seu acessor, mas ainda aguardamos que este saia da cirurgia a que foi submetido para retirar uns estilhaçozitos que tinha alojados no pescoço.

5 comentários:

Anónimo disse...

Que achas das notícias que dizem que há uma série de empresários e municípios Portugueses a pedir compensações pelos investimentos directos já gastos para a "preparação" do Dakar?

Ana disse...

São fritos da tola. Não sei onde é que hão-de ir buscar o dinheiro não-gerado para essas indminazações. Eu tenho pena é das bifanitas...

Anónimo disse...

Chamem ao este meu comentário teoria da conspiração se quiserem mas... O Dakar é noticiado em todo o mundo e em particular na Europa. Ora a Europa precisa, de acordo com gente como o Sarkozy, de se preocupar menos com as suas próprias condições de vida e mais de ter o medo que os americanos tem do terrorismo. Um povo com medo é muito mais fácil de controlar do que um povo sem medo. Um povo timorato faz greves e manifs e coisas dessas que só chateiam o normal "desenvolvimento" das nações. Não me alargo mais, porque não me apetece e porque acho que já perceberam onde quero chegar.

Nelson disse...

uma organização deste nível implica gastos avultados por parte de todos: equipas, organização, anfitriões, etc. Presume-se que o grosso dos investimentos tenha seguro contra estas coisas.

em relação à teoria da conspiração, sim, parece-me que a política do Sarkozy teve algo a ver. Todos os anos há ameaças na Mauritânia, mas nunca houve cancelamento. Não me surpreendia que fosse uma represália francesa contra a Mauritânia, para que consiga pressionar o governo a autorizar tropas francesas na edição do ano que vem.

Ana disse...

Ah, assim tá bem. Represália contra a mauritania ainda vá. Agora teorias de governar pelo medo, ou de "ciúmes" por ser um lisboa dakar...

Quem cancelou o dakar não foram os franceses. Estes limitaram-se a fazer um anuncio: a mauritania não é segura, especialmente tendo em conta a morte dos 4 franceses na semana anterior ao anuncio.Acho perfeitamente concebivel...
Quem cancelou foram as seguradoras que, perante tal anuncio, disseram que não alinhavam no dakar. Ora, dakar sem seguradoras...não podia ser por conta e risco dos pilotos. E foi cancelado. Não foram os franceses a cancelar...