29 dezembro 2008
Nevoeiro
Lisboa acordou no meio de um nevoeiro cerrado. Assim que fui à janela e vi como estava o tempo fui a correr para o computador e abri o site do Público. Mas não, nenhuma notícia sobre o nevoeiro... acho que ainda não foi desta que D. Sebastião voltou...
23 dezembro 2008
Politicamente correcto
Feliz _______________! (inserir festividade de acordo com a religião praticada/filosofia de vida/preferência pessoal - riscar o que não interessa)
Salvemos o planeta!!!
AVISO 1: Os avisos seguintes contêm spoilers. Caso pretenda ler o post sem receber de antemão informação sobre o seu conteúdo, não deve ler os avisos.
AVISO 2: Este post é sobre o Papa. Se é devoto da Igreja Católica Apostólica Romana este post pode provocar reacções adversas.
AVISO 3: Este post pode ser interpretado como defendendo orientações sexuais distintas da heterossexual e não é aconselhado a homofóbicos sem a supervisão de adultos responsáveis.
AVISO 3.14: Este post contém piadas geek dissimuladas. Não se aceitam pedidos de explicação das mesmas.
AVISO 6.28: A numeração dos avisos não é uma piada geek dissimulada. É até bastante explícita.
AVISO 7: Este post é fornecido sem qualquer garantia, expressa ou implícita. Não se aceitam reclamações ou trocas.
/**** OS AVISOS TERMINAM AQUI ****/
Feitos os avisos, aqui vai disto!
/**** O POST COMEÇA AQUI ****/
O Papa Bento XVI comparou a defesa da heterossexualidade à protecção das florestas tropicais. Assim, de chofre! Sem mais nem menos resolve pôr em pé de igualdade uma orientação sexual e uma medida ecológica.
Sem querer entrar em análises técnicas profundas, que percebo pouco de religião (já não vou à catequese há uns bons 200 milhões de anos) nem de ecologia (a última vez que plantei uma árvore foi no dia 21 de Março já não sei de qual ano, mas de certeza em meados dos anos 80, tava eu na primária), queria explorar um pouco esta comparação.
Ora, comparar a protecção da heterossexualidade à das florestas tropicais é como comparar um cozido à portuguesa com uma máquina de costura Singer. Um gajo até pode alegar que há pontos de contacto (decerto que muitos de vós têm avós que fazem um excelente cozido e possuem extrema destreza com a máquina de costura), mas 99,99999998% da população humana (façam as contas para ver quantos faltam) responde a esta comparação com um sonoro "Han?", acompanhado com um olhar esbugalhado a manifestar o mesmo tipo de surpresa que o do primeiro gajo a quem Picasso mostrou os seus quadros cubistas.
Mas, pior que isso, a comparação é TOTALMENTE ERRADA!!! Sim, errada! Factual e objectivamente errada. O Para errou. Ora, o Para é apenas um mensageiro de Deus, pelo que ou ouviu mal ou Deus errou. Espero que tenha sido a primeira, porque caso tenha sido um erro divino lá vem o Apocalipse. E acredito que tenha sido mesmo por ter percebido mal. O Para já é velhote, de certeza que tem problemas de ouvido e nesta idade tão avançada não me admirava que tivesse já sinais de doença de Alzheimer.
Mas em que me baseio eu para dizer que o Papa errou? Numa dedução lógica como a do queijo suiço. Conhecem a dedução do queijo suiço? A coisa funciona assim: o queijo suiço tem buracos; quanto mais queijo, mais buracos; mas quanto mais buracos, menos queijo. Logo, quanto mais queijo, menos queijo. A única conclusão para evitar este paradoxo é que não existe queijo suiço.
Neste caso, a argumentação é mais ou menos esta: A população humana precisa de alimento; logo, quanto mais pessoas, mais alimento; nomeadamente, mais vacas. Mas quanto mais vacas, maior a área de pastagens necessária para as alimentar. E a área de pastagem é roubada sobretudo às florestas tropicais. Logo, quanto mais área de pastagens, menos florestas tropicais. Logo, quanto mais pessoas, menos florestas. Por isso, a protecção das florestas tropicais é, quanto muito, comparável à diminuição da natalidade.
O que me leva à questão da paneleiragem. É que se há coisa que os homossexuais não conseguem fazer é reproduzir-se! Quanto muito podem adoptar crianças, mas isso não contribui para o aumento da população, limita-se a reciclar crianças já existentes (e estamos sempre a ouvir dizer na televisão que devemos reciclar mais, por causa do ambiente e do Gervásio). Além disso, casais rabetas (ou gajas camionistas) com putos adoptados têm menos probabilidade de vir a adoptar um labrador, o que também irá contribuir para a diminuição dos cães (que também consomem carne de vaca ou produtos derivados dela, logo, contribuem para a destruição da floresta tropical). Além de que, a fazer fé nas opiniões de alguns opositores à adopção por homossexuais, aquilo pega-se, o que irá fazer aumentar a população gay e alimentar o ciclo. Mais homossexuais, menos reprodução, menos necessidade de comida, mais floresta tropical!
Nota final: a minha argumentação pode parecer profundamente imbecil, desprovida de qualquer sentido, irracional, disparatada, absurda, ignóbil, ofensiva, estúpida, mal informada, ilógica, contraditória, falsa. Até pode ser. Mas não mais que a sucessão de dislates lógicos emanados por Sua Santidade.
AVISO 2: Este post é sobre o Papa. Se é devoto da Igreja Católica Apostólica Romana este post pode provocar reacções adversas.
AVISO 3: Este post pode ser interpretado como defendendo orientações sexuais distintas da heterossexual e não é aconselhado a homofóbicos sem a supervisão de adultos responsáveis.
AVISO 3.14: Este post contém piadas geek dissimuladas. Não se aceitam pedidos de explicação das mesmas.
AVISO 6.28: A numeração dos avisos não é uma piada geek dissimulada. É até bastante explícita.
AVISO 7: Este post é fornecido sem qualquer garantia, expressa ou implícita. Não se aceitam reclamações ou trocas.
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Feitos os avisos, aqui vai disto!
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O Papa Bento XVI comparou a defesa da heterossexualidade à protecção das florestas tropicais. Assim, de chofre! Sem mais nem menos resolve pôr em pé de igualdade uma orientação sexual e uma medida ecológica.
Sem querer entrar em análises técnicas profundas, que percebo pouco de religião (já não vou à catequese há uns bons 200 milhões de anos) nem de ecologia (a última vez que plantei uma árvore foi no dia 21 de Março já não sei de qual ano, mas de certeza em meados dos anos 80, tava eu na primária), queria explorar um pouco esta comparação.
Ora, comparar a protecção da heterossexualidade à das florestas tropicais é como comparar um cozido à portuguesa com uma máquina de costura Singer. Um gajo até pode alegar que há pontos de contacto (decerto que muitos de vós têm avós que fazem um excelente cozido e possuem extrema destreza com a máquina de costura), mas 99,99999998% da população humana (façam as contas para ver quantos faltam) responde a esta comparação com um sonoro "Han?", acompanhado com um olhar esbugalhado a manifestar o mesmo tipo de surpresa que o do primeiro gajo a quem Picasso mostrou os seus quadros cubistas.
Mas, pior que isso, a comparação é TOTALMENTE ERRADA!!! Sim, errada! Factual e objectivamente errada. O Para errou. Ora, o Para é apenas um mensageiro de Deus, pelo que ou ouviu mal ou Deus errou. Espero que tenha sido a primeira, porque caso tenha sido um erro divino lá vem o Apocalipse. E acredito que tenha sido mesmo por ter percebido mal. O Para já é velhote, de certeza que tem problemas de ouvido e nesta idade tão avançada não me admirava que tivesse já sinais de doença de Alzheimer.
Mas em que me baseio eu para dizer que o Papa errou? Numa dedução lógica como a do queijo suiço. Conhecem a dedução do queijo suiço? A coisa funciona assim: o queijo suiço tem buracos; quanto mais queijo, mais buracos; mas quanto mais buracos, menos queijo. Logo, quanto mais queijo, menos queijo. A única conclusão para evitar este paradoxo é que não existe queijo suiço.
Neste caso, a argumentação é mais ou menos esta: A população humana precisa de alimento; logo, quanto mais pessoas, mais alimento; nomeadamente, mais vacas. Mas quanto mais vacas, maior a área de pastagens necessária para as alimentar. E a área de pastagem é roubada sobretudo às florestas tropicais. Logo, quanto mais área de pastagens, menos florestas tropicais. Logo, quanto mais pessoas, menos florestas. Por isso, a protecção das florestas tropicais é, quanto muito, comparável à diminuição da natalidade.
O que me leva à questão da paneleiragem. É que se há coisa que os homossexuais não conseguem fazer é reproduzir-se! Quanto muito podem adoptar crianças, mas isso não contribui para o aumento da população, limita-se a reciclar crianças já existentes (e estamos sempre a ouvir dizer na televisão que devemos reciclar mais, por causa do ambiente e do Gervásio). Além disso, casais rabetas (ou gajas camionistas) com putos adoptados têm menos probabilidade de vir a adoptar um labrador, o que também irá contribuir para a diminuição dos cães (que também consomem carne de vaca ou produtos derivados dela, logo, contribuem para a destruição da floresta tropical). Além de que, a fazer fé nas opiniões de alguns opositores à adopção por homossexuais, aquilo pega-se, o que irá fazer aumentar a população gay e alimentar o ciclo. Mais homossexuais, menos reprodução, menos necessidade de comida, mais floresta tropical!
Nota final: a minha argumentação pode parecer profundamente imbecil, desprovida de qualquer sentido, irracional, disparatada, absurda, ignóbil, ofensiva, estúpida, mal informada, ilógica, contraditória, falsa. Até pode ser. Mas não mais que a sucessão de dislates lógicos emanados por Sua Santidade.
19 dezembro 2008
Crónica de uma morte anunciada
Como se esperava, o Benfica foi eliminado da Taça UEFA. Precisava de ganhar por 8 golos de diferença e ainda dependia do resultado do Olimpiacos-Hertha, que teria de acabar empatado.
Como se esperava, não ganhámos por 8 golos; como se esperava também, no outro jogo não houve empate, o Olimpiacos ganhou 4-0; logo, como se esperava, fomos eliminados.
O que não se esperava é que tendo a "obrigação" de ganhar 8-0, ou pelo menos a obrigação de tentar, tenhamos passado 90 minutos sem marcar um golo sequer e ainda tenhamos sofrido um.
E o resumo desta participação na Taça UEFA faz-se em quatro momentos, que podem ser ordenados cronologicamente ou do melhor para o pior, o que vai dar ao mesmo:
1º momento: a ganhar por 1-0 na Alemanha frente ao Hertha, deixámo-nos empatar a 15 minutos do fim; podíamos ter logo ali somado 3 pontos muito importantes para assumir a candidatura à liderança do grupo e perdemos a oportunidade.
2º momento: jogando em casa com o Galatasaray tínhamos a oportunidade de nos assumirmos como principais candidatos ao apuramento; mas perdemos 2-0 e ficámos em sérias dificuldades.
3º momento: sendo obrigados a ganhar fora ao Olimpiacos para poder continuar com aspirações ao apuramento, já que as contas estavam a correr mal, levámos uma cabazada e perdemos 5-1.
4º momento: como conclusão de uma época medíocre a nível europeu, recebemos o Metalist e tivémos a oportunidade de salvar a face e pelo menos mostrar que os jogos com Olimpiacos e Galatasaray foram infortúnios; não tivémos engenho para o fazer, e ainda fomos perder o jogo ao cair do pano, como se empatar não fosse já mau o suficiente.
Em suma, acabámos o grupo com 1 ponto em 4 jogos; perdemos ambos os jogos em casa, onde nem conseguimos marcar um golo; o único jogo que não perdemos foi contra o Hertha que também não tem razões para se orgulhar da sua campanha (2 empates e 2 derrotas, 1 golo marcado, 6 sofridos). E de caminho ainda levámos uma abada para mais tarde recordar.
Eu sei que jogar na Taça UEFA não é tão motivante como jogar na Champions, mas... era preciso frisar isso tão enfaticamente?
Como se esperava, não ganhámos por 8 golos; como se esperava também, no outro jogo não houve empate, o Olimpiacos ganhou 4-0; logo, como se esperava, fomos eliminados.
O que não se esperava é que tendo a "obrigação" de ganhar 8-0, ou pelo menos a obrigação de tentar, tenhamos passado 90 minutos sem marcar um golo sequer e ainda tenhamos sofrido um.
E o resumo desta participação na Taça UEFA faz-se em quatro momentos, que podem ser ordenados cronologicamente ou do melhor para o pior, o que vai dar ao mesmo:
1º momento: a ganhar por 1-0 na Alemanha frente ao Hertha, deixámo-nos empatar a 15 minutos do fim; podíamos ter logo ali somado 3 pontos muito importantes para assumir a candidatura à liderança do grupo e perdemos a oportunidade.
2º momento: jogando em casa com o Galatasaray tínhamos a oportunidade de nos assumirmos como principais candidatos ao apuramento; mas perdemos 2-0 e ficámos em sérias dificuldades.
3º momento: sendo obrigados a ganhar fora ao Olimpiacos para poder continuar com aspirações ao apuramento, já que as contas estavam a correr mal, levámos uma cabazada e perdemos 5-1.
4º momento: como conclusão de uma época medíocre a nível europeu, recebemos o Metalist e tivémos a oportunidade de salvar a face e pelo menos mostrar que os jogos com Olimpiacos e Galatasaray foram infortúnios; não tivémos engenho para o fazer, e ainda fomos perder o jogo ao cair do pano, como se empatar não fosse já mau o suficiente.
Em suma, acabámos o grupo com 1 ponto em 4 jogos; perdemos ambos os jogos em casa, onde nem conseguimos marcar um golo; o único jogo que não perdemos foi contra o Hertha que também não tem razões para se orgulhar da sua campanha (2 empates e 2 derrotas, 1 golo marcado, 6 sofridos). E de caminho ainda levámos uma abada para mais tarde recordar.
Eu sei que jogar na Taça UEFA não é tão motivante como jogar na Champions, mas... era preciso frisar isso tão enfaticamente?
18 dezembro 2008
Ordens
Eu detesto ordens profissionais. Acho que são instituições corporativas e inúteis e, sobretudo, carregadas de mofo, restos de uma sociedade de há muito tempo em que a sua existência era justificada pela necessidade de uma regulação de uma profissão. Mas, na verdade, uma ordem profissional é apenas uma associação de profissionais de uma determinada área. Que procuram, naturalmente, defender os interesses dos seus membros.
Por essa razão, porque são associações de profissionais que procuram defender os interesses dos seus membros, não consigo perceber porque é que em pleno século XXI lhes damos o poder de regular a actividade profissional que esses mesmos membros desempenham! Seria como ter a Associação Socio-Profissional de Polícia a investigar irregularidades dentro da PSP, ou ter os representantes dos operadores de telecomunicações a regular o seu sector em vez da Anacom (bom, neste caso até seria melhor: a Anacom é uma espécie de representante do grupo PT, se o sector fosse regulado por representantes dos vários operadores assegurava-se alguma pluralidade...). Ou, melhor ainda, ter as inspecções sanitárias aos restaurantes reguladas pela associação de estabelecimentos de restauração, em vez de ser por um organismo independente, neste caso a ASAE.
Não se compreende como é que compete à ordem dos médicos decidir quem pode, ou não, exercer medicina. Como é que a Ordem dos Advogados pode fazer depender de um exame criado por si o exercício da advocacia. Como é que a Ordem dos Engenheiros é que decide, segundo critérios que não se dá ao trabalho de pôr à discussão, quem pode, ou não, ser engenheiro. E, pior que tudo, como é que compete a estas mesmas ordens profissionais o direito a decidirem ou a influenciarem as decisões dos vários governos sobre os moldes nos quais podem ou devem exercer a sua actividade.
Mas isso sou eu, que não gosto de ordens profissionais. Talvez por defeito de carácter, mas tenho dificuldades em gostar de associações corporativas, caducas e feudais. Acredito que muita gente goste das ordens profissionais ou concorde com a sua existência e veja nela alguma relevância, com muito boas razões para tal, e não me quero meter nessa discussão (quer dizer, até quereria, mas não há tempo...).
Este post não quer ser sobre ordens profissionais em geral, mas sobre uma em particular: a Ordem dos Dentistas. É que os senhores da Ordem dos Dentistas resolveram impor preços mínimos para os serviços praticados pelos dentistas. E vai daí, a Autoridade da Concorrência multou-os! E eles recorreram. E o tribunal não lhes deu razão. Mas, insatisfeitos com o resultado,resolveram recorrer para as instâncias europeias!
Ora bem, vamos lá por partes: a Ordem dos Dentistas decide quem pode ou não exercer a profissão (não sei se o seu poder é tão absoluto como o da Ordem dos Médicos, dos Advogados ou dos Engenheiros, mas não deve andar muito longe). Deve regular a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais seus membros. E como querem eles regular a qualidade? Impondo preços mínimos, preocupados com o aparecimento de clínicas dentárias "low-cost" que, segundo eles, sacrificam a qualidade do serviço para poderem baixar os preços.
A ideia é excelente! Se não conseguem, ou não querem, competir com dentistas e clínicas que praticam preços inferiores, que tal, para não serem obrigados a abdicar dos elevados honorários que praticam, impor preços mínimos? Assim resolve-se o problema de uma vez e ninguém pode depois reclamar que os dentistas são caros, porque é a Ordem dos Dentistas, formada pelos próprios, que a tal obriga! É tão espectacular que não sei como é que as restantes ordens não se tinham lembrado disto antes!!!
De facto eu também estou preocupado com o aparecimento de clínicas low-cost! A diferença de preços é de tal ordem (eu paguei 60 euros por sessão para tratar um dente no meu dentista anterior e agora pago 30 num outro; pago 35 para uma limpeza, 25 para tratar um dente, 30 por um raio X) que das duas uma: ou os serviços low-cost têm qualidade duvidosa, ou os dentistas "standard" estão a meter-nos a mão ao bolso.
Ora, não faz sentido dizer que os dentistas, pessoas sérias, idóneas e, sobretudo, altruistas, andam a meter a mão ao bolso dos utentes! Afinal, eles não marcam consultas com 15 minutos de intervalo para garantir que caso falte um doente já está outro na sala de espera e evitar assim um intervalo em que não estão a facturar; eles não aumentaram os preços em 200% nos últimos 10 anos apesar de a tendência natural seja a da diminuição dos custos de produção de todas as matérias primas; e eles não organizam conferências dedicadas ao tema "rendimento por minuto", uma expressão muito querida dos dentistas. É assim que eles determinam a eficácia do seu consultório: quanto conseguem ganhar por minuto? Se um dentista ganha mais por minuto que um outro é mais eficiente. E fazem conferências (sim, houve uma há pouco tempo) dedicadas ao tema, tentando ajudar-se mutuamente a conseguir aumentar a rentabilidade! O que pode ser feito de duas maneiras: aumentando o preço do serviço cobrado ou diminuindo a quantidade de minutos necessários para o realizar. Hmmmm... onde é que entram as preocupações com a qualidade de serviço quando os dentistas andam a ensinar truques uns aos outros para poderem fazer as coisas mais à pressa?
Viva a qualidade dos serviços dos dentistas e viva a Ordem dos Dentistas, grande baluarte da defesa dos direitos dos utentes!
Preocupado com estas questões, e com as dificuldades que os dentistas enfrentam, o Ó faxavor! vai iniciar uma campanha intitulada "Este Natal, ajude o seu dentista a sorrir!". E o que proponho é o seguinte: porque os dentistas estão preocupados com a qualidade dos serviços prestados e porque necessitam de fixar preços mínimos de modo a conseguirem pagar as avultadas despesas inererentes ao exercício da sua actividade, este Natal ajudem o vosso dentista. Marquem uma consulta, mesmo que não necessitem, e deixem-lhe uma nota de 50 euros na caixa das gorjetas. Pode não ser muito, e de certeza que não vos faz falta, mas se todos contribuirmos podemos fazer a diferença. Retribuam a dedicação do vosso dentista e, neste Natal, sejam vocês a melhorar o seu sorriso!
Por essa razão, porque são associações de profissionais que procuram defender os interesses dos seus membros, não consigo perceber porque é que em pleno século XXI lhes damos o poder de regular a actividade profissional que esses mesmos membros desempenham! Seria como ter a Associação Socio-Profissional de Polícia a investigar irregularidades dentro da PSP, ou ter os representantes dos operadores de telecomunicações a regular o seu sector em vez da Anacom (bom, neste caso até seria melhor: a Anacom é uma espécie de representante do grupo PT, se o sector fosse regulado por representantes dos vários operadores assegurava-se alguma pluralidade...). Ou, melhor ainda, ter as inspecções sanitárias aos restaurantes reguladas pela associação de estabelecimentos de restauração, em vez de ser por um organismo independente, neste caso a ASAE.
Não se compreende como é que compete à ordem dos médicos decidir quem pode, ou não, exercer medicina. Como é que a Ordem dos Advogados pode fazer depender de um exame criado por si o exercício da advocacia. Como é que a Ordem dos Engenheiros é que decide, segundo critérios que não se dá ao trabalho de pôr à discussão, quem pode, ou não, ser engenheiro. E, pior que tudo, como é que compete a estas mesmas ordens profissionais o direito a decidirem ou a influenciarem as decisões dos vários governos sobre os moldes nos quais podem ou devem exercer a sua actividade.
Mas isso sou eu, que não gosto de ordens profissionais. Talvez por defeito de carácter, mas tenho dificuldades em gostar de associações corporativas, caducas e feudais. Acredito que muita gente goste das ordens profissionais ou concorde com a sua existência e veja nela alguma relevância, com muito boas razões para tal, e não me quero meter nessa discussão (quer dizer, até quereria, mas não há tempo...).
Este post não quer ser sobre ordens profissionais em geral, mas sobre uma em particular: a Ordem dos Dentistas. É que os senhores da Ordem dos Dentistas resolveram impor preços mínimos para os serviços praticados pelos dentistas. E vai daí, a Autoridade da Concorrência multou-os! E eles recorreram. E o tribunal não lhes deu razão. Mas, insatisfeitos com o resultado,resolveram recorrer para as instâncias europeias!
Ora bem, vamos lá por partes: a Ordem dos Dentistas decide quem pode ou não exercer a profissão (não sei se o seu poder é tão absoluto como o da Ordem dos Médicos, dos Advogados ou dos Engenheiros, mas não deve andar muito longe). Deve regular a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais seus membros. E como querem eles regular a qualidade? Impondo preços mínimos, preocupados com o aparecimento de clínicas dentárias "low-cost" que, segundo eles, sacrificam a qualidade do serviço para poderem baixar os preços.
A ideia é excelente! Se não conseguem, ou não querem, competir com dentistas e clínicas que praticam preços inferiores, que tal, para não serem obrigados a abdicar dos elevados honorários que praticam, impor preços mínimos? Assim resolve-se o problema de uma vez e ninguém pode depois reclamar que os dentistas são caros, porque é a Ordem dos Dentistas, formada pelos próprios, que a tal obriga! É tão espectacular que não sei como é que as restantes ordens não se tinham lembrado disto antes!!!
De facto eu também estou preocupado com o aparecimento de clínicas low-cost! A diferença de preços é de tal ordem (eu paguei 60 euros por sessão para tratar um dente no meu dentista anterior e agora pago 30 num outro; pago 35 para uma limpeza, 25 para tratar um dente, 30 por um raio X) que das duas uma: ou os serviços low-cost têm qualidade duvidosa, ou os dentistas "standard" estão a meter-nos a mão ao bolso.
Ora, não faz sentido dizer que os dentistas, pessoas sérias, idóneas e, sobretudo, altruistas, andam a meter a mão ao bolso dos utentes! Afinal, eles não marcam consultas com 15 minutos de intervalo para garantir que caso falte um doente já está outro na sala de espera e evitar assim um intervalo em que não estão a facturar; eles não aumentaram os preços em 200% nos últimos 10 anos apesar de a tendência natural seja a da diminuição dos custos de produção de todas as matérias primas; e eles não organizam conferências dedicadas ao tema "rendimento por minuto", uma expressão muito querida dos dentistas. É assim que eles determinam a eficácia do seu consultório: quanto conseguem ganhar por minuto? Se um dentista ganha mais por minuto que um outro é mais eficiente. E fazem conferências (sim, houve uma há pouco tempo) dedicadas ao tema, tentando ajudar-se mutuamente a conseguir aumentar a rentabilidade! O que pode ser feito de duas maneiras: aumentando o preço do serviço cobrado ou diminuindo a quantidade de minutos necessários para o realizar. Hmmmm... onde é que entram as preocupações com a qualidade de serviço quando os dentistas andam a ensinar truques uns aos outros para poderem fazer as coisas mais à pressa?
Viva a qualidade dos serviços dos dentistas e viva a Ordem dos Dentistas, grande baluarte da defesa dos direitos dos utentes!
Preocupado com estas questões, e com as dificuldades que os dentistas enfrentam, o Ó faxavor! vai iniciar uma campanha intitulada "Este Natal, ajude o seu dentista a sorrir!". E o que proponho é o seguinte: porque os dentistas estão preocupados com a qualidade dos serviços prestados e porque necessitam de fixar preços mínimos de modo a conseguirem pagar as avultadas despesas inererentes ao exercício da sua actividade, este Natal ajudem o vosso dentista. Marquem uma consulta, mesmo que não necessitem, e deixem-lhe uma nota de 50 euros na caixa das gorjetas. Pode não ser muito, e de certeza que não vos faz falta, mas se todos contribuirmos podemos fazer a diferença. Retribuam a dedicação do vosso dentista e, neste Natal, sejam vocês a melhorar o seu sorriso!
17 dezembro 2008
Fans
Quando um gajo é mundialmente conhecido tem, naturalmente, uma legião de fans histéricas. Mulheres que desatam aos gritinhos com a possibilidade de estarem cara a cara com o seu ídolo. Que são capazes de tudo para o ver mais de perto, que sonham acordadas com a personagem que idolatram, chegando a, em fantasias sexuais mais ou menos explícitas, ser infiéis aos seus respectivos namorados ou esposos. E quando acontece, quando conseguem ver o indivíduo famoso que adoram, tentam por vezes dar-lhe uma qualquer recordação sua, imaginando que esse indivíduo a irá guardar com ele, como recordação daquela fan especial. Por exemplo, um artista está no palco e de repente alguém lhe atira uma peça de roupa interior. Acontece com bastante frequência.
Com esta introdução até pode parecer que o post é sobre mim. Bom, não é. Eu sei que tenho fans que seriam capazes de tudo para me agradar, mesmo atirar-me roupa interior (curiosamente, nunca aconteceu... porque será?), mas não é disso que se trata.
Este post é sobre George W. Bush. É um homem mundialmente famoso, líder da maior potência mundial e da (ainda) maior economia mundial, mesmo em tempo de crise, comandante das maiores forças armadas do planeta, um dos homens mais influentes, capaz de decidir o destino de um país com uma simples assinatura autorizando uma qualquer invasão ou bombardeamento. Decerto tem milhões de fans no mundo inteiro, homens e mulheres, e entre estas decerto muitas ficariam histéricas com a possibilidade de chegar à fala com ele. Imagino que em diversas ocasiões muitas mulheres se tenham sentido tentadas a atirar-lhe a sua roupa interior, num gesto de completa histeria, de total adoração.
O problema é quando não há roupa interior para atirar. Aí há um problema. Como é que uma fan atira a GWB a roupa interior que não usa? Bom, quem não tem cão caça com gato e quem não tem roupa interior... atira sapatos!
De certeza que este arremesso do sapato foi uma prova de amor ao (ainda) presidente dos Estados Unidos da América, e não uma acção de protesto, como os media liberais (e com claras simpatias comunistas) tentam noticiar. O homem é adorado no Iraque, aliás, como poderia não o ser, já que libertou o país do jugo do tirano Saddam Hussein e trouxe democracia, paz, prosperidade e segurança a uma das mais antigas regiões da civilização humana?
Esses esquerdistas de meia tigela é que aproveitam tudo para noticiar protestos imaginários contra o grande líder do mundo livre... shame on you!
PS: quem atirou os sapatos por acaso foi um homem; mas a história faz muito mais sentido se se tratasse de uma mulher, por isso tomei a liberdade de alterar alguns factos; afinal, não devemos deixar que a verdade estrague uma boa história...
Com esta introdução até pode parecer que o post é sobre mim. Bom, não é. Eu sei que tenho fans que seriam capazes de tudo para me agradar, mesmo atirar-me roupa interior (curiosamente, nunca aconteceu... porque será?), mas não é disso que se trata.
Este post é sobre George W. Bush. É um homem mundialmente famoso, líder da maior potência mundial e da (ainda) maior economia mundial, mesmo em tempo de crise, comandante das maiores forças armadas do planeta, um dos homens mais influentes, capaz de decidir o destino de um país com uma simples assinatura autorizando uma qualquer invasão ou bombardeamento. Decerto tem milhões de fans no mundo inteiro, homens e mulheres, e entre estas decerto muitas ficariam histéricas com a possibilidade de chegar à fala com ele. Imagino que em diversas ocasiões muitas mulheres se tenham sentido tentadas a atirar-lhe a sua roupa interior, num gesto de completa histeria, de total adoração.
O problema é quando não há roupa interior para atirar. Aí há um problema. Como é que uma fan atira a GWB a roupa interior que não usa? Bom, quem não tem cão caça com gato e quem não tem roupa interior... atira sapatos!
De certeza que este arremesso do sapato foi uma prova de amor ao (ainda) presidente dos Estados Unidos da América, e não uma acção de protesto, como os media liberais (e com claras simpatias comunistas) tentam noticiar. O homem é adorado no Iraque, aliás, como poderia não o ser, já que libertou o país do jugo do tirano Saddam Hussein e trouxe democracia, paz, prosperidade e segurança a uma das mais antigas regiões da civilização humana?
Esses esquerdistas de meia tigela é que aproveitam tudo para noticiar protestos imaginários contra o grande líder do mundo livre... shame on you!
PS: quem atirou os sapatos por acaso foi um homem; mas a história faz muito mais sentido se se tratasse de uma mulher, por isso tomei a liberdade de alterar alguns factos; afinal, não devemos deixar que a verdade estrague uma boa história...
15 dezembro 2008
Feliz Natal, são os votos dos nossos patrocinadores
Chateia-me que o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio estejam carregados de logótipos da TMN. Chateia-me à brava. Tá bem, eles pagaram a iluminação, mas não dava para lhes sacar o guito sem encher as principais praças de Lisboa com publicidade que entra pelos olhos dentro?
Será que isto não incomoda a presidência da câmara de Lisboa? Já se sabe que a CML tá nas lonas e precisa de guito para poder pagar facturas e juros de empréstimos. Mas não dava para fazer algum dinheiro, mesmo que fosse menos, com algo menos invasivo? Algo menos declaradamente publicitário? É que "iluminação patrocinada" e "anúncio comercial" são coisas bastante distintas! Um patrocínio é um pequeno logótipo em posição secundária, a lembrar quem pagou as contas. Num anúncio a mensagem da empresa ou a sua imagem estão em primeiro plano e procuram a máxima visibilidade para criar no destinatário a predisposição para a aquisição dos bens ou serviços. É precisamente isto que se passa nas principais praças de Lisboa. O facto de serem iluminações de Natal tornou-se completamente secundário. As luzes ali presentes não têm estrelas, nem anjos, nem mensagens de "feliz Natal". Só mesmo o gigantesco (e feio) logótipo da TMN.
Mas, sobretudo, chateia-me o patrocínio da Samsung à iluminação do Cristo-Rei. Tá iluminado (e de forma bem pirosa, diga-se) com leds a fazer um qualquer desenho que supostamente é uma representação de um anjo, e na base do monumento, a estátua de Cristo de braços abertos a olhar sobre Lisboa, um gigantesco logótipo da Samsung!
Que a CML está falida, já se sabe. Mas a Câmara de Almada está assim a precisar tanto de dinheiro que corrompa tão facilmente o seu principal monumento, figura omnipresente da travessia do Tejo pela 25 de Abril? Para a Samsung, está-se bem a ver, é um excelente negócio. O tempo necessário para a travessia da ponte cresce à medida que o Natal se aproxima e não dá para estar parado na ponte sem ver em permanência a sua mensagem publicitária, ali aos pés do Cristo-rei.
Espero que o negócio tenha sido volumoso. Muito volumoso. Que as câmaras municipais em causa tenham conseguido, pelo menos, sanear as suas delicadas situações financeiras, a bem dos seus munícipes. Que esta promiscuidade entre Natal e publicidade seja, pelo menos, um mal necessário para a continuação de serviços públicos de qualidade em duas das maiores cidades do país. Fico muito menos ofendido se me disserem "eh pá, nós também não gostamos, mas estamos um bocado de mãos atadas". Porque se foi por uma ninharia (e umas dezenas de milhar de euros são uma ninharia), sinceramente meus senhores, tenham vergonha na cara.
Ah, e porque vem a propósito: o Natal é, sobretudo, a festa da família. Reunimo-nos na noite de 24, trocamos presentes com as pessoas de quem mais gostamos, lembramo-nos da razão porque estamos juntos e recarregamos baterias para voltar ao mundo real dois ou três dias depois. Não é pelos presentes, seja pelo seu valor ou pelo símbolo de sucesso que representam, não é pelos doces, não é pelo subsídio de Natal. No Natal o subsídio é pago para permitir um maior conforto material na quadra festiva, os doces servem para confortar o estômago (e o conforto do estômago conforta a alma) e os presentes são um gesto para com as pessoas mais próximas a dizer que gostamos delas. Mas... experimentem um Natal carregado de presentes e doces e subsídios passado sozinho em casa a ver se é a mesma coisa. Ou então experimentem um Natal com uma refeição banal e uma qualquer sobremesa instântanea, sem presentes e com a conta a zeros mas junto das pessoas que importam. Continua a ser Natal, mesmo sem um telemóvel novo ou um plasma de 42".
Será que isto não incomoda a presidência da câmara de Lisboa? Já se sabe que a CML tá nas lonas e precisa de guito para poder pagar facturas e juros de empréstimos. Mas não dava para fazer algum dinheiro, mesmo que fosse menos, com algo menos invasivo? Algo menos declaradamente publicitário? É que "iluminação patrocinada" e "anúncio comercial" são coisas bastante distintas! Um patrocínio é um pequeno logótipo em posição secundária, a lembrar quem pagou as contas. Num anúncio a mensagem da empresa ou a sua imagem estão em primeiro plano e procuram a máxima visibilidade para criar no destinatário a predisposição para a aquisição dos bens ou serviços. É precisamente isto que se passa nas principais praças de Lisboa. O facto de serem iluminações de Natal tornou-se completamente secundário. As luzes ali presentes não têm estrelas, nem anjos, nem mensagens de "feliz Natal". Só mesmo o gigantesco (e feio) logótipo da TMN.
Mas, sobretudo, chateia-me o patrocínio da Samsung à iluminação do Cristo-Rei. Tá iluminado (e de forma bem pirosa, diga-se) com leds a fazer um qualquer desenho que supostamente é uma representação de um anjo, e na base do monumento, a estátua de Cristo de braços abertos a olhar sobre Lisboa, um gigantesco logótipo da Samsung!
Que a CML está falida, já se sabe. Mas a Câmara de Almada está assim a precisar tanto de dinheiro que corrompa tão facilmente o seu principal monumento, figura omnipresente da travessia do Tejo pela 25 de Abril? Para a Samsung, está-se bem a ver, é um excelente negócio. O tempo necessário para a travessia da ponte cresce à medida que o Natal se aproxima e não dá para estar parado na ponte sem ver em permanência a sua mensagem publicitária, ali aos pés do Cristo-rei.
Espero que o negócio tenha sido volumoso. Muito volumoso. Que as câmaras municipais em causa tenham conseguido, pelo menos, sanear as suas delicadas situações financeiras, a bem dos seus munícipes. Que esta promiscuidade entre Natal e publicidade seja, pelo menos, um mal necessário para a continuação de serviços públicos de qualidade em duas das maiores cidades do país. Fico muito menos ofendido se me disserem "eh pá, nós também não gostamos, mas estamos um bocado de mãos atadas". Porque se foi por uma ninharia (e umas dezenas de milhar de euros são uma ninharia), sinceramente meus senhores, tenham vergonha na cara.
Ah, e porque vem a propósito: o Natal é, sobretudo, a festa da família. Reunimo-nos na noite de 24, trocamos presentes com as pessoas de quem mais gostamos, lembramo-nos da razão porque estamos juntos e recarregamos baterias para voltar ao mundo real dois ou três dias depois. Não é pelos presentes, seja pelo seu valor ou pelo símbolo de sucesso que representam, não é pelos doces, não é pelo subsídio de Natal. No Natal o subsídio é pago para permitir um maior conforto material na quadra festiva, os doces servem para confortar o estômago (e o conforto do estômago conforta a alma) e os presentes são um gesto para com as pessoas mais próximas a dizer que gostamos delas. Mas... experimentem um Natal carregado de presentes e doces e subsídios passado sozinho em casa a ver se é a mesma coisa. Ou então experimentem um Natal com uma refeição banal e uma qualquer sobremesa instântanea, sem presentes e com a conta a zeros mas junto das pessoas que importam. Continua a ser Natal, mesmo sem um telemóvel novo ou um plasma de 42".
10 dezembro 2008
Equívocos
Hoje cheguei ao carro e dei com um papelito preso no pára-brisas. Detesto papelitos no pára-brisas, irrita-me este meio de promoção de serviços. Obriga-me a tirar o cinto de segurança e sair do carro para tirar o papel (em geral só reparo que tenho algo preso nas escovas depois de me ter instalado devidamente) ou, pior, se apanha chuva fico com papel derretido colado ao vidro.
Saio do carro para tirar o papel e olho para a mensagem publicitária. O título dizia: "Farto de gastar dinheiro? Venha ao Papoxeyo". Isto em maiúsculas, com a palavra "dinheiro" em letras maiores que o resto. Desconhecendo o que raio é o Papoxeyo, continuo a ler. De relance olho para os produtos em promoção e vejo: Coelho: 1,40€, Cão: 4,80€, Gato: 2,10€, Peixe: 2,50€.
Digam-me: pensaram imediatamente no mesmo que eu? É que quando li "coelho", pensei imediatamente num talho; depois, lendo "cão" e "gato" assustei-me. Eu sei que a crise anda aí, mas se a coisa já estivesse assim tão mal nem sei o que pensar...
Afinal, não, não é um talho. Lendo as letras pequenas, descobri que os preços referidos são para a ração dos ditos animais. A loja vende alimento para bichos, não vende bichos como alimento... Confesso que fiquei aliviado.
Na parte de trás, uma tentativa algo incipiente de mensagem humorística tinha um desenho do Garfield a dizer "Eu até aproveitava se lá servissem lasanha". Pois, lasanha, não. À primeira vista parece que servem coelho, gato, cão e peixe. Mas não falam em lasanha.
Saio do carro para tirar o papel e olho para a mensagem publicitária. O título dizia: "Farto de gastar dinheiro? Venha ao Papoxeyo". Isto em maiúsculas, com a palavra "dinheiro" em letras maiores que o resto. Desconhecendo o que raio é o Papoxeyo, continuo a ler. De relance olho para os produtos em promoção e vejo: Coelho: 1,40€, Cão: 4,80€, Gato: 2,10€, Peixe: 2,50€.
Digam-me: pensaram imediatamente no mesmo que eu? É que quando li "coelho", pensei imediatamente num talho; depois, lendo "cão" e "gato" assustei-me. Eu sei que a crise anda aí, mas se a coisa já estivesse assim tão mal nem sei o que pensar...
Afinal, não, não é um talho. Lendo as letras pequenas, descobri que os preços referidos são para a ração dos ditos animais. A loja vende alimento para bichos, não vende bichos como alimento... Confesso que fiquei aliviado.
Na parte de trás, uma tentativa algo incipiente de mensagem humorística tinha um desenho do Garfield a dizer "Eu até aproveitava se lá servissem lasanha". Pois, lasanha, não. À primeira vista parece que servem coelho, gato, cão e peixe. Mas não falam em lasanha.
09 dezembro 2008
X rated
A pornografia existe na internet desde que existe internet. Aliás, há até quem diga que a internet só serve para ver porno.
Mas agora há o Magalhães! E o Magalhães é patrocinado pelo Governo e começaram logo a aparecer opiniões mostrando a preocupação com o facto de o Magalhães permitir ver pornografia. Bom, eu lamento desapontar os mais conservadores, mas os computadores não conseguem distinguir entre a Linda Lovelace e a Vivian Leigh, tal como não conseguem distinguir entre o Garganta Funda e o E tudo o vento levou.
Só que... não temam, ó pais preocupados, tementes a Deus e que receiam que este instrumento do demo colocado pelas ímpias mãos do Governo ao alcance das vossas crianças os lance no caminho da perdição e do pecado! Não temam, porque o Magalhães tem funções avançadas de controlo parental!!! Sim, é possível impedir as crianças de ver pornografia!
Nota: para quem não percebeu o tom irónico, aqui fica a exlicação mais detalhada: não há controlo parental que torne inacessível toda a pornografia. Com trabalho suficiente qualquer computador acede a qualquer site porno. Além disso, o controlo parental não impede as inocentes crianças de andarem a copiar AVIs porno de um disco para o outro, nem impede os DVD porno. Dêm as voltas que derem. Mas também o leitor de DVD lá de casa não tem controlo parental, por isso não percebo qual é a histeria. Tá bem, os putos querem ver gajas de mamas grandes. É chato, mas querem fazer o quê? Ah, e o tal controlo parental avançado... existe em todas as versões do windows. Claro que ninguém alguma vez se preocupou com isso e os putos andam há anos a ver pornografia no computador dos pais, mas mais vale tarde que nunca, não é?
Mas agora há o Magalhães! E o Magalhães é patrocinado pelo Governo e começaram logo a aparecer opiniões mostrando a preocupação com o facto de o Magalhães permitir ver pornografia. Bom, eu lamento desapontar os mais conservadores, mas os computadores não conseguem distinguir entre a Linda Lovelace e a Vivian Leigh, tal como não conseguem distinguir entre o Garganta Funda e o E tudo o vento levou.
Só que... não temam, ó pais preocupados, tementes a Deus e que receiam que este instrumento do demo colocado pelas ímpias mãos do Governo ao alcance das vossas crianças os lance no caminho da perdição e do pecado! Não temam, porque o Magalhães tem funções avançadas de controlo parental!!! Sim, é possível impedir as crianças de ver pornografia!
Nota: para quem não percebeu o tom irónico, aqui fica a exlicação mais detalhada: não há controlo parental que torne inacessível toda a pornografia. Com trabalho suficiente qualquer computador acede a qualquer site porno. Além disso, o controlo parental não impede as inocentes crianças de andarem a copiar AVIs porno de um disco para o outro, nem impede os DVD porno. Dêm as voltas que derem. Mas também o leitor de DVD lá de casa não tem controlo parental, por isso não percebo qual é a histeria. Tá bem, os putos querem ver gajas de mamas grandes. É chato, mas querem fazer o quê? Ah, e o tal controlo parental avançado... existe em todas as versões do windows. Claro que ninguém alguma vez se preocupou com isso e os putos andam há anos a ver pornografia no computador dos pais, mas mais vale tarde que nunca, não é?
08 dezembro 2008
Bola
6-0. Aliás, 0-6. Soube bem! Ainda por cima porque o Leixões perdeu e agora sim, estamos em primeiro lugar! Finalmente, acabaram-se as pernas ao pessoal de Matosinhos, já andavam a chatear...
Note-se que refiro a derrota do Leixões como boa notícia, nada dizendo sobre os resultados de Porto e Sporting; a razão é simples: só me preocupo com os resultados dos adversários directos na luta pelo título, não me dizendo respeito os jogos que envolvem equipas mais pequenas.
Note-se que refiro a derrota do Leixões como boa notícia, nada dizendo sobre os resultados de Porto e Sporting; a razão é simples: só me preocupo com os resultados dos adversários directos na luta pelo título, não me dizendo respeito os jogos que envolvem equipas mais pequenas.
05 dezembro 2008
Pub
Não há tempo. Vamos para intervalo! Um intervalo precisamente sobre... publicidade! (MC2 = Malaysian Creative Circle)
(obrigado Tânia)
(obrigado Tânia)
03 dezembro 2008
UEFA
Estão agora a acabar os jogos do grupo do Benfica para a Taça UEFA. Hertha de Berlin contra Galatasary e Metalist contra Olimpiacos. Até há um minuto atrás, o empate entre Olimpiacos e Metalist colocava o Benfica fora da próxima fase, sem qualquer hipótese matemática de passar.
Como o Hertha de Belin vai perdendo, caso o Olimpiacos ganhasse, que seria o cenário ideal, ao Benfica "bastava" ganhar por 3 golos ou mais ao Metalist e que o Hertha de Berlim não ganhasse ao Olimpiacos na última jornada (para a semana).
Caso ganhe o Metalist, o que tudo indica que venha a acontecer (marcou o 1-0 perto do fim da partida, já estamos nos descontos), continua a haver uma esperança de apuramento. Para tal, "basta" que: Olimpiacos e Hertha empatem; e o Benfica ganhe ao Metalist por uns módicos... 9 golos de vantagem!!!
Sinceramente, não sei que cenário é pior: se ter de ganhar por 3 e depender de resultados alheios, o que ainda dá uma réstia de esperança aos mais crentes, se ter de ganhar por 9 e mesmo assim depender de resultados de terceiros, o que elimina qualquer esperança mesmo aos mais fanáticos e sonhadores adeptos, ou se arrumar de vez com a questão e ir para a última jornada sabendo que é o último jogo europeu da época.
Mas, em face das exibições e resultados deste ano, o melhor mesmo seria conseguir uma dispensa da UEFA e não jogar a última ronda.
Como o Hertha de Belin vai perdendo, caso o Olimpiacos ganhasse, que seria o cenário ideal, ao Benfica "bastava" ganhar por 3 golos ou mais ao Metalist e que o Hertha de Berlim não ganhasse ao Olimpiacos na última jornada (para a semana).
Caso ganhe o Metalist, o que tudo indica que venha a acontecer (marcou o 1-0 perto do fim da partida, já estamos nos descontos), continua a haver uma esperança de apuramento. Para tal, "basta" que: Olimpiacos e Hertha empatem; e o Benfica ganhe ao Metalist por uns módicos... 9 golos de vantagem!!!
Sinceramente, não sei que cenário é pior: se ter de ganhar por 3 e depender de resultados alheios, o que ainda dá uma réstia de esperança aos mais crentes, se ter de ganhar por 9 e mesmo assim depender de resultados de terceiros, o que elimina qualquer esperança mesmo aos mais fanáticos e sonhadores adeptos, ou se arrumar de vez com a questão e ir para a última jornada sabendo que é o último jogo europeu da época.
Mas, em face das exibições e resultados deste ano, o melhor mesmo seria conseguir uma dispensa da UEFA e não jogar a última ronda.
02 dezembro 2008
Tiro no pé
A expressão usa-se correntemente sempre que alguém age de forma contrária aos seus interesses, mas... raramente é aplicada no sentido literal!
Notável é a forma como o tipo não dá de si e continua como se nada tivesse acontecido!
(obrigado Mariana)
Notável é a forma como o tipo não dá de si e continua como se nada tivesse acontecido!
(obrigado Mariana)
Tá um frio que não se pode!
Hoje de manhã estão 5 graus em Lisboa. Porra, que tá frio!!!
E escusam de me vir dizer que "ah, em Bragança estão 2 negativos", ou "na Áustria estão 8 abaixo de zero", ou ainda que "Em Montreal caiu um nevão e a cidade está isolada", que eu tou-me a cagar. O frio de Bragança, Viena ou Montreal não me faz gelar os tornozelos. Os 5 graus de Lisboa até podem ser amenos, quando comparados com o resto do hemisfério norte, mas esses sinto-os nos ossos.
Tá frio, merda!!!
E escusam de me vir dizer que "ah, em Bragança estão 2 negativos", ou "na Áustria estão 8 abaixo de zero", ou ainda que "Em Montreal caiu um nevão e a cidade está isolada", que eu tou-me a cagar. O frio de Bragança, Viena ou Montreal não me faz gelar os tornozelos. Os 5 graus de Lisboa até podem ser amenos, quando comparados com o resto do hemisfério norte, mas esses sinto-os nos ossos.
Tá frio, merda!!!
28 novembro 2008
Trrrim, trrrim
Nove e meia; tocam à campaínha. Olho pelo coisito da porta e vejo um senhor, já de alguma idade.
Abri a porta (ainda pensei duas vezes se devia...), e ele apresenta-se dizendo que é gestor comercial (nome pomposo e muito na berra para vendedor porta-a-porta) da PT comunicações. Ooooof, que suspírio!!! Por momentos pensei que era testemunha de Jeová! É que desde que alegadamente disse mal da religião deles há 2 anos que os gajos não me largam, já tava com medo de ser perseguido! (a propósito, ainda a semana passada houve mais um comentário a um dos posts, mais um gajo ofendido. Por esta altura já vão com quase 100 comentários cada um!).
Como não era testemunha de Jeová, limitei-me a fechar-lhe a porta na cara (sim, pedi licença primeiro! e esperei que ele recuasse para que o "fechar a porta na cara" não fosse literal. Eu não sou um selvagem, porra!). Se fosse Jeová... sabe-se lá o que lhe faria... sim, que um homem num certo ponto começa a temer pela sua vida, pá! Aqueles gajos podem ser vingativos, sabe-se lá!
PS: este post está catalogado como post de 2ª feira de manhã, apesar de ser sexta-feira à noite. É porque me apetece e porque estou deserto para que chegue segunda feira. Na segunda feira já terão passado 4 dias sobre a vergonhosa exibição de ontem, e pode ser que as piadas começem a passar de moda...
Abri a porta (ainda pensei duas vezes se devia...), e ele apresenta-se dizendo que é gestor comercial (nome pomposo e muito na berra para vendedor porta-a-porta) da PT comunicações. Ooooof, que suspírio!!! Por momentos pensei que era testemunha de Jeová! É que desde que alegadamente disse mal da religião deles há 2 anos que os gajos não me largam, já tava com medo de ser perseguido! (a propósito, ainda a semana passada houve mais um comentário a um dos posts, mais um gajo ofendido. Por esta altura já vão com quase 100 comentários cada um!).
Como não era testemunha de Jeová, limitei-me a fechar-lhe a porta na cara (sim, pedi licença primeiro! e esperei que ele recuasse para que o "fechar a porta na cara" não fosse literal. Eu não sou um selvagem, porra!). Se fosse Jeová... sabe-se lá o que lhe faria... sim, que um homem num certo ponto começa a temer pela sua vida, pá! Aqueles gajos podem ser vingativos, sabe-se lá!
PS: este post está catalogado como post de 2ª feira de manhã, apesar de ser sexta-feira à noite. É porque me apetece e porque estou deserto para que chegue segunda feira. Na segunda feira já terão passado 4 dias sobre a vergonhosa exibição de ontem, e pode ser que as piadas começem a passar de moda...
Tão a ver?
Agora já percebem porque é que este ano quase não falo de futebol?
Ainda bem que tive treino de badminton, não vi o jogo. Fui ouvindo o relato no caminho mas por volta dos 40 minutos desliguei o rádio, já não conseguia ouvir mais nada.
Ainda bem que tive treino de badminton, não vi o jogo. Fui ouvindo o relato no caminho mas por volta dos 40 minutos desliguei o rádio, já não conseguia ouvir mais nada.
27 novembro 2008
DWI
DWI é uma sigla que quer dizer "Driving While Intoxicated". Por exemplo, um gajo que conduz bêbado. E foi isso que fez este senhor.
Mas, não só conduzia bêbado e colocando em risco os outros, como fugiu da polícia e acabou por atropelar um peão: ele próprio!!! Sim, o homem conseguiu atropelar-se com o seu próprio carro!
Agora, vem a minha questão: um tipo que atropela outro por conduzir bêbado é acusado de homicídio rodoviário, ou tentativa caso a vítima não morra. E ao atropelar-se a si próprio? Também conta?
(obrigado, Bruno)
Mas, não só conduzia bêbado e colocando em risco os outros, como fugiu da polícia e acabou por atropelar um peão: ele próprio!!! Sim, o homem conseguiu atropelar-se com o seu próprio carro!
Agora, vem a minha questão: um tipo que atropela outro por conduzir bêbado é acusado de homicídio rodoviário, ou tentativa caso a vítima não morra. E ao atropelar-se a si próprio? Também conta?
(obrigado, Bruno)
26 novembro 2008
25 novembro 2008
OVNIs
Bem, se não fosse o Truman Show, haviam de acreditar que são o Napoleão, ou que foram raptados por ETs, por isso a notícia não me fascinou por aí além.
Mas, por falar em ETs... eles andam aí e não tarda nada descobrimos onde. Para já, só sabemos onde poderão vir a estar, daqui a uns 4 biliões de anos. Já é qualquer coisa...
(obrigado Pedro)
Mas, por falar em ETs... eles andam aí e não tarda nada descobrimos onde. Para já, só sabemos onde poderão vir a estar, daqui a uns 4 biliões de anos. Já é qualquer coisa...
(obrigado Pedro)
24 novembro 2008
Pub
Quando não há tempo para mais, vai-se para intervalo...
(as voltas que é preciso dar para falar de certos assuntos em países islâmicos!)
(as voltas que é preciso dar para falar de certos assuntos em países islâmicos!)
22 novembro 2008
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
O título deste post podia querer dizer 42 num qualquer sistema arcaico de numeração, em que cada traço vale uma unidade (por exemplo, a numeração romana quando o alfabeto ia só até ao U), e podia alegar um qualquer significado filosófico para o número de I no título que seria, ao mesmo tempo, uma piada geek ao "Hitchhiker's guide to the galax guide to the galaxy".
Mas não é. Representa mesmo o som iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, que é o que estou a ouvir do lado esquerdo há quase 2 dias. Raios partam este zumbido, pá!
Já agora: porque raio é que quando temos um zumbido nos ouvidos é sempre numa frequência alta e irritante?
Mas não é. Representa mesmo o som iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, que é o que estou a ouvir do lado esquerdo há quase 2 dias. Raios partam este zumbido, pá!
Já agora: porque raio é que quando temos um zumbido nos ouvidos é sempre numa frequência alta e irritante?
P'ra que servem as gajas?
Toda a gente sabe que trabalho de mulher é secretária.
Confesso, a piada não é minha, foi inspirada num diálogo de Boston Legal: Denny Crane reencontra Shirley Schmidt, antiga namorada:
DC: You left me, Shirley. Women don't leave Denny Crane. And for a secretary?
SS: It was the Secretary of Defense.
DC: It doesn't matter. I have an image.
Confesso, a piada não é minha, foi inspirada num diálogo de Boston Legal: Denny Crane reencontra Shirley Schmidt, antiga namorada:
DC: You left me, Shirley. Women don't leave Denny Crane. And for a secretary?
SS: It was the Secretary of Defense.
DC: It doesn't matter. I have an image.
21 novembro 2008
Matrículas
Não são as da escola, são as outras, as dos carros.
A minha não foi cancelada. E a vossa? (se compraram um carro em segunda mão e não procederam ao registo pode-vos acontecer...)
A minha não foi cancelada. E a vossa? (se compraram um carro em segunda mão e não procederam ao registo pode-vos acontecer...)
Euribor
A Euribor, depois de passar uns tempos nas nuvens, começou a descer. A taxa de juro da maior parte dos créditos está indexada à Euribor e por isso prevê-se uma descida, daqui a algum tempo, das prestações. Mas como os cálculos são feito apenas no vencimento dos contratos e tomando como referência a Euribor nos últimos 30 dias, pode demorar uns meses até se sentir a diferença na conta bancária.
Pois bem, NÃO TEMAM!!! O Ó faxavor! antecipa-se aos bancos e resolve, de forma arrojada e altruísta, pensando no bem-estar das famílias portuguesas, BAIXAR A SUA TAXA DE JURO!!!
Se olharem ali para cima, para as letras pequeninas a seguir ao título, poderão constatar que a taxa baixou! Sim, baixou! Dantes o Ó faxavor! era vendido com uma TAEG de 8,62% e baixou uns espectaculares... 0,3%!!! Sim, 0,3! Agora a taxa de juro do Ó faxavor! é de apenas 8,32% para um leasing ou ALD a 48 meses, com 20% de entrada! E SEM QUAISQUER COMISSÕES!!!
Nota: alguns de vós poderão interrogar-se porque é que com a Euribor abaixo dos 5 pontos continuam a pagar um juro acima dos 8. Bom, compreendo a vossa posição, mas não posso fazer nada. Alguns problemas de liquidez impedem-me de baixar o vosso spread. Além disso, como nenhum de vós é particularmente bom cliente (não consigo nomear um leitor sequer, que tenha feito um PPR com o Ó faxavor!), não dá mesmo para vos dar um spread abaixo dos 3,5%. É a vida, o que querem?
Pois bem, NÃO TEMAM!!! O Ó faxavor! antecipa-se aos bancos e resolve, de forma arrojada e altruísta, pensando no bem-estar das famílias portuguesas, BAIXAR A SUA TAXA DE JURO!!!
Se olharem ali para cima, para as letras pequeninas a seguir ao título, poderão constatar que a taxa baixou! Sim, baixou! Dantes o Ó faxavor! era vendido com uma TAEG de 8,62% e baixou uns espectaculares... 0,3%!!! Sim, 0,3! Agora a taxa de juro do Ó faxavor! é de apenas 8,32% para um leasing ou ALD a 48 meses, com 20% de entrada! E SEM QUAISQUER COMISSÕES!!!
Nota: alguns de vós poderão interrogar-se porque é que com a Euribor abaixo dos 5 pontos continuam a pagar um juro acima dos 8. Bom, compreendo a vossa posição, mas não posso fazer nada. Alguns problemas de liquidez impedem-me de baixar o vosso spread. Além disso, como nenhum de vós é particularmente bom cliente (não consigo nomear um leitor sequer, que tenha feito um PPR com o Ó faxavor!), não dá mesmo para vos dar um spread abaixo dos 3,5%. É a vida, o que querem?
20 novembro 2008
Escalfetas (agora é que é!)
Há palavras assim, como escalfeta. Não se percebe bem de onde vieram, nem porque raio soam como soam. Não têm nada a ver com a coisa que designam.
São estas palavras que definem a dificuldade ou facilidade em aprender uma língua. As outras, como batata, fragilidade ou arco-íris, para citar apenas substantivos e adjectivos, são mais ou menos normais, mas... escalfeta? Quem é que baptizou a escalfeta de escalfeta? É por estas e por outras que aprender uma língua estrangeira é tão complicado, no caso presente, o português. Para um estrangeiro é de uma enorme complexidade dominar vocábulos como escalfeta.
É que escalfeta não soa nada ao que é. A que raio soa escalfeta? A nada! A monte de lixo, a inflamação de uma qualquer mucosa, a bactéria. Sobretudo não soa a coisa agradável, e olhem que bem que sabe uma escalfeta no inverno para aquecer os pés... a única palavra minimanente parecida com escalfeta é escalfado, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. Escalfado diz-se de um ovo descascado mergulhado em água a ferver até cozer. Uma escalfeta não é um ovo, não se descasca e não se mergulha em água a ferver (nem em água fria, que electrodomésticos e água fria são mais ou menos como as claques de futebol e o corpo de intervenção: é melhor mantê-los separados. Claro que esta metáfora é parva e só a uso porque vem a propósito, ainda esta semana uns quantos tipos de uma claque de futebol foram detidos e são acusados de uma série de crimes. Mas, admito, é uma metáfora um bocado parva. Bom, adiante...)
Estava eu a dizer que escalfeta não soa ao que é. Há palavras assim, não soam ao que querem dizer. Como comezinha. Comezinha é outra daquelas palavras que um estrangeiro nunca conseguirá dominar. É, até, um bom truque para apanhar estrangeiros a tentarem passar-se por portugueses, atirar para o meio de uma frase duas ou três escalfetas e mais uma ou duas comezinha a ver se caem na esparrela (olha, por falar em palavras que não soam ao que significam, aqui está um belo contra-exemplo: esparrela! É que nota-se logo que não pode ser coisa boa, tem o seu quê de artimanha. E olha, mais uma, artimanha, soa precisamente ao que é!).
São estas palavras que definem a complexidade de uma língua. Nenhum estrangeiro poderá alguma vez dominar o português se não conseguir compreender em que situações se devem usar palavras como escalfeta ou comezinha. E o mesmo se passa nas outras línguas, há palavras que não lembram ao diabo. Claro que não me lembro de nenhuma, não domino assim por aí além nenhuma língua estrangeira, mas lembro-me de exemplos ao contrário. Por exemplo, a minha palavra preferida da língua inglesa é exquisite. Que é precisamente uma palavra ao contrário de escalfeta: uma palavra que só de pronunciar percebe-se logo o seu significado. Exquisite é (e, perdoem-me, requinte não é tradução que lhe faça juz) uma palavra de um tal refinamento, de uma tal elegância ao articular que assim que se ouve nem nos precisam de trazer um dicionário, percebe-se logo que é algo... bom!, assim como o Ferrero Rocher, mas sem o vestido amarelo e o ridículo chapéu de 4m^2 do anúncio.
Exquisite é daquelas palavras que só mesmo um ser iluminado por uma profunda e quasi-ilimitada sapiência poderia inventar. Alguém tão dotado nestas coisas do discurso que é capaz de aparecer com uma palavra nova e deixar todo um povo perplexo (olha, esta por acaso também é boa, perplexo. Gosto desta palavra, sim senhor, ainda vamos a pronunciar o ple e já se percebe onde isto vai dar!) com tamanha arte em forma de aglomerado de sílabas. O gajo que inventou a palavra exquisite é uma espécie de Miguel Ângelo do vocabulário. Ficam gerações pasmadas com a sua obra e mesmo volvidos séculos continuamos a admirar o fruto da sua genialidade em total deslumbramento.
Já escalfeta, está no extremo oposto. O gajo que inventou o nome para a escalfeta merecia ser entalado entre duas escalfetas tamanho XXL ligadas no máximo até se lembrar de um nome melhor.
São estas palavras que definem a dificuldade ou facilidade em aprender uma língua. As outras, como batata, fragilidade ou arco-íris, para citar apenas substantivos e adjectivos, são mais ou menos normais, mas... escalfeta? Quem é que baptizou a escalfeta de escalfeta? É por estas e por outras que aprender uma língua estrangeira é tão complicado, no caso presente, o português. Para um estrangeiro é de uma enorme complexidade dominar vocábulos como escalfeta.
É que escalfeta não soa nada ao que é. A que raio soa escalfeta? A nada! A monte de lixo, a inflamação de uma qualquer mucosa, a bactéria. Sobretudo não soa a coisa agradável, e olhem que bem que sabe uma escalfeta no inverno para aquecer os pés... a única palavra minimanente parecida com escalfeta é escalfado, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. Escalfado diz-se de um ovo descascado mergulhado em água a ferver até cozer. Uma escalfeta não é um ovo, não se descasca e não se mergulha em água a ferver (nem em água fria, que electrodomésticos e água fria são mais ou menos como as claques de futebol e o corpo de intervenção: é melhor mantê-los separados. Claro que esta metáfora é parva e só a uso porque vem a propósito, ainda esta semana uns quantos tipos de uma claque de futebol foram detidos e são acusados de uma série de crimes. Mas, admito, é uma metáfora um bocado parva. Bom, adiante...)
Estava eu a dizer que escalfeta não soa ao que é. Há palavras assim, não soam ao que querem dizer. Como comezinha. Comezinha é outra daquelas palavras que um estrangeiro nunca conseguirá dominar. É, até, um bom truque para apanhar estrangeiros a tentarem passar-se por portugueses, atirar para o meio de uma frase duas ou três escalfetas e mais uma ou duas comezinha a ver se caem na esparrela (olha, por falar em palavras que não soam ao que significam, aqui está um belo contra-exemplo: esparrela! É que nota-se logo que não pode ser coisa boa, tem o seu quê de artimanha. E olha, mais uma, artimanha, soa precisamente ao que é!).
São estas palavras que definem a complexidade de uma língua. Nenhum estrangeiro poderá alguma vez dominar o português se não conseguir compreender em que situações se devem usar palavras como escalfeta ou comezinha. E o mesmo se passa nas outras línguas, há palavras que não lembram ao diabo. Claro que não me lembro de nenhuma, não domino assim por aí além nenhuma língua estrangeira, mas lembro-me de exemplos ao contrário. Por exemplo, a minha palavra preferida da língua inglesa é exquisite. Que é precisamente uma palavra ao contrário de escalfeta: uma palavra que só de pronunciar percebe-se logo o seu significado. Exquisite é (e, perdoem-me, requinte não é tradução que lhe faça juz) uma palavra de um tal refinamento, de uma tal elegância ao articular que assim que se ouve nem nos precisam de trazer um dicionário, percebe-se logo que é algo... bom!, assim como o Ferrero Rocher, mas sem o vestido amarelo e o ridículo chapéu de 4m^2 do anúncio.
Exquisite é daquelas palavras que só mesmo um ser iluminado por uma profunda e quasi-ilimitada sapiência poderia inventar. Alguém tão dotado nestas coisas do discurso que é capaz de aparecer com uma palavra nova e deixar todo um povo perplexo (olha, esta por acaso também é boa, perplexo. Gosto desta palavra, sim senhor, ainda vamos a pronunciar o ple e já se percebe onde isto vai dar!) com tamanha arte em forma de aglomerado de sílabas. O gajo que inventou a palavra exquisite é uma espécie de Miguel Ângelo do vocabulário. Ficam gerações pasmadas com a sua obra e mesmo volvidos séculos continuamos a admirar o fruto da sua genialidade em total deslumbramento.
Já escalfeta, está no extremo oposto. O gajo que inventou o nome para a escalfeta merecia ser entalado entre duas escalfetas tamanho XXL ligadas no máximo até se lembrar de um nome melhor.
19 novembro 2008
Ratos
As cidades têm ratos. É daquelas coisas que nunca dá para exterminar completamente. Há ratos em prédios abandonados, em lixeiras, nos esgotos... Lisboa tem ratos, o Porto tem ratos, Faro tem ratos. Nova Iorque, Paris ou Londres também os têm. Mas... Hamelin? Há ratos em Hamelin? Eu pensava que o flautista tinha dado cabo dos bichos todos há não sei quanto tempo, mas pelos vistos... voltaram.
(obrigado, Pedro)
(obrigado, Pedro)
18 novembro 2008
Escalfeta
Pois, isto tem andado um bocado parado... tenho andado metido no meio do código daquilo que será o meu futuro novo site (cujo endereço não indicarei aqui, a coisa é profissional, pouco ou nada tem a ver com o blog; tal como não pretendo que os meus "clientes" vejam o blog, não quero que os fregueses do blog saibam o que raio faço eu na vida).
Mas pronto, tou a fazer uma página e depois de ter andado a vasculhar tudo o que é CMS (Content Management System, coisas que ajudam a criar sites de forma mais ou menos automatizada, para quem não sabe) e programas que constroem sites de forma mais ou menos fácil, mais ou menos sofisticada, mais ou menos automática, decidi que o melhor mesmo era programá-lo eu do zero. Assim controlo o que o site faz e deixa de fazer e a forma como as coisas são apresentadas (e testo tudo o que faço no Google Chrome, que é, em princípio, igual ao Safari, no Firefox e no IE, que é para ter a certeza que a coisa faz o que deve fazer.
Para quem não sabe como se faz um site, aqui fica a ideia geral:
1. Primeiro constrói-se a base de dados em MySQL. Nesta base de dados estarão todos os artigos, notícias, categorias e demais itens que serão o conteúdo do site propriamente dito. Cada registo terá um número identificador, um nome, uma descrição e mais uns quantos atributos que dependem do que se quer fazer com ele.
2. Depois desenha-se a página usando CSS e usa-se uma página HTML como exemplo para ver o aspecto da coisa.
3. Depois faz-se o código em PHP que pega nos dados relevantes da base de dados e constrói as várias páginas.
4. Finalmente povoa-se a base de dados com o que interessa pôr no site e começa a fase de criação dos conteúdos.
Ah, claro, e assim que a coisa está pronta ou perto disso lembramo-nos que falta uma coisa e temos de voltar ao passo 1 e começar a fazer alterações.
Depois de uns 3 ou 4 dias de volta disto, o passo 1 já está concluído, o passo 2 também (a menos de um problema com o IE que ainda está por resolver), o passo 3 também (falta testá-lo a ver se funciona sempre como o esperado) e vou começar o passo 4 (o mais aborrecido de todos).
Claro que me lembrei agora de uma coisa importante: falta-me um atributo na base de dados que indique se um determinado registo está visível ou não. É que pode apetecer eliminar um item sem o eliminar de facto, mas marcá-lo como invisível. Continua na base de dados (e pode voltar a ser usado no futuro) mas não se vê.
Pièce de resistence: eu sei muito pouco de MySQL, menos ainda de PHP e quase nada de CSS. Ou seja, isto está a ser uma grande aventura, lá isso tá. É um milagre que a coisa funcione!!! Mas funciona! E em dois idiomas!!! Lista categoria, sub-categorias e artigos, mostra os conteúdos de cada um, tem botoezinhos para navegar para o registo anterior/seguinte, tem um rodapé e indica na parte de cima da página em que zona do site estamos e tudo! Não tá muito bonito, mas a seu tempo o design será melhorado (volta e meia contrato uma designer de comunicação que me ajuda com essas coisas e geralmente não cobra cachet).
E o que tem isto a ver com escalfetas? Nada! Mas a verdade é que ando há uma semana para escrever sobre escalfetas e por causa disto não tive tempo nem me ocorreu nada de jeito para dizer. Mas queria dizer-vos que não me esqueci de vós e que o post sobre as escalfetas está na calha! Pode parecer que não ligo nenhuma ao blog, mas isso não é verdade. Às vezes distraio-me e passo uns dias sem aparecer cá, mas depois passa.
Mas pronto, tou a fazer uma página e depois de ter andado a vasculhar tudo o que é CMS (Content Management System, coisas que ajudam a criar sites de forma mais ou menos automatizada, para quem não sabe) e programas que constroem sites de forma mais ou menos fácil, mais ou menos sofisticada, mais ou menos automática, decidi que o melhor mesmo era programá-lo eu do zero. Assim controlo o que o site faz e deixa de fazer e a forma como as coisas são apresentadas (e testo tudo o que faço no Google Chrome, que é, em princípio, igual ao Safari, no Firefox e no IE, que é para ter a certeza que a coisa faz o que deve fazer.
Para quem não sabe como se faz um site, aqui fica a ideia geral:
1. Primeiro constrói-se a base de dados em MySQL. Nesta base de dados estarão todos os artigos, notícias, categorias e demais itens que serão o conteúdo do site propriamente dito. Cada registo terá um número identificador, um nome, uma descrição e mais uns quantos atributos que dependem do que se quer fazer com ele.
2. Depois desenha-se a página usando CSS e usa-se uma página HTML como exemplo para ver o aspecto da coisa.
3. Depois faz-se o código em PHP que pega nos dados relevantes da base de dados e constrói as várias páginas.
4. Finalmente povoa-se a base de dados com o que interessa pôr no site e começa a fase de criação dos conteúdos.
Ah, claro, e assim que a coisa está pronta ou perto disso lembramo-nos que falta uma coisa e temos de voltar ao passo 1 e começar a fazer alterações.
Depois de uns 3 ou 4 dias de volta disto, o passo 1 já está concluído, o passo 2 também (a menos de um problema com o IE que ainda está por resolver), o passo 3 também (falta testá-lo a ver se funciona sempre como o esperado) e vou começar o passo 4 (o mais aborrecido de todos).
Claro que me lembrei agora de uma coisa importante: falta-me um atributo na base de dados que indique se um determinado registo está visível ou não. É que pode apetecer eliminar um item sem o eliminar de facto, mas marcá-lo como invisível. Continua na base de dados (e pode voltar a ser usado no futuro) mas não se vê.
Pièce de resistence: eu sei muito pouco de MySQL, menos ainda de PHP e quase nada de CSS. Ou seja, isto está a ser uma grande aventura, lá isso tá. É um milagre que a coisa funcione!!! Mas funciona! E em dois idiomas!!! Lista categoria, sub-categorias e artigos, mostra os conteúdos de cada um, tem botoezinhos para navegar para o registo anterior/seguinte, tem um rodapé e indica na parte de cima da página em que zona do site estamos e tudo! Não tá muito bonito, mas a seu tempo o design será melhorado (volta e meia contrato uma designer de comunicação que me ajuda com essas coisas e geralmente não cobra cachet).
E o que tem isto a ver com escalfetas? Nada! Mas a verdade é que ando há uma semana para escrever sobre escalfetas e por causa disto não tive tempo nem me ocorreu nada de jeito para dizer. Mas queria dizer-vos que não me esqueci de vós e que o post sobre as escalfetas está na calha! Pode parecer que não ligo nenhuma ao blog, mas isso não é verdade. Às vezes distraio-me e passo uns dias sem aparecer cá, mas depois passa.
12 novembro 2008
Os animais são nossos amigos!
E ensinam-nos coisas muito giras. Por exemplo,ensinam-nos a reciclar, poupar energia, ou produzir menos poluição.
(obrigado Margot)
(obrigado Margot)
Tequilla is a girl's best friend
Foi a primeira coisa que me passou pela cabeça quando li esta notícia. Depois fui ao supermercado, comprei duas ou três garrafas de tequilla e comecei a fazer experiências. Se resultar, aviso-vos.
(obrigado pelo link, Pedro)
(obrigado pelo link, Pedro)
11 novembro 2008
Aquecimento global
Por cá as consequências do aquecimento global podem ser gravíssimas. Se o nível do mar subir a nossa faixa litoral pode ficar descaracterizada. As praias podem desaparecer e uma quantidade significativa de pessoas pode ter de mudar de casa.
Além disso, a alteração do clima pode afectar a nossa já fraca agricultura. Já para não falar no facto do turismo, 11% da nossa economia, poder ser seriamente afectado por alterações ao ritmo normal das estações do ano.
Mas... bem pior estão estes gajos!!! Ao menos nós, por mais que suba o nível do mar, continuamos a ter país...
Além disso, a alteração do clima pode afectar a nossa já fraca agricultura. Já para não falar no facto do turismo, 11% da nossa economia, poder ser seriamente afectado por alterações ao ritmo normal das estações do ano.
Mas... bem pior estão estes gajos!!! Ao menos nós, por mais que suba o nível do mar, continuamos a ter país...
Árbitros
Domingo houve um Sporting-Porto. O Sporting fez uma grande primeira parte mas só marcou um golo, o Porto equilibrou o jogo na segunda parte e Hulk marcou um golo extraordinário, no fin ganhou o Porto em penalties.
E, como não podia deixar de ser, num jogo destes há sempre quem se queixe dos árbitros. Eu vi a primeira parte toda, vi um bocado da segunda parte e bocados do prolongamento. E vi os lances polémicos nos resumos. E acho que a arbitragem foi fraca, mas com os prejuízos repartidos por ambas as equipas. Ninguém pode dizer que foi roubado sem esquecer outros lances em que foi beneficiado. Se houve algum excesso na expulsão de Caneira (embora se aceite o critério, amarelo para cada um pela picardia) a verdade é que ficou por marcar penalty sobre Hulk no mesmo lance; se houve um penalti por assinalar contra o Porto por mão, a verdade é que Liedson devia ter sido expulso por entrada "a matar" sobre Bruno Alves. Bruno Alves que até deveria ter sido expulso por entrada muito violenta sobre Moutinho ainda na primeira parte. E houve mais uns quantos lances em que os critérios, se fossem mais apertados, fariam com que o jogo nem sequer acabasse, por ficarem as equipas reduzidas a 6 jogadores.
No fim de contas, quem tem razões de queixa? Os espectadores, que viram mais uma batalha campal que um jogo de futebol, e os restantes clubes que vão ver grande parte destes lances passar impunes sem as respectivas penalizações.
Quanto ao Sporting, só tem razões de queixa de si próprio, fez uma segunda parte miserável e deixou o Porto empatar, quando teve oportunidades suficientes para chegar ao intervalo a ganhar por 3 golos ou mais.
E o Porto, se tem razões de queixa, é do seu treinador, que pôs em campo uma equipa muito fraca na primeira parte e se foi para o intervalo ainda com hipóteses de dar a volta só tem a agradecer ao desperdício de oportunidades pelos avançados do Sporting.
E, como não podia deixar de ser, num jogo destes há sempre quem se queixe dos árbitros. Eu vi a primeira parte toda, vi um bocado da segunda parte e bocados do prolongamento. E vi os lances polémicos nos resumos. E acho que a arbitragem foi fraca, mas com os prejuízos repartidos por ambas as equipas. Ninguém pode dizer que foi roubado sem esquecer outros lances em que foi beneficiado. Se houve algum excesso na expulsão de Caneira (embora se aceite o critério, amarelo para cada um pela picardia) a verdade é que ficou por marcar penalty sobre Hulk no mesmo lance; se houve um penalti por assinalar contra o Porto por mão, a verdade é que Liedson devia ter sido expulso por entrada "a matar" sobre Bruno Alves. Bruno Alves que até deveria ter sido expulso por entrada muito violenta sobre Moutinho ainda na primeira parte. E houve mais uns quantos lances em que os critérios, se fossem mais apertados, fariam com que o jogo nem sequer acabasse, por ficarem as equipas reduzidas a 6 jogadores.
No fim de contas, quem tem razões de queixa? Os espectadores, que viram mais uma batalha campal que um jogo de futebol, e os restantes clubes que vão ver grande parte destes lances passar impunes sem as respectivas penalizações.
Quanto ao Sporting, só tem razões de queixa de si próprio, fez uma segunda parte miserável e deixou o Porto empatar, quando teve oportunidades suficientes para chegar ao intervalo a ganhar por 3 golos ou mais.
E o Porto, se tem razões de queixa, é do seu treinador, que pôs em campo uma equipa muito fraca na primeira parte e se foi para o intervalo ainda com hipóteses de dar a volta só tem a agradecer ao desperdício de oportunidades pelos avançados do Sporting.
10 novembro 2008
Raios partam os horários...
Quinta-feira passada não pude ver o Benfica, porque tinha treino de badminton. Menos mal porque perdemos. Hoje o Benfica joga para a Taça e volto a não pode ver o jogo: tenho treino de badminton. Raios partam os horários dos jogos do Benfica, pá!
PS: apesar de injusto pelo que fizeram na primeira parte e pelos erros de arbitragem que os prejudicaram, sabe sempre bem ver o Sporting perder. Só é pena que tivesse de ser contra o Porto, preferia que ficassem os tripeiros pelo caminho. Mas pronto, a vida é injusta...
PS: apesar de injusto pelo que fizeram na primeira parte e pelos erros de arbitragem que os prejudicaram, sabe sempre bem ver o Sporting perder. Só é pena que tivesse de ser contra o Porto, preferia que ficassem os tripeiros pelo caminho. Mas pronto, a vida é injusta...
07 novembro 2008
Levar pancada
Ontem estive umas duas horas a levar pancada no badminton. Fartei-me de correr e, aparentemente, chegava sempre atrasado ao volante.
Bom, antes assim. Ter passado o serão a levar pancada no badminton impediu-me de ficar em casa a ver o Benfica levar pancada dos turcos.
Moral da história: há sempre alguma coisa boa em cada história. É preciso saber procurá-la.
Bom, antes assim. Ter passado o serão a levar pancada no badminton impediu-me de ficar em casa a ver o Benfica levar pancada dos turcos.
Moral da história: há sempre alguma coisa boa em cada história. É preciso saber procurá-la.
05 novembro 2008
Camisolas, casacos, gabardines e sobretudos
O tempo de frio e chuva chegou. Podia dizer-se que é o Inverno, mas tecnicamente esse só começa daqui a mais ou menos mês e meio. Com o tempo de frio e chuva muda o estilo de roupa que as pessoas vestem e mudam também os adereços. Passa-se a usar camisolas de lã e casacos compridos, leva-se o guarda-chuva. Ao passo que no Verão qualquer T-shirt nos serve e o casaco fica guardado no roupeiro.
Esta mudança na roupa tem outras consequências, além da óbvia questão do isolamento térmico. Sobretudo ao nível da logística. Não tanto a logística de cada um, decidindo o que quer vestir ou onde pendurar tantos casacos lá em casa que ficaram guardados num qualquer recanto quasi-inacessível durante o Verão, mas logística num sentido mais amplo: nos transportes públicos.
O facto de toda a gente levar camisolas quentes e casacos faz com que todas as pessoas ocupem muito mais espaço no Inverno que no Verão. E isso, numa rede de transportes já sobrelotada, é bastante incomodativo. Os comboios que no Verão estão apinhados de gente no Inverno acomodam pessoas que, não sendo em maior número, ocupam ainda mais espaço e vão balouçando ao ritmo do amortecimento produzido por tais agasalhos. Numa carruagem de comboio em pleno Inverno estamos comprimidos contra o vizinho do lado, a nossa camisola grossa de lã contra o seu sobretudo. O mesmo se passa nos autocarros, no metro, em todo o lado onde as pessoas se juntam em grandes números sem ser por razões sociais.
É desagradável o aperto acrescido quando chega o tempo do frio e da chuva. Por isso eu acho que o preço dos transportes públicos devia aumentar durante o Outono e Inverno. Para ver se a coisa alivia um bocado. Se aumenta o preço diminui a procura, fica mais espaço livre! Mas não pensem que eu acho que a solução seria o pessoal ir de carro em vez de usar os transportes públicos, claro que não! Isso é que era bonito, toda a gente a ir de carro!!! Já bem chegam os engarrafamentos extra porque em dia de chuva aparecem sempre pessoas que se esquecem que os travões perdem eficácia. Também defendo um aumento do preço dos combustíveis! Quem quer ir trabalhar, porque vai incomodar os outros nos transportes, tem de pagar mais por isso. Se não quer pagar, não vá trabalhar, que o objectivo é mesmo esse! Menos gente a sair de casa, logo mais espaço para cada um!
O mesmo devia acontecer nos restaurantes. Enquanto que no Verão podemos andar entre as mesas livremente, no Inverno é impossível levantarmo-nos para ir à casa de banho sem arrastar pelo caminho duas gabardines, três casacos e um guarda-chuva. Olhamos para o espaço entre as cadeiras e constatamos que está totalmente ocupado por roupa, não deixando qualquer espaço vazio. Os restaurantes deviam aumentar o espaço entre mesas no Inverno, para permitir às pessoas circular, e para isso deviam reduzir o número de mesas. Ora a única forma de fazer isso sem provocar escassez de lugares seria aumentar os preços, eu diria uns 20%, e com isso incentivar mais pessoas a trazer farnel de casa, para mais quando este aumento seria complementado com aumentos generalizados nos transportes públicos e combustíveis.
Eu não gosto do Inverno. Tá frio e aborrece. Apetece ficar quentinho na cama de manhã. Por isso gosto muito da minha nova actividade profissional. Isto de trabalhar por conta própria tem as suas vantagens. Uma delas é poder começar a trabalhar mais tarde, se me apetecer, que o chefe não se importa. E escuso de apanhar o comboio na hora de ponta (que não apanharia de qualquer forma, porque ando de carro).
Esta mudança na roupa tem outras consequências, além da óbvia questão do isolamento térmico. Sobretudo ao nível da logística. Não tanto a logística de cada um, decidindo o que quer vestir ou onde pendurar tantos casacos lá em casa que ficaram guardados num qualquer recanto quasi-inacessível durante o Verão, mas logística num sentido mais amplo: nos transportes públicos.
O facto de toda a gente levar camisolas quentes e casacos faz com que todas as pessoas ocupem muito mais espaço no Inverno que no Verão. E isso, numa rede de transportes já sobrelotada, é bastante incomodativo. Os comboios que no Verão estão apinhados de gente no Inverno acomodam pessoas que, não sendo em maior número, ocupam ainda mais espaço e vão balouçando ao ritmo do amortecimento produzido por tais agasalhos. Numa carruagem de comboio em pleno Inverno estamos comprimidos contra o vizinho do lado, a nossa camisola grossa de lã contra o seu sobretudo. O mesmo se passa nos autocarros, no metro, em todo o lado onde as pessoas se juntam em grandes números sem ser por razões sociais.
É desagradável o aperto acrescido quando chega o tempo do frio e da chuva. Por isso eu acho que o preço dos transportes públicos devia aumentar durante o Outono e Inverno. Para ver se a coisa alivia um bocado. Se aumenta o preço diminui a procura, fica mais espaço livre! Mas não pensem que eu acho que a solução seria o pessoal ir de carro em vez de usar os transportes públicos, claro que não! Isso é que era bonito, toda a gente a ir de carro!!! Já bem chegam os engarrafamentos extra porque em dia de chuva aparecem sempre pessoas que se esquecem que os travões perdem eficácia. Também defendo um aumento do preço dos combustíveis! Quem quer ir trabalhar, porque vai incomodar os outros nos transportes, tem de pagar mais por isso. Se não quer pagar, não vá trabalhar, que o objectivo é mesmo esse! Menos gente a sair de casa, logo mais espaço para cada um!
O mesmo devia acontecer nos restaurantes. Enquanto que no Verão podemos andar entre as mesas livremente, no Inverno é impossível levantarmo-nos para ir à casa de banho sem arrastar pelo caminho duas gabardines, três casacos e um guarda-chuva. Olhamos para o espaço entre as cadeiras e constatamos que está totalmente ocupado por roupa, não deixando qualquer espaço vazio. Os restaurantes deviam aumentar o espaço entre mesas no Inverno, para permitir às pessoas circular, e para isso deviam reduzir o número de mesas. Ora a única forma de fazer isso sem provocar escassez de lugares seria aumentar os preços, eu diria uns 20%, e com isso incentivar mais pessoas a trazer farnel de casa, para mais quando este aumento seria complementado com aumentos generalizados nos transportes públicos e combustíveis.
Eu não gosto do Inverno. Tá frio e aborrece. Apetece ficar quentinho na cama de manhã. Por isso gosto muito da minha nova actividade profissional. Isto de trabalhar por conta própria tem as suas vantagens. Uma delas é poder começar a trabalhar mais tarde, se me apetecer, que o chefe não se importa. E escuso de apanhar o comboio na hora de ponta (que não apanharia de qualquer forma, porque ando de carro).
04 novembro 2008
Boas ideias
Boas ideias são difíceis de encontrar. Por isso, quando se vê uma, convém dar-lhe o destaque devido. Esta ideia é tão boa, tão boa, que merece um post no Ó faxavor!
Os CTT convidam toda a gente a ser Pai Natal: de uma lista de instituições e respectivas necessidades, cada um escolhe o que quer oferecer para este Natal, vai aos correios e entrega. A distribuição é gratuita e os CTT tratam de tudo, nem precisamos saber a morada da instituição. Sem morada nem código postal, chega ao sítio. Ah, e quem não quiser oferecer coisas, por não saber o que pode oferecer, os donativos também podem ser em dinheiro, nos balcões dos CTT ou nas lojas PayShop.
Sigam o link!
Os CTT convidam toda a gente a ser Pai Natal: de uma lista de instituições e respectivas necessidades, cada um escolhe o que quer oferecer para este Natal, vai aos correios e entrega. A distribuição é gratuita e os CTT tratam de tudo, nem precisamos saber a morada da instituição. Sem morada nem código postal, chega ao sítio. Ah, e quem não quiser oferecer coisas, por não saber o que pode oferecer, os donativos também podem ser em dinheiro, nos balcões dos CTT ou nas lojas PayShop.
Sigam o link!
Voltei
Ah, sim, já voltei de lá, o tal sítio onde fui fazer não sei o quê. E não nevou, pelo menos não no centro da cidade. Nos arredores parece que sim e nas montanhas também.
Eleições
Hoje vamos a votos. Bom, não vamos, mas devíamos! Hoje elege-se o presidente dos EUA e o resultado significa a diferença entre a vida e a morte para muita gente. Por isso nós também devíamos votar.
Infelizmente os gajos não vão nisso (se fossem, o Obama ganhava com 800% dos votos), por isso resta-nos acompanhar as notícias e viver com o resultado.
A propósito, a avó do Obama morreu ontem. Ele já tinha interrompido a campanha para a visitar e ontem a senhora morreu vítima de cancro. Pronto, já tinha 86 anos, não era propriamente uma jovem com a vida toda pela frente, mas é sempre chato.
Claro que no que a coisas chatas diz respeito, havendo eleições hoje, é capaz de ser das coisas chatas que melhor servem os interesses de Obama: toda a gente sabe que o pity factor contribui decisivamente para as intenções de voto de última hora, é capaz de haver um boost de votos no coitadinho do neto que perdeu a avó.
Imagino as reacções na sede de campanha de Barack Obama:
Alguém próximo de Obama: Amigos, tenho uma triste notícia. Faleceu a avó do Barack.
Gajo do marketing eleitoral: Mas, isso é excelente!!! Bora já fazer uma sondagem relâmpago para tentarmos perceber o efeito "dead grandma" nas intenções de voto dos indecisos!
Director de campanha: para quê, pá? Se já estava ganho, mais ganho ficou!!! De facto, esta é a melhor notícia que podíamos receber hoje!
Fulano do staff em surdina: Errrr... o Barack está mesmo atrás de ti!
Director de Campanha e gajo do marketing eleitoral, em coro: Senhor Senador, os nossos sentidos pêsames. Esta triste notícia deixou-nos arrasados. Não imaginamos o que estará a sentir neste momento.
Obama: Sim, sim, vão-se foder os dois. Quando for eleito estão despedidos e desterro-vos para um qualquer city hall de 3ª no Alaska. Para fazerem companhia à Palin.
Mais tarde, quando está apenas na companhia da mulher:
Obama: bem, a velha não podia ter escolhido melhor altura para bater a bota, já viste?
Mulher do Obama: sim, a gaja já não andava cá a fazer nada. Mas pelo sim, pelo não, quando fores eleito manda fazer-lhe uma estátua, ou baptiza uma rua em homenagem a ela, ou assim.
Obama: sim, claro! Eu não podia com ela, mas se calhar ela deu-me a presidência. É para compensar as prendas de Natal que se esqueceu...
Infelizmente os gajos não vão nisso (se fossem, o Obama ganhava com 800% dos votos), por isso resta-nos acompanhar as notícias e viver com o resultado.
A propósito, a avó do Obama morreu ontem. Ele já tinha interrompido a campanha para a visitar e ontem a senhora morreu vítima de cancro. Pronto, já tinha 86 anos, não era propriamente uma jovem com a vida toda pela frente, mas é sempre chato.
Claro que no que a coisas chatas diz respeito, havendo eleições hoje, é capaz de ser das coisas chatas que melhor servem os interesses de Obama: toda a gente sabe que o pity factor contribui decisivamente para as intenções de voto de última hora, é capaz de haver um boost de votos no coitadinho do neto que perdeu a avó.
Imagino as reacções na sede de campanha de Barack Obama:
Alguém próximo de Obama: Amigos, tenho uma triste notícia. Faleceu a avó do Barack.
Gajo do marketing eleitoral: Mas, isso é excelente!!! Bora já fazer uma sondagem relâmpago para tentarmos perceber o efeito "dead grandma" nas intenções de voto dos indecisos!
Director de campanha: para quê, pá? Se já estava ganho, mais ganho ficou!!! De facto, esta é a melhor notícia que podíamos receber hoje!
Fulano do staff em surdina: Errrr... o Barack está mesmo atrás de ti!
Director de Campanha e gajo do marketing eleitoral, em coro: Senhor Senador, os nossos sentidos pêsames. Esta triste notícia deixou-nos arrasados. Não imaginamos o que estará a sentir neste momento.
Obama: Sim, sim, vão-se foder os dois. Quando for eleito estão despedidos e desterro-vos para um qualquer city hall de 3ª no Alaska. Para fazerem companhia à Palin.
Mais tarde, quando está apenas na companhia da mulher:
Obama: bem, a velha não podia ter escolhido melhor altura para bater a bota, já viste?
Mulher do Obama: sim, a gaja já não andava cá a fazer nada. Mas pelo sim, pelo não, quando fores eleito manda fazer-lhe uma estátua, ou baptiza uma rua em homenagem a ela, ou assim.
Obama: sim, claro! Eu não podia com ela, mas se calhar ela deu-me a presidência. É para compensar as prendas de Natal que se esqueceu...
29 outubro 2008
Teclados...
Tou num sítio em que os teclados sao nao standard. Por causa disso nao tenho til, nem acento circunflexo. Vá lá, tenho os acentos grave e agudo, já nao é mau... Ah e tenho uma tecla para este símbolo: ß. Nao me serve de muito, mas está cá, caso seja preciso.
Parte chata: o teclado tem o Y trocado com o Z e isso às veyes dá chatices. Enfim, ayar...
PS: está frio e a chover. Preve-se neve para amanha.
Parte chata: o teclado tem o Y trocado com o Z e isso às veyes dá chatices. Enfim, ayar...
PS: está frio e a chover. Preve-se neve para amanha.
28 outubro 2008
Antes de ir...
Uma pessoa preconceituosa é aquela que julga os outros sem quaisquer factos ou argumentos que fundamentem a sua opinião. Julga sem conhecer, julgando que conhece e toma o todo pela parte.
É opinião mais ou menos generalizada que as pessoas preconceituosas são intolerantes. Aliás, isto é quase uma tautologia. Se uma pessoa forma juizos precipitados será naturalemente intolerante em relação a quaisquer pessoas que se enquadrem num grupo que o próprio discrimina.
Mas... não será esta ideia ela própria um preconceito? Afinal, julgar que todas as pessoas preconceituosas são intolerantes é em si própria uma conclusão precipitada sobre as pessoas preconceituosas, não havendo factos que suportem a conclusão geral e está-se a tomar o todo pela parte!
E sendo um preconceito, à luz desse preconceito não serão as pessoas que julgam que os preconceituosos são intolerantes elas próprias intolerantes?
Devo dizer que depois de umas quantas cervejas comecei a pensar nesta e noutras questões, num dia em que tinha pouco que fazer, e a única conclusão a que cheguei é que precisava de mais cerveja. Depois de mais umas quantas descobri a solução para o problema, mas já não me lembro a que conclusões cheguei.
É o eterno paradoxo do álcool: quando bebo muito consigo descobrir coisas maravilhosas, mas quando o efeito passa esqueço-me delas. Por outro lado, se beber mas não o suficiente para me esquecer, continuo na mesma como estava antes, só que bêbado.
Pronto, vou fazer a mala e vou-me embora.
Até para a semana.
É opinião mais ou menos generalizada que as pessoas preconceituosas são intolerantes. Aliás, isto é quase uma tautologia. Se uma pessoa forma juizos precipitados será naturalemente intolerante em relação a quaisquer pessoas que se enquadrem num grupo que o próprio discrimina.
Mas... não será esta ideia ela própria um preconceito? Afinal, julgar que todas as pessoas preconceituosas são intolerantes é em si própria uma conclusão precipitada sobre as pessoas preconceituosas, não havendo factos que suportem a conclusão geral e está-se a tomar o todo pela parte!
E sendo um preconceito, à luz desse preconceito não serão as pessoas que julgam que os preconceituosos são intolerantes elas próprias intolerantes?
Devo dizer que depois de umas quantas cervejas comecei a pensar nesta e noutras questões, num dia em que tinha pouco que fazer, e a única conclusão a que cheguei é que precisava de mais cerveja. Depois de mais umas quantas descobri a solução para o problema, mas já não me lembro a que conclusões cheguei.
É o eterno paradoxo do álcool: quando bebo muito consigo descobrir coisas maravilhosas, mas quando o efeito passa esqueço-me delas. Por outro lado, se beber mas não o suficiente para me esquecer, continuo na mesma como estava antes, só que bêbado.
Pronto, vou fazer a mala e vou-me embora.
Até para a semana.
Até já
Eu sei que tenho andado um bocado desaparecido. Acontece, pá. Muito que fazer, e poucos assuntos de que me apeteça falar. Só se ouve falar na crise internacional e agora também o orçamento de estado e sinceramente não tenho pachorra.
Já agora, desculpem lá o mau jeito, mas vão ficar mais uns dias sem ouvir falar de mim. Vou "ali" e já venho (sexta-feira).
Já agora, desculpem lá o mau jeito, mas vão ficar mais uns dias sem ouvir falar de mim. Vou "ali" e já venho (sexta-feira).
Eu nem era para dizer nada...
Até tenho andado a evitar falar de bola, mas... viram os resultados deste fim de semana? Já olharam bem para a classificação? Os líderes do campeonato são o Nacional da Madeira (!!) e o Leixões (!!!!!!!!) com 13 pontos em 6 jogos?! Em apenas 6 jornadas o Benfica já perdeu 6 pontos, o Porto perdeu 7 e o Sporting 8!
Este ano vai ser divertido, lá isso vai...
Este ano vai ser divertido, lá isso vai...
20 outubro 2008
Tempo de vacas magras
Em tempo de vacas magras um gajo fica feliz por ganhar em casa a uma equipa da II Divisão B. Mesmo que seja nos penalties. São estas pequenas ironias que dão tempero aos dias mais cinzentos...
E por falar em dias cinzentos: no sábado saí de casa uns 10 minutos depois de começar a tromba de água e nem queria acreditar no que estava a ver. Passei por 4 ou 5 sítios em que fiquei com água pela matrícula! Tava a ver que era desta que Sete Rios ficava com água ao nível do viaduto do Eixo N-S...
E por falar em dias cinzentos: no sábado saí de casa uns 10 minutos depois de começar a tromba de água e nem queria acreditar no que estava a ver. Passei por 4 ou 5 sítios em que fiquei com água pela matrícula! Tava a ver que era desta que Sete Rios ficava com água ao nível do viaduto do Eixo N-S...
17 outubro 2008
Contradição
Diz o Público: Quem mais sabe sobre sexo, mais tarde inicia as relações . O que vem contrariar um pouco a ideia que sexo é bom, não vem?
Nova época
Depois de 2 meses e meio de paragem, por causa das férias, voltei ao badminton. Está a ser doloroso... já tava com os bofes de fora logo no aquecimento e a coisa não melhorou muito depois disso... ah, sim, e continuo sem grande jeito para acertar no volante, mas até seria de estranhar que tivesse.
Deus não existe
e eu posso prová-lo!
Se Deus existisse, o autor deste processo judicial tinha sido fulminado por um raio em pleno tribunal.
E mesmo que Deus achasse que um raio no meio de um tribunal dava demasiado nas vistas, o juiz não teria sido obrigado a inventar uma qualquer desculpa legal, tinha pegado numa espada flamejante e resolvia o problema à antiga.
Se Deus existisse, o autor deste processo judicial tinha sido fulminado por um raio em pleno tribunal.
E mesmo que Deus achasse que um raio no meio de um tribunal dava demasiado nas vistas, o juiz não teria sido obrigado a inventar uma qualquer desculpa legal, tinha pegado numa espada flamejante e resolvia o problema à antiga.
15 outubro 2008
Buraco negro
Há uma anedota que reza assim:
"Dois homens e uma freira sobrevivem a um naufrágio. Descobrem uma ilha deserta e lá vão vivendo. Passado um ano, envergonhada com a vida que levava, a freira suicida-se. Passado mais um ano, envergonhados com a vida que levavam, os homens resolvem enterrar a freira. Passado outro ano, envergonhados com a vida que levavam, resolvem desenterrá-la".
Bom, parece que vamos assistir a um remake desta anedota: "Há uns anos Pedro Santana Lopes decidiu candidatar-se à Câmara de Lisboa. Passado um ano, envergonhado com a vida que levava, saiu para ir para o Governo. Passados 6 meses, envergonhados com a vida que levaram, os portugueses tiram-no de lá. Passados 3 anos, envergonhado com a vida que levava, PSL resolve recandidatar-se".
O cenário para as próximas autárquicas é mau de qualquer das formas. Se PSL perde demite-se de todos os cargos políticos, ofendido com os eleitores, amua durante 3 meses e depois volta a líder parlamentar do PSD e ainda se recandidata a líder do partido (outra vez). E lá temos nós de aturar as birras do menino (o menino guerreiro, lembram-se?), e ouvi-lo nos noticiários a toda a hora. Se PSL ganha o melhor que toda a gente tem a fazer é mudar-se para Oeiras, Vila Franca ou Almada, porque tá-me a parece que não demora nem 2 anos até nascerem 3 ou 4 projectos essenciais para a cidade de Lisboa: (1) pôr a segunda circular toda em túnel desde o aeroporto até Pina Manique; (2) substituir a ponte 25 de Abril por um túnel Alcântara-Almada; (3) fazer um túnel através de Monsanto, desde o nó da CRIL até às Amoreiras para retirar a A5 do parque e (4) pôr o aeroporto todo debaixo de terra, com os aviões a entrarem no sub-solo ao pé dé dos Jerónimos e a fazerem o percurso através da cidade todo em túnel.
"Dois homens e uma freira sobrevivem a um naufrágio. Descobrem uma ilha deserta e lá vão vivendo. Passado um ano, envergonhada com a vida que levava, a freira suicida-se. Passado mais um ano, envergonhados com a vida que levavam, os homens resolvem enterrar a freira. Passado outro ano, envergonhados com a vida que levavam, resolvem desenterrá-la".
Bom, parece que vamos assistir a um remake desta anedota: "Há uns anos Pedro Santana Lopes decidiu candidatar-se à Câmara de Lisboa. Passado um ano, envergonhado com a vida que levava, saiu para ir para o Governo. Passados 6 meses, envergonhados com a vida que levaram, os portugueses tiram-no de lá. Passados 3 anos, envergonhado com a vida que levava, PSL resolve recandidatar-se".
O cenário para as próximas autárquicas é mau de qualquer das formas. Se PSL perde demite-se de todos os cargos políticos, ofendido com os eleitores, amua durante 3 meses e depois volta a líder parlamentar do PSD e ainda se recandidata a líder do partido (outra vez). E lá temos nós de aturar as birras do menino (o menino guerreiro, lembram-se?), e ouvi-lo nos noticiários a toda a hora. Se PSL ganha o melhor que toda a gente tem a fazer é mudar-se para Oeiras, Vila Franca ou Almada, porque tá-me a parece que não demora nem 2 anos até nascerem 3 ou 4 projectos essenciais para a cidade de Lisboa: (1) pôr a segunda circular toda em túnel desde o aeroporto até Pina Manique; (2) substituir a ponte 25 de Abril por um túnel Alcântara-Almada; (3) fazer um túnel através de Monsanto, desde o nó da CRIL até às Amoreiras para retirar a A5 do parque e (4) pôr o aeroporto todo debaixo de terra, com os aviões a entrarem no sub-solo ao pé dé dos Jerónimos e a fazerem o percurso através da cidade todo em túnel.
13 outubro 2008
Eleições EUA
Tá tudo à espera que os americanos vão a votos para decidir se o próximo presidente dos EUA é o Obama ou o McCain (que não é, tanto quanto se sabe, familiar da Maddie).
Claro que é uma expectativa moderada, já que a eleição do presidente americano tem efeitos sobre a nossa vida mas apenas de forma indirecta (já se fôssemos cidadãos do Iraque, Irão ou outro país invadido ou prestes a sê-lo, a situação seria muito diferente). Mas isso não é verdade para todos: o Banco BEST criou um produto financeiro sui generis: o depósito a prazo Obama-McCain, em que o depositante aposta no candidato que acha ter mais hipóteses de ganhar as eleições nos EUA. Se acertar, o depósito rende 8% (TANB); se errar, o depósito só rende 2% (TANB).
A parte curiosa é o disclaimer no fim que começa por dizer que "o Banco Best não se responsabiliza por eventuais anomalias nas Eleições de 2008 para a Presidência dos EUA". Pois claro, já está toda a gente de pé atrás com eleições naquele país, dono de uma democracia tão frágil...
(obrigado Gonçalo)
Claro que é uma expectativa moderada, já que a eleição do presidente americano tem efeitos sobre a nossa vida mas apenas de forma indirecta (já se fôssemos cidadãos do Iraque, Irão ou outro país invadido ou prestes a sê-lo, a situação seria muito diferente). Mas isso não é verdade para todos: o Banco BEST criou um produto financeiro sui generis: o depósito a prazo Obama-McCain, em que o depositante aposta no candidato que acha ter mais hipóteses de ganhar as eleições nos EUA. Se acertar, o depósito rende 8% (TANB); se errar, o depósito só rende 2% (TANB).
A parte curiosa é o disclaimer no fim que começa por dizer que "o Banco Best não se responsabiliza por eventuais anomalias nas Eleições de 2008 para a Presidência dos EUA". Pois claro, já está toda a gente de pé atrás com eleições naquele país, dono de uma democracia tão frágil...
(obrigado Gonçalo)
09 outubro 2008
Espanto!
Acabei de ouvir na televisão: a propósito do Suécia-Portugal, Zlatan Ibrahimovic, reconhecido como o melhor jogador sueco, afirma-se um admirador de José Mourinho. É de admirar, sobretudo porque Ibrahimovic é treinado por... José Mourinho! Que espanto, pá, nem consigo disfarçar a minha surpresa por tais declarações, tão inesperadas!
Expectativa...
Depois dos campeonatos do mundo de atletismo de 2003 e dos jogos olímpicos de 2004 em que se veio a descobrir substâncias dopantes à posteriori, desta vez a coisa pia mais fino: as amostras são guardadas e podem ser re-analisadas quando se descobrir um novo agente dopante indetectável na altura.
No final dos anos 90 e até se tornar conhecida pelas agências anti-doping a droga da moda era a THG (Tetrahidrogestrinona), sobretudo em modalidades de sprint, que requerem poder de explosão e grande massa muscular.
Já no ciclismo ou noutras modalidades de endurance, há muito que se conhece a preferência pela EPO (Eritropoitina), que premite aumentar os números de glóbulos vermelhos e consequentemente a oxigenação dos músculos.
Agora a droga da moda é uma coisa chamada CERA (Continuous erythropoitin receptor activator), também referida como EPO de terceira geração. Permite efeitos mais prolongados e é menos susceptível de detecção.
Menos susceptível, mas não impossível: houve 3 análises positivas no Tour deste ano e agora o COI vai re-analisar 5000 amostras recolhidas durante os Jogos Olímpicos. Fico à espera dos resultados com muita, mas mesmo muita curiosidade...
No final dos anos 90 e até se tornar conhecida pelas agências anti-doping a droga da moda era a THG (Tetrahidrogestrinona), sobretudo em modalidades de sprint, que requerem poder de explosão e grande massa muscular.
Já no ciclismo ou noutras modalidades de endurance, há muito que se conhece a preferência pela EPO (Eritropoitina), que premite aumentar os números de glóbulos vermelhos e consequentemente a oxigenação dos músculos.
Agora a droga da moda é uma coisa chamada CERA (Continuous erythropoitin receptor activator), também referida como EPO de terceira geração. Permite efeitos mais prolongados e é menos susceptível de detecção.
Menos susceptível, mas não impossível: houve 3 análises positivas no Tour deste ano e agora o COI vai re-analisar 5000 amostras recolhidas durante os Jogos Olímpicos. Fico à espera dos resultados com muita, mas mesmo muita curiosidade...
08 outubro 2008
Google Chrome
O Google fez um browser. Chama-se Google Chrome e por enquanto é beta. Ainda não sei se é uma boa ideia ou não. Vou usá-lo, depois decido.
Uma coisa parece certa: a guerra pela supremacia no fornecimento de serviços Internet entre a Microsoft e a Apple ganhou uma nova frente de batalha.
Página do Google Chrome.
Uma coisa parece certa: a guerra pela supremacia no fornecimento de serviços Internet entre a Microsoft e a Apple ganhou uma nova frente de batalha.
Página do Google Chrome.
Perguntas sem resposta
Quem é que se lembrou de chamar às misturas de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas, Cocktail, que traduzido literalmente quer dizer "rabo de pila"? Que raio de expressão é essa?
07 outubro 2008
Olhos nos olhos
Mulheres sauditas só devem mostrar um olho.
Eu até consigo perceber a motivação por detrás da regra do "olho único": quando um gajo quer esbofetear uma gaja (o que, obviamente, ela fez por merecer), se ela tiver um olho tapado não consegue avaliar bem as distâncias e isso limita a sua capacidade de se esquivar.
Eu até consigo perceber a motivação por detrás da regra do "olho único": quando um gajo quer esbofetear uma gaja (o que, obviamente, ela fez por merecer), se ela tiver um olho tapado não consegue avaliar bem as distâncias e isso limita a sua capacidade de se esquivar.
Satisfação pessoal
Há já algum tempo que isto não acontecia: o prémio Nobel da Física foi atribuido pela descoberta de uma coisa de que eu até percebo um bocadinho! É só um bocadinho muito pequeno, mas já não acontecia desde 1999 (supostamente eu deveria perceber um bocadinho do assunto premiado em 2004, mas era a última parte da cadeira, já não percebi nada daquilo).
Nota: perceber um bocadinho quer dizer que fiz uma cadeira sobre o assunto, fiz um ou outro exercício sobre isso e passei à cadeira; não quer dizer que tenha gostado nem sequer que consiga explicar o assunto a outros. Se têm curiosidade, perguntem a um físico de partículas teórico. Eu só fiz duas cadeiras disso e não gostei particularmente de nenhuma.
Nota: perceber um bocadinho quer dizer que fiz uma cadeira sobre o assunto, fiz um ou outro exercício sobre isso e passei à cadeira; não quer dizer que tenha gostado nem sequer que consiga explicar o assunto a outros. Se têm curiosidade, perguntem a um físico de partículas teórico. Eu só fiz duas cadeiras disso e não gostei particularmente de nenhuma.
Ironias do destino...
O Magalhães é a nova grande aposta de José Sócrates. Todos os anos tem uma. Uma empresa pioneira, um projecto tecnológico, o choque tecnológico todos os anos tem uma nova coqueluche.
Este ano é o Magalhães, o tal "computador português". Uso aspas porque o Magalhães é apenas um projecto da Intel em dezenas de países, um dos quais Portugal, e o nome é escolhido localmente por questões de marketing. O mesmo produto tem outros nomes noutros países.
Mas não venho cá para discutir os méritos, ou falta deles, do projecto Magalhães. Independentemente da euforia governamental, é um bom projecto (embora não excepcional) e irá permitir aos mais pequenos um contacto mais precoce com a informática (coisa de que necessitamos bastante, a iliteracia informática em Portugal é gritante).
Outra das bandeiras do governo Sócrates é o combate à evasão e fraude fiscal. Desde há uns anos que os controlos do fisco e segurança social têm apertado, o encaixe fiscal tem aumentado em parte graças e esse maior controlo e o governo, desde que tomou posse, declarou guerra à economia paralela. E nem se tem safado mal, as medidas têm dado resultados. Bons resultados, mesmo que não sejam excepcionais.
A ironia do destino é o facto de a JP Sá Couto, empresa que irá produzir o Magalhães, ser arguida num processo de fraude e evasão fiscal.
Ó senhor Primeiro-Ministro: há dias em que um gajo mais valia não ter saído da cama, pá!
Este ano é o Magalhães, o tal "computador português". Uso aspas porque o Magalhães é apenas um projecto da Intel em dezenas de países, um dos quais Portugal, e o nome é escolhido localmente por questões de marketing. O mesmo produto tem outros nomes noutros países.
Mas não venho cá para discutir os méritos, ou falta deles, do projecto Magalhães. Independentemente da euforia governamental, é um bom projecto (embora não excepcional) e irá permitir aos mais pequenos um contacto mais precoce com a informática (coisa de que necessitamos bastante, a iliteracia informática em Portugal é gritante).
Outra das bandeiras do governo Sócrates é o combate à evasão e fraude fiscal. Desde há uns anos que os controlos do fisco e segurança social têm apertado, o encaixe fiscal tem aumentado em parte graças e esse maior controlo e o governo, desde que tomou posse, declarou guerra à economia paralela. E nem se tem safado mal, as medidas têm dado resultados. Bons resultados, mesmo que não sejam excepcionais.
A ironia do destino é o facto de a JP Sá Couto, empresa que irá produzir o Magalhães, ser arguida num processo de fraude e evasão fiscal.
Ó senhor Primeiro-Ministro: há dias em que um gajo mais valia não ter saído da cama, pá!
06 outubro 2008
Beu-beu-beu
Se acharem que a ideia de acordar de manhã com lambidelas peganhentas na cara é interessante, então talvez vos interesse isto:
"Somos 10 Labradores Retriever puros que queremos arranjar uma casa onde nos encham de miminhos. Nascemos no dia 21 de Agosto e a nossa mãe diz que podemos sair de casa a partir de 15 de Outubro. Somos 7 machos (3 pretos e 4 brancos) e 3 fêmeas (1 preta e 2 brancas) como podem verificar nas fotos em anexo. Se gostarem de cães e quiserem ter o privilégio de ser nossos donos liguem para Isabel - 9XXXXXXXX para combinar os detalhes, se não gostarem ou não puderem ficar conosco, mandem este e-mail para todos os vossos amigos e ajudem-nos a arranjar uma caminha fofinha......"
As fotos referidas são esta e esta.
Nota: o número de telefone foi ocultado para proteger a privacidade da autora da mensagem. Se alguém estiver interessado, mandem-me um mail (link no canto superior direito da página) e eu dou-vos o contacto.
Nota 2: os cães não são para vender, são para dar.
Nota 3: não tenho terraço; se tivesse já não eram 10 cães, eram só 9. Ou talvez 8 (uma fêmea branca e um macho preto, era o ideal para mim). Mas num apartamento não dá mesmo jeito nenhum, os bichos gostam de correr.
Actualização: esta informação já tem um mês de idade. Provavelmente já está obsoleta, por isso não irei responder a mais mails de interessados nos cachorros (que provavelmente já terão sido todos entregues aos novos donos)
"Somos 10 Labradores Retriever puros que queremos arranjar uma casa onde nos encham de miminhos. Nascemos no dia 21 de Agosto e a nossa mãe diz que podemos sair de casa a partir de 15 de Outubro. Somos 7 machos (3 pretos e 4 brancos) e 3 fêmeas (1 preta e 2 brancas) como podem verificar nas fotos em anexo. Se gostarem de cães e quiserem ter o privilégio de ser nossos donos liguem para Isabel - 9XXXXXXXX para combinar os detalhes, se não gostarem ou não puderem ficar conosco, mandem este e-mail para todos os vossos amigos e ajudem-nos a arranjar uma caminha fofinha......"
As fotos referidas são esta e esta.
Nota: o número de telefone foi ocultado para proteger a privacidade da autora da mensagem. Se alguém estiver interessado, mandem-me um mail (link no canto superior direito da página) e eu dou-vos o contacto.
Nota 2: os cães não são para vender, são para dar.
Nota 3: não tenho terraço; se tivesse já não eram 10 cães, eram só 9. Ou talvez 8 (uma fêmea branca e um macho preto, era o ideal para mim). Mas num apartamento não dá mesmo jeito nenhum, os bichos gostam de correr.
Actualização: esta informação já tem um mês de idade. Provavelmente já está obsoleta, por isso não irei responder a mais mails de interessados nos cachorros (que provavelmente já terão sido todos entregues aos novos donos)
03 outubro 2008
Perseguições
Mário Machado, líder dos Hammerskins, mostrou-se indignado com as penas de prisão efectiva a que ele e alguns outros membros do grupo foram sentenciados e disse que o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, persegue os nacionalistas.
Eh pá, não me querendo meter muito ao barulho, até porque os meus dentes podem não ser bonitos mas são os únicos que tenho e prezo-os bastante, mas não vejo aí grande problema. O MAI persegue os nacionalistas, que por sua vez perseguem os imigrantes que por sua perseguem... bom, na verdade os imigrantes não perseguem ninguém. Para se concluir o círculo era preciso que os imigrantes por sua vez perseguissem o MAI, mas não vejo grandes riscos de isso vir a acontecer.
Mário Machado foi condenado pelos crimes de "ameaça, coacção agravada, detenção de arma ilegal, dano, ofensa à integridade física qualificada e discriminação racial". E admira-se que lhe tenha sido ordenada uma pena de prisão efectiva. Diz ele que "quem merecia estar na prisão eram os ciganos e os pretos que andam aos tiros". Pois, tadito do rapaz... até é bom moço, de boas famílias, educado. Pronto, gosta de bater em pretos de vez em quando, qual é o mal?
Eh pá, não me querendo meter muito ao barulho, até porque os meus dentes podem não ser bonitos mas são os únicos que tenho e prezo-os bastante, mas não vejo aí grande problema. O MAI persegue os nacionalistas, que por sua vez perseguem os imigrantes que por sua perseguem... bom, na verdade os imigrantes não perseguem ninguém. Para se concluir o círculo era preciso que os imigrantes por sua vez perseguissem o MAI, mas não vejo grandes riscos de isso vir a acontecer.
Mário Machado foi condenado pelos crimes de "ameaça, coacção agravada, detenção de arma ilegal, dano, ofensa à integridade física qualificada e discriminação racial". E admira-se que lhe tenha sido ordenada uma pena de prisão efectiva. Diz ele que "quem merecia estar na prisão eram os ciganos e os pretos que andam aos tiros". Pois, tadito do rapaz... até é bom moço, de boas famílias, educado. Pronto, gosta de bater em pretos de vez em quando, qual é o mal?
30 setembro 2008
Ainda os combustíveis...
Segundo a Autoridade da Concorrência, noticia o Público, o gasóleo subiu 28% no segundo trimestre de 2008, e a gasolina subiu 8%, face a igual período de 2007.
No mesmo período, o preço do petróleo (em euros) subiu 54,8%. Dá que pensar, não dá?
O preço do gasóleo mantém-se 1,7% abaixo da média europeia, ao passo que o da gasolina está 4,25 acima da média (média dos 27 estados-membros da União). Se no caso da gasolina, estar uns pontos acima da média é algo com que nos devemos preocupar, embora a diferença para a média não seja muito grande, no caso do gasóleo continuo sem perceber como é que afinal o nosso gasóleo está "entre os mais caros da Europa".
O preço à saída das refinarias subiu 19,7% no caso da gasolina sem chumbo 95 e 62,2% no caso do gasóleo. Novamente, comparando com as subidas dos preços finais, há aqui alguma disparidade que convinha explicar.
Gostava que o senhor camionista que me veio insultar a propósito das minhas conclusões sobre o artigo publicado na Visão da semana passada (post de 25 de Setembro), viesse com a sua sapiência e longa experiência de vida, explicar esta aparente contradição.
Nota 2: o que diz o Público não é lei, e cada vez dou menos crédito às notícias publicadas no site, sobretudo quando se trata de analisar números; de igual modo, não considero que a AdC goze de particular credibilidade. Contudo, números são números. Se os números estão correctos, queria mesmo que alguém conseguisse explicar tamanha discrepância entre o que pensa o comum dos tugas e os factos; se os números estão errados gostaria que me indicassem uma fonte segura para poder confirmar os dados correctos.
No mesmo período, o preço do petróleo (em euros) subiu 54,8%. Dá que pensar, não dá?
O preço do gasóleo mantém-se 1,7% abaixo da média europeia, ao passo que o da gasolina está 4,25 acima da média (média dos 27 estados-membros da União). Se no caso da gasolina, estar uns pontos acima da média é algo com que nos devemos preocupar, embora a diferença para a média não seja muito grande, no caso do gasóleo continuo sem perceber como é que afinal o nosso gasóleo está "entre os mais caros da Europa".
O preço à saída das refinarias subiu 19,7% no caso da gasolina sem chumbo 95 e 62,2% no caso do gasóleo. Novamente, comparando com as subidas dos preços finais, há aqui alguma disparidade que convinha explicar.
Gostava que o senhor camionista que me veio insultar a propósito das minhas conclusões sobre o artigo publicado na Visão da semana passada (post de 25 de Setembro), viesse com a sua sapiência e longa experiência de vida, explicar esta aparente contradição.
Nota 2: o que diz o Público não é lei, e cada vez dou menos crédito às notícias publicadas no site, sobretudo quando se trata de analisar números; de igual modo, não considero que a AdC goze de particular credibilidade. Contudo, números são números. Se os números estão correctos, queria mesmo que alguém conseguisse explicar tamanha discrepância entre o que pensa o comum dos tugas e os factos; se os números estão errados gostaria que me indicassem uma fonte segura para poder confirmar os dados correctos.
Entendam-se, pá! - parte II
Afinal o plano Bush foi aprovado ou não foi aprovado?
Diz o Público, em notícia publicada ontem às 15h19: Nova Iorque reage em forte queda ao plano Bush.
Mas já a notícia publicada ontem às 22h08 dizia: Bolsa de Nova Iorque afunda-se com rejeição do plano Paulson. (Nota: Paulson é o Secretário do Tesouro da administração Bush)
Seria bom que o Público verificasse as suas histórias antes de as publicar, não? Eu andei ontem umas horas (até o André me mandar outra notícia que diz que o plano chumbou; curiosamente uns minutos depois o Queiró escreve um comentário com o endereço da mesma notícia; obviamente, não era no site do Público) a tentar perceber como raio cai a bolsa após a aprovação dos 700 mil milhões de dólares que iriam salvar a banca...
Diz o Público, em notícia publicada ontem às 15h19: Nova Iorque reage em forte queda ao plano Bush.
Mas já a notícia publicada ontem às 22h08 dizia: Bolsa de Nova Iorque afunda-se com rejeição do plano Paulson. (Nota: Paulson é o Secretário do Tesouro da administração Bush)
Seria bom que o Público verificasse as suas histórias antes de as publicar, não? Eu andei ontem umas horas (até o André me mandar outra notícia que diz que o plano chumbou; curiosamente uns minutos depois o Queiró escreve um comentário com o endereço da mesma notícia; obviamente, não era no site do Público) a tentar perceber como raio cai a bolsa após a aprovação dos 700 mil milhões de dólares que iriam salvar a banca...
29 setembro 2008
Entendam-se, pá!
Os bancos abrem falência, as bolsas caem.
O Presidente americano anuncia um plano de recuperação, as bolsas crescem.
O Congresso aprova o pacote de medidas, as bolsas caem outra vez.
Não há quem entenda estes gajos da bolsa...
O Presidente americano anuncia um plano de recuperação, as bolsas crescem.
O Congresso aprova o pacote de medidas, as bolsas caem outra vez.
Não há quem entenda estes gajos da bolsa...
Aconteceu o pior...
Aconteceu o que eu temia: logo este ano que nem estou a ligar nada ao futebol, recebemos o Sporting à 4ª jornada e ganhamos 2-0. Que autoridade moral tenho eu agora para vir gozar com a lagartada? (só vi bocados da segunda parte, mas pelo menos vi o que mais importava: os dois GOLAÇOS!!!)
25 setembro 2008
Et tu, Brute?*
*"Também tu, Brutus?", para quem não sabe latim (dispenso comentários a corrigir a sintaxe, gramática ou ortografia da frase, se tiverem queixas dirijam-nas directamente à Wikipedia)
Já se sabe que a comunicação social deixa algo a desejar; ponho a frase assim porque sou bonzinho, porque se quisesse ser mauzinho diria que a única coisa que preocupa os órgãos de comunicação social é o aumento das tiragens/audiências e as receitas de publicidade que daí advêm, sem qualquer tipo de preocupação por coisas tão comezinhas como verdade/honestidade/factos/fundamento/etc.
Mas... também a Visão?
No número desta semana o assunto de capa da Visão é o sobe e desce dos combustíveis (nem de propósito ainda ontem/hoje de manhã - riscar o que não interessa, tou demasiado preguiçoso para ver a data do post que eu próprio escrevi e acontece tanta coisa ao longo do dia que os dias confundem-se e já nem me lembro do que comi ao almoço; por acaso até me lembro, foi chili com carne, mas isso agora nem vem ao caso. Errr... onde é que eu ia? É melhor fechar este parêntesis e voltar ao princípio.)
No número desta semana o assunto de capa da Visão é o sobe e desce dos combustíveis e a sua correlação, ou ausência dela, com o sobe e desce da cotação do crude (aproveito para abrir mais um parêntesis: tou a ripar uns DVDs paracopiar para um amigo meu fazer cópias de segurança e como estão protegidos por copyright o Nero é maricas e não os copia; vai daí tive de usar o DVD Decrypter, que usa um sinal sonoro para indicar que a sua missão de crackar o DVD está concluída; mas em vez dos habituais sinais sonoros que se ouvem no Windows, com uma ou duas notas, o DVD Decrypter usa uma música que faz lembrar os luaus do Hawaii; tem uma certa piada; a propósito, o DVD Decrypter é, para os devidos efeitos, ilegal, embora o uso que lhe dou não o seja... eventualmente... bom, mas é ilegal e já não existe, o desenvolvimento parou e já não se encontra disponível; por isso, eu nego que tenha o DVD Decrypter no meu computador. DVD Decrypter? Quem é que falou em DVD Decrypter? Não faço ideia do que isso seja... bolas, perdi-me outra vez. Vamos começar lá do princípio outra vez que isto hoje está a correr mal).
No número desta semana o assunto de capa da Visão é o sobe e desce dos combustíveis e a sua correlação, ou ausência dela, com o sobe e desce da cotação do crude. A reportagem começa na página 52 se alguém estiver interessado.
Independentemente das razões que assistem ao jornalista, que decerto as terá, na página 56 está um quadro comparativo dos preços do gasóleo e gasolina, aumentos verificados este ano e respectivas cargas fiscais, em 15 estados membros da EU (os que já pertenciam à União antes do alargamento de 2004). O título é: "Caros, mas a subir menos que os outros". E lê-se no texto que acompanha o quadro que "Portugal continua a ser um dos países europeus onde os combustíveis são mais caros - e o peso dos impostos maior." E continua dizendo "Mas tem sido um dos estados-membros da UE onde os preços registaram menor variação desde Janeiro." Presumo que ambas as frases se refiram aos países da UE15, que são os que constam do quadro, e que a referência a "países europeus" e posteriormente a "estados membros da UE", sem especificar quais, sejam abusos de linguagem sem grande relevância. Portanto, considero que a informação, tal como o quadro, se refere aos países da UE15, como deve ser. Se o texto acompanha o quadro as conclusões para que aponta devem ser as que estão fundamentadas pela informação apresentada.
Diz a Visão, e o quadro está lá para confirmar, que somos um dos países onde os combustíveis são mais caros e a carga fiscal é maior. Não fiquei admirado, e olhei para o quadro para ver até que ponto o cenário era o esperado. E fiquei espantado. Não por ser assim tão grande a diferença, por termos combustíveis tão caros que dão vontade de emigrar ou porque os nossos impostos sejam tão elevados que dá vontade de gritar "CHULOS!" e outros impropérios dirigidos ao Governo ali no meio da rua. Não. Fiquei espantado porque a frase está completamente... ao contrário em relação aos dados! Na Visão!? Não pode ser... mas é.
É que:
- Na gasolina temos o 5º preço mais elevado; a Bélgica e Itália têm em relação a nós diferenças de apenas 0,6 e 0,2 cêntimos por litro, o que é quase nada. Ou seja, há 8 estados membros com preço inferior ao nosso em pelo menos 1 cêntimo/litro, 4 em que é mais caro e 2 em que o preço é sensivelmente o mesmo; Ok, somos um dos países com gasolina mais cara nesta comparação, mas nem é nada de extraordinário, estamos ligeiramente abaixo de meio da tabela.
- Na carga fiscal, a nossa é muito elevada: 57% na gasolina. Mas 6 estados-membros têm impostos mais elevados, 2 têm precisamente a mesma carga fiscal que nós e outros 6 têm carga fical inferior; estando precisamente a meio da tabela, dificilmente concordo que somos um dos estados-membros onde "a carga fiscal é maior".
- No gasóleo a coisa até me deixou pálido! Há 10 países na lista com gasóleo mais CARO e apenas 4 com o gasóleo mais barato que o nosso: Bélgica, Espanha, Grécia e Luxemburgo. Dizer que temos dos gasóleos mais caros é, objectivamente, falso.
- Quanto à carga fiscal do gasóleo, a nossa é de 44%. Mais baixa que em 8 dos 15 países referidos e mais alta que em 6 outros. Sendo que em 2 desses 6 a carga fiscal no gasóleo é de 43%, apenas 1 ponto abaixo da nossa, até se pode dizer que temos uma carga fiscal razoável a tender para o baixo, em comparação com a UE15.
O texto só concorda com os dados na questão dos aumentos: quer no gasóleo, quer na gasolina somos o 3º dos 15 com aumentos menores este ano.
Independentemente das razões que motivaram a reportagem, independentemente da discrepância observada entre a cotação do crude e os preços praticados ao consumidor, que credibilidade pode ter um jornalista que diz que temos dos combustíveis mais caros perante aqueles dados?
Por isso, olhei com olhos de ver, olhos desapaixonados, apesar do que me custa pagar quando atesto o carro, para o gráfico da página 55. Onde comparam a evolução da cotação do crude com os preços da gasolina e gasóleo desde 2004.
E diz o título: "Caminhos separados: Até 2007, a relação entre o preço do petróleo e o dos combustíveis esteve em sintonia. Com a escalada do crude tudo mudou, em desfavor do consumidor". E os factos dizem?...
Os factos dizem que desde 1 de Janeiro de 2004, dia da liberalização, o gasóleo subiu 85.03% e a gasolina subiu 53.26%. Mas o petróleo subiu... 283.06%!!! É a este "desfavor do consumidor" que se referem?
Continuo a olhar e noto que, tendo subidas e descidas mais ou menos sincronizadas, as flutuações do preço final estão suavizadas em relação ao crude. Quer na subida, quer na descida: sobre o petróleo 10% sobrem os combustíveis 5%; desde o petróleo 15% e descem os combustíveis 10%. Em 2007 uma alta do petróleo ao longo de 4 meses foi acompanhada, de forma amortecida, pelos combustíveis.
E em 2008? Bom, em 2008 a gasolina foi acompanhando a subida mas de forma muito discreta, subindo sempre metade ou menos do que subiu o petróleo e até descendo em Março quando o petróleo subia quase 10%. Já o gasóleo subiu, mas bastante menos que o petróleo, até Abril, em Abril e apesar da alta do petróleo (subiu uns 12 ou 13%) o gasóleo DESCEU mais de 10%, em Junho dá-se o fenómeno inverso e o petróleo sobre apenas 1% mas o gasóleo compensa com um disparo de 25% e no único, repito, no ÚNICO mês que pode servir de razão de queixa, Agosto, desce o petróleo 15%, desce o gasóleo 7.5% e desce a gasolina 3.5%.
Não percebo como é possível ver no gráfico (aconselho-vos a comprar a Visão e a ver com os vossos olhos) qualquer discrepância. Consigo, isso sim, é ver que o petróleo não é o único responsável pelos preços, sendo os seus aumentos/descidas responsáveis por metade do aumento/descida dos combustíveis. O que eu até agradeço. Prefiro ter subidas de 2, 3 ou mesmo 6, 7 cêntimos por litro e descidas da mesma magnitude que ter os preços a variar todos os dias com subidas e descidas de 10, 15 ou mesmo 20 cêntimos de cada vez.
Cada vez mais me convenço que apesar de não o parecer, tem razão a autoridade da concorrência: não há nada na política de preços das gasolineiras que sugira cartel. O que há é a sensação que os combustíveis só aumentam e nunca descem, muito alimentada também por uma comunicação social espalhafatosa, sensacionalista e desonesta.
Já se sabe que a comunicação social deixa algo a desejar; ponho a frase assim porque sou bonzinho, porque se quisesse ser mauzinho diria que a única coisa que preocupa os órgãos de comunicação social é o aumento das tiragens/audiências e as receitas de publicidade que daí advêm, sem qualquer tipo de preocupação por coisas tão comezinhas como verdade/honestidade/factos/fundamento/etc.
Mas... também a Visão?
No número desta semana o assunto de capa da Visão é o sobe e desce dos combustíveis (nem de propósito ainda ontem/hoje de manhã - riscar o que não interessa, tou demasiado preguiçoso para ver a data do post que eu próprio escrevi e acontece tanta coisa ao longo do dia que os dias confundem-se e já nem me lembro do que comi ao almoço; por acaso até me lembro, foi chili com carne, mas isso agora nem vem ao caso. Errr... onde é que eu ia? É melhor fechar este parêntesis e voltar ao princípio.)
No número desta semana o assunto de capa da Visão é o sobe e desce dos combustíveis e a sua correlação, ou ausência dela, com o sobe e desce da cotação do crude (aproveito para abrir mais um parêntesis: tou a ripar uns DVDs para
No número desta semana o assunto de capa da Visão é o sobe e desce dos combustíveis e a sua correlação, ou ausência dela, com o sobe e desce da cotação do crude. A reportagem começa na página 52 se alguém estiver interessado.
Independentemente das razões que assistem ao jornalista, que decerto as terá, na página 56 está um quadro comparativo dos preços do gasóleo e gasolina, aumentos verificados este ano e respectivas cargas fiscais, em 15 estados membros da EU (os que já pertenciam à União antes do alargamento de 2004). O título é: "Caros, mas a subir menos que os outros". E lê-se no texto que acompanha o quadro que "Portugal continua a ser um dos países europeus onde os combustíveis são mais caros - e o peso dos impostos maior." E continua dizendo "Mas tem sido um dos estados-membros da UE onde os preços registaram menor variação desde Janeiro." Presumo que ambas as frases se refiram aos países da UE15, que são os que constam do quadro, e que a referência a "países europeus" e posteriormente a "estados membros da UE", sem especificar quais, sejam abusos de linguagem sem grande relevância. Portanto, considero que a informação, tal como o quadro, se refere aos países da UE15, como deve ser. Se o texto acompanha o quadro as conclusões para que aponta devem ser as que estão fundamentadas pela informação apresentada.
Diz a Visão, e o quadro está lá para confirmar, que somos um dos países onde os combustíveis são mais caros e a carga fiscal é maior. Não fiquei admirado, e olhei para o quadro para ver até que ponto o cenário era o esperado. E fiquei espantado. Não por ser assim tão grande a diferença, por termos combustíveis tão caros que dão vontade de emigrar ou porque os nossos impostos sejam tão elevados que dá vontade de gritar "CHULOS!" e outros impropérios dirigidos ao Governo ali no meio da rua. Não. Fiquei espantado porque a frase está completamente... ao contrário em relação aos dados! Na Visão!? Não pode ser... mas é.
É que:
- Na gasolina temos o 5º preço mais elevado; a Bélgica e Itália têm em relação a nós diferenças de apenas 0,6 e 0,2 cêntimos por litro, o que é quase nada. Ou seja, há 8 estados membros com preço inferior ao nosso em pelo menos 1 cêntimo/litro, 4 em que é mais caro e 2 em que o preço é sensivelmente o mesmo; Ok, somos um dos países com gasolina mais cara nesta comparação, mas nem é nada de extraordinário, estamos ligeiramente abaixo de meio da tabela.
- Na carga fiscal, a nossa é muito elevada: 57% na gasolina. Mas 6 estados-membros têm impostos mais elevados, 2 têm precisamente a mesma carga fiscal que nós e outros 6 têm carga fical inferior; estando precisamente a meio da tabela, dificilmente concordo que somos um dos estados-membros onde "a carga fiscal é maior".
- No gasóleo a coisa até me deixou pálido! Há 10 países na lista com gasóleo mais CARO e apenas 4 com o gasóleo mais barato que o nosso: Bélgica, Espanha, Grécia e Luxemburgo. Dizer que temos dos gasóleos mais caros é, objectivamente, falso.
- Quanto à carga fiscal do gasóleo, a nossa é de 44%. Mais baixa que em 8 dos 15 países referidos e mais alta que em 6 outros. Sendo que em 2 desses 6 a carga fiscal no gasóleo é de 43%, apenas 1 ponto abaixo da nossa, até se pode dizer que temos uma carga fiscal razoável a tender para o baixo, em comparação com a UE15.
O texto só concorda com os dados na questão dos aumentos: quer no gasóleo, quer na gasolina somos o 3º dos 15 com aumentos menores este ano.
Independentemente das razões que motivaram a reportagem, independentemente da discrepância observada entre a cotação do crude e os preços praticados ao consumidor, que credibilidade pode ter um jornalista que diz que temos dos combustíveis mais caros perante aqueles dados?
Por isso, olhei com olhos de ver, olhos desapaixonados, apesar do que me custa pagar quando atesto o carro, para o gráfico da página 55. Onde comparam a evolução da cotação do crude com os preços da gasolina e gasóleo desde 2004.
E diz o título: "Caminhos separados: Até 2007, a relação entre o preço do petróleo e o dos combustíveis esteve em sintonia. Com a escalada do crude tudo mudou, em desfavor do consumidor". E os factos dizem?...
Os factos dizem que desde 1 de Janeiro de 2004, dia da liberalização, o gasóleo subiu 85.03% e a gasolina subiu 53.26%. Mas o petróleo subiu... 283.06%!!! É a este "desfavor do consumidor" que se referem?
Continuo a olhar e noto que, tendo subidas e descidas mais ou menos sincronizadas, as flutuações do preço final estão suavizadas em relação ao crude. Quer na subida, quer na descida: sobre o petróleo 10% sobrem os combustíveis 5%; desde o petróleo 15% e descem os combustíveis 10%. Em 2007 uma alta do petróleo ao longo de 4 meses foi acompanhada, de forma amortecida, pelos combustíveis.
E em 2008? Bom, em 2008 a gasolina foi acompanhando a subida mas de forma muito discreta, subindo sempre metade ou menos do que subiu o petróleo e até descendo em Março quando o petróleo subia quase 10%. Já o gasóleo subiu, mas bastante menos que o petróleo, até Abril, em Abril e apesar da alta do petróleo (subiu uns 12 ou 13%) o gasóleo DESCEU mais de 10%, em Junho dá-se o fenómeno inverso e o petróleo sobre apenas 1% mas o gasóleo compensa com um disparo de 25% e no único, repito, no ÚNICO mês que pode servir de razão de queixa, Agosto, desce o petróleo 15%, desce o gasóleo 7.5% e desce a gasolina 3.5%.
Não percebo como é possível ver no gráfico (aconselho-vos a comprar a Visão e a ver com os vossos olhos) qualquer discrepância. Consigo, isso sim, é ver que o petróleo não é o único responsável pelos preços, sendo os seus aumentos/descidas responsáveis por metade do aumento/descida dos combustíveis. O que eu até agradeço. Prefiro ter subidas de 2, 3 ou mesmo 6, 7 cêntimos por litro e descidas da mesma magnitude que ter os preços a variar todos os dias com subidas e descidas de 10, 15 ou mesmo 20 cêntimos de cada vez.
Cada vez mais me convenço que apesar de não o parecer, tem razão a autoridade da concorrência: não há nada na política de preços das gasolineiras que sugira cartel. O que há é a sensação que os combustíveis só aumentam e nunca descem, muito alimentada também por uma comunicação social espalhafatosa, sensacionalista e desonesta.
Estimated Time of Arrival
Tempo de entrega de uma carta, em correio normal por via terrestre, para uma aldeia remota no Sudão: sei lá, talvez um mês?
Tempo de entrega de uma carta, em correio prioritário, por via aérea, para uma aldeia ainda mais remota no Nepal: p'raí uma semana, talvez menos.
Tempo de entrega de uma carta em correio azul para um estado-membro da União Europeia: 2 ou 3 dias.
Tempo de entrega de uma carta em correio azul em Portugal: 1 dia ou 2.
Tempo de entrega de uma carta por DHL ou outro transportador, usando o serviço urgente: até ao meio dia do dia seguinte.
Tempo de entrega de um postal dentro do Reino Unido: depende; em geral é só 1 ou 2 dias, mas pode demorar 79 anos. Acho que nunca mais me vou queixar dos CTT...
(obrigado Bruno)
Tempo de entrega de uma carta, em correio prioritário, por via aérea, para uma aldeia ainda mais remota no Nepal: p'raí uma semana, talvez menos.
Tempo de entrega de uma carta em correio azul para um estado-membro da União Europeia: 2 ou 3 dias.
Tempo de entrega de uma carta em correio azul em Portugal: 1 dia ou 2.
Tempo de entrega de uma carta por DHL ou outro transportador, usando o serviço urgente: até ao meio dia do dia seguinte.
Tempo de entrega de um postal dentro do Reino Unido: depende; em geral é só 1 ou 2 dias, mas pode demorar 79 anos. Acho que nunca mais me vou queixar dos CTT...
(obrigado Bruno)
Cotações e efeitos diferidos
Desde o início do ano que andamos a ouvir falar sobre a correlação (ou ausência dela) entre as cotações do barril de petróleo e o preço da gasolina ou gasóleo.
Já houve um estudo da Autoridade da Concorrência, artigos em todos os jornais, opiniões avulsas um pouco por todo o lado, argumentos da associação de revendedores, comunicados das petrolíferas.
O argumento vigente oficial é que quer para a subida, quer para a descida, uma alteração nas cotações reflecte-se no preço final após um determinado tempo, qualquer coisa em torno das duas semanas.
O que é bom! É bom porque eu não tenho jeito nenhum para adivinhar se amanhã o petróleo sobre ou desce. Mas tenho um certo jeito para dizer se subiu ou desceu há 2 semanas! (confesso que tenho ajuda) E tenho atestado o depósito ao sabor dessas notícias: quando o petróleo está a subir, vou enchendo o depósito assim que possível; faço uns 100 km e vou meter 10 euros; faço mais 100 km e volto a atestar; e assim vou vivendo, já que o gasóleo que não comprar hoje hei-de comprar daqui a umas semanas ou uns dias e já estará mais caro. Quando o petróleo está a descer espero, deixo o depósito chegar ao fim e atesto já a um preço mais baixo.
À conta disso ainda consigo poupar algum dinheiro, jogando com as cotações. Passei o fim da Primavera e início do Verão a meter gasóleo quase todas as semanas e de cada vez que ia à bomba o gasóleo estava mais caro. Depois passei o resto do Verão a atestar só quando está na reserva. A última vez que tinha atestado tinha sido a 1,36; esta semana fui atestar (1 dia depois de saber que a BP tinha baixado os preços e porque já tinha o carro a entrar na reserva) a 1,26. E ainda juntei mais 5 cêntimos por litro de desconto de um vale qualquer. Consegui atestar por 41 euros, o que já não acontecia há quase 1 ano!
Agora estou com um dilema: na sexta-feira passada o petróleo subiu de 90 para 126 dólares (em Nova Iorque) numa única sessão! São 36 dólares de aumento de uma vez. Já o Brent (o que nos interessa), recuperou para 100 dólares depois de ter estado a cotar a 85 há uma semana. O mais certo é que retorne à tendência de descida, mas nada é garantido (sabe-se lá se os americanos não decidem invadir o Irão!?). E aqui entra a minha dúvida: atesto outra vez ainda esta semana, ou deixo andar à espera de mais descidas, uma vez ultrapassado o choque a nacionalização da banca americana? Nos dias que correm um gajo tem de perceber de economia e de politica internacional para decidir coisas tão simples como quando atestar o carro...
Já houve um estudo da Autoridade da Concorrência, artigos em todos os jornais, opiniões avulsas um pouco por todo o lado, argumentos da associação de revendedores, comunicados das petrolíferas.
O argumento vigente oficial é que quer para a subida, quer para a descida, uma alteração nas cotações reflecte-se no preço final após um determinado tempo, qualquer coisa em torno das duas semanas.
O que é bom! É bom porque eu não tenho jeito nenhum para adivinhar se amanhã o petróleo sobre ou desce. Mas tenho um certo jeito para dizer se subiu ou desceu há 2 semanas! (confesso que tenho ajuda) E tenho atestado o depósito ao sabor dessas notícias: quando o petróleo está a subir, vou enchendo o depósito assim que possível; faço uns 100 km e vou meter 10 euros; faço mais 100 km e volto a atestar; e assim vou vivendo, já que o gasóleo que não comprar hoje hei-de comprar daqui a umas semanas ou uns dias e já estará mais caro. Quando o petróleo está a descer espero, deixo o depósito chegar ao fim e atesto já a um preço mais baixo.
À conta disso ainda consigo poupar algum dinheiro, jogando com as cotações. Passei o fim da Primavera e início do Verão a meter gasóleo quase todas as semanas e de cada vez que ia à bomba o gasóleo estava mais caro. Depois passei o resto do Verão a atestar só quando está na reserva. A última vez que tinha atestado tinha sido a 1,36; esta semana fui atestar (1 dia depois de saber que a BP tinha baixado os preços e porque já tinha o carro a entrar na reserva) a 1,26. E ainda juntei mais 5 cêntimos por litro de desconto de um vale qualquer. Consegui atestar por 41 euros, o que já não acontecia há quase 1 ano!
Agora estou com um dilema: na sexta-feira passada o petróleo subiu de 90 para 126 dólares (em Nova Iorque) numa única sessão! São 36 dólares de aumento de uma vez. Já o Brent (o que nos interessa), recuperou para 100 dólares depois de ter estado a cotar a 85 há uma semana. O mais certo é que retorne à tendência de descida, mas nada é garantido (sabe-se lá se os americanos não decidem invadir o Irão!?). E aqui entra a minha dúvida: atesto outra vez ainda esta semana, ou deixo andar à espera de mais descidas, uma vez ultrapassado o choque a nacionalização da banca americana? Nos dias que correm um gajo tem de perceber de economia e de politica internacional para decidir coisas tão simples como quando atestar o carro...
24 setembro 2008
Notícias
Há, de certeza, notícias. Algumas serão mais interessantes, outras serão menos. Algumas merecerão uma referência, outras nem por isso. Mas indiscutivelmente acontecem coisas e aconteceram coisas hoje. Podia-se dizer muita coisa. E devia-se dizer alguma coisa. Podia, devia, mas não me apetece. Parece que hoje estou de greve (ou com falta de imaginação, riscar o que não interessa).
23 setembro 2008
Ó faxavor! É uma imperial e um pires de tremoços
O Ó Faxavor! É uma imperial e um pires de tremoços faz hoje 3 anos.
22 setembro 2008
Bola
Caso ainda não tenham reparado, já vamos quase no fim da terceira jornada, houve um jogo para as competições europeias e uma eliminatória da Taça da Liga e eu ainda não falei de futebol. Tirando a selecção, claro.
Mas não tirem conclusões precipitadas, é mesmo porque não tenho prestado atenção nenhuma ao campeonato (sobretudo desde que soube que o Benfica jogava com o Porto à 2ª jornada e com o Sporting à 4ª; foi aí que percebi que o interesse deste campeonato para mim ia-se prolongar, no máximo, p'raí até inícios de Outubro). Nem sequer foi por causa dos resultados.
(claro que, dependendo do resultado do próximo fim de semana, a coisa pode mudar consideravelmente)
PS: este post tem uma tag exactamente igual ao título; é um acontecimento raro e, portanto, digno de nota.
Mas não tirem conclusões precipitadas, é mesmo porque não tenho prestado atenção nenhuma ao campeonato (sobretudo desde que soube que o Benfica jogava com o Porto à 2ª jornada e com o Sporting à 4ª; foi aí que percebi que o interesse deste campeonato para mim ia-se prolongar, no máximo, p'raí até inícios de Outubro). Nem sequer foi por causa dos resultados.
(claro que, dependendo do resultado do próximo fim de semana, a coisa pode mudar consideravelmente)
PS: este post tem uma tag exactamente igual ao título; é um acontecimento raro e, portanto, digno de nota.
Parecia boa ideia...
A União Europeia é um bocado chata com essas coisas de direitos alfandegários. Há sempre quem ache que o interesse dos seus clientes sobrepõe-se a questões como taxas aduaneiras. E volta e meia consegue-se arranjar forma de contornar as regras, prestando um serviço valioso que é o fornecimento de material de contrabando e, ao mesmo tempo, ganhando uns trocos para alimentar a família.
Pelo menos presumo que seja para alimentar a família, e não por pura ganância.
Todos conhecemos as histórias dos barcos semi-rígidos com 800 biliões de cavalos que cruzam os mares a uns 3000 à hora para descarregar fardos de substâncias psico-trópicas de origem vegetal (e não só) nas praias de um qualquer estado membro da UE. Também conhecemos as histórias das pessoas que tentam contrabandear produtos nas viagens de avião, usando frequentemente o forro das malas de viagem ou do estômago para dissimular a carga. E histórias de pessoas a atravessar as fronteiras por meios cada vez mais criativos de forma a ludibriar as autoridades.
Só que todas estas estratégias têm um grande defeito: é preciso que alguém passe a fronteira acompanhado da mercadoria, e é aí que a coisa costuma dar para o torto.
Houve uns gajos na fronteira Rússia-Estónia (convém lembrar que como a Estónia é um estado-membro, transportar qualquer coisa para a Estónia com sucesso abre as portas a um mercado de 500 milhões de habitantes) que pensaram numa forma mais segura de fazer o seu contrabando. Neste caso, era de vodka, que na Rússia custa menos que água mas na Estónia é um nadita mais cara (p'raí umas 20 vezes mais). Ora como dá um bocado de cana passar a fronteira terrestre com um camião cheio de vodka de segunda ou terceira qualidade, o que pode trazer problemas, e como nas malas do avião não dá para levar quantidades grandes o suficiente que compensem o risco, o que é que os gajos pensaram?
Vá, dou-vos um minuto para pensar... e até dou uma dica: ao contrário do haxixe ou cocaína, a vodka é, por natureza, um líquido. À semelhança, por exemplo, do petróleo.
E deve ter sido mais ou menos este o raciocínio dos homens. Ora se o petróleo é líquido e é transportado através de longas distâncias por oleadutos, porque não construir um pipeline de vodka através da fronteira? Bravo, Melga! Brilhante!!!
Foram apanhados, mas acho que quando forem julgados e a sua sentença for lida a originalidade da ideia deve ser tomada em conta. Afinal, não é todos os dias que se descobre um pipeline clandestino numa fronteira com o intuito de fazer contrabando, pois não?
(obrigado Gonçalo)
Pelo menos presumo que seja para alimentar a família, e não por pura ganância.
Todos conhecemos as histórias dos barcos semi-rígidos com 800 biliões de cavalos que cruzam os mares a uns 3000 à hora para descarregar fardos de substâncias psico-trópicas de origem vegetal (e não só) nas praias de um qualquer estado membro da UE. Também conhecemos as histórias das pessoas que tentam contrabandear produtos nas viagens de avião, usando frequentemente o forro das malas de viagem ou do estômago para dissimular a carga. E histórias de pessoas a atravessar as fronteiras por meios cada vez mais criativos de forma a ludibriar as autoridades.
Só que todas estas estratégias têm um grande defeito: é preciso que alguém passe a fronteira acompanhado da mercadoria, e é aí que a coisa costuma dar para o torto.
Houve uns gajos na fronteira Rússia-Estónia (convém lembrar que como a Estónia é um estado-membro, transportar qualquer coisa para a Estónia com sucesso abre as portas a um mercado de 500 milhões de habitantes) que pensaram numa forma mais segura de fazer o seu contrabando. Neste caso, era de vodka, que na Rússia custa menos que água mas na Estónia é um nadita mais cara (p'raí umas 20 vezes mais). Ora como dá um bocado de cana passar a fronteira terrestre com um camião cheio de vodka de segunda ou terceira qualidade, o que pode trazer problemas, e como nas malas do avião não dá para levar quantidades grandes o suficiente que compensem o risco, o que é que os gajos pensaram?
Vá, dou-vos um minuto para pensar... e até dou uma dica: ao contrário do haxixe ou cocaína, a vodka é, por natureza, um líquido. À semelhança, por exemplo, do petróleo.
E deve ter sido mais ou menos este o raciocínio dos homens. Ora se o petróleo é líquido e é transportado através de longas distâncias por oleadutos, porque não construir um pipeline de vodka através da fronteira? Bravo, Melga! Brilhante!!!
Foram apanhados, mas acho que quando forem julgados e a sua sentença for lida a originalidade da ideia deve ser tomada em conta. Afinal, não é todos os dias que se descobre um pipeline clandestino numa fronteira com o intuito de fazer contrabando, pois não?
(obrigado Gonçalo)
20 setembro 2008
Nacionalizações
A crise do subprime está aí em força e os EUA anunciaram que vão investir, há quem fale em um milhão de milhões de dólares (soa mal, mas se dissesse um bilião podia-se perceber que queria dizer mil milhões e mil milhões de dólares... bom, são trocos!), para salvar os bancos, fundos e seguradoras ameaçados de falência.
Na prática o que se está a fazer é compensar com dinheiro público a exposição dos privados aos créditos e investimentos de alto risco. Ou seja, quando a coisa aperta, nacionaliza-se parte da banca para aguentar o barco.
Não quero entrar em juizos de valor sobre ao mérito das medidas, haverá gente bem informada que disso percebe mais que eu, mas gostava de enfatizar a minha surpresa ao ler no site do Público o anúncio de uma gigantesca operação de nacionalização da banca precisamente nos EUA, pátria do capitalismo e o principal opositor a qualquer regime de nacionalizações. Que quase não possui sistema público de saúde, nem sistema público de educação, nem sistema público de nada.
Mas que, quando os calos de quem tem dinheiro se apertam, se apressam em nacionalizar a banca. Quem durante 20 anos andou a ganhar rios de dinheiro com a promessa de rendimentos milionários com investimentos arriscados agora chora que perdeu tudo o que tinha. E o governo, usando o dinheiro de todos, corre a acudir.
A vida tem destas ironias...
Na prática o que se está a fazer é compensar com dinheiro público a exposição dos privados aos créditos e investimentos de alto risco. Ou seja, quando a coisa aperta, nacionaliza-se parte da banca para aguentar o barco.
Não quero entrar em juizos de valor sobre ao mérito das medidas, haverá gente bem informada que disso percebe mais que eu, mas gostava de enfatizar a minha surpresa ao ler no site do Público o anúncio de uma gigantesca operação de nacionalização da banca precisamente nos EUA, pátria do capitalismo e o principal opositor a qualquer regime de nacionalizações. Que quase não possui sistema público de saúde, nem sistema público de educação, nem sistema público de nada.
Mas que, quando os calos de quem tem dinheiro se apertam, se apressam em nacionalizar a banca. Quem durante 20 anos andou a ganhar rios de dinheiro com a promessa de rendimentos milionários com investimentos arriscados agora chora que perdeu tudo o que tinha. E o governo, usando o dinheiro de todos, corre a acudir.
A vida tem destas ironias...
19 setembro 2008
Imigração
Eu sou a favor da imigração. Tal como os portugueses ao longo do século XX emigraram para procurar fortuna noutras paragens e contribuiram também para a economia desses países (sendo França o caso mais paradigmático), acredito que temos muito a ganhar com a imigração. A minha mulher-a-dias é ucraniana, estou contentíssimo com ela; muito mais do que com as anteriores, brasileiras, que eram funcionárias de uma empresa de limpezas domésticas gerida por portugueses, e muito mais que a empregada anterior a essas, portuguesa de gema. Também não tenho razão de queixa dos vários médicos e enfermeiros estrangeiros com que me cruzei. Acho que quer em funções especializadas, quer em trabalhos não especializados mas que nós não queremos fazer, a imigração ajuda-nos.
Mas imigração com regras. Existem problemas de criminalidade associados a alguns imigrantes, sendo os bairros degradados da periferia de Lisboa o caso premente, existem muitos imigrantes que vivem da mendicidade, do tráfico de drogas, da prostituição. A esses, tenho muita pena, mas não estão cá a fazer nada, o vosso país que vos receba de volta. Recebo de braços abertos qualquer pessoa que vinda de outro país aproveita o que temos para oferecer e desempenha o seu papel na sociedade, recuso a integração de pessoas que vêm para cá procurar uma vida melhor e optam por obtê-la à custa da segurança dos outros.
Defender a extradição de imigrandes condenados por crimes (mesmo que ligeiros como a posse de drogas) não entra em contradição com a vontade de receber imigrantes honestos que estão dispostos a trabalhar no duro para conseguir uma vida melhor do que a que tinham na sua terra natal. Há que não tomar exigência como intolerância e há que não confundir tolerância com ingenuidade.
Por isso, não percebo uma frase nesta notícia: fala num grupo de miudos das favelas brasileiras que andam a praticar vários crimes na margem Sul. E diz que "Não têm documentos mas sim cadastro". É esta a frase que não percebo. Porque não posso aceitar que um imigrante sem documentos, logo ilegal, possa ter cadastro neste país e não ser dada imediatamente a ordem de extradição. Mesmo que seja só suspeito e não tenha sido sequer condenado. O facto de estarem neste país ilegalmente, tendo sido detido pelas autoridades e não tendo autorização de residência é suficiente para os expulsar! Não percebo porque não o foram. Gostava que alguém pudesse explicar.
Mas imigração com regras. Existem problemas de criminalidade associados a alguns imigrantes, sendo os bairros degradados da periferia de Lisboa o caso premente, existem muitos imigrantes que vivem da mendicidade, do tráfico de drogas, da prostituição. A esses, tenho muita pena, mas não estão cá a fazer nada, o vosso país que vos receba de volta. Recebo de braços abertos qualquer pessoa que vinda de outro país aproveita o que temos para oferecer e desempenha o seu papel na sociedade, recuso a integração de pessoas que vêm para cá procurar uma vida melhor e optam por obtê-la à custa da segurança dos outros.
Defender a extradição de imigrandes condenados por crimes (mesmo que ligeiros como a posse de drogas) não entra em contradição com a vontade de receber imigrantes honestos que estão dispostos a trabalhar no duro para conseguir uma vida melhor do que a que tinham na sua terra natal. Há que não tomar exigência como intolerância e há que não confundir tolerância com ingenuidade.
Por isso, não percebo uma frase nesta notícia: fala num grupo de miudos das favelas brasileiras que andam a praticar vários crimes na margem Sul. E diz que "Não têm documentos mas sim cadastro". É esta a frase que não percebo. Porque não posso aceitar que um imigrante sem documentos, logo ilegal, possa ter cadastro neste país e não ser dada imediatamente a ordem de extradição. Mesmo que seja só suspeito e não tenha sido sequer condenado. O facto de estarem neste país ilegalmente, tendo sido detido pelas autoridades e não tendo autorização de residência é suficiente para os expulsar! Não percebo porque não o foram. Gostava que alguém pudesse explicar.
17 setembro 2008
Olha, afinal parece que não!
Anda um gajo a lamentar-se de falta de assunto, abre o site do Público e dá de caras com isto!
Combate aos cocós de cão no passeio em três tempos:
1. Recolhe-se uma amostra de DNA do cocó deixado no passeio para análise;
2. Compara-se com as amostras de DNA dos cães da vizinhança que estão numa base de dados de veterinária;
3. Multa-se o proprietário.
CSI ao serviço das populações, muito bem!
E se... e se fosse cá?
Bom, se fosse cá haveria imediatamente duas actividade económicas novas:
1. Criação de cães para fornecer amostras de DNA falsas;
2. Serviço de "dog waling" em cidades distantes: um gajo paga 30 ou 40 euros para alguém pegar no cão, metê-lo numa carrinha em Lisboa e levá-lo a aliviar a tripa nos jardins de Santarém!
Combate aos cocós de cão no passeio em três tempos:
1. Recolhe-se uma amostra de DNA do cocó deixado no passeio para análise;
2. Compara-se com as amostras de DNA dos cães da vizinhança que estão numa base de dados de veterinária;
3. Multa-se o proprietário.
CSI ao serviço das populações, muito bem!
E se... e se fosse cá?
Bom, se fosse cá haveria imediatamente duas actividade económicas novas:
1. Criação de cães para fornecer amostras de DNA falsas;
2. Serviço de "dog waling" em cidades distantes: um gajo paga 30 ou 40 euros para alguém pegar no cão, metê-lo numa carrinha em Lisboa e levá-lo a aliviar a tripa nos jardins de Santarém!
Irregularidade
Há dias em que me lembro de assunto para 8 posts. Depois há dias em que não me lembro de nada para dizer em nenhum. E olhem que eu até tento poupá-los, assim se apanho qualquer coisa que pode ser abordada uns dias mais tarde guardo-a para os dias mais fracos. Mas mesmo assim... hoje tenho a despensa vazia.
Pronto, vim cá só para dizer isto.
Nota: este é provavelmente o post que mais merece a etiqueta que tem.
Pronto, vim cá só para dizer isto.
Nota: este é provavelmente o post que mais merece a etiqueta que tem.
16 setembro 2008
(Ainda o) Subprime
E a crise lá continua, impávida e serena, apesar dos esforços de todos nós em fingir o contrário...
Para quem (ainda) não sabe o que é a crise do subprime, aqui ficam as ideias principais: há muito tempo uma pessoa que não tinha rendimentos para pagar um empréstimo tinha sérias dificuldades em conseguir a aprovação da hipoteca. Mas isso foi antes da securitização. A securitização consiste em vender hipotecas aos magotes a fundos de investimento de alto risco (e alta rentabilidade quando a coisa corre bem, claro). Um banco faz 30 mil hipotecas, dessas 3 mil são de gente que mal consegue pagar a bica todos os dias, mas como as outras 27 mil são quase isentas de risco, o pacote de hipotecas vende-se facilmente por duas razões: em primeiro lugar, porque o risco médio é baixo; em segundo lugar porque em clima de expansão económica há uma forte probabilidade de valorização dos activos no curto prazo, pelo que, caso um devedor falhe os seus compromissos, a garantia pode sempre ser vendida por um valor igual ou superior ao valor da dívida. A subsequente procura imobiliária levou a um aumento sem par nos preços das casas, a famosa bolha especulativa. Mas, como todas as bolhas, esta rebentou: começaram a aparecer as hipotecas em execução, os imóveis desvalorizaram (na Europa pela subida da taxa de juro, nos EUA porque a seguir a um período de expansão económica vem, naturalmente, um período de arrefecimento), e de repente aqueles grandes pacotes de hipotecas valem pouco mais que o papel em que foram escritas.
E foi mais ou menos neste ponto que começaram a chover falências. Depois de uns meses de relativa acalmia, pensou-se que o pior tinha passado. Só que as falências voltaram: ontem foi um grande banco de investimentos, o Lehman Brothers, a anunciar a sua falência, depois de anunciar perdas de quase 4 mil milhões de dólares por causa da crise e de o seu valor em bolsa ter desvalorizado uns módicos 94% só ESTE ANO!!!
Agora é a vez da AIG, uma grande seguradora (que também tem voto na matéria, porque deu o aval a muitos negócios do subprime e agora tem de pagar os seguros) que, ao que parece, tem de reunir uns módicos 75 a 80 mil milhões de euros até AMANHÃ! E neste momento convém fazer um parêntesis. Um parêntesis tão grande que até dá jeito fazê-lo num parágrafo à parte.
(apesar de ser num parágrafo à parte continua a merecer um parêntesis como deve ser; 75 a 80 mil milhões de dólares é qualquer coisa como 53 a 56 mil milhões de euros; ou seja, mais ou menos um quarto do que vale a economia portuguesa por ano; quer dizer que se todos os portugueses trabalhassem apenas para sustentar este gigante era preciso esperar 3 meses para conseguirmos tapar o buraco; isto é bué guito. Mas para se perceber melhor, aqui fica a comparação: 50 mil milhões de euros é o equivalente a:
- 3 meses de produção da economia portuguesa, mais coisa, menos coisa;
- 50 anos de Imposto Sobre o Tabaco cobrado pelo estado português, mais coisa, menos coisa;
- 25 aeroportos de Alcochete
- 500 estádios de futebol à la Euro 2004 (a 100 milhões cada um)
- 5000 jackpots do Euro-milhões (a 10 milhões cada um), ou seja, 96 anos de Jackpot
- 2 milhões e meio de automóveis utilitários a gasóleo (a 20 mil euros cada)
Basicamente é dinheiro que nunca mais acaba! Se fosse angariado e distribuido pelos portugueses dava 5 mil euros a cada um, incluindo recém-nascidos, velhos e gente que não sabe contar até 5000)
Feito o parêntesis para que se perceba do que estamos a falar, convém referir que esta crise traz aspectos positivos e aspectos negativos. Assim de repente apetece-me referir 1 de cada:
Aspecto positivo: Hoje o petróleo abriu em queda, baixando dos 90 dólares em Londres; isto é bom, porque daqui a 15 dias volta a baixar o gasóleo e sou capaz de ter de atestar por essa altura (ando tão pouco de carro que posso escolher em que altura é que me dá mais jeito atestar o depósito em função da cotação do Brent)
Aspecto negativo: A eventual falência da AIG vai afectar todos os portugueses naquilo que nos é, como povo, mais querido: Futebol. É que a AIG é o principal patrocinador do Manchester United onde jogam Cristiano Ronaldo e Nani. E sem patrocinador, os pobres rapazes podem vir a passar dificuldades, sabe-se lá se o Cristiano vai conseguir acabar de pagar o Rolls... ou era um Bentley?
Para quem (ainda) não sabe o que é a crise do subprime, aqui ficam as ideias principais: há muito tempo uma pessoa que não tinha rendimentos para pagar um empréstimo tinha sérias dificuldades em conseguir a aprovação da hipoteca. Mas isso foi antes da securitização. A securitização consiste em vender hipotecas aos magotes a fundos de investimento de alto risco (e alta rentabilidade quando a coisa corre bem, claro). Um banco faz 30 mil hipotecas, dessas 3 mil são de gente que mal consegue pagar a bica todos os dias, mas como as outras 27 mil são quase isentas de risco, o pacote de hipotecas vende-se facilmente por duas razões: em primeiro lugar, porque o risco médio é baixo; em segundo lugar porque em clima de expansão económica há uma forte probabilidade de valorização dos activos no curto prazo, pelo que, caso um devedor falhe os seus compromissos, a garantia pode sempre ser vendida por um valor igual ou superior ao valor da dívida. A subsequente procura imobiliária levou a um aumento sem par nos preços das casas, a famosa bolha especulativa. Mas, como todas as bolhas, esta rebentou: começaram a aparecer as hipotecas em execução, os imóveis desvalorizaram (na Europa pela subida da taxa de juro, nos EUA porque a seguir a um período de expansão económica vem, naturalmente, um período de arrefecimento), e de repente aqueles grandes pacotes de hipotecas valem pouco mais que o papel em que foram escritas.
E foi mais ou menos neste ponto que começaram a chover falências. Depois de uns meses de relativa acalmia, pensou-se que o pior tinha passado. Só que as falências voltaram: ontem foi um grande banco de investimentos, o Lehman Brothers, a anunciar a sua falência, depois de anunciar perdas de quase 4 mil milhões de dólares por causa da crise e de o seu valor em bolsa ter desvalorizado uns módicos 94% só ESTE ANO!!!
Agora é a vez da AIG, uma grande seguradora (que também tem voto na matéria, porque deu o aval a muitos negócios do subprime e agora tem de pagar os seguros) que, ao que parece, tem de reunir uns módicos 75 a 80 mil milhões de euros até AMANHÃ! E neste momento convém fazer um parêntesis. Um parêntesis tão grande que até dá jeito fazê-lo num parágrafo à parte.
(apesar de ser num parágrafo à parte continua a merecer um parêntesis como deve ser; 75 a 80 mil milhões de dólares é qualquer coisa como 53 a 56 mil milhões de euros; ou seja, mais ou menos um quarto do que vale a economia portuguesa por ano; quer dizer que se todos os portugueses trabalhassem apenas para sustentar este gigante era preciso esperar 3 meses para conseguirmos tapar o buraco; isto é bué guito. Mas para se perceber melhor, aqui fica a comparação: 50 mil milhões de euros é o equivalente a:
- 3 meses de produção da economia portuguesa, mais coisa, menos coisa;
- 50 anos de Imposto Sobre o Tabaco cobrado pelo estado português, mais coisa, menos coisa;
- 25 aeroportos de Alcochete
- 500 estádios de futebol à la Euro 2004 (a 100 milhões cada um)
- 5000 jackpots do Euro-milhões (a 10 milhões cada um), ou seja, 96 anos de Jackpot
- 2 milhões e meio de automóveis utilitários a gasóleo (a 20 mil euros cada)
Basicamente é dinheiro que nunca mais acaba! Se fosse angariado e distribuido pelos portugueses dava 5 mil euros a cada um, incluindo recém-nascidos, velhos e gente que não sabe contar até 5000)
Feito o parêntesis para que se perceba do que estamos a falar, convém referir que esta crise traz aspectos positivos e aspectos negativos. Assim de repente apetece-me referir 1 de cada:
Aspecto positivo: Hoje o petróleo abriu em queda, baixando dos 90 dólares em Londres; isto é bom, porque daqui a 15 dias volta a baixar o gasóleo e sou capaz de ter de atestar por essa altura (ando tão pouco de carro que posso escolher em que altura é que me dá mais jeito atestar o depósito em função da cotação do Brent)
Aspecto negativo: A eventual falência da AIG vai afectar todos os portugueses naquilo que nos é, como povo, mais querido: Futebol. É que a AIG é o principal patrocinador do Manchester United onde jogam Cristiano Ronaldo e Nani. E sem patrocinador, os pobres rapazes podem vir a passar dificuldades, sabe-se lá se o Cristiano vai conseguir acabar de pagar o Rolls... ou era um Bentley?
Recolher obrigatório
O que se faz quando falta a luz? A resposta é: nada! A televisão, obviamente, não funciona. O computador também não. Mesmo que o computador fosse portátil, a box precisa de corrente, por isso a net não funciona. O telefone fixo tá ligado à box, fica também desligado. E mesmo que tivesse uma UPS para garantir que estas coisas funcionavam todas, a célula de distribuição de sinal aqui do bairro também não funciona sem electricidade. Por isso... não há nada a fazer, a não ser esperar. Ou então aproveitar para ir dormir mais cedo.
(raios partam a EDP, pá...)
(raios partam a EDP, pá...)
12 setembro 2008
Assunto do momento: a destruição da Terra (e tudo o que nela vive, incluindo nós, mas acho que isso está implícito)
Como de vez em quando se diz que o LHC tem o potencial para destruir o mundo, nomeadamente pela criação de buracos negros e/ou um novo big bang (na verdade, um big bang é, na prática, um buraco negro, dependendo de onde se olha: do lado "de fora" é um buraco negro, do lado "de dentro" é um big bang), acho que há três links aconselháveis para quem se preocupa com assuntos como "O Fim do Mundo como nós o conhecemos":
Link nº1: Status actual da destruição do mundo por causa do LHC (actualizado instantaneamente) - gosto particularmente da palavra "yet" no título.
Link nº2: Feed video em tempo real do CERN (câmara interior e exterior). Se o vídeo parecer alarmante, não se preocupem. Pelas minhas contas uma expansão rápida demorará pelo menos uns 6 centésimos de segundo a chegar cá (número completamente atirado ao acaso, escusam de o corrigir).
Link nº 3: Caso não acreditem que o LHC tenha de facto o potencial para destruir o mundo, mas estejam preocupados com o assunto, recomendo vivamente a leitura atenta nesta página.
Nota: no link nº 3, apesar de ser questionável a "feasability rating" enunciada, os argumentos fazem sentido e sim, parecem-me capazes de conseguir o efeito desejado. As contas também parecem razoáveis, mas não as verifiquei em detalhe.
Link nº1: Status actual da destruição do mundo por causa do LHC (actualizado instantaneamente) - gosto particularmente da palavra "yet" no título.
Link nº2: Feed video em tempo real do CERN (câmara interior e exterior). Se o vídeo parecer alarmante, não se preocupem. Pelas minhas contas uma expansão rápida demorará pelo menos uns 6 centésimos de segundo a chegar cá (número completamente atirado ao acaso, escusam de o corrigir).
Link nº 3: Caso não acreditem que o LHC tenha de facto o potencial para destruir o mundo, mas estejam preocupados com o assunto, recomendo vivamente a leitura atenta nesta página.
Nota: no link nº 3, apesar de ser questionável a "feasability rating" enunciada, os argumentos fazem sentido e sim, parecem-me capazes de conseguir o efeito desejado. As contas também parecem razoáveis, mas não as verifiquei em detalhe.
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