25 setembro 2008

Cotações e efeitos diferidos

Desde o início do ano que andamos a ouvir falar sobre a correlação (ou ausência dela) entre as cotações do barril de petróleo e o preço da gasolina ou gasóleo.

Já houve um estudo da Autoridade da Concorrência, artigos em todos os jornais, opiniões avulsas um pouco por todo o lado, argumentos da associação de revendedores, comunicados das petrolíferas.

O argumento vigente oficial é que quer para a subida, quer para a descida, uma alteração nas cotações reflecte-se no preço final após um determinado tempo, qualquer coisa em torno das duas semanas.

O que é bom! É bom porque eu não tenho jeito nenhum para adivinhar se amanhã o petróleo sobre ou desce. Mas tenho um certo jeito para dizer se subiu ou desceu há 2 semanas! (confesso que tenho ajuda) E tenho atestado o depósito ao sabor dessas notícias: quando o petróleo está a subir, vou enchendo o depósito assim que possível; faço uns 100 km e vou meter 10 euros; faço mais 100 km e volto a atestar; e assim vou vivendo, já que o gasóleo que não comprar hoje hei-de comprar daqui a umas semanas ou uns dias e já estará mais caro. Quando o petróleo está a descer espero, deixo o depósito chegar ao fim e atesto já a um preço mais baixo.

À conta disso ainda consigo poupar algum dinheiro, jogando com as cotações. Passei o fim da Primavera e início do Verão a meter gasóleo quase todas as semanas e de cada vez que ia à bomba o gasóleo estava mais caro. Depois passei o resto do Verão a atestar só quando está na reserva. A última vez que tinha atestado tinha sido a 1,36; esta semana fui atestar (1 dia depois de saber que a BP tinha baixado os preços e porque já tinha o carro a entrar na reserva) a 1,26. E ainda juntei mais 5 cêntimos por litro de desconto de um vale qualquer. Consegui atestar por 41 euros, o que já não acontecia há quase 1 ano!

Agora estou com um dilema: na sexta-feira passada o petróleo subiu de 90 para 126 dólares (em Nova Iorque) numa única sessão! São 36 dólares de aumento de uma vez. Já o Brent (o que nos interessa), recuperou para 100 dólares depois de ter estado a cotar a 85 há uma semana. O mais certo é que retorne à tendência de descida, mas nada é garantido (sabe-se lá se os americanos não decidem invadir o Irão!?). E aqui entra a minha dúvida: atesto outra vez ainda esta semana, ou deixo andar à espera de mais descidas, uma vez ultrapassado o choque a nacionalização da banca americana? Nos dias que correm um gajo tem de perceber de economia e de politica internacional para decidir coisas tão simples como quando atestar o carro...

1 comentário:

Ana disse...

com tanto sobe e desce, já estou zonza...mas faço mais ou menos o mesmo que tu...