05 novembro 2008

Camisolas, casacos, gabardines e sobretudos

O tempo de frio e chuva chegou. Podia dizer-se que é o Inverno, mas tecnicamente esse só começa daqui a mais ou menos mês e meio. Com o tempo de frio e chuva muda o estilo de roupa que as pessoas vestem e mudam também os adereços. Passa-se a usar camisolas de lã e casacos compridos, leva-se o guarda-chuva. Ao passo que no Verão qualquer T-shirt nos serve e o casaco fica guardado no roupeiro.

Esta mudança na roupa tem outras consequências, além da óbvia questão do isolamento térmico. Sobretudo ao nível da logística. Não tanto a logística de cada um, decidindo o que quer vestir ou onde pendurar tantos casacos lá em casa que ficaram guardados num qualquer recanto quasi-inacessível durante o Verão, mas logística num sentido mais amplo: nos transportes públicos.

O facto de toda a gente levar camisolas quentes e casacos faz com que todas as pessoas ocupem muito mais espaço no Inverno que no Verão. E isso, numa rede de transportes já sobrelotada, é bastante incomodativo. Os comboios que no Verão estão apinhados de gente no Inverno acomodam pessoas que, não sendo em maior número, ocupam ainda mais espaço e vão balouçando ao ritmo do amortecimento produzido por tais agasalhos. Numa carruagem de comboio em pleno Inverno estamos comprimidos contra o vizinho do lado, a nossa camisola grossa de lã contra o seu sobretudo. O mesmo se passa nos autocarros, no metro, em todo o lado onde as pessoas se juntam em grandes números sem ser por razões sociais.

É desagradável o aperto acrescido quando chega o tempo do frio e da chuva. Por isso eu acho que o preço dos transportes públicos devia aumentar durante o Outono e Inverno. Para ver se a coisa alivia um bocado. Se aumenta o preço diminui a procura, fica mais espaço livre! Mas não pensem que eu acho que a solução seria o pessoal ir de carro em vez de usar os transportes públicos, claro que não! Isso é que era bonito, toda a gente a ir de carro!!! Já bem chegam os engarrafamentos extra porque em dia de chuva aparecem sempre pessoas que se esquecem que os travões perdem eficácia. Também defendo um aumento do preço dos combustíveis! Quem quer ir trabalhar, porque vai incomodar os outros nos transportes, tem de pagar mais por isso. Se não quer pagar, não vá trabalhar, que o objectivo é mesmo esse! Menos gente a sair de casa, logo mais espaço para cada um!

O mesmo devia acontecer nos restaurantes. Enquanto que no Verão podemos andar entre as mesas livremente, no Inverno é impossível levantarmo-nos para ir à casa de banho sem arrastar pelo caminho duas gabardines, três casacos e um guarda-chuva. Olhamos para o espaço entre as cadeiras e constatamos que está totalmente ocupado por roupa, não deixando qualquer espaço vazio. Os restaurantes deviam aumentar o espaço entre mesas no Inverno, para permitir às pessoas circular, e para isso deviam reduzir o número de mesas. Ora a única forma de fazer isso sem provocar escassez de lugares seria aumentar os preços, eu diria uns 20%, e com isso incentivar mais pessoas a trazer farnel de casa, para mais quando este aumento seria complementado com aumentos generalizados nos transportes públicos e combustíveis.

Eu não gosto do Inverno. Tá frio e aborrece. Apetece ficar quentinho na cama de manhã. Por isso gosto muito da minha nova actividade profissional. Isto de trabalhar por conta própria tem as suas vantagens. Uma delas é poder começar a trabalhar mais tarde, se me apetecer, que o chefe não se importa. E escuso de apanhar o comboio na hora de ponta (que não apanharia de qualquer forma, porque ando de carro).

6 comentários:

Anónimo disse...

Ó Nelson, eu sei que o inverno pode ser chato, mas 6 parágrafos a resmungar no dia em que os EUA têm um novo presidente?.... :P

Nelson disse...

que se lixe, é preto!

Nelson disse...

;)

Teté disse...

Bad joke!

a.i. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana disse...

Oh nelson, o jelliorum está coberto de razão...tás à espera do quê?????