Peixe Cru

Eis o primeiro dos meus posts sobre a última viagem. Fui a França, como já tinha dito, a um sítio chamado Ile de Ré, que como o nome indica é uma ilha. E como é costume nas ilhas está rodeado de água por todos os lados. Fica ao largo de La Rochelle, na costa atlântica, caso alguém esteja com curiosidade.

A especialidade gastronómica do sítio é, obviamente, peixe. Principalmente cru. Eu julgava que peixe cru era exclusivo da comida japonesa (nham, nham!) mas enganei-me. No sábado o meu almoço consistiu de 2 pratos: o primeiro eram três fatias de salmão cru e uma de dourada crua. Com um molho divinal! Estava soberbo. O segundo prato era um bife de atum bastante alto cru por dentro e cozinhado levemente por fora. Estava excelente! Eu julguei que era vitela e quando me disseram que era atum não acreditei. Aliás, toda a gente achava que era vitela! Ao todo durante o fim de semana devo ter comido um salmão inteiro.

A outra especialidade do sítio são bichos moles que morem dentro de água. Ostras, caracois do mar, búzios e afins. Gostei dos caracois e dos búzios, quanto às ostras... bem, acho que é preciso ser rico para gostar daquilo, é como o caviar. Quando comi caviar a primeira vez pensei "tanta coisa por causa disto?". E com as ostras foi a mesma coisa. Para quem nunca comeu, passo a descrever a coisa: temos o bicho, mole e com aspecto cru dentro da sua casca. O bicho está efectivamente cru. Aliás, está vivo! Com um garfo damos-lhe um toque muito ao de leve a testar se ainda está vivo. Se mexer, é bom sinal! Espreme-se um limão para cima do bicho, arranca-se da casca com o garfo, põe-se inteiro na boca, dá-se duas trincadelas e engole-se inteiro. Sabe a limão (vá-se lá perceber porquê) e a água do mar (idem). E não é grande coisa como petisco. Percebi porque é que as ostras são afrodisíacas: o gajo e a gaja vão passar um fim de semana romântico e decidem encomendar ostras. Servem-lhes os bichos, provam a primeira, olham um para o outro e decidem ir para a cama.