02 fevereiro 2006

FCP

O FCP cortou o apoio à claque Super-Dragões, por causa dos acontecimentos do fim de semana passado. Para quem mora noutro país / noutro planeta / não liga pevas a notícias de futebol, depois de um empate com o Rio Ave elementos da claque do FCP partiram os vidros do carro do treinador, Co Adriaanse. Eu percebo a indignação dos adeptos. Afinal, o FCP está só com 4 pontos de avanço, é um escândalo, deviam despedir o treinador imediatamente. Também percebo a atitude do FCP, pois partir vidros do carro do treinador não é um comportamento condigno de uma claque de futebol.



Há uns anos a mesma claque resolveu partir a área de serviço BP de Santarém, na A1. Na altura a direcção do FCP na pessoa do seu presidente, o Sr. Nuno, como lhe chama o José Veiga (administrador da SAD do Benfica), reiterou o incondicional apoio do FCP à claque, defendeu o seu comportamento como tendo sido, sem qualquer dúvida, uma resposta a provocações a que aqueles meninos de coro não podiam, obviamente, ficar indiferentes. Afinal, quem não se sente não é filho de boa gente. Eu também percebi, na altura, esta atitude do FCP. Os pobres coitados elementos dos super-dragões, que voltavam para casa depois de jogar, salvo erro, com o Benfica (sinceramente já não me lembro, mas acho que empataram), foram provocados pelas pessoas da área de serviço e partiram aquela merda toda.



Além de compreender ambas as atitudes do FCP, manifesto aqui a minha total solidariedade com o Sr. Nuno (o tal que ultimamente tem mostrado preocupação com a saúde do Sr. José Veiga, nomeadamente o que ele come ao jantar). Afinal, o treinador não tem culpa que o FCP perca pontos com o Rio Ave. Está obviamente isento de qualquer culpa do fraco desempenho da equipa. É apenas o treinador. Por outro lado, é clara a gritante responsabilidade da área de serviço de Santarém nos maus resultados da equipa! E uma área de serviço que se preze não mete o bedelho em futeboladas!



É bom ver gente que sabe tomar decisões ponderadas, com conta, peso e medida. Aliás, com duas contas, dois pesos e duas medidas, o que ainda é melhor!

2 comentários:

Anónimo disse...

Ora, em relação ao incidente que falas na área de serviço da A1 em Santarém, veio a ser provado que estavam duas claques envolvidas nessa situação: os SuperDragões e uns tais de NoName. Os vídeos das câmaras de vigilância (que o Sr. Nuno utiliza no caso actual e que utilizou nessa altura) provam-no - veio bem relatado no Record e n'O Jogo. Será que agora é perceptível porque é que o apoio foi cortado e naquela altura não o foi?

Bruno

Nelson disse...

eu sinceramente acho que a situação não muda muito. Vejamos: parte-se uma área de serviço em Santarém. O apoio à claque permanece. Se bem me lembro, em certas câmaras (provavelmente lampionas), viram-se uns quantos marmanjos de azul e branco às riscas (provavelmente adeptos do Benfica) a entrar de rompante na loja de conveniência, a roubar tudo o que apanharam e a partir o resto. Não foi cortado o apoio às claques. Tenha ou não havido participação de outras claques. O que os vários clubes deviam ter feito era cortar o apoio às claques respectivas.

A claque parte os vidros do carro do treinador. É cortado o apoio à claque.

Mas se queres mais casos, e longe de mim querer fazer dos Super Dragões uns diabos (passe a óbvia ironia) e dos Noname uns anjinhos. Para mim, são todos uma incubadora de criminosos.

O Porto joga na Amadora. Depois de alguns distúrbios no centro da cidade, um rapaz (negro) é mandado para o hospital depois de agredido pela claque, esse exemplo de civismo. O apoio não é cortado.

Há uns anos a claque do benfica partiu o autocarro do porto à saída do pavilhão da Luz e mandou para o hospital um jogador de hóquei (penso que foi o Reinaldo Ventura). A claque dos Noname foi expulsa das suas instalações no estádio e o apoio foi cortado. Claro que uns meses mais tarde o apoio voltou. Mas fica a intenção, valha o que valer.

Sem querer fazer comparações, porque na falta de tomates para enfrentar os "meninos de coro" das claques ninguém pode dar lições a ninguém, é este o tipo de atitude que se espera de um clube de futebol: fazem merda, são postos fora. Não podemos pactuar com a violência nos estádios de futebol ou à sua volta. E não é só quando partem os vidros do BMW de um funcionário do clube. É quando o cidadão anónimo é agredido, roubado ou a sua propriedade é destruida em nome do escape nervoso.

Mas se eu quisesse falar a sério sobre algum tema, decerto não escrevia neste blog. Escreveria noutro, provavelmente intitulado "Silêncio, que se vai falar de coisas sérias"