No sábado houve um concerto, o Live Earth, com o intuito de despertar as consciências para os problemas ambientais e para o necessário combate ao aqueciment global.
Como disse o Chris Rock, e muito bem, este concerto vai eliminar o problema do aquecimento global, tal como o Live Aid nos anos 80 eliminou o problema da fome em África.
Mas a existência deste concerto fez-me pensar em algumas coisas que nunca me tinham ocorrido. Pelos vistos há uma cena chamada aquecimento global que a modos que incomoda toda a gente (se um aquecimento local incomoda muita gente, um aquecimento global incomoda muito mais). Eu não percebo muito dessas coisas da física e da climatologia e geofísica e outras que tais, mas percebo alguma coisa de aquecimento. Tenho um aquecedor lá em casa e sei muito bem como é que aquilo funciona: ligo o aquecedor e tenho um aquecimento global na minha sala. Levo o aquecedor para o quarto e o aquecimento global vai comigo. Se precisar de mais aquecimento global ponho mais um cobertor na cama.
E vai daí comecei a pensar nas causas deste aquecimento todo. Obviamente o maior responsável pelo aquecimento global é o Sol, que partículas poluentes não produzem calor. Limitam-se, quanto muito, a acumular calor, mas o calor é provocado pelo Sol. Não consta que Juppiter tenha temperaturas muito elevadas e a atmosfera desse berlinde de tamanho cósmico é constituida quase exclusivamente pelos mesmos gases que ouvi dizer que estão a provocar o nosso aquecimento global.
Houve uns gajos há um ano que vieram com a ideia parva, mas gira, de pôr toda a gente a saltar ao mesmo tempo de um dos lados da Terra para a afastar do Sol. A ideia era muito querida e eu falei dela e tudo, há mais ou menos um ano, mas pelos vistos não funcionou, porque já se passou um ano e continuamos cheios de calor (procurem World Jump Day naquela caixinha simpática chamada Google que tá ali na barra lateral se quiserem mesmo saber do que se trata).
Ora a ideia de afastar a Terra do Sol é parva porque não elimina o problema do aquecimento global, limita-se a levá-lo para outro lado (no nosso referencial). É como tar na sala, ter o aquecedor ligado, achar que tá demasiado calor e em vez de desligar o aquecedor, levá-lo para a casa de banho. A ideia até parece que funciona, mas experimentem ir mijar e vejam a temperatura a que fica a casa de banho.
Eu acho que o ideal era mesmo apagar o Sol. Claro que apagar o Sol todo é uma ideia estúpida, até porque depois era sempre de noite e se calhar ficava demasiado frio. Nestas coisas das questões ambientais é importante não perder a noção das coisas e evitar exagerar na solução. É como a ideia de dar pancada à televisão para sintonizar melhor a imagem. Há uma dose de violência certa para resolver cada problema. Violência a menos não resolve o problema (e a imagem continua má) e violência a mais cria problemas novos (a televisão ainda cai no chão e depois avaria-se a mais vale ter a imagem com chuva que não ter imagem de todo). Ora apagar o Sol é capaz de criar o problema oposto e depois haja alguém que o consiga voltar a acender.
Por isso, e como não dá para apagar o Sol às prestações (até porque se lhe apagássemos um gomo ele perdia a forma circular e alguns quadros famosos ficavam a parecer estúpidos, e falo de obras importantes, por exemplo do Van Gogh ou de pintores com ambas as orelhas), o que era fixe mesmo era apagar a Lua! Aquilo parece que não mas também brilha e de certeza que contribui um bocadito para o aquecimento global! Até porque tenho ouvido dizer que nem são as temperaturas máximas que são um sintoma claro do problema, são as mínimas. E quando é que há temperaturas mínimas? À noite, obviamente! De certeza que nas noites de Lua cheia. Se apagarmos a Lua é capaz de dar. E é mais fácil de apagar por várias razões: primeiro, porque já conseguimos ir à Lua antes (embora alguns totós digam que não, mas esses gajos também acreditam que o Elvis morreu) e depois porque a Lua é muito mais pequena que o Sol, precisando de muito menos para a conseguirmos apagar.
Claro que uma ideia destas requer duas coisas: um bom projecto de execução e um estudo de impacto ambiental. E eu consigo tratar de ambas quase de uma assentada. Digo quase porque vou ter de resolver os dois problemas em separado, o que é equivalente a quase resolver os dois de uma vez (falho só por um). Quanto ao projecto, não tem nada que saber: ouvi dizer que uns otários querem fazer não sei o quê na Ota e que por causa disso vai ser preciso tirar bué terra. Eu sugiro aproveitar essa terra toda, pô-la em naves espaciais (daquelas que não explodem, se faz favor) e mandá-la para a Lua. Se não chegar, fazem-se mais uns quantos aeroportos. É que a terra é escura. Se cobrirmos a Lua (nem é preciso ser toda, basta as zonas mais branquinhas) em princípio resolvemos o problema do aquecimento.
Em relação ao impacto que isso pode ter, bom há duas coisas a considerar: primeiro, a diminuição de massa da Terra com todo o chão que mandamos para a Lua e respectivo aumento de massa da Lua pode alterar coisas como as marés. O que não dá muito jeito, que na Costa da Caparica a coisa já tá agreste o suficiente, dispensam-se uma maré cheia até ao Pragal e uma maré baixa crie ilhas novas nos Açores. Por isso é aconselhável que por cada tonelada de terra que se leva para a Lua se traga uma tonelada de calhaus da Lua, de preferência dos mais branquinhos, para equilibrar. Esses calhaus podem ser vendidos (quem é que não quer ter um calhau da Lua em casa?) ajudando a financiar este gigantesco trabalho. O segundo problema é a óbvia diminuição de brilho do luar. O que pode ter consequências nefastas ao nível da reprodução humana. Toda a gente sabe que o luar é romântico e perder as noites de lua cheia assim sem mais nem menos pode ter sérias consequências na natalidade ao fim de uns anos. Sobretudo porque com a quantidade de coisas que actualmente nos distraem do principal objectivo da vida (foder) não precisamos de mais obstáculos ao engate. Este problema é sério e não deve ser menosprezado. Felizmente eu tenho, como sempre, uma solução. O luar só é preciso, que eu saiba, em duas situações: engatar gajas e pescar à noite. Temos de abordar ambos os problemas de formas distintas. Começo pela pesca, que é o mais simples de resolver.
O peixe mais ano, menos ano acaba-se. Ao ritmo que a coisa anda não deve durar 2 ou 3 anos e peixes só os de produção industrial. Ou seja, quando a questão se colocar o problema já desapareceu por si mesmo! O que é um bom sinal para aqueles gajos todos que passam o dia a pensar no problema da escassez de peixe no mar, podem deixar-se disso e dedicar-se... à pesca.
A falta de luar para o engate só é um problema entre a malta nova que, felizmente, é cada vez mais previsível e fácil de manipular. Reparem bem o que faz a malta nova quando está de folga e resolve ir para o engate:
- Saem à noite para beber uns copos
- Falam no messenger
- Fazem viagens de inter-rail
- Vão acampar
- Vão a festivais de Verão
- Vão ao cinema
E ficam-se por aí que a imaginação não dá para mais.
Em relação à primeira não há crise, porque a malta só sai à noite no centro das cidades onde não se vê a Lua de qualquer maneira. Além disso, temos os candeeiros públicos. Falar no messenger faz-se no quarto, provavelmente com a luz acesa, pelo que não é necessário lua. No inter-rail os gajos vão todos para Amsterdão fumar charros, pelo que ou acham que estão a ver a Lua, quer esteja lá quer não esteja, ou não dão pela presença dela porque estão no centro de uma cidade (ver comentário ao primeiro ponto). Em relação aos acampamentos e festivais de Verão, a coisa resume-se a um só problema porque acampa-se nos festivais de Verão. A solução é instalar candeeiros com a forma de Lua cheia nos vários parques de campismo por esse mundo fora. E quanto à última questão, basta que haja imagens suficientes da Lua nos filmes para que nem se dê pela falta dela uma vez acabada a película. Além disso os cinemas costumam ser nas cidades, e voltamos ao primeiro ponto.
E tá o problema resolvido, não precisamos de concertos para nada e podemos todos continuar a andar de carro!
10 julho 2007
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12 comentários:
(Suspiro...)
E pronto? Eu é que queria mais!
custa-me a acreditar, mas vou fingir que sim. obrigado pelo elogio! :)
a verdade é que já estava farto de escrever o texto e tinha de fazer qualquer coisa útil durante o dia... senão ainda sou despedido!
LOLOLOLOLOL!!! Bem, Nelson, isso é que foi fumo a sair de todos os orificios!!! Realmente, arranjaste para ali umas voltas e revoltas que uma pessoa não consegue rebater a ilógica da cena lolololol!!
Apagar o sol??? Apagar a lua???? LOLOLOLOL. Apagar a lua não resolvia o problema...a lua não emana radiação, é um corpo iluminado, não um corpo luminoso.
Jupiter é um planeta muito maior que a Terra, pode espalhar melhor os gases por aquela atmosfera imensa. Além disso está mais afastado do Sol, recebe menos radiação que a Terra.
As partículas da atmosfera são os chamados gases com efeito de estufa. O CO2 é o principal. O efeito de estufa por si não é maligno, sempre existiu e é o que permite mantermo-nos minimamente quentinhos, senão a radiação reflectia-se de volta ap espaço, ou era absorvida pela terra, e o Planeta Azul era mais um Planeta Branco de Neve.
Atão, havendo demasiado CO2 na atmosfera (e nos ultimos anos acreditem que há bastante, demais), há demasiada retenção da radiação, logo, demasiado aquecimento. Demasiado aquecimento altera as correntes maritimas. Provoca degelo acelerado nos polos. Aumenta o nivel medio do mar. Alaga cidades. Desaparece Portugal. Desaparece a actual costa dos continentes. Waterworld...
E, ao longo da historia da terra, sempre houve aquecimento global. Seguido de uma idade do gelo. Ora, o que se passa é que se trata de um mega-aquecimento global. Seguido de...pois...
E o Elvis está vivo. Foi é raptado por extraterrestres, liderados pela marylin monroe.
eia, tanta informação que eu desconhecia por completo!
Ficavas a saber se a) desses formação de físico-quimica e b) visses a verdade incoveniente do al.
Sim, foi A Verdade Inconveniente do Al, que mais me elucidou sobre o assunto.
Mas existem outras ideias igualmente fantásticas, tipo arranjar uns enormes chapéus de Sol, para proteger especialmente os polos, com a possibilidade de abrir ou fechar, conforme as conveniências...
Bem... a comecar pelo fim, quanto ao problema da reproducao, se o porn por internet fosse mais caro, reduziria o nr de masturbacoes por dia e ao mesmo tempo, ficaria mais atractivo o preco de levar uma gaja real a jantar.... o que resolveria a questao. Tambem se pode pensar na infame ideia de apagar a TV 'a noite.
Quanto ao aquecimento global, eu penso que se tormarmos a iniciativa de acabar com estas iniciativas megalomanas de concertos e bestialidades do estilo, era um comeco para resolver o problema.
eia, tantas boas ideias que não fui eu que tive! tou muito orgulhoso dos meus leitores, ó sim se tou!
Os concertos live na sei que não servem para acabar com o problema. Servem para sensibilização e divulgação do problema. Porque o problema existe, é real, já nos está a afectar e vai lixar a vida dos nossos filhos. O problema é que nem todos sabem isso. E metade dos que sabe está-se a cagar.
Só há uma solução possível para travar o aquecimento global: diminuir o efeito de estufa. O que significa, diminuir as emissões de gases com efeito de estufa, a começar pelo CO2, o principal responsável.
Significa, por ex, condução ecológica (que por acaso é o mesmo que condução segura e respeitar limites de velocidade, já que quanto mais devagar vais, menos gasolina gastas e menos CO2 emites). Significa energias alternativas, que não impliquem queimar materiais à base de carbono (petróleo, carvão, gás natural) pois isso liberta CO2. Significa indústrias alternativas. Significa mudança de mentalidade. Significa agir. Se não quiserem, pois olhem, azarinho. Mas depois não se queixem quando os vossos filhos vos derem um carguio de porrada por lhes terem legado um planeta cheio de água...e uma mega era de seca...e uma mega era do gelo.
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