Tou a fazer a revisão de uma tradução. Confesso que é um trabalho um bocado secante, mas como de qualquer maneira tinha de ler o texto, aproveito e mato dois coelhos de uma só cajadada.
Tipicamente uma revisão consiste em ler o texto original e o traduzido, tomar notas das discrepâncias, erros ortográficos ou frases mal construídas e fazer as devidas correcções.
O problema aparece quando todo o projecto anda a contra-relógio: a tradução é feita a correr porque os prazos são apertados e a revisão também tem de andar depressa.
E aqui surgem as chatices: quando os tradutores não têm grande formação na área em concreto a que se refere o texto (áreas muito específicas, assim tipo... INFORMÁTICA ou CIÊNCIA EM GERAL!) e os prazos não permitem que se pesquise a expressão correcta para traduzir uma determinada frase as gralhas e incorrecções são às dúzias. O que dá mais trabalho ao revisor, neste caso eu. Há páginas que têm ser de completamente re-escritas! De uma ponta à outra! É tal o chorrilho de disparates que não vale a pena corrigir palavras, mais vale escrever parágrafos inteiros (às vezes são 6 parágrafos numa página, dos quais 4 têm de ser escritos de novo).
Assim também eu fazia traduções rápidas e cumpria prazos. No fim quem se lixa é sempre o revisor, que é o gajo que vai ter de mandar um mail a dizer "isto tá uma merda, não vai dar para cumprir o prazo". E depois os donos do projecto vão perguntar ao tradutor e o tradutor diz "não senhor, aquilo foi feito com muito amor e carinho, o revisor deve tar é a inventar desculpas para atrasar o projecto porque passa mais tempo a escrever o seu blog que a rever!". Em quem é que acham que quem paga a factura vai acreditar?
Moral da história: horas extra até ao fim do prazo (dentro de 2 dias)
04 julho 2007
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14 comentários:
Como é que se arranja um trabalho desses?
Por acaso não precisam de uma revisora em part time, freelancer, á distancia????
é preciso ser especialista no assunto para fazer a revisão. E acredita que especialistas nisto são difíceis de encontrar!
Depende do assunto...se tás a falar de ciencias em geral...quimicas, bioquimicas, ambientes... babaloo!! estou cá eu!! ;-p
E biologias, claro.
Ah, desculpa a intromissão, mas por falar em rapidez, olhem para Esta Rapidez
e quem é que faz controlo de qualidade do trabalho do revisor?
já se formava uma comissão composta por leitores do faxavor para essa tarefa, remunerada e isenta de impostos claro!
Olha lá, mas que boa ideia!!!
Fazer revisões de texto já é uma seca, então de traduções mal feitas, ui!
Mas esse provérbio faz parte da minha lista de "disparates que as pessoas dizem automaticamente, sem reparar bem no que estão a dizer": Matar coelhos? À cajadada? E os ecologistas não protestam, nem nada? Hum...
Vá, continuação de bom trabalho!
À pedrada era pior, que a minha pontaria é má. À cajadada sempre consigo acertar-lhes melhor e diminuir um pouco o sofrimento. O ideal era uma caçadeira, mas não tenho licença de caça.
Não me falem me matar coelhos. Donde é que acham que vem a proteína com que trabalho?...pois.
- mamã, mamã, onde está o coelhinho branco tão fofo?
- no teu prato. come e cala-te.
- nham, nham, além de fofo é muito saboroso mamã
É pá, essa é de uma sensibilidade a toda a prova... idêntica à do poeminha de ontem, não?
Claro que os coelhinhos também servem para proteínas de investigação e para o prato. Agora não sou eu que os mato e que se saiba o método usado não mete cajado...
O método usado mete um orientador de mestrado, uma pancada seca na parte de trás da cabeça, uma faca, muito sangue pelas paredes e uma mestranda a chorar sem parar. ;-p
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