04 julho 2007

Assim também eu era rápido!

Tou a fazer a revisão de uma tradução. Confesso que é um trabalho um bocado secante, mas como de qualquer maneira tinha de ler o texto, aproveito e mato dois coelhos de uma só cajadada.

Tipicamente uma revisão consiste em ler o texto original e o traduzido, tomar notas das discrepâncias, erros ortográficos ou frases mal construídas e fazer as devidas correcções.

O problema aparece quando todo o projecto anda a contra-relógio: a tradução é feita a correr porque os prazos são apertados e a revisão também tem de andar depressa.

E aqui surgem as chatices: quando os tradutores não têm grande formação na área em concreto a que se refere o texto (áreas muito específicas, assim tipo... INFORMÁTICA ou CIÊNCIA EM GERAL!) e os prazos não permitem que se pesquise a expressão correcta para traduzir uma determinada frase as gralhas e incorrecções são às dúzias. O que dá mais trabalho ao revisor, neste caso eu. Há páginas que têm ser de completamente re-escritas! De uma ponta à outra! É tal o chorrilho de disparates que não vale a pena corrigir palavras, mais vale escrever parágrafos inteiros (às vezes são 6 parágrafos numa página, dos quais 4 têm de ser escritos de novo).

Assim também eu fazia traduções rápidas e cumpria prazos. No fim quem se lixa é sempre o revisor, que é o gajo que vai ter de mandar um mail a dizer "isto tá uma merda, não vai dar para cumprir o prazo". E depois os donos do projecto vão perguntar ao tradutor e o tradutor diz "não senhor, aquilo foi feito com muito amor e carinho, o revisor deve tar é a inventar desculpas para atrasar o projecto porque passa mais tempo a escrever o seu blog que a rever!". Em quem é que acham que quem paga a factura vai acreditar?

Moral da história: horas extra até ao fim do prazo (dentro de 2 dias)

14 comentários:

Ana disse...

Como é que se arranja um trabalho desses?

Ana disse...

Por acaso não precisam de uma revisora em part time, freelancer, á distancia????

Nelson disse...

é preciso ser especialista no assunto para fazer a revisão. E acredita que especialistas nisto são difíceis de encontrar!

Ana disse...

Depende do assunto...se tás a falar de ciencias em geral...quimicas, bioquimicas, ambientes... babaloo!! estou cá eu!! ;-p

Ana disse...

E biologias, claro.

Ana disse...

Ah, desculpa a intromissão, mas por falar em rapidez, olhem para Esta Rapidez

ToBru disse...

e quem é que faz controlo de qualidade do trabalho do revisor?

já se formava uma comissão composta por leitores do faxavor para essa tarefa, remunerada e isenta de impostos claro!

Ana disse...

Olha lá, mas que boa ideia!!!

Teté disse...

Fazer revisões de texto já é uma seca, então de traduções mal feitas, ui!
Mas esse provérbio faz parte da minha lista de "disparates que as pessoas dizem automaticamente, sem reparar bem no que estão a dizer": Matar coelhos? À cajadada? E os ecologistas não protestam, nem nada? Hum...
Vá, continuação de bom trabalho!

Nelson disse...

À pedrada era pior, que a minha pontaria é má. À cajadada sempre consigo acertar-lhes melhor e diminuir um pouco o sofrimento. O ideal era uma caçadeira, mas não tenho licença de caça.

Ana disse...

Não me falem me matar coelhos. Donde é que acham que vem a proteína com que trabalho?...pois.

Nelson disse...

- mamã, mamã, onde está o coelhinho branco tão fofo?
- no teu prato. come e cala-te.
- nham, nham, além de fofo é muito saboroso mamã

Teté disse...

É pá, essa é de uma sensibilidade a toda a prova... idêntica à do poeminha de ontem, não?
Claro que os coelhinhos também servem para proteínas de investigação e para o prato. Agora não sou eu que os mato e que se saiba o método usado não mete cajado...

Ana disse...

O método usado mete um orientador de mestrado, uma pancada seca na parte de trás da cabeça, uma faca, muito sangue pelas paredes e uma mestranda a chorar sem parar. ;-p