A saga continua... ainda se fala nas habilitações do Sócrates. Já chateia, mas pronto.
Uma das coisas que me chamou a atenção foi o facto de o José Sócrates ter acabado o tal curso na UnI a um domingo, o que é algo... invulgar. E vai daí eu resolvi olhar para meu certificado de fim de curso. E não é que eu acabei o curso a um sábado?
Tirei uma licenciatura no IST, faculdade da Universidade Técnica de Lisboa, apresentei o projecto final de curso numa terça-feira, 23 de Julho de 2002, a nota foi lançada na sexta-feira seguinte e o certificado de fim de curso diz que eu acabei o curso a 27 de Julho de 2002, sábado.
Será que afinal o meu curso também foi aldrabado? Espero bem que não me venham chatear com isso no futuro...
Outra das coisas que me despertou a curiosidade é a diferença entre "Engenheiro" e "Licenciado em Engenharia". Eu também sou "Licenciado em Engenharia" (em Eng. Física Tecnológica para ser mais preciso), curso esse que não é reconhecido pela Ordem dos Engenheiros, e como tal não sou Engenheiro. Mas também, ao que julgo saber, quem acaba um curso de engenharia reconhecido pela ordem também não é Engenheiro. Quem é Engenheiro é quem acaba um curso de engenharia reconhecido e completa com sucesso o estágio profissional, ou quem acaba um curso de engenharia não reconhecido, passa no exame de admissão à ordem e completa com sucesso o estágio profissional.
Mas nem vou por aí, tou-me a borrifar se o homem é Engenheiro ou Licenciado em Engenharia. O que me faz confusão é de repente ser relevante se ele se diz Engenheiro ou não quando ninguém contesta os "Doutores" que por aí andam e cujo grau académico mais elevado é uma Licenciatura. Se bem me lembro, Doutor é quem:
a) tem um doutoramento
b) conclui o curso de Medicina, incluindo estágio, internato, especialização e não sei o quê mais.
Desde sempre que os advogados são doutores, os sociólogos são doutores, os psicólogos são doutores, os economistas são doutores e ninguém se chateia, e agora vêm implicar com um engenheiro que afinal é somente licenciado em engenharia.
Não seria muito mais importante referir no telejornal o lance em que o Micolli é empurrado e que, como a bola estava em jogo, devia ter dado lugar à marcação de uma grande penalidade a favor do Benfica? (sim, era penalty: o guarda-redes defenfeu, logo a bola está em jogo. O Micolli é empurrado por um jogador do Espanyol, logo é falta; como foi na área é penalty). Em vez disso passaram o noticiário todo a falar do Sócrates e o resumo do jogo de ontem só teve uns 30 segundos de tempo de antena.
13 abril 2007
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12 comentários:
De Belas Artes não saem designer... não temos Ordem que nos valha!
(gostei... vou voltar)
Jinhos mnica;*
É fodido... Tb já não quero ser engenheiro!
Os mails que me mandam e que rezam: "Sr. Engenheiro tal..." vão levar com um reply do género: "Engenheiro, o caralho. Eu cá sou licenciado em engenharia..."
Então quer dizer que vou ter que deixar de tratar por engenheiro mais de 90% dos meus ex-colegas de curso. E também vou ter que mandar para trás os tratamentos por engenheiro quando me licenciar daqui a não sei quanto tempo.
A não ser que completem o tal estágio profissional e se inscrevam na Ordem.
E da próxima vez que falares com um jornalista trata-o por "Senhor Licenciado em Jornalismo" a ver se ele gosta! ;)
mnica: volta, volta!
colin: não digas "fodido", pá! parece mal...
Primeiro tenho que lhe perguntar se é licenciado em jornalismo ou em Comunicação Social...
Nelson pá, não me fodas! o importante é que temos um Primeiro que fala em Excelência do Ensino e outras que tais e os cursos dele são todos uma aldrabice. Sabes o que é Eng. Civil na Independente? Aquilo mesmo a fazer o curso normalmente é equivalente à 4 classe antiga , pá! O gajo mentiu e portanto perdeu a credibilidade, fodasse, não quero um primeio que mente e é apanhado, quero sim, um primeiro que minta e não seja apanhado, haja respeito pela politica! Quero normalidade, quero politicos mentirosos mas habeis e não um palhaço que se deixa apanhar na curva.(aquilo do word verification é estupido, já reparaste??)
nuno: claro, claro! não queremos ofender ninguém.
V: o bacharelato dele é do ISEC, frequentou a licenciatura no ISEL e só usou a UnI para a completar (quantos políticos temos nós com diplomas da UnI?); o MBA é do ISCTE (quanto a este tenho a certeza que não é aldrabado, conheço colegas de turma dele). Neste percurso todas as instituições são credíveis, e ainda por cima públicas, com a excepção da independente. Claro que a história está mal contada. O que eu acho é que há coisas muito mais importantes para ocupar tinta em jornais. Pegar na data de conclusão que é a um domingo, pegar no nome do regente das cadeiras a que teve equivalências, pegar na distinção entre "engenheiro" e "licenciado em engenharia" é mesquinho. Se Eng. Civil na UnI é assim tão mau, fecha-se o curso! Ah, espera, já não é preciso, fechou-se a UnI.
Nelson, com todo o respeito acho que não estás a ver a "big picture".O primeiro nem precisa ter curso superior que a lei não exige e nem sequer isso é importante. O curso da UNI., do ISEL, do ISEC, ...não são a questão. A verdade é que só um cego não vê que existem indicios de favorecimento, de fraude, de obtenção de diploma por vias paralelas, e isso ganha importancia, não pelo facto em si,(pois ele nem sequer exerce pelo que nenhum edificio vai cair), mas pelo facto de ele ser o nosso primeiro, e bolas! ele tem de ser o 1º a dar o exemplo, o que não seria grande questão em ti ou em mim, é certamente diferente para o líder de um governo.Sejamos honestos: se isto fosse em Inglaterra, já se tinha demitido pois é de facto a unica atitude digna a tomar, concordando tb que seria negativo para o país neste momento, mas já passamos coisas piores.
ah, mas eu concordo contigo! É importante saber se o primeiro-ministro mente sobre as suas habilitações académicas.
Infelizmente o que tenho visto são notícias sobre pormenores de relevância duvidosa: o facto de ele dizer que é engenheiro num cv e que é licenciado em engenharia no outro, o dizer que é licenciado antes de o ser, quando o passou a ser poucos meses depois (e portanto estava com a meta à vista), o facto de o diploma ser passado a um domingo e o facto de ser precisamente na UnI.
Claro que é grave se o 1º ministro foi beneficiado pela UnI. Se houve troca de favores é importante saber que favores foram trocados. Se houve benefício é importante saber se é política da UnI beneficiar gente importante para ganhar em angariação de alunos ou se este caso foi efectivamente único. O que eu duvido, tá-me mais a parecer que a UnI dava licenciaturas da Farinha Amparo a toda a gente que tivesse ou pudesse vir a ter cargos importantes em governos ou parlamentos.
E se houve trocas e baldrocas no processo é também relevante saber se são de responsabilidade de José Sócrates ou da secretaria da UnI, que já deu para perceber que é uma balbúrdia.
Só tenho pena é que não haja assim tanta gente a falar sem contribuir para o ruido de fundo e que mesmo esses poucos sejam silenciados pelos grunhidos da turba que exige sangue e que só traz entropia ao caso.
epá, com essa da entropia arrumaste comigo,(tive de ir à wikipédia e tudo). Tens toda a razão quando te referes ao facto de se andar a falar de pormenores de somenos importância. De facto, e mesmo para aqueles que querem ver sangue (que não é o meu caso, pois penso que a demissão neste momento ia ser um enterranço para PT)falam de pormenores insignificantes e sem grande nexo. Mas reafirmo que este caso é tudo menos simples, e não pode ser considerado como uma pequena questão sem importancia. Politiquices à parte, não podem restar duvidas, não pode ser uma questão de fé, não pode ser um " eu acho que.." pois isso conduzirá ao descrédito total e irreversível no nosso 1º com as consequências graves que daí resultam. E.. Viva o SLB ,(fora com o Nuno Gomes)
sim, concordo!
(Deixem jogar o Mantorras, porra!)
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