Pronto, lá se foi a minha harmonia conjugal! Tava tudo bem até ao Natal. E aí... danou-se. Eu recebi um iPod nano como prenda de Natal (cortesia do meu mano mai novo); a moça também recebeu um iPod nano (cortesia dos papás). E agora? Agora temos um lindo sarilho. É que ela tem um iPod nano de 8 gb, preto; eu tenho um de 2 gb, prateado. E as nossas conversas agora são do género:
- o iPod preto é muito mais fixe.
- o meu é mai lindo, assim clarinho. O iPod preto é feio
- ah, mas o meu tem mais espaço que o teu.
- pois tens mais espaço vazio que ainda só aí puseste 2 alguns. Para isso servia-te um mp3 qualquer ranhoso.
E assim continuamos horas a fio. Já não há mais paz nem harmonia. Numa coisa concordamos: fica bem termos iPods a condizer com o carro (ou carros a condizer com o iPod): o carro dela é preto, o meu é branco.
Há contudo vantagens em termos um iPod cada um: como inevitavelmente acontece numa relação, os assuntos de conversa acabam-se. Discute-se religião, política, desporto, assuntos do quotidiano e mais tarde ou mais cedo, fica-se sem nada para dizer. A maioria dos casais opta por ver televisão e assim evitam constatar que já não têm nada em comum. A chatice é só quando falta a luz, mas para isso há bom remédio: faz-se um filho. É por isso que há baby-booms quando há apagões. Isto de a malta falar é bom e tal, mas acaba-se e é preciso qualquer coisa que mantenha a ilusão que tudo vai bem. Assim cada um vai à sua vida, ele vê a bola, ela vê o programa da Júlia Pinheiro e todos vivem felizes para sempre.
Ora, eu e a moça não gostamos de telenovelas. Vai daí, ouvimos música no iPod.
(como se não bastassem as discussões em torno dos iPod há um problema muito sério quando se recebe um iPod: têm de se comprar acessórios. E o raio dos acessórios são caríssimos. Ele é bolsinhas em silicone para proteger o iPod, é emissores FM para ouvir o iPod no auto-rádio, é carregadores de isqueiro e de tomada, é bolsas para prender o iPod ao pulso, é auscultadores melhores e mais ergonómicos, é colunas para ligar o iPod em casa, é comandos à distância, há de tudo para o iPod. Os acessórios ficam mais caros que o raio do bicho! E a saga continua, isto nunca mais acaba... não tarda nada o que se acaba é o meu subsídio de Natal.)
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9 comentários:
Welcome to the Apple religion! :D É pior que a droga... Eu curiosamente consegui ser disciplinado. Escolhi o iPod (um mini de 6GB, verdadeira antiguidade mas não o troco por nenhum dos novos), defini x acessórios que adquiri e pronto. Só tenho problemas com os earbuds (já vou no 3º par), iPod de phones pretos ou silver nem pensar e os da Apple além de caríssimos avariam facilmente (acho que sou azarado mas pronto) e é complicado arranjar phones brancos que me agradem (excepção dos Apple) e por isso fico nos Apple.
Na questão dos acessórios confesso que tenho um fetish qualquer com as iPod socks mas obviamente não as comprei. Ainda não atingi esse estado.
já comprei as capas, vou comprar o iTrip com carregador de isqueiro e uns fones. E depois páro, que senão não ganho para o iPod.
Os 3 pares de earbuds Apple que tive foram comprados na fnac. Isto é, o primeiro par vinha com o iPod e a certa altura começaram a fazer ruído, depois comprei o segundo par mais o remote que ficou parcialmente mudo dois dias depois da garantia esotérica de 6 meses acabar (mantenho o remote) e por fim comprei o último par que já são um modelo novo.
O par tradicional mais o remote: http://ec1.images-amazon.com/images/P/B00009KO14.01._AA280_SCLZZZZZZZ_.jpg
O novo modelo: http://a248.e.akamai.net/7/248/2041/1178/store.apple.com/Catalog/US/Images/ma662_90x80.jpg
o teu comentário estragou-me o layout do blog! Em vez de pôr endereços grandes porque é que não fizeste um link?
Quanto à tua garantia de 6 meses... hmmm... bem, a lei portuguesa consagrava no mínimo 1 ano de garantia na compra de equipamentos novos; a partir de Junho de 2003 passaram a ser 2. Independentemente do produto, e salvo itens de desgaste rápido (pastilhas de travão para automóvel ou baterias de portátil, por exemplo), o prazo não pode ser diminuido sem acordo expresso do comprador e mesmo assim com ressalvas. Além disso, quando compras um produto a garantia que tens não é da marca. É da loja. É com a loja que celebras um contrato de compra de um bem ao pagar o produto. A loja lá terá o seu contrato com o representante que terá um contrato com a marca.
Foste comido por parvo, é o que é...
Eles insistem que é um consumível e dizem que por isso são apenas 6 meses (apesar dessa história dos 2 anos que conheço bem). Não sou a única pessoa a ouvir esta história e um amigo meu também teve o mesmo problema. O primeiro par estava com evidentes sinais de maus tratos e apesar de os ter chateado não consegui que os aceitassem e duraram mais de uma ano e meio. No caso do segundo par depois de me terem tentado despachar para a Apple (que recusei) lá consegui que os aceitassem para "reparação" a cargo da tal garantia de dois anos (a ideia da "reparação" foi deles, mas pronto levaram-nos). Agora tenho que esperar até 45 dias pela reparação. Como tenho mais dinheiro que disponiblidade, resolvi comprar outro par, quando me derem outros ao fim dos tais 45 dias (que é o que vai acontecer) fico com dois pares.
Outra coisa que me passou pela cabeça é ir comprando phones e devolvendo-os no prazo legal de 15 dias e comprando outro par no dia da devolução do par anterior mas isso seria pouco ético além de chato. Por outro lado seriam apenas 3 idas à fnac em 45 dias até me darem um par de substituição dos avariados.
Quanto ao layout peço desculpa mas esqueço-me frequentemente que isto suporta algumas html tags. Está à vontade para editar ou apagar.
Hmmmm... diversas questões.
1. Fones são um consumível. É falso. Os fones são um acessório. Um consumível é um produto tipo tinteiro, que se gasta com o uso. Os fones não se gastam. Resolve-se facilmente: vais ao centro de arbitragem de conflitos de consumo de Lx, fazes queixa e eles não têm outro remédio senão trocar ou reparar os fones. Exemplo de produto que não é um consumível: lingerie; exemplo de produto que é um consumível: lingerie comestível.
2. Prazo legal de 15 dias para substituição. Sim, e não. O prazo para trocas porque não gostas não é um prazo legal, é da loja. à primeira eles trocam, à segunda até pode ser que sim, à terceira já não o fazem (e com razão). O que a lei te dá é 15 dias para trocar caso não estejas satisfeito com o desempenho do objecto e as tuas LEGÍTIMAS expectativas no momento da compra tenham sido defraudadas. Nesse caso tens direito à troca por um produto de gama SUPERIOR. Não por igual. Se o que compraste afinal não é grande coisa, tens de comprar melhor. Podes ir saltitando de par em par até chegar aos topo de gama e aí ficas agarrado.
Acredita. Já fui a tribunais arbitrais por causa de uns quantos conflitos de consumo e eu tenho o bom (ou mau?) hábito de ler a legislação relevante (Viva o google! E viva o www.consumidor.pt!) antes de fazer a queixa.
PS: como dono do tasco posso apagar comentários. Mas não os posso editar.
Na questão dos 15 dias, na fnac pelo menos, não me fazem grandes perguntas. Só utilizei isso duas vezes na compra de uns headphones grandalhões Sony e de uns Apple inner-ear. Perguntaram-me simplesmente porque queria devolver, eu disse a verdade que não gostei deles. Perguntaram-me se queria o reembolso ou apenas trocar por outra coisa qualquer, queria apenas trocar, deram-me cheques fnac e pronto.
Já agora, acho que o exemplo da lingerie não foi o melhor. Ainda estou para ver a primeira loja de roupa que não tenha bem explícito que não trocam nem aceitam devoluções de roupa interior por questões de higiene. Legal?
aposto que se trocares o produto A por um produto igual A' e 15 depois por outro igual A'' e 15 dias depois por outro igual A''' são capazes de não gostar.
Pois, o exemplo da lingerie foi um bocado mal dado. Mas não podia perder a oportunidade de chamar "consumível" a lingerie comestível. ;)
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