11 dezembro 2006

Indemnização compensatória?

Índios e Cowboys. A história é velha, começou assim que os europeus chegaram à América do Norte (e vamos evitar discussões do tipo "quem colonizou primeiro a América do Norte" ou "de onde vieram os Índios, não terão vindo da Europa?" ou ainda "os primeiros a descobrir o Novo Mundo foram os vikings". Tou-me a borrifar. Refiro-me à descoberta por Cristóvão Colombo e à colonização posterior por espanhois, ingleses e franceses; mas isso é irrelevante, eu quero é falar do tempo dos cowboys, na altura em que ainda não eram maricas!) e prolongou-se por uns anitos.

Basicamente a colonização da América do Norte foi feita a ferro e fogo, matando (a um tal nível que até o Pinochet teria inveja!) tribos inteiras de índios apenas porque sim.

E pronto, lá se fez o país actualmente conhecido como Estados Unidos da América e tal.

Mas, vai daí, vieram os direitos civis e começa a malta a reclamar que isto tá mal, que os índios têm direitos ancestrais sobre a terra e mais não sei o quê e num país em que o primeiro a dizer "isto é meu" é o proprietário de um bem (uma nota no chão, um terreno, uma mina de ouro, uma gaja com grandes mamas) isto levantou uma série de problemas. É que os índios têm de ser compensados! Têm o direito a viver de acordo com a sua cultura (parece que todas as minorias têm este direito pelas Américas, tirando os pretos, chineses, mexicanos e maricas; que juntos são capazes de constituir 60 ou 70 por cento da população do país, mesmo excluindo a contagem em duplicado das pessoas que pertencem a mais de um destes grupos). E além de terem o direito de viver de acordo com a sua cultura e tradições (isto da tradição para eles também é importante, nem percebo como é que proibiram a tradição de queimar bruxas; se calhar limitaram-se a alterar os parâmetros para classificar uma mulher como bruxa, sei lá...), têm direito a compensações pelos danos sofridos pelos papás dos papás dos papás dos papás dos seus papás.

E criaram-se as reservas! Agora os índios vivem em reservas (apenas quando querem; as reservas são como o corredor BUS para os taxistas: se está trânsito usam o BUS, mas se não está podem andar por todo o lado) e têm direitos especiais. Por exemplo, têm o direito de não pagar impostos sobre o álcool, têm o direito de jogar livremente (porque é tradição e mais não sei o quê) e como têm o direito de, mais coisa, menos coisa, legislar o que é tradição ou não, têm o direito de fazer casinos.

Vai daí, fizeram quilos de casinos, um pouco por todo o lado, nas suas reservas. E toda a gente pode ir lá gastar os seus dólares em dinheiro que reverte para a reserva. E que não é tributado. Depois venham-me falar no paraíso fiscal da Madeira, venham.

Ora bem... a tribo dos Seminole (que também tem uma reserva, pois claro), acabou de comprar o Hard Rock Café. E não, não compraram o Hard Rock lá do sítio, compraram os Hard Rock Café TODOS. 124 ao todo. Mais 4 hoteis. E 2 casinos. E uma sala de espectáculos. Tudo pela módica quantida de 700 milhões de euros, mais ou menos. E tudo isto, imagino, como indemnização compensatória pelo genocídio e a perseguição e mais não sei o quê.

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