Há gajos para tudo. Com 6,5 mil milhões de pessoas no mundo, há sempre alguém capaz de fazer qualquer coisa de que me lembre, por mais bizarra, asquerosa, revoltante ou nojenta.
Um senhor "artista" resolveu fazer uma "performance" "artística" numa exposição de "arte" na Nicarágua. E para a sua performance o que é que ele resolve fazer? Deixar um cão morrer de fome e sede. Porque é "arte". Porque pode. E porque sim.
Agora, e graças à sua "obra" vai participar numa bienal de "artistas" como ele e de artistas que não serão como ele nas Honduras. E porque o "senhor" "artista" é uma besta imbeciloide cujo único adjectivo que arranjo para descrever é monte de merda (eu sei que não é um adjectivo, mas não nos vamos focar na gramática, ok?), algumas pessoas que não estão para aturar certos tipos de "arte" fizeram uma petição a ver se o comité de organização de tal actividade "artística" volta atrás e retira o convite ao referido "artista". Porque há coisas que simplesmente metem nojo.
Mas... haverá limites para a "arte"? Quem sou eu para dizer que deixar morrer à fome e à sede um animal, seja um cão ou outro qualquer, não é "arte"? Bom, vou pôr a questão de outra forma: se eu resolver construir um campo, podemos chamar de concentração, colocar lá dentro 1 milhão de pessoas, subnutri-las, usá-las como cobaias médicas, torturá-las, executá-las, esquartejá-las, queimá-las vivas, gaseá-las mas cobrar bilhetes para que quem quiser possa assistir a esta manifestação e lhe chamar "performance", passa a ser arte? Ah, claro, mas eu não sou "artista". Tudo bem, conheço uns quantos artistas, vou-me juntar a eles e propor-lhes isto. Que tal? 30 e tal artistas a defenderem a construção de um campo de concentração e um novo holocausto chamando-lhe "arte"? Não me venham com tribunais de direitos humanos, pá! ISTO É ARTE E NINGUÉM PODE CENSURAR UM ARTISTA, QUE É UM ATENTADO CONTRA OS SEUS DIREITOS, PÁ! É UMA VISÃO RETRÓGRADA E CASTRADORA DO DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO DA HUMANIDADE!!!
Houve há uns tempos uma manifestação "artística" que discuti com alguns amigos (alguns dos quais artistas) que consistia em matar um coelho e depois andar pela galeria com o coelho morto ao colo a explicar-lhe a arte. A "mensagem" era que até um coelho morto percebe aquela merda, por isso se as pessoas não percebem é que são estúpidas. Claro que coelhos não discordam nem dizem que não percebem, sobretudo se estiverem mortos, por isso não há grande maneira de saber se o coelho morto percebeu ou não. Já esta manifestação "artística" é muito mas mesmo muito questionável e o coelho até morreu de forma semi-pacífica, sem dor desnecessária e isso tudo. Mas... matar um cão à fome e à sede? É "arte"?
Gostava de encontrar o dito "artista" para lhe propor uma nova manifestação da sua "arte": em vez de matar à fome o cão, que se calhar nem aprecia a "arte" do "senhor", que tal ser o próprio a deixar-se morrer à fome e à sede? Se o objectivo é ver o que acontece, ter alguém com sensibilidade "artística" a sentir tudo na primeira pessoa e a pode descrever e explicar o que sente tem sérias vantagens para a consolidação da "obra", não?
(este deve ser o post com mais aspas na história; e mesmo assim, acho que me falharam umas quantas)
23 outubro 2007
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8 comentários:
Se ele fosse um verdadeiro artista e tivesse verdadeiro amor à arte era ele que se deixava a morrer à fome, esse C@£§%& de M£$#%@!
E ninguém suicida esse troglodita cretino com a sua própria arte?
O Bjørn Nørgaard, um dinamarquês, fez uma coisa parecida há uns anos com o sacrifício de um cavalo. Acho que na altura a ideia era mostrar que um cavalo a morrer causava muito mais impacto mediático que os milhares de pessoas que morriam ao mesmo tempo no Vietname.
É demagógico, mas não é menos verdade por isso.
Mais uma aplicação de uma lei bastante geral, o mundo está cheio de sacos de esterco. Infelizmente não me parece espantoso e acho que a melhor maneira de reagir a isto é contrariar o que o saco de esterco quer. Ele quer mediatismo por isso prefiro ignorá-lo.
Acho que lhe deviam oferecer um cão raivoso para o ensaio artístico. Um daqueles cães muito pequenos aparentemente inofensivos que lhe desse uma dentadinha e o infectasse. Não há cura e por isso resolvia-se o problema. O cão não morria em vão e o saco de esterco passava a caixote de esterco.
eu metia-o ao pe duns quantos caes com fome e sede para ver o que é que ele fazia.
O que mais me choca nem sequer é o imbecilóide se ter lembrado disso. É os imbecilóides dessa exposição de produto de evacuação terem aceite tal expressão pseudo-artistica.
Mas quem sou eu para criticar a arte...não percebo nada de arte...não percebo como é que uma tela pintada de azul com um ponto amarelo no meio pode custar cinco mil euros...até um gorila pinta melhor (e já "vi" gorilas a pintar e terem os quadros vendidos por mil euros cada).
Belas figuras que fiz na ultima exposição de arte a que fui. Acho que me fartei de rir em todos os quadros por que passei...mas, olhem, ao menos não era um cão a morrer de fome...
Posso dizer palavrões nelson? E eu nem tenho mente assassina (acho), mas estou com umas ganas de assassinar esse gajo...não há por aí nenhum cartel de droga capaz de tratar do assunto?...tudo em nome da arte!
pronto, estou mal disposta...
Andei a ler por aí que parece que a cena não era bem assim. Nas palavras do artista: "Um animal transforma-se no centro das atençőes, quando o coloco num lugar branco onde as pessoas văo para ver arte, mas năo quando anda pelas ruas esfomeado."
mmmm, não é que concorde com o tipo. Mas ele tem razão...
portanto, se eu recriar o holocausto e matar assim 1 milhão de pessoas posso alegar que "ninguém disse ou fez nada contra o holocausto na europa, mas faço isto numa performance artística e toda a gente se preocupa".
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