Ontem fui jantar a um centro comercial. Não é coisa que faça com muita frequência, mas é muito conveniente por vezes. Tento fugir dos locais de comida rápida. Só que às vezes tem de ser.
Mas não vos vou falar sobre comida rápida, nem centros comerciais. Quero falar sobre urinois, mas achei que era preciso um parágrafo que desse pelo menos a ilusão que o resto do texto valeria o tempo dos leitores. E por isso comecei por falar de centros comerciais e comida rápida. Assim em jeito de introdução.
Passando ao que verdadeiramente interessa (estranha escolha de palavras, já que o assunto que se segue são urnois), sentindo o chamamento da mãe natureza (belo eufemismo, han? mais cliché que isto é difícil! Tava à rasquinha para mijar, prontos!) dirigi-me aos lavabos, aproximo-me de um urinol, abro a braguilha e... bom, se calhar vou passar à frente a descrição pormenorizada da mecânica do acto até porque a expressão seguinte seria "tirei a gaita para fora" e a estas horas ainda há crianças acordadas. Em suma: fiz o que tinha a fazer e no processo olho em frente (regra de boa educação: no urinol olha-se sempre em frente! Não se mexe a cabeça. É de muito mau tom olhar para o lado, o vizinho pode-se sentir constrangido e um gajo tá com as mãos ocupadas pode não conseguir defender-se de um acto gratuito de violência) e reparo (por falar em reparar: já repararam que este post tá cheiinho de parêntesis? Fica mesmo difícil de ler, porra!) que este urinol é daqueles modernos onde não é preciso carregar em sítio nenhum para abrir a água. Tem uma célulazinha que detecta quando o utilizador terminou a sua função e se afasta e automaticamente limpa o belo serviço feito fazendo jorrar a água.
Penso que é conveniente mudar de parágrafo, porque com os parêntesis todos isto tava a ficar difícil de ler... e aproveito para esclarecer as senhoras, provavelmente menos informadas sobre a realidade dos urinois, que estes sistemas automáticos para abrir a água são necessários porque a maior parte dos homens não o faz. É por isso que eu abro a água antes (pelo sim, pelo não) e depois de utilizar. Mas, continuemos a nossa dissertação. Noutro parágrafo, claro!
Olhei em frente, como estava a dizer, e vi a coisa cuja função é detectar a presença/ausência de uma pessoa para decidir quando abrir a água. Aquilo tem uma forma rectangular, metálica, com dois pequenos orifícios redondos (onde estão as células fotoeléctricas - a propósito, obrigado ao Einstein, é graças a ele que temos células fotoeléctricas). E aqui reside o busilis! É que os buraquitos são pequenos (1cm de diâmetro, mais ou menos) e estão muito próximos (a uns 2 ou 3 cm de distância um do outro), mas parecem mesmo peep holes. E ontem enquanto estava a satisfazer a minha necessidade fisiológica olhei para a frente (não me canso de repetir que é de boa educação olhar apenas em frente!), vejo aqueles dois buraquinho e tive a estranha sensação que alguém estaria a observar do outro lado. O que até é verdade, está um circuito electrónico a "ver-me". Esta sensação é um bocado parva (ao contrário deste texto), porque ninguém poderia espreitar usando aqueles dois buraquinhos. A menos que tivesse uma cabeça estranhamente pequena, mas a forma dos buracos... parecem dois olhos... e eu ali, com a tralha toda à mostra, preocupado em não olhar para o lado, incomodado quando olho em frente...
Decidi olhar para baixo. A estranha sensação de desconforto desapareceu e pude cumprir o meu objectivo. Até dá jeito porque vou vendo o que estou a fazer e posso fazer pontaria à mosca!
Acho que é necessário mais um parágrafo para explicar a cena da mosca às senhoras: em muitos locais os urinois têm uma mosca, de plástico, presa. É isso e bolas de naftalina por causa do cheiro. Parece uma ideia estúpida, ter uma mosca de plástico no urinol, mas a verdade é que os gajos gostam de fazer pontaria a qualquer coisa e o problema das bolas de naftalina é que salpicam muito. E dá muito mau aspecto sair da casa de banho com os sapatos salpicados. Errr... além da questão da higiene, claro!
A outra alternativa é olhar para cima. Posso ficar ridículo a mijar olhando para o tecto, mas ao menos consigo estar descansado sem imaginar alguém a espreitar do outro lado da parede e não ofendendo o vizinho do lado (por falar nisso: tipicamente o vizinho do lado está a 2 urinois de distância, evitando sempre que possível ocupar o urinol adjacente; é o chamado urinol de cortesia).
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14 comentários:
Minha irmã na primeira vez que foi apanhar um avião na T4 (a terminal nova do aeroporto de Madrid)teve a necessidade de visitar a casa de banho e esteve para perder o avião porque quando acabou não encontrava o coiso de carregar para a água baixar. Quando já desesperou e saíu ouviu a água baixar por arte de magia (ou não) e ficou também com a sensação de que a espreitavam. Big Brother. Aliás há câmaras em toda a parte. Dêm a milhor cara e mirem para o tecto.
Tenho tanto que comentar que me faltam as palavras. Não sei se comece pelos peep holes, se pela mosca, se pelo urinol de cortesia.
1. Os homens são uns bichos estranhos.
2. Durante a primeira parte do post pensei que seria interessante ser mosca para observar a cara de quem se sente observado. Depois mudei de ideias.
3. Pelo que percebi ser mosca numa casa de banho masculina é má ideia.
4. Urinóis de cortesia? Olhar em frente?
5. Os homens são uns bichos estranhos.
Elora, para melhor compreenderes a situação, eis que deixo um jogo ao estilo de puzzle
Faço minhas as palavras da Elora: os homens são um bicho estranho, mesmo!
E essa da mosca nem nunca tinha ouvido falar...
Boa, Pedro! Fiz o test. Se noutra vida for homem, safo. Sempre pensei que as vistas duns urinois por detrás, tal como esses, haviam ser interessantes.
Fiz o teste que o Pedro sugeriu. Ainda bem que não sou homem, não percebo nada de urinóis...
Bem, Nelson, um post gigante sobre urinóis!! Então conta lá, a publicação está para quando???´
É como diz a Elora, os homens são um bicho estranho.
E deixa estar que há muito mulherio por aí que não puxa o autoclismo ao terminar o servicinho...eu tb tenho a hábito de puxar antes e depois...
Já agora esclarece-nos uma dúvida: porque é que os homens nunca baixam o raio do tampo da sanita???????????? mmmmm?
porque precisamos dele levantado.
Feita a pergunta de outra forma: porque é que as mulheres nunca levantam o tampo da sanita?
A meu ver a questão é muito simples: homem precisa do tampo levantado, levanta-o. Mulher precisa do tampo baixado, baixa-o. Se calhar preferias que fizéssemos o nosso serviço com o tampo baixado para salpicar tudo... :P
Nelson, não, náo, que aqui os meus "rapazes" são bem educados, ainda se chateiam com tampas de sanita aberta, o cheiro quando não se puxa o autoclismo, etc. e tal.
Educação, meu caro, tem de ser de base!
Fiz o teste do Pedro. As casas de banho dos homens são, na verdade, um campo de minas. Se eu fosse homem tinha medo de beber cerveja. Confessem lá: vocês são viciados na adrenalina ou gostam do clima de paranóia?
Quanto ao tampo da sanita: Há sensações estranhas na vida que são surpreendentemente desagradáveis, como comer gelado muito depressa. E ir à casa de banho às escuras, a meio da noite, muito aflita, sem nada que nos prepare para a sensação gélida da loiça da sanita nas coxas.
então, antes de sentares o rabiosque, verificas se o tampo está baixado!
Tenho a certeza que a meio da noite tens atenção aos detalhes todos.
Quando era pequenina meus irmãos brincavam comigo que me ia engulir a sanita. Sempre a vi como um monstro de boca aberta, pronto para engulir tudo o que cair dentro (para bem e para mal). Quando chegarem aos meus anos vão ver quanta coisa cai das mãos. Por isso baixo a tampa, levanto quando for precisso e volto a baixar. É para isso que existe a tampa, como também nós podemos fechar a boca e abrila á vontade, não temos que ir pelo mundo de boca aberta só por termos boca.
E mainada, sun iou miou!! è isso mesmo!! SE existe tampa na sanita, é por alguma razão!!! Se levanta, baixa depois! O tampo e a tampa! E se tem má pontaria, faxavor de pegar num paninho e limpar o salpicadinho!!! Senão, comecem a sentar-se tb, que vão ver que é mais confortável.
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