- Marcam-se unilateralmente os prazos. Apertados, como convém, porque a data de lançamento do produto já está marcada e não pode ser adiada. Não se pensa, nem por um minuto, que poderão ocorrer imprevistos.
- Escolhem-se tradutores entre a rede de "parceiros estratégicos" espalhada pelo mundo. Cada um terá a seu cargo a tradução para um idioma. A recusa na participação no projecto implica que o produto não estará disponível em condições de comercialização e/ou o fim da "parceria estratégica" ou pelo menos a renegociação das cláusulas.
- Informam-se os tradutores que o projecto vai começar dentro de dois dias (portanto, bastante a tempo para que toda a gente re-organize a sua vida).
- Envia-se somente parte dos materiais necessários, ficando a outra parte dos materiais disponíveis quando já se passou mais de metade do prazo. Nomeadamente o manual, que é o maior componente no que diz respeito ao tempo necessário.
- Para facilitar o trabalho do tradutor, cria-se uma ferramenta para simplificar a tradução de parte do projecto, que é semi-automática, ferramenta essa que tem bugs que só são detectados pelo tradutor, já o projecto vai quase a meio.
- É-se intransigente com os prazos e ameaça-se cancelar o projecto caso não sejam cumpridos escrupulosamente (independentemente de serem ou não cumpridos pelo "dono" do projecto).
- Quando o tradutor pede que lhe seja enviada a versão anterior traduzida do manual de instruções para que não seja necessário fazer tudo de novo (o que seria impossível tendo em conta o prazo estipulado a menos que o tradutor estivesse no projecto a tempo inteiro mas pelos vistos até tem mais que fazer), demora-se mais uma semana (por esta altura o prazo já tinha acabado...)
- No estabelecimento de prazos indicado em 1. não se prevê o prazo necessário para a revisão da tradução, que deve ser feita pelo próprio tradutor, se estiver p'raí virado; caso contrário não se revê e espera-se que não haja muitas gralhas (a minha gralha preferida é faltar um H em "pilhas"; já vi uma destas uma vez).
- Em nome da "parceria estratégica" entre o "dono" do projecto e a empresa que se encarrega das traduções (e que não o faz comercialmente, fá-lo em nome da parceria estratégica), não se paga nada pela tradução.
- Para ajudar à festa, quando aparece uma segunda entidade que pretende substituir a primeira na referida "parceria estratégica", pisca-se-lhe o olho e renegoceia-se com a primeira entidade.
É por estas e por outras que não posso com franceses nem pintados de ouro. (se não perceberam o propósito do link, vejam a data do post e comparem com esta)
4 comentários:
LOLOLOLOL, pareces tu com alguns dos meus coordenadores...
Gostei das comparações portugal-frança...LOLOLOL!!!
Ah, tu já estiveste na terra dos francius a viver, heeeem???
Não é daquelas coisas em que sentes que das duas uma, ou sou eu que sou demasiado inteligente, ou são eles que são demasiado burros...tive uma reunião dessas esta semana...eu a querer simplificar e a chefe a complicar. Uma tabela que muitos de nós levam um minuto a decifrar, ela precisou de uma semana e duas reuniões comigo para a entender...
Segue um comentário ao post de 2006 (ainda vai a tempo?)
O Zidane é feio, o Figo não deve nada à beleza...
A panca do Nuno Gomes já vem daí? Esse é engraçado...
Gosta mais de croissants.
O que é um UMM?
O metro de cá cheira a rosas... Acho, porque eu não ando de metro!
Os perfumes foram inventados para tapar o pivete do Rei Sol (Luis XIV) que NUNCA tomava banho...
O facto do 25A ter ocorrido 185 anos depois não fará a diferença?
Hummm... gosto de paté!
E mulher a sério, não bebe cerveja?!!! Grumpfsss!!!
UMM = União Metalo-Mecânica.
Antiga marca de veículos todo o terreno portuguesa. Produziram um modelo com sucess, o UMM Alter e a versão mais musculada, o UMM Alter Turbo.
A sua performance permitia-lhe passar por cima de qualquer tipo de obstáculos, como árvores, valas, autocarros ou outros todo-o-terreno.
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