09 fevereiro 2007

Abertura quê?

Eu detesto coisas de abertura fácil. Digo-vos que quem inventou as coisas de abertura fácil foi de certeza uma gaja, mas não foi a pensar na dificuldade que as gajas têm (ou assim diz o preconceito habitual) em abrir coisas (garrafas, frascos e embalagens em geral). Não, as coisas de abertura fácil foram criadas com um único propósito: destruir os homens e abrir caminho para uma sociedade constituída somente por mulheres, em que a procriação é assegurada por fertilização de óvulos in vitro.

Desde tempos imemoriais que as gajas desejam destruir o género macho e governar o planeta sozinhas. Usam todo o tipo de argumentos para se convencerem que o planeta ficaria em melhores mãos se entregue às fêmeas. Seria mais limpinho, melhor organizado, não seria comandado pelo futebol, não teria tantas guerras e as sanitas teriam as tampas coladas para não ser possível levantá-las. Não haveria maços de tabaco na berma da estrada nem meias espalhadas pela sala. Os lavatórios não mais teriam pelos e seria extremamente raro ouvir alguém mandar um peido no meio da rua. As gajas fazem de tudo para convencer as cépticas a aderir à sua causa.

E os argumentos das cépticas vão sendo derrubados, um por um.

Os homens eram precisos para caçar e proteger a família de ataques de mamutes e dinossauros e mais não sei o quê que havia no tempo do homem das cavernas. Já não há mamutes, nem dinossauros (tirando uns ossos em museus e que foram descobertos, precisamente, por homens) e já não é preciso caçar, pode-se criar tudo em gigantescas produções industriais. Carne, peixe, bacalhau (toda a gente sabe que bacalhau não é peixe; peixe é tipo cherne ou sardinha).

Os homens também eram precisos para fazer "trabalhos de homem", enquanto a mulher ficava em casa a tomar conta dos filhos. Ora como as gajas cada vez trabalham mais fora de casa e são capazes de fazer grande parte dos trabalhos masculinos (já vi mulheres a conduzir camiões TIR, a trabalhar nas obras e a descarregar contentores em portos marítimos), começam a chegar à conclusão que afinal os homens não são precisos para isso.

Durante décadas tivémos a justificação perfeita para a nossa existência: a substiuição de lâmpadas eléctricas. Mas o aparecimento das transmissões televisivas de futebol deitou este nosso argumento por água abaixo: é que desenvolvemos o hábito (muito contraproducente) de ficar de cú no sofá a ver um jogo da 3ª divisão inglesa em vez de mudar a famosa lâmpada da varanda que já está fundida há que tempos e com isto obrigámos a gaja a ir ao supermercado comprar a lâmpada, pegar no escadote e substitui-la. Pensámos nós, ingénuos, que se forem elas a mudar as lâmpadas isso é bom para nós, mas muito nos enganámos. É mais ou menos como ter um Rottweiler. Enquanto cachorro é importante mostrar ao cão que somos mais fortes que ele, para que, quando cresça, mantenha o respeito. Mal sabe o cão, agora adulto, que se quisesse cortáva-nos em três só com uma dentada. A ilusão de força é o que mantém o animal sob o nosso controlo. E com a gaja é mais ou menos a mesma coisa. Enquando ela se achava incapaz de mudar a lâmpada estávamos garantidos para todo o sempre. Mas agora ela sabe que não servimos nem para isso. E perdemos mais uma das nossas utilidades.

O que nos resta? O que pode ainda justificar a existência de homens num mundo que inevitavelmente vai ser dominado por gajas? Os frascos, obviamente! É a única coisa que (ainda) não conseguem fazer sem nós é abrir frascos. E tudo isso mudou com o aparecimento dos frascos de abertura fácil...

O futuro é sombrio, meus caros. Imagino supermercados inteiros com 4 e 5 e 6 corredores com cremes anti-rugas e nem um berbequim à vista! Transmissões em directo do programa da Oprah para todo o mundo em vez de futebol ou boxe. Computadores cor-de-rosa. Eu sei que já existem computadores cor-de-rosa, mas é um em mil. Agora imaginem uma Fnac com 999 computadores cor-de-rosa e um único cinzento! Os jogos de computador seriam substituidos por livros da Margarida Rebelo Pinto. Em vez do Ben Hur passaria o Titanic na televisão todos os anos por altura da Páscoa. Haveria flores onde agora se vêm outdoors com publicidade à FHM. Um mundo sem pornografia, conseguem imaginar? Para que serviria a Internet então? O mundo será um horror se as gajas levarem a sua avante.

E o que podemos fazer nós, vítimas deste holocausto do terceiro milénio? Nós, os eternos dominadores do mundo, prestes a perder, não só o controlo do comando da televisão mas também o seu direito à existência? O que nos resta é continuar a ser úteis. É necessário que os homens se unam para tornar as coisas simples da vida cada vez mais complicadas. Precisamos que seja cada vez mais difícil conduzir automóveis! Voltemos aos carros à manivela com carburadores e sem direcção assistida! Voltemos às televisões com sintonia manual e sem transmissão de televisão por cabo. Só assim poderemos justificar a nossa presença no planeta, tendo necessidade de estar permanentemente a ajustar a antena de televisão. E, escusado será dizer, é imperativo que todos os frascos de abertura fácil sejam eliminados do mercado, antes que elas percebam que é mesmo fácil abri-los.

Mas ainda há esperança! Há esperança porque as coisas de abertura fácil não são nada fáceis de abrir. É o que nos vale. O que existe mais são embalagens com fiambre ou mortandela (adoro escrever mortandela; é como salchicha ou omolete), paio, chourição e queijo flamengo com o conteúdo já cortadinho e embalado a vácuo. E são todos de abertura fácil. Tão fácil que sempre que tento abrir um o plástico rígido que constitui a metade de baixo da embalagem espeta-se entre a unha do meu polegar e o dedo (o que não é simpático) e quando finalmente consigo começar a puxar a película ela rasga-se. Não fosse as embalagens de abertura fácil não serem grande coisa e garanto-vos que os movimentos feministas desse mundo começavam já a exigir a exterminação de todos os homens porque, tirando para abrir frascos e demais embalagens, não servimos para muito mais.

9 comentários:

Nuno Pereira disse...

E os computadores? O que seria das mulheres se não houvesse um homem para lhe dizer onde é que havia de clicar naquela janela onde só está o botão "OK"?

PS: quando é que colocas a lista de marcadores para que os encontremos?

Nelson disse...

naaaaaa, não é por aí. 90% dos homens também não sabe e os computadores são cada vez mais fáceis de utilizar.

Sofia disse...

Subestimaram-nos. Porque quem apanhava os tiranausauros eram vocês mas quem fazia um empadão "daqueles" eramos nós, e por aí.

Nelson disse...

empadão de dinossauro? os dinossauros não se comem! duh

Anónimo disse...

Claro que se come, sabem a galinha...

Nelson disse...

as rãs é que sabem a galinha. Não são os dinossauros. As rãs são anfíbios e os dinossauros são répteis. Não tem nada a ver.

ToBru disse...

seja carne ou peixe... com um tempero de caril bem picante... acaba tudo por saber ao mesmo... ao picante! (palavra de monhé)

AEnima disse...

essa dos carros sem direccao assistida e tv manuais nao nos assusta... ha la mais piada que controlar uma maquina??? So voces homens para se ficarem por joguinhos de computadores e controlos remotos de carrinhos de corrida... gaja que eh gaja gosta de manobrar a "coisa".

Ainda sao precisos homens para fazerem aquelas coisas chatas da vida, como demonstracoes matematicas que servem depois para uma gaja engenheira aplicar a algo util! E nada como um homem poeta para nos dar o romance que o marido nos tirou!

Nelson disse...

"manobrar a coisa". Se me apetecesse tirar a frase do contexto era tão fácil!

Quanto à demonstração matemática, conheço bastantes matemáticas fêmeas e bastantes engenheiros machos que bem precisavam de umas luzes de aritmética.

E lá isso da poesia, ó minha cara, azar. Casasses com um poeta e o marido já era suficiente para o teu romance ;)