14 julho 2006

Razoabilidade e proporção

A coisa em Israel, Faixa de Gaza e Líbano está preta.

De cada vez que algum israelita é morto, ferido, raptado, insultado ou olhado com altivez, lá vai disto! Ele é bombardeamentos de casas, ele é raides para resgatar os sequestrados, é invasões de territórios vizinhos, etc. Estas acções até são simpáticas e viradas para os seus objectivos, raramente passando as 20 baixas colaterais e, de vez em quando, atingindo o objectivo inicial. O que nem é mau, depois de termos visto mísseis a acertar na Eslovénia, quando o objectivo era a Sérvia. Ou na embaixada da China. Ou num tractor que foi confundido por um tanque.

Mas vai daí, os senhores do Qatar (pessoas sem qualquer sentido de proporcionalidade), propuseram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU (o que é muito mau, isto quando há uma resolução do conselho de segurança é ver os tiranos do mundo a tremer e a gritar pela mãe) para apelar ao fim das operações militares de Israel na Faixa de Gaza e ao fim do recurso desproporcionado da força. OS EUA vetaram a resolução. Acham eles que o texto é desiquilibrado e ultrapassado, em vista dos recentes acontecimentos no Líbano.

Eu acho muito bem. É preciso ter a noção da proporção e não ferir a susceptibilidade de Israel com palavras muito duras. Afinal, para que raio serve o conselho de segurança da ONU se vem ralhar de cada vez que as coisas correm menos bem? Muito mais razoável, proporcional, e com menos efeitos indesejáveis, é invadir países. Além de que dá um bom espectáculo de fim de ano com aquele fogo de artifício todo. O único senão é haver malta a alegar que morre gente inocente. Pois, eu tenho sérias dúvidas. É que eu não conheço nenhum inocente que tenha morrido num episódio desses e olhem que eu conheço muita gente!

A sério, a questão do Médio Oriente já chateia. Já andam nisto há 40 anos, pá! Porra, esta gente (gente dos dois lados) não se cansa?

3 comentários:

ToBru disse...

Cá para mim... o desgraçado do Gilad Shalit, foi 're-sequestrado' desta vez pelos Norte-Americanos, e transferido para a Base de Guantanamo, onde está a ser interrogado, ou violado... ou coisa que o valha.

Daí o veto dos Estados Unidos: como é que os Palestinos podem libertar algo que não têm? estes tipos do Qatar estão desactualizados, (desequilibrados), ultrapassados!

Anónimo disse...

Sim, porque o Hamas e o Hezbollah a dispararem rockets para dentro de Israel a torto e a direito é cá duma simpatia... eu não gosto destas coisas de guerra, por mim a malta dava-se toda bem, enfim - não gosto de sangue e acho que guerras são desperdícios de recursos. Mas compreendo perfeitamente a reacção de Israel quando diariamente aterram, nas escolas israelitas, nos bairros israelitas, Qassams cheios de vidros partidos (já que a explosão é pouco forte ao menos apanhas umas artérias e assim, que até dói mais a morrer) e outros que tais - o Hezbollah, por exemplo, é conhecido por encher os seus com chumbinhos, para fazer efeito caçadeira.

Para um país que vive rodeado de gente cujo objectivo de vida é chacinar todos os seus cidadãos e com o arsenal que Israel tem, eu admiro é o auto-controlo que eles há 40 anos que exibem.

Nelson disse...

Só tenho pena que condenar as atitudes de um lado seja entendido como um apoio às atitudes do outro.

Matar 30 civis em bombardeamentos para retaliar contra o rapto de 2 soldados é desproporcionado em qualquer parte do mundo.

Nem me passa pela cabeça apontar o dedo a um lado e defender o outro, tenho demasiado juizo para isso.

Não sou pró-israelita nem pró-palestiniano. Ataques à bomba são tão selvagens quanto bombardeamentos a bairros civis. Terrorismo de estado também é terrorismo. E não quero dizer com isto que o outro terrorismo é melhor ou pior. É apenas diferente, mas terroristas por aqueles lados são todos menos os que se limitam a viver a sua vida sem ser feitos em pedaços (e que ainda são a maioria da população, valha-nos isso!)