Bombas de gasolina

Eu não gosto de bombas de gasolina. Não tenho nada contra o acto de encher o depósito de combustível, e concordo com a necessidade de reabastecer para poder disfrutar dessa maravilha que é o automóvel, mas acho que o nome está mal escolhido.

Até o Google concorda comigo. Se forem ao Google Translate e pedirem a tradução de "bomba de gasolina" para inglês aparece-vos "gasoline bomb". O que não é bem a mesma coisa.

Uma bomba de gasolina deve ser um dos poucos tipos de bomba que não é suposto rebentar. A menos que se pretenda marcar uma posição e reivindicar alguma coisa, tipo "Americanos fora do Iraque", "Salário mínimo de 500 euros mensais" ou "Não ao fecho da maternidade de Elvas". Fora essas situações pontuais uma bomba de gasolina não é para rebentar. Mas chama-se bomba e tem gasolina, o que pode causar alguns equívocos perfeitamente escusados.

Se eu fosse estrangeiro e alguém dissesse "bomba de gasolina" eu imaginava qualquer coisa mais no género de uma garrafa de vidro cheia de gasolina, um bocado de pano enrolado no gargalo e uma caixa de fósforos ao lado. Não um sítio com mangueiras de onde jorra gasolina e onde é proibido fumar ou foguear. "Ah, e tal, vou à bomba de gasolina". Qualquer estrangeiro que perceba pouco de português ouve aquilo e pensa "Deves ser estúpido, tu!".

Ontem quando parei para atestar numa, lá está, bomba de gasolina, ouvi nos altifalantes uma gravação a dizer que as crianças não devem brincar com bombas de gasolina, que as bombas de gasolina não são para crianças. Pois. As bombas de gasolina e tudo o que tenha "bomba" ou "gasolina" no nome, não? Ou brincar com bombas de fragmentação é bom para os putos? E um puto mergulhar numa piscina de gasolina? Não me parece que a gasolina (ou qualquer outro derivado do petróleo), seja em que forma for, seja um bom brinquedo para miudos. E não me parece que as bombas, sejam elas de que tipo forem, sejam também indicadas para pessoas de tão tenra idade.

É este tipo de coisas que faz com que os acidentes aconteçam.