Não jogámos bem. Bom, isto é um grande eufemismo. Fizémos um jogo de merda. Daqueles que às vezes só dá vontade de mudar de canal. Só não mudei porque no outro canal dava o Esportém e não tava p'ra ver a lagartada. Ainda por cima estavam a ganhar e a fazer um grande jogo. Eh pá, ver o Benfica jogar mal dói. Mas ver o Benfica jogar mal sabendo que o Sportém tá a jogar bem, a ganhar com toda a justiça e a dominar o jogo é uma dor que não se consegue explicar. Preferia dar à luz um bezerro com seis meses. Mas vamos ao que interessa: o jogo. Ou melhor, o resultado do jogo. Fizémos uma primeira parte muito fraca mas deu para aguentar o 0-0 (como tínhamos ganho 1-0 na primeira mão dava para safar). Na segunda parte ainda fizémos pior. A 20 minutos do fim estávamos a perder 2-0 e mesmo no fim, no finzinho, marcámos 1 golo que nos dava o apuramento. Era o minuto 90. E depois ainda empatámos já nos descontos.
Podemos analisar o jogo de duas formas distintas.
A primeira é dizer que o Benfica não jogou um cú, que o Nuremberga fez tudo bem feito, que seria um vencedor mais que justo do jogo e da eliminatória. Que os centrais do Benfica meteram férias, que o Luis Filipe é uma nódoa (o lance do segundo golo... bem, nem vos digo nada. Se não viram o jogo vejam o resumo na televisão ou vão ver o lance ao youtube, que contado ninguém acredita), podemos dizer que o Leo, o Petit, o Katsuranis não fizeram grande coisa, que o Maxi Pereira nem se viu, que o Makukula não deu uma para a caixa, que o Nuno Assis só muito raramente acertou uma. Podemos dizer que só o Quim, os postes, muita sorte e uma boa dose de azelhice dos avançados do Nuremberga nos safaram de uma cabazada histórica, que até faria com que o famoso jogo dos 7-0 contra o Celta de Vigo fosse recordado com saudade. Podemos dizer que só no fim, num lance fortuito e com grande intervenção divina é que conseguimos marcar uma cagada de golo. Que só por milagre é que a bola entrou. E até podemos dizer que só a desconcentração do Nuremberga nos descontos, quando precisava de um golo que procurou e que seria justo que obtivesse, permitiu que num lance de contra-ataque fizéssemos o empate.
Esta é uma análise do jogo, decerto terá os seus méritos. Não tenciono discutir qual é a análise certa ou errada, nisto não há certo ou errado. Há análises que servem os nossos propósitos e análises que não servem os nossos propósitos. E essa análise, a que diz que o Benfica levou um banho de bola de um modesto adversário que ocupa somente a terceira posição a contar do fim no campeonato alemão, não me interessa.
Interessa-me antes outra. Interessa-me antes analisar o jogo sob este prisma: o Benfica entrou no jogo com vantagem de 1-0 na eliminatória. Empatar chega, até perder por 1 serve, desde que se marquem golos. O adversário era modesto e, a julgar pela imensidão de oportunidades falhadas, merece bem a posição que ocupa no campeonato. Falta de técnica, falta de frieza no momento da finalização, enfim, falta de qualidade de jogo. E por isso andámos nas calmas, a recuperar dos últimos jogos que têm causado algum desgaste na equipa, poupando os principais artistas do plantel, com ordens para não se esforçarem demasiado e, a bem da competitividade da taça UEFA que é, como todos sabem, o parente pobre da Liga dos Campeões, dar alguma esperança aos alemães. Olhem, terá dito Camacho aos jogadores no balneário ainda antes do jogo começar, isto é tão cagativo que se vos apetecer, se estiverem p'raí virados, até lhes podem dar a primeira parte de avanço que estes gajos não percebem nada de bola. E os jogadores, obreiros e obedientes, assim o fizeram e deixaram que os jogadores do Nuremberga se cansassem, correndo insistentemente atrás da bola, em repetidos lances de ataque, ora pela esquerda, ora pela direita, ora pelo centro, sem nunca conseguirem marcar um golo. Foi um jogo de gestão de expectativas brilhantemente orquestrado por Camacho, que aos poucos foi enervando os jogadores do Nuremberga. Ao intervalo, estando o plano a correr de feição, Camacho apostou uma cartada forte e escolheu a táctica da desmoralização: eh pá, deixem-nos jogar p'raí meia hora, sofram um ou dois golitos se for preciso e virem o resultado no fim! E assim foi! Sob a precisa batuta do Maestro Rui Costa, a equipa foi deixando jogar e até marcar! Aos 75 minutos, foi o golpe de mestre! O Benfica sai para o ataque, domina completamente o jogo, deixando o Nuremberga cada vez mais aflito, a ver que a sua magra vantagem de 2 golos provavelmente não daria para ganhar sequer o jogo, quanto mais a eliminatória e aos 90 minutos, no auge da expectativa alemã, Cardozo, com um lance de génio, vendo a boa posição do guarda-redes resolve rematar frouxo com uma bola saltitante e enrolada com um efeito caprichoso que só o seu maravilhoso pé esquerdo consegue imprimir faz a bola ressaltar duas vezes na relva antes de se aninhar, de forma justa, no fundo da baliza dos alemães. E neste ponto o Benfica domina as operações, foi só esperar 2 minutos e novo golo, desta vez deu para tudo, até para parecer que o Di Maria já tinha perdido ângulo e teria sido melhor passar a bola ao Cardozo. Mas não, tudo fazia parte do plano. O plano de não só eliminar os alemães mas destruir por completo a sua moral, a sua capacidade de resistência, até mesmo a sua vontade de viver.
É, gosto mais desta análise. Podem dizer o que quiserem, mas ver o jogo assim é muito menos frustrante.
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6 comentários:
Sou do Zbording mas puxei pelo SLB.
Estava a ver que aquilo nao entrava em baliza nenhuma :D
oh di mariaaaaaaaa faz-me um filho!
Precisamos de 3 di marias, 4 rui costas e um camacho à camacho
outra vez o fausto com o faz-me um filho. Nelson, estou seriamente preocupada com o fausto. Tu que estas aí mais perto tens de ir ver que raio se passa para o rapaz andar a gritar que lhe façam filhos. Acho q está possuido pelo sushi. Qq coisa terá de ser.
Isto tudo pa dizer que na comento postes de bola. =p
Fausto, jogas Hattrick?
Nuno P. jogo... kangee de nome :)
Como o mundo é pequeno.
bigsFC de nome.
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