30 maio 2006

Humanos e primatas

Já muito se disse sobre a diferença entre os humanos e os primatas. Ah, e tal, a grande diferença é a linguagem; ah, nós evoluímos porque temos cérebros maiores; ou então porque somos bípedes; ou ainda por causa dos polegares oponíveis. Enfim, há resmas de possíveis diferenças que lutam pelo papel de "diferença fundamental", a tal que, por si só, tornou inevitável a evolução humana afastando-nos dos nossos parentes macacoides (embora, como disse ontem, nalguns casos o afastamento não foi assim tão grande - ver 2 posts abaixo).

Ora bem, como não podia deixar de ser, o "Ó faxavor!" também tem uma opinião sobre o assunto! Este blog tem ideias próprias e não há nada que eu possa fazer para o impedir. Dou por mim a ser manipulado pelo blog, como se fosse uma marioneta (que é também o nome dado a todos os fulanos abichanados chamados Mário; só que eu não me chamo Mário)

E a razão fundamental para a evolução humana é... a existência de polegares oponíveis! Eu explico.

Bipedismo: no meio da savana há sérias vantagens em ser baixinho (não dar nas vistas e tal); todos os bichos que por lá andam para serem comidos por outros mas dando luta estão disfarçados. Por isso, dar nas vistas não é, garantidamente uma vantagem. Acima de tudo se formos uns bicharocos um bocado lentos, com uma visão não particularmente apurada e sem grande olfacto para detectar bichos maus (leões e tal).

Cérebro grande: esta razão é completamente idiota! Os humanos maiores (tipo malta do culturismo, jogadores de basquetebol, etc), as grandes bizarmas, portadores de grandes cabeçorras e consequentemente grandes massas encefálicas são um bocado estúpidos. Por isso, não pode ser por aí. Há gente burra com cérebros de todos os tamanhos.

A linguagem: sim, é importante, podermos registar história e histórias, passá-las de geração em geração, e tal. Mas isto foi só uma consequência da invenção do fogo. A malta passou a deitar-se mais tarde, mas como tava escuro tinham de ficar à volta da fogueira a olhar uns para os outros feitos parvos. E como a cena de "um dá uns pums e os outros batem palmas" perde a piada ao fim de algum tempo, foi preciso inventar alguma coisa. E inventaram-se as anedotas. E vai daí, um macacoide pensou que para contar histórias para fazer rir dava jeito falar, porque por gestos a coisa também farta (vejam o Mr. Bean que ao fim de algum tempo começa a fartar, ou o novo programa "cómico" na RTP, o "Palavras para quê?" que em geral é tolerável, algumas vezes é incómodo e raramente é engraçado).

Por exclusão de partes, a característica importante é a existência de polegares oponíveis. E não tem nada a ver com a história que o lobby dos museus ou dos antropólogos nos tentam impingir! Não tem nada a ver com a construção de ferramentas! Para lascar calhaus não é preciso ter polegares oponíveis. Aliás, toda a gente sabe que para lascar um calhau com outro até dá jeito ter os dedos todos do mesmo lado, ou então arriscamo-nos a ficar com um dedo a menos (contas bem feitas, dois polegares = dois calhaus, ao terceiro calhau já não há polegar e a evolução havia de arranjar maneira de termos 4 dedos em cada mão e seríamos ambidextros).

A verdadeira razão pela qual os polegares oponíveis são importantes é a seguinte: O POLEGAR DÁ IMENSO JEITO PARA CARREGAR NA BARRA DE ESPAÇOS! Se não fosse o polegar, esta frase seria escrita assim:

"Averdadeirarazãopelaqualospolegaresoponíveissãoimportanteséaseg uinte:OPOLEGARDÁJEITOPARACARREGARNABARRADEESPAÇOS!"
(na verdade tive de pôr um espaço nesta frase, por questões técnicas, senão a barra lateral desaparecia; tão a ver? um chimpanzé não podia escrever isto!)

É difícil de ler, não é? Agora imaginem os Lusíadas escritos assim. Alguém leria aquela merda? É por isso que os chimpanzés são estúpidos: não conseguem carregar na barra de espaços e por isso não podem usar computadores (Também é por isso é que a história dos macacos proverbiais a escrever as obras de Shakespeare em máquinas de escrever é peta. Quanto muito, escrevem as obras de Shakespeare, mas sem espaços). E toda a gente sabe que nos dias que correm quem não usa computadores é como se ainda estivesse na idade da pedra.

6 comentários:

Patrick Carpalhoso disse...

E para sacar macacos, heim ? Qual é o dedo mas adequado para sacar macacos do nariz ? É o nosso amigo polegar. Alguma vez viste na BBC vida selvagem algum macaco (na arvore) a sacar um macaco (secreção nasal semi-solida) com o polegar ? Não ! É a nossa marca da evolução.

Nelson disse...

Bem, eu uso o mindinho. As tuas narinas devem ser enormes! ;)

Libitina disse...

E eu a pensar que era o indicador! Polegar nunca vi, mindinho é aceitável. Mas o meu preferido é o indicador!

O post está genial, acho que supera o das meias e entropia. Abençoada pausa do estudo.

PS: não retribuir o piropo ;)

Nelson disse...

Bem, já falaram em quatro dos dedos, falta um: o anelar.

Eu defendo que o anelar tem tanto direito a sacar macacos quanto outro qualquer. Além disso, como é o dedo onde se costumam usar alianças, até brilha ao sol, distraindo os transeuntes do burrié peganhento preso à unha.

Fica por responder uma questão muito importante: onde é que se guardam os burriés depois de sacados?
- No bolso
- No tablier do carro
- Debaixo da cadeira no café (ao lado das chiclets)
- Voltam a colocar-se na narina
- Deixam-se presos ao dedo
- Num lenço de papel
- Comem-se


Note-se que o post original não falava em macacos (a não ser os primatas). A culpa é toda dos leitores do blog, eu tou inocente!

ToBru disse...

Burriés... (com polegares oponiveis)

Faz-se uma bolinha... como que se estivesse a jogar ao berlinde... lá vai o burrié voar para longe...

Nota: quando são daqueles molhadinhos... é uma questão de lhe dar umas voltinhas com os dedos até eles enformarem.

E isto só é possivel com os polegares oponiveis!!!

kanjas disse...

Vão-se tirando macacos com os dedos disponiveis. ora sigam o meu raciocinio...

se forem 5 macacos usam-se os 5 dedos. hã? que tal?





odeioqeq