04 março 2008

Target

Ao pé de minha casa há carros estacionados. Bom, dizer que há carros estacionados é um eufemismo. Há muitos carros estacionados. Há carros para todos os gostos: carros pequenos e carros grandes, carros caros e carros baratos, carros velhos e carros novos. Há carros de todas as marcas, de todas as cores. Acho que já deu para perceber a ideia.

E hoje quando estava a chegar a casa reparei que muitos carros, quase todos por sinal, tinham um papelito preso ao limpa-vidros. Ao limpa-vidros traseiro por sinal. O papelito dizia "compro carros a partir de 10 anos". E depois tinha o número de telemóvel para onde ligar caso o proprietário do carro estivesse interessado em vender. E aqui reside a questão. Para já, os papéis estavam presos ao limpa-vidros traseiro, onde não são tão notados como no limpa-vidros da frente. Mas além disso, o pormenor que me fascinou, foi o facto de os papéis estarem colocados, todos sem excepção, em carros novos. Carros com 6 meses, carros com 1 ano, carros com dois anos, 3 anos no máximo. E olhem que havia muitos carros velhos por onde escolher! Mas nenhum desses tinha o dito papel preso ao limpa-vidros traseiro. Nem ao dianteiro, que eu fui dar a volta ao carro a espreitar.

Porque haverá um negociante de carros velhos anunciar-se apenas em carros novos? Será um investimento para o futuro? Contará ele que os proprietários irão guardar o papel durante anos a fio até terem vontade ou necessidade de vender o seu carro, na altura já um chaço, e o contactem? Não seria mais eficaz limitar a sua publicidade a carros com uma idade próxima dos tais 10 anos que o senhor anuncia como idade mínima? Pelos vistos o senhor em questão acha que a melhor forma de promover um negócio de compra de carros velhos é fazer-se anunciar junto de proprietários de carros novos.

Vá-se lá perceber...

3 comentários:

Sun Iou Miou disse...

Se antes empregado reparava em coisas esquisitas, que surpresas não nos vai deparar agora o Nelson desempregadoporvontadeprópria?

a.i. disse...

Nelson, se calhar o que aconteceu foi que os donos dos carros mais velhos encontraram o papelinho e o guardaram nas suas carteiras para poderem mais tarde contactar o anunciante?

ps: ja tinha visto o teu blog num link do de uma amiga: http://www.momentosemovimento.blogspot.com/, e agora voltei a encontrar num link de outro (q nao conheço a autora -http://buttaflyflies.blogspot.com/ , mas a este cheguei lá por este: http://apipocamaisdoce.blogspot.com/ e este encontrei no blog de outra amiga minha: http://www.missangasevidrilhos.blogspot.com/). Cada vez q vejo blogs destes, como o teu, pergunto-me sempre como podem certas pessoas ter tanta imaginação e tempo para escrever isto tudo? Isto é um elogio, claro, um elogio invejoso, porque eu tb gostava de ter um bloguezito e escrever assim umas coisas giras q as outras pessoas gostassem de ler...

Nelson disse...

Bem visto! Não tinha pensado nisso. De facto, faz sentido, aqueles que não são o alvo primário não ligaram nenhuma à publicidade, os outros devoraram-na.

Sobre os links: o que hei-de fazer, sou famoso... ;)

Sobre a produtividade do blog: isto é muito trabalho, pá! Começa logo às 7 da manhã, quando ponho o despertador em Snooze. Continua assim, com Snooze de 10 em 10 minutos até às 8 e meia, altura em que deixo de ouvir o despertador. Lá para as 10h levanto-me. Depois passo a manhã a treinar, ou seja, a ler as notícias do dia ou a ver os Simpsons. Lá para as 2 da tarde é hora de fazer alguma coisa, mas como não me apetece, vou ao café e passo os olhos pelo o jornal. E é aqui que tudo acontece! É que no café só têm o Correio da Manhã e A Bola. Como as notícias grandes não me interessam muito, só leio as mais pequenas. E é nessas que vou buscar a inspiração, nas notícias sobre a idosa que perdeu uma nota de 50 euros, ou sobre o treinador do clube da II divisão distrital que teve de sair do jogo a meio para levar o filho ao médico porque apanhou varicela.

Como vês, isto tudo é fruto de muito trabalho, dedicação, esforço, e algum doping (4 a 6 cafés diários, admito). E, sobretudo, muito pouca vontade de fazer algo produtivo. É uma vida de sacrifícios. E sem bolsas do COP nem estatuto de alta competição!