30 junho 2008

Diário de viagem

Na quarta-feira, tinha eu chegado ao sítio X, onde era suposto ir, dirijo-me ao edifício A, que tinha cara de ser o que eu precisava e pergunto onde é o local Y, onde estariam à minha espera. A funcionária, chamemos-lhe Ermelinda, com ar solícito, diz-me que se calhar é no andar de cima. Subo as escadas, aquilo não se parece nada com um local do tipo Y, e pergunto a outra pessoa, essa com ar de estar mais informada. Ela diz-me que deve ser no edifício do lado. Vou para o edifício do lado, chamemos-lhe B, e pergunto onde é o local Y e dizem-me que deve ser no edifício C, em frente, onde já estarão as outras pessoas, chamemos-lhes P1, P2, ..., Pn. Chegado ao edifício C dou de caras com a funcionária Ermelinda, ao pé das pessoas P1, P2, ..., Pn, com cara de quem não percebe porque é que não fomos logo ao edifício C, em vez de termos andado às voltas...

Passado um pouco de tempo preciso que a funcionária Ermelinda me arranje uma extensão tripla para ligar coisas daquelas que precisam de quilowatts. A funcionária mostra um ar de pânico, como quem não faz ideia do que falo e não sabe onde arranjar (apesar de todas as pessoas me terem indicado a funcionária Ermelinda como a pessoa a quem deveria pedir a extensão eléctrica). Passado um quarto de hora (aquilo dá trabalho, han?) aparece a funcionária Ermelinda com uma extensão tripla de 2 metros de comprimento. A tomada mais próxima está a cerca de 8 metros e eu pergunto à funcionária Ermelinda onde é suposto eu ligar aquilo, porque a tomada está na outra ponta do local Y (que é um espaço aberto e eu estou precisamente no meio do espaço!). E ela diz-me com o seu ar cândido, característico das Ermelindas: Ah, olhe que não sei...

Coitada, o que é que eu estava à espera?

6 comentários:

Ana disse...

Se a minha professora de português do 8o ano te apanha...é que ela se chama Ermelinda!!! =D

Já agora, não queres transformar o teu diário de viagem num sistema de equações com várias incógnitas?... (pouco faltou, não?)

Sun Iou Miou disse...

E digo eu: "Se a toma estava a oito metros e te fora facilitada (a escolha da palavra não foi a mais adequada, pois?) uma extensão de dois metros, sendo que estavas situado num espaço aberto (este detalhe é significativo), nomeadamente no local Y do edifício C (mas isso também não importa), a resposta da Ermelinda devia ou não devia ser (com ar cândido, isso é que não se discute, mas também de suficiência):
-Olhe, coloque-se o senhor a dois metros da toma e ai já liga o que tem para ligar"?

Nelson disse...

pois, não podia ser, não senhora. É que os dispositivos que era necessário ligar estavam a meio e não podiam ser deslocados, coisa que a Dona Ermelinda saberia, se o seu cérebro funcionasse, nem que fosse de forma intermitente.

Unknown disse...

Ficou por esclarecer a distancia entre o edifício A, o edifico B e o edifico C, bem como o número de degraus que foram necessários subir para o andar de cima no edifico A.

Sem isto como vamos consegui solucionar o problema dos 6 metros de extensão em falta ?

Nelson disse...

Os edifícios eram adjacentes, seriam uns 20 metros entre as respectivas portas de entrada. Havia 20 e poucos degraus para passar para o piso de cima.

E o problema dos seis metros de extensão em falta resolveram-se com outra extensão, maior, que alguém (que não a Dona Ermelinda) foi buscar.

Teté disse...

Ainda dizem que não há bons funcionários nesta terra...

Ermelinda, volta, estás perdoada!!! :)))