31 julho 2008

Mais que fazer

Eu tenho muito que fazer. Mas pouca vontade. E por isso, volta e meia aproveito uma distracção qualquer para fazer outra coisa. Nomeadamente desmentir apelos que chegam por mail.

As histórias são todas sérias, e não falta quem acredite nelas, quanto mais não seja porque "mal, não faz".

Desta vez foi um mail a falar no desaparecimento de um miudo no Alentejo. O mail vem com 3 fotografias de um puto adorável, que terá mais ou menos 1 ano. Só que o mail não diz o nome da criança, o número de telefone de contacto dos pais, o dia do desaparecimento, as circunstâncias, nada... A quem tiver mais informações pede-se para ligar para ... a Câmara Municipal.

Estes apelos são TODOS falsos. Nenhum apelo que chega à minha caixa de correio alguma vez passou após 2 ou 3 minutos de investigação. Nem um. A este bastou procurar no google e logo à primeira encontrei 3 referências precisamente ao mesmo caso. Uma de meados de Junho, uma de Meados de Maio e outra de Maio, mas de... 2006!!! Portanto a história é perfeitamente actual (afinal, são só 2 anos, pá!) e as fotografias do miudo extremamente úteis...

Esta é a crua verdade dos apelos que circulam por mail, sejam pedidos de doação de sangue, sejam donativos para ajudar alguém doente, uma criança desaparecida, qualquer coisa. Por mais tocante que seja a história, por mais razoável que pareça a informação, na altura em que chega à vossa caixa do correio já passaram de prazo. No caso concreto do desaparecimento de crianças, na esmagadora maioria dos casos pela altura em que o primeiro mail é enviado, algo que os pais fazem imediatamente, em pânico, a criança é encontrada... em casa dos avós, dos tios ou outro familiar qualquer. E no restante 1%, das duas uma: ou a polícia apanha imediatamente a criança ou ela nunca mais aparece. Não há registo de alguma vez um apelo distribuido por mail ter surtido efeito. A não ser ocupar espaço em disco e largura de banda.

Não custa nada: sempre que sentirem vontade de distribuir um apelo, por mais sério e tocante que pareça, percam 2 minutos a investigá-lo antes de mandar. É mais ou menos o mesmo tempo que demora a fazer forward da mensagem e seleccionar os destinatários. Neste caso procurei "menino desaparecido Viana do Alentejo", já que a Câmara Municipal de Viana do Alentejo era visada na mensagem. E logo as primeiras 3 ocorrências deram para perceber, só olhando para as datas dos posts. Encontrei uma referência numa página de hi5 e duas em foruns. E pronto, está desmentida a história, escuso de mandar informação falsa.

Até ao momento, e já uso e-mail há uns 15 anos, de todas as histórias que me chegaram por mail, sejam alertas por causa de virus, crianças desaparecidas, estratégias usadas pelos criminosos, comportamento das brigadas de trânsito, acidentes de viação, pedidos de doação de sangue, etc, etc, etc, nem um se aproveitou. Nem um! E olhem que já recebi vários milhares deles.

1 comentário:

Teté disse...

É, só se safam as anedotas, as fotos ou algum clip original ou engraçado. E as mensagens pessoais, tá claro! :)))