Passei agora por um pedreiro que estava a içar telhas para o cimo de um prédio com uma corda e uma roldana: ata as telhas à corda, puxa a outra ponta e as telhas sobem. Lá em cima um colega seu recebe as telhas.
Foi um momento enternecedor. Lembrei-me da famigerada história do assentador de tijolos de Cascais, que é uma das histórias mais famosas dos primeiros anos do Homem que Mordeu o Cão.
Andei um bocado à procura e encontrei a versão do texto que está no livro (encontrei-o no perfil de Hi5 de alguém de nome jael).
Mas vamos ao que interessa. A história é vendida como verídica, o que eu duvido, mas pode eventualmente ser inspirada em factos reais.
É a famigerada história do assentador de tijolos de Cascais:
«Sou assentador de tijolos, e no dia do acidente, estava a trabalhar sozinho no telhado de um prédio de 6 andares. Ao terminar o meu trabalho, verifiquei que tinham sobrado 250 kg de tijolos. Em vez de os levar à mão para baixo (o que seria uma asneira), decidi, num acesso de inteligência, colocá-los dentro de um barril, e com a ajuda de uma roldana, a qual felizmente estava fixada num dos lados do edifício (mais precisamente no sexto andar), desce-lo até ao rés-do-chão.
Desci ao rés-do-chão e atei o barril com uma corda, e subi para o sexto andar, de onde puxei o dito cujo para cima, colocando os tijolos no seu interior. Regressei de seguida para o rés-do-chão, desatei a corda e segurei-a com força para que os tijolos (250 kg) descessem lentamente (notar que na alínea 11 informei que meu peso oscila em torno de 80 kg).
Surpreendentemente, porém, senti-me violentamente alçado do chão, e perdendo a minha presença de espírito, esqueci-me de largar a corda. Acho desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Nas proximidades do terceiro andar, dei de cara com o barril que vinha a descer. Ficam pois explicadas as fracturas no crânio e das clavículas. Continuei a subir a uma velocidade um pouco menor, somente parando quando os meus dedos ficaram entalados na roldana.
Felizmente, nesse momento já recuperara a minha presença de espírito e consegui, apesar das fortes dores, agarrar a corda. Simultaneamente, no entanto, o barril com os tijolos caiu no chão, o que partiu o seu fundo. Sem os tijolos, o barril pesava aproximadamente 25 kg (novamente me refiro ao meu peso indicado na alínea 11). Como podem imaginar, comecei a cair vertiginosamente agarrado à corda, sendo que, próximo ao terceiro andar quem encontrei? O barril, que vinha a subir. Ficam pois explicadas as fracturas dos tornozelos e os ferimentos das pernas. Felizmente, a redução de velocidade da minha descida veio minimizar o meu sofrimento quando caí em cima dos tijolos, em baixo, pois felizmente, só fracturei três vértebras e cortei-me todo com os pedaços afiados dos tijolos.
Lamento, no entanto, informar que houve agravamento do sinistro, pois quando me encontrava caído sobre os tijolos, incapacitado de me levantar, e vendo o barril em cima de mim, perdi novamente a minha presença de espírito e larguei a corda. O barril que pesava mais que a corda, desceu e caiu em cima de mim, partindo-me as pernas. Pensei que o meu sofrimento já tinha acabado, quando o outro lado da corda, com aproximadamente 18 metros, continuou a subir, passou pela roldana e caiu na minha cara, cegando-me do olho direito.
Esclareço ainda que este relatório foi escrito pela minha enfermeira pois os meus dedos ainda guardam a forma da roldana e estou cego de um olho e com o outro bastante inchado o que faz com que não consiga ver nada.»
07 dezembro 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Li há vários anos uma história similar, no Expresso, que o jornalista garantia ser verdadeira. O homem não acabava com tantos problemas. Na volta é uma versão "negra" do caso real...
Recebi um mail com esse "acidente de trabalho", tido como verdadeiro. Ou é com a verdade me enganas, ou com a mentira dizes a verdade!
Enviar um comentário