18 abril 2006

Assim, não brinco!

Conhecem um laboratório chamado BALCO? E uma substância chamada THG? E uma campeã mundial chamada de atletismo chamada Kelli White? Bem, devem pelo menos conhecer um tal de Tim Montgomery, ex-recordista mundial dos 100m. Não? Ok, e a menina querida do atletismo norte-americano, uma tal de Marion Jones? Também não? Então, eu explico o melhor que me lembro...

Em 2003, após os campeonatos do mundo de atletismo (onde o Obikwelu ganhou a medalha de prata nos 200m como português), houve um pequeno reboliço provocado por duas siglas: THG, ou tetrahidrogestrinona e BALCO, ou Bay Area Laboratory Co-Operative. THG é um estimulante, feito pela BALCO por encomenda. Foi-lhes pedido, de forma perfeitamente inocente, que desenvolvessem uma substância estimulante que fosse indetectável nos controlos anti-doping. Não havia qualquer intenção de usar esta substância para falsear a verdade desportiva, claro! Foi por questões puramente pedagógicas que tal substância foi criada.

Vai daí, em 2003, houve uma denúncia, começaram a circular rumores, fizeram-se umas analisezitas, e descobriu-se que qualquer coisa como 17 campeões mundiais estavam mais ou menos encharcados naquilo. A maioria era americana, mas havia também muitos europeus à mistura. A coisa foi escandalosa, veio pôr em causa recordes mundiais, títulos mundiais e olímpicos, etc, etc. Enfim, manias das agências anti-doping e de uns quantos maricas que com medo de uns efeitozitos secundários tipo cancro não tomam dessas coisas e depois amuam porque não conseguem ganhar medalhas. Pois.

Bem, mas isto são histórias antigas, quem quiser saber os contornos da história que faça a sua própria pesquisa (um bom sítio para começar é o dossier do Público sobre o assunto). O que acontece é que a Kelli White foi suspensa por 2 anos à conta desse "incidente". Ela e muitos outros, claro. A suspensão acaba em Maio e o seu advogado já veio dizer que ela não tenciona voltar a competir. Pois... quer dizer: a menina até corria quando podia meter o que lhe apetecesse para a veia e ganhar. Agora deu-lhe a cagufa, vai fazer birrinha e ficar em casa a coser meias. Faz lembrar o puto que amua porque não o deixam jogar à frente, pega na bola e vai para casa. Pronto, assim ninguém brinca!

Já agora, eu não quero começar o debate sobre o doping e a verdade desportiva! O doping só existe em meia dúzia de casos isolados (meia dúzia, meia dúzia de milhões, quem é que conta?), pouco mais que isso. Os atletas são sérios, principalmente os grandes protagonistas nas respectivas disciplinas, e acima de tudo em modalidades como: corrida de sprint (100 e 200 metros), halterofilismo, ciclismo, e mais umas quantas. A existência de tantas ex-nadadoras da ex-RDA com corpo de homem, pelos um pouco por todo o corpo e voz de James Earl Jones deve-se a um mero acidente genético, também muito comum entre maratonistas chinesas, por exemplo. E ataques cardíacos fulminantes em pessoas como a Jackie Joyner-Kersee (recordista mundial e várias vezes campeã olímpica e mundial do heptatlo), que morreu de ataque cardíaco é apenas a prova que os ataques cardíacos, ao contrário do que se pensa, têm uma forte predominância em mulheres negras desportistas e aparentemente saudáveis, com a sua saúde bem controlada, alimentação rigorosa e exames cardíacos frequentes, com 40 anos ou menos.

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