17 fevereiro 2009

Paradoxo?

Diz o Público: Constâncio admite que a economia deverá comportar-se pior do que as previsões. Ora, sendo Vítor Constâncio o Governador do Banco de Portugal, não será esta frase equivalente a uma previsão? E se sim, referir-se-á a frase a si própria, fazendo com que essa própria previsão falhe por excesso? Ou seja, que a frase que diz que a economia vai portar-se pior que o previsto seja, ela própria, optimista? Fazendo com que a economia se porte ainda pior, mas, por outro lado, a previsão mantém-se, que a economia irá portar-se pior que o previsto? E assim sucessivamente? Acho que preciso de um ben-u-ron, tou a ficar com dor de cabeça.

Bom, a moral da história é: o comportamento da economia portuguesa em 2009 vai ser infinitamente mau.

Lá mais para a frente pode ler-se na notícia que Vítor Constâncio deixou-se de frases de elevado significado lógico-filosófico, quiçá paradoxais, partindo para as afirmações semi-tautológicas: afirmou que a recessão é uma "recessão mundial que pela primeira vez desde a II Guerra Mundial atinge todas as regiões do mundo". Bom, eu achava que qualquer coisa mundial automaticamente afectaria todas as regiões do mundo. Senão, não seria mundial. A parte surpreende é mesmo descobrir que isso só acontece desde a segunda guerra mundial! Mais ou menos como o campeonato do mundo de futebol: até à segunda guerra mundial o campeão do mundo de futebol era decidido apenas entre as selecções da Europa e América do Sul, sendo só após a segunda guerra mundial que países de outros continentes começaram a participar.

10 comentários:

Pedro Pinheiro disse...

Bom, a moral da história é: o comportamento da economia portuguesa em 2009 vai ser infinitamente mau.


Mas... mas... deixaram de existir sucessões monótonas decrescentes que convergem e ninguém me disse nada!?

Nelson disse...

tinhas de estragar, não tinhas? Não ficas satisfeito enquanto não deres cabo das minhas piadas, pois não? :PPPPPPPPP

Pedro Pinheiro disse...

É, ando para aí a estragar piadas, feito vândalo humorístico.

Ana disse...

#Acho que preciso de um ben-u-ron, tou a ficar com dor de cabeça.#

Bolas, preocupada ficaria eu se não tivesses...

E agora, vou tomar DOIS benus... o-O

Ana disse...

"sucessões monótonas decrescentes que convergem"

Bolas...é melhor tomar antes três benurons...

Sim senhor, fico veri hápi ao saber que o presidente do banco de portugal tem queda para a filosofia, para os paradoxos e para a semântica. E para as sucessões monotonas decrescentes que convergem, terá? Porque, se tiver, a avaliar o facto de tal expressão te ter estragado a piada, então, afinal a economia portuguesa vai ser uma sucessão tal tal? E isso é bom ou mau?

Ps - note-se que, logicamente, não sei que raio de sucessões são essas. E não sei se quero saber... :D mas, dava jeito. Afinal trata-se de prever, através das mensagens subliminares do presidente do banco de portugal, como vai ser afinal a economia portuguesa em 2009. Embora não seja preciso ser-se um génio da matemática ou da economia para lá chegar...

T. disse...

Van: Imagina que tens um bolo. (e uma boa faca).

Cortas a meio e comes uma das metades. Tens agora meio bolo.

Cortas a meio e comes uma das metades. Tens agora um quarto de bolo.

E continuas assim infinitamente (isto supondo que a faca é mesmo boa e que o bolo consegue dividir-se infinitamente sem se desfazer em migalhas).

A sucessão é, por assim dizer, a evolução da quantidade de bolo que tens:

1; 0.5; 0.25; 0.125; 0.0625; e assim por diante.

É decrescente porque diminui :-)

É monótona porque de um passo para o outro diminui sempre, nunca aumenta (que sempre dava alguma variedade).

E converge porque se consegue calcular o valor finito para onde é que isto estaria a ir se tivessemos o tal bolo, a tal faca e tempo infinito para isso: no fim ficas sem bolo nenhum. Então o limite é zero, ou seja, a sucessão converge para zero.

É claro que há sucessões que convergem para outros valores. Um exemplo simples é supor que tinhas dois bolos, mas metias um deles (de chocolate) no frigorífico e ninguém comia dele enquanto procedias àquele ritual todo com o outro (de amêndoa). No fim o bolo de amêndoa tinha acabado, mas o outro estava inteiro. Ou seja:

2; 1.5; 1.25; 1.125; 1.0625; ...

e o limite era 1.

Podia ficar aqui a escrever a noite toda, mas isto não é um livro ou uma aula de Matemática e além disso tenho aqui uns episódios de House para ver.

T. disse...

< picuinhice > Obviamente o que está acima tem uma ou outra liberdade de linguagem. < / picuinhice >

Ana disse...

ena, tania, thanks! gostei da liberdade de linguagem ahahah :D e percebi ;-).

É mais ou menos como as particulas que constituem os átomos ahahah, de década em década descobre-se que dentro destas há aquelas, e lá se vai fatiando o pobre do "indivisivel".

Agora fiquei com vontade de comer um bolo... mmmmmmm

;-)

thanks :)

Nuno disse...

nunca pensei ficar com fome ao ouvir uma explicação matemática...

Anónimo disse...

Acho que devias ter usado pudim. É mais fácil de cortar sem se desfazer em migalhas se tiver a consistência certa. É verdade que fica liquefeito, mas pronto, pessoalmente prefiro pudim a bolo, coisas de infância...