Não é sobre as minhas que venho falar. Bom, até podia ser. Alguém tem aí... sei lá, uns 20 mil euros que me possa dispensar? Não? Pronto, só perguntei por perguntar, não é que precise (mas davam jeito...).
Venho falar sobre as outras: as repartições de finanças.
Uma ida às finanças nunca é agradável. Mesmo que o assunto que nos leva lá o seja (é possível! é raro, mas é possível que uma pessoa seja levada às finanças por assuntos agradáveis), o facto de termos de esperar, por vezes horas, desmotiva qualquer um. Mas, é um daqueles factos da vida, não se conseguem ultrapassar. Ir às finanças é uma seca.
E para complicar a vida ao pessoal, quando chega à nossa vez, apanhamos um funcionário que: (a) claramente não gosta do que faz; (b) está a contar anos para a reforma e acha que o tempo nunca mais passa; (c) está francamente mal disposto; (d) gosta de descarregar em estranhos as frustrações da sua vida pessoal; ou (e) todas as anteriores. E isso só nos fode o juizo. Quer dizer: para começar, tivémos de ir lá. É quase certo que a nossa ida lá implica um qualquer pagamento que ninguém tem grande vontade de fazer; tivémos de pagar parquímetro; esperámos duas horas e meia e tínhamos dito ao patrão que só precisávamos de chegar meia horinha atrasados; o parquímetro já expirou e, muito provavelmente, já lá temos a cartazinha da EMEL; e ainda por cima, apanhamos um qualquer imbecil que parece que acordou com o único propósito de nos moer o juizo até fazer sangue!
Pois bem, digo eu, BASTA! Tou farto das finanças!!! Odeio ir lá, odeio tratar de assuntos dos quais não percebo, que ninguém me explica e ainda por cima apanhar os olhares de absoluto frete do funcionário, pago para me atender com civilidade, mas que vai fazendo esgares de horror perante a minha natural ignorância como se eu fosse tão estúpido que devia ser tributado o oxigénio que consumo.
Mas, na verdade, não é bem assim. Hoje fui às finanças (já tinham percebido, não é?); numa repartição ao pé da qual é relativamente fácil arranjar ou improvisar um lugar de estacionamento; onde não há parquímetros; onde consigo tirar a senha 28 e está a ser atendido o senhor da senha 21 (e olhem que não eram 127 ou 227 as senhas que nos separavam, eram só sete mesmo); em que, uns míseros 15 minutos depois ouço a campainha anunciar a minha vez; e, a pièce de résistance (reparem que bem disposto que estou que até pus os acentos todos bem!), sou atendido por um funcionário que (preparem-se convenientemente antes de ler o que se segue): (a) é cortês; (b) é bem-educado; (c) está muito bem informado; (d) notoriamente gosta do que faz e fá-lo com gosto; (e) responde até às dúvidas que eu ainda não tenho, mas que poderei vir a ter em breve; (f) fornece informação completa, clara, sucinta; e... (g) fala em português corrente!!!
Queriam que eu vos dissesse onde é, não queriam? Pois, pois, aposto que queriam.
13 janeiro 2009
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8 comentários:
Alto dos Moínhos?
t.
hoje aconteceu-me exactamente o mesmo... só com duas diferenças:
- qd chegámos não havia NINGUÉM à nossa frente
- e a Sra. só nos disse que era melhor irmos embora qd reparou que estavamos tão entretidos com a conversa que entretanto estavam umas 4 ou 5 pessoas à espera para serem atendidos
que raio se passa com o país se nem podemos contar com o facto de sermos mal-tratados nas repartições de finanças?!!?
t: tinhas de dar com a língua nos dentes, não tinhas? Agora vai ser um corropio de gente a querer ir lá!
Nuno: não sei, deve ser da recessão, ninguém tem assuntos para tratar nas finanças, porque por esta altura já ninguém tem finanças...
Embora existam muitos funcionários públicos (das finanças e não só) com "cara de pau", a verdade é que as pessoas já vão às Finanças com má vontade, algumas (bastantes, até) também aproveitam para descarregar a bilís, como se o funcionário fosse culpado dos impostos...
Daí a boa disposição não reinar nesses locais! ;)
hmmmm... quase que arriscaria que trabalhas numa qualquer repartição pública... ;)
Tu querias dizer fananças, certo?...
;-D
É a primeira vez que escreves "fode" num post, não?
Não! :D
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