Esta semana jogamos contra a África do Sul, um jogo particular de preparação para o mundial do ano que vem. Este jogo vem em muito boa hora. Porque, pelo andar da carruagem, vamos ficar de fora do próximo mundial e tão cedo não teremos outra oportunidade de jogar contra os sul-africanos.
Mas, bem vistas as coisas, não é nenhuma calamidade ficar de fora de um mundial. Afinal, já aconteceu a todos (ou quase). A Inglaterra ficou de fora em 1994, a Holanda ficou de fora em 2002, a França ficou de fora em 1990 e 1994 (e veio a sagrar-se campeã em 1998), e por aí fora.
As selecções com melhor historial acabam por ser a Itália (o último mundial em que não esteve presente foi 1958, mas falhou a qualificação para os europeus de 84 e 92), a Alemanha que esteve em todos os mundiais (excepto 1930 em que não participou e 1950 em que foi banida) mas falhou o apuramento para o euro de 1968; e até a Argentina falhou a qualificação para o mundial de 1970. A excepção notável é o Brasil, que marcou presença em todos os mundiais, sem excepção.
Por isso, não é nenhuma desgraça nem vergonha ficar de fora. É pena, e havia a obrigação de conseguir a qualificação, mas não é nenhuma vergonha. Sobretudo num país que até há 10 anos atrás comemorava as qualificações para fases finais com dia feriado (ou quase). Há que lembrar que a história da selecção portuguesa de futebol fez-se com um mundial em 1966 e outro em 1986, um europeu em 1984 e outro em 1996. Depois, a partir de 2000, estivémos em todos e com muito bons resultados (só por uma vez ficámos na primeira fase, no mundial de 2002). Estamos mal habituados, sem dúvida. Pelo caminho convém não esquecer que falhámos a qualificação para 11 mundiais e 8 europeus!!!
Também não acho que seja uma tamanha desgraça a contratação do Carlos Queirós. Qualquer seleccionador, tal como qualquer treinador, precisa de tempo para fazer uma equipa. Claramente Queirós não o está a conseguir, mas já que está contratado, acho que é de ficar com ele até final do apuramento. A coisa há-de melhorar. Ou então não, e Queirós consegue a estranha acumulação de "honras" de ser o único treinador a ter ganho títulos com as selecções nacionais de futebol e por outro lado ter conseguido falhar apuramentos em mais de uma ocasião (era ele o treinador na qualificação para o mundial de 1994 nos Estados Unidos).
A reclamar de alguma coisa nem é do jogo de sábado. A bola estava enguiçada, não entrava nem por nada. 24 remates, alguns bem perigosos e ou ia ligeiramente ao lado, ou ao poste, ou Izaksson fazia uma excelente defesa. Reclamemos com a falta de eficácia dos nossos avançados (três jogos em branco, dois deles em casa), mas não é um jogo que estraga as contas. É uma sucessão de jogos com golos marcados a menos e, admito, algum azar à mistura.
Mas o que é mesmo digno de reclamação, é a atitude de Queirós no final do jogo. A primeira coisa de que falou é dos 4 penalties que ficaram por assinalar a nosso favor na qualificação. Nota-se logo que é sportinguista. Para já, o lance em questão no sábado não era penalty. A bola já tinha partido há que tempos. Se Cristiano a tivesse atirado à baliza o Izaksson teria provavelmente defendido e não era penalty. Só não lhe tocou porque foi 1 km ao lado. Além disso, uma equipa que em 5 jogos só conseguiu marcar em 2 deles (e um dos jogos foi contra Malta, terra de épicas cabazadas), só tem de se queixar de si própria, não dos árbitros. Não foi por o árbitro não ter marcado penalty naquele lance que não ganhámos. Foi por termos feito outros 23 remates que foram ao lado, ao poste ou encontraram o guarda-redes pela frente.
Mas pronto, nem estou particularmente chateado com os resultados. São coisas que acontecem.
E, claro, ainda há esperança! Ganhando ambos os jogos à Hungria (o que começo a duvidar) conseguimos ultrapassá-los; ganhando fora à Albânia ficamos em terceiro, atrás de suecos e dinamarqueses (supondo que a Suécia ganha o jogo que tem a menos). Ganhando à Dinamarca ficamos a 4 pontos da Dinamarca e estaremos a 3 da Suécia. Como Suécia e Dinamarca ainda têm de jogar entre si duas vezes, dependemos apenas de nós para nos apurarmos e até podemos chegar ao primeiro lugar, se suecos e dinamarqueses empatarem ambas as vezes (supondo que ganhamos por 2 de diferença na Dinamarca)
Por isso, acho que mais vale esperar pelos próximos jogos e evitar histeria colectiva.
30 março 2009
22 março 2009
Benfica-Sporting
Não vi o jogo.
Tinha mais que fazer (já vos disse que fui passar o fim de semana a Paris?) e soube do resultado por sms. Hoje vinha eu descansadinho da vida (excepto as dores nos ouvidos - ler post abaixo) a ler o Record no avião e só leio sobre o penalty que o árbitro assinalou, e que não existiu e que o Sporting foi roubado e mais não sei o quê.
Como disse logo no princípio, não vi o jogo. Acredito que não tenha sido penalty. Que o Sporting tenha sido mesmo prejudicado. Que a verdade desportiva tenha sido falseada. Que a justiça desportiva esteja ofendida. E tou-me nas tintas!
Ganhar um título é sempre bom. Especialmente quando é tão raro (já lá iam 5 anos, se excluirmos o torneio do Guadiana de que o Fernando Santos tanto gostava). Ganhar um título ao Sporting é melhor ainda, é algo que dá uma satisfação particular. Não é apenas ganhar um título, é ganhar um título e o Sporting perder um título, tudo ao mesmo tempo!
Mas... ganhar um título ao Sporting com um penalty roubado? Eh pá, isso ainda é melhor! É da forma que dói mais aos lagartos!!! Esta Taça da Liga irei recordá-la com carinho durante décadas! É que nem lhes serve de consolo o facto de o Benfica ter jogado melhor, porque não jogou, nem o facto de terem desperdiçado oportunidades que os teriam deixado descansados e sem depender do tal penalty inventado, porque em termos de oportunidades parece que a coisa também foi equilibrada. Não, o Sporting não se pode queixar de ter jogado mal, nem de ter encontrado um adversário forte, nem de ter desperdiçado as ocasiões de que dispôs e o adversário ter sido mais eficaz, nada! Não há nada de que se possam queixar, a não ser do tal penalty. Lendo o que se diz do jogo, não parece haver ninguém que defenda que o Benfica mereceu ganhar a Taça (tirando a equipa técnica e a direcção do clube, claro!). E isso, sim, é doce! O título seria entregue, na óptica sportinguista, sempre ao Sporting. Isso sim, seria justo. A vitória seria sempre sua, havia todas as razões para o ser. E, contudo, não foi.
Essa azia que fica no estômago dos sportinguistas durante semanas, meses, talvez anos, essa sensação de injustiça que corrói a alma e arrasa o ânimo é a cereja no topo do bolo que dá ainda mais alegria à conquista, sempre importante, de um trofeu. Mesmo que seja o mais pequeno da época, mesmo depois de uma eliminação humilhante da Taça Uefa, mesmo depois de uma eliminação às mãos de uma equipa de menor gabarito na Taça de Portugal, mesmo estando em terceiro no campeonato. Ganhar ao Sporting é bom, ganhar ao Sporting causando o maior dano possível, melhor ainda!
Claro que o dano também se poderia causar com uma cabazada histórica, mas o Sporting já se habituou e os adeptos já desenvolveram uma qualquer anestesia que faz com que cabazadas não doam tanto. Por isso prefiro mesmo ganhar com um penalty roubado.
Tinha mais que fazer (já vos disse que fui passar o fim de semana a Paris?) e soube do resultado por sms. Hoje vinha eu descansadinho da vida (excepto as dores nos ouvidos - ler post abaixo) a ler o Record no avião e só leio sobre o penalty que o árbitro assinalou, e que não existiu e que o Sporting foi roubado e mais não sei o quê.
Como disse logo no princípio, não vi o jogo. Acredito que não tenha sido penalty. Que o Sporting tenha sido mesmo prejudicado. Que a verdade desportiva tenha sido falseada. Que a justiça desportiva esteja ofendida. E tou-me nas tintas!
Ganhar um título é sempre bom. Especialmente quando é tão raro (já lá iam 5 anos, se excluirmos o torneio do Guadiana de que o Fernando Santos tanto gostava). Ganhar um título ao Sporting é melhor ainda, é algo que dá uma satisfação particular. Não é apenas ganhar um título, é ganhar um título e o Sporting perder um título, tudo ao mesmo tempo!
Mas... ganhar um título ao Sporting com um penalty roubado? Eh pá, isso ainda é melhor! É da forma que dói mais aos lagartos!!! Esta Taça da Liga irei recordá-la com carinho durante décadas! É que nem lhes serve de consolo o facto de o Benfica ter jogado melhor, porque não jogou, nem o facto de terem desperdiçado oportunidades que os teriam deixado descansados e sem depender do tal penalty inventado, porque em termos de oportunidades parece que a coisa também foi equilibrada. Não, o Sporting não se pode queixar de ter jogado mal, nem de ter encontrado um adversário forte, nem de ter desperdiçado as ocasiões de que dispôs e o adversário ter sido mais eficaz, nada! Não há nada de que se possam queixar, a não ser do tal penalty. Lendo o que se diz do jogo, não parece haver ninguém que defenda que o Benfica mereceu ganhar a Taça (tirando a equipa técnica e a direcção do clube, claro!). E isso, sim, é doce! O título seria entregue, na óptica sportinguista, sempre ao Sporting. Isso sim, seria justo. A vitória seria sempre sua, havia todas as razões para o ser. E, contudo, não foi.
Essa azia que fica no estômago dos sportinguistas durante semanas, meses, talvez anos, essa sensação de injustiça que corrói a alma e arrasa o ânimo é a cereja no topo do bolo que dá ainda mais alegria à conquista, sempre importante, de um trofeu. Mesmo que seja o mais pequeno da época, mesmo depois de uma eliminação humilhante da Taça Uefa, mesmo depois de uma eliminação às mãos de uma equipa de menor gabarito na Taça de Portugal, mesmo estando em terceiro no campeonato. Ganhar ao Sporting é bom, ganhar ao Sporting causando o maior dano possível, melhor ainda!
Claro que o dano também se poderia causar com uma cabazada histórica, mas o Sporting já se habituou e os adeptos já desenvolveram uma qualquer anestesia que faz com que cabazadas não doam tanto. Por isso prefiro mesmo ganhar com um penalty roubado.
Ar de turista
Descobri que não tenho ar de turista. Ontem estava eu ao pé do Louvre (han, gostaram da maneira que arranjei de dizer que fui passar o fim de semana a Paris?) e sou abordado por um miudo francês. Pensei eu que me ia pedir lume, porque vi-o com um cigarro na mão e eu estava a fumar. Não. Vira-se para mim e pergunta onde fica Chatelet? Para quem não sabe, Chatelet é uma das estações de metro/comboio mais importantes de Paris (na realidade são 3 estações, 2 de metro e 1 de comboio, interligadas) onde se cruzam 8 linhas. Bom, eu sabia, por isso lá lhe respondi, no meu francês que até é bastante razoávelzinho.
Uns metros mais à frente vem outro gajo ter comigo a perguntar-me se eu sei onde fica uma ponte qualquer. Esta já não sabia, não conheço os nomes das pontes de Paris.
Hoje vou a entrar no comboio e vira-se um tipo (aparentemente francês) para mim na estação e pergunta se este comboio pára em La Croix de Berny! O mais incrível é que eu sabia a resposta e informei-o, correctamente, que seria a 4ª (ou 3ª, agora já não me lembro) paragem do comboio! É que por acaso eu ia sair na estação seguinte e tinha confirmado uns minutos antes em que estações parava aquele comboio.
Mas é que já não é a primeira vez! Já tive austríacos a pedirem-me indicações em Viena, franceses a pedirem-me indicações me Estrasburgo (morei lá um ano, mas na altura estava na cidade há 15 dias) e turistas a perguntarem-me em Veneza como se ia para a ponte Rialto! Para onde quer que vá tenho alguém que acha que eu sou de lá e devo saber onde ficam as coisas. Ou então que tenho uma antena de GPS implantada e um qualquer software de localização a correr em tempo real dentro da cabeça.
A parte mais estúpida é que às vezes até sei mesmo onde ficam as coisas que me perguntam!
PS: Paris estava bonita, como sempre, o tempo estava bom e a Torre Eiffel ainda está no mesmo sítio; só a constipação que apanhei no fim da semana passada é que estragou um fim de semana quase perfeito, porque fiquei com dores de ouvidos na aterragem de ambos os voos, fiquei quase surdo de ambos os ouvidos ontem o dia todo e hoje a maior parte, e ainda estou surdo do ouvido direito (o esquerdo já estalou e eu ia caindo para o lado!). Ah, sim, e os franceses continuam pedantes, mas isso já nem é defeito, é feitio.
Uns metros mais à frente vem outro gajo ter comigo a perguntar-me se eu sei onde fica uma ponte qualquer. Esta já não sabia, não conheço os nomes das pontes de Paris.
Hoje vou a entrar no comboio e vira-se um tipo (aparentemente francês) para mim na estação e pergunta se este comboio pára em La Croix de Berny! O mais incrível é que eu sabia a resposta e informei-o, correctamente, que seria a 4ª (ou 3ª, agora já não me lembro) paragem do comboio! É que por acaso eu ia sair na estação seguinte e tinha confirmado uns minutos antes em que estações parava aquele comboio.
Mas é que já não é a primeira vez! Já tive austríacos a pedirem-me indicações em Viena, franceses a pedirem-me indicações me Estrasburgo (morei lá um ano, mas na altura estava na cidade há 15 dias) e turistas a perguntarem-me em Veneza como se ia para a ponte Rialto! Para onde quer que vá tenho alguém que acha que eu sou de lá e devo saber onde ficam as coisas. Ou então que tenho uma antena de GPS implantada e um qualquer software de localização a correr em tempo real dentro da cabeça.
A parte mais estúpida é que às vezes até sei mesmo onde ficam as coisas que me perguntam!
PS: Paris estava bonita, como sempre, o tempo estava bom e a Torre Eiffel ainda está no mesmo sítio; só a constipação que apanhei no fim da semana passada é que estragou um fim de semana quase perfeito, porque fiquei com dores de ouvidos na aterragem de ambos os voos, fiquei quase surdo de ambos os ouvidos ontem o dia todo e hoje a maior parte, e ainda estou surdo do ouvido direito (o esquerdo já estalou e eu ia caindo para o lado!). Ah, sim, e os franceses continuam pedantes, mas isso já nem é defeito, é feitio.
19 março 2009
Big Brother is watching you!
A partir de agora todos os cidadãos do mundo terão de declarar perante as autoridades o que fazem a cada instante. Através de um serviço centralizado na internet as declarações são obrigatórias!
Exemplos:
O cidadão vai à casa de banho e escreve nesse serviço: "tou a cagar".
O cidadão está parado no trânsito e envia uma mensagem a partir do seu telemóvel: "Tou parado no IC19".
O cidadão está envolvido num momento romântico com a sua respectiva namorada/esposa e envia uma mensagem "estou a treinar para ser papá".
O cidadão chega a um país estrangeiro e envia a mensagem com o seu blackberry "acabei de aterrar em Pago-Pago".
E por aí fora.
Se tal legislação fosse aprovada, quais seriam as reacções da população? Imagino que ficasse toda a gente completamente histérica com tamanha invasão de privacidade, com os governos a controlarem todos os movimentos dos seus cidadão.
Mas... então porque raio é que anda meio mundo a abrir uma conta no twitter? Não chega já termos telefones disponíveis 24h por dia, recebermos alertas onde quer que estejamos a informar que chegou uma nova mensagem de mail e os programas de instant messaging a mostrar-nos disponíveis (ou indisponíveis) para uma conversa em qualquer parte do mundo onte tenhamos um computador? A malta quer mesmo aderir a um serviço em que voluntariamente informa de todos os seus passos ao longo do dia???
Exemplos:
O cidadão vai à casa de banho e escreve nesse serviço: "tou a cagar".
O cidadão está parado no trânsito e envia uma mensagem a partir do seu telemóvel: "Tou parado no IC19".
O cidadão está envolvido num momento romântico com a sua respectiva namorada/esposa e envia uma mensagem "estou a treinar para ser papá".
O cidadão chega a um país estrangeiro e envia a mensagem com o seu blackberry "acabei de aterrar em Pago-Pago".
E por aí fora.
Se tal legislação fosse aprovada, quais seriam as reacções da população? Imagino que ficasse toda a gente completamente histérica com tamanha invasão de privacidade, com os governos a controlarem todos os movimentos dos seus cidadão.
Mas... então porque raio é que anda meio mundo a abrir uma conta no twitter? Não chega já termos telefones disponíveis 24h por dia, recebermos alertas onde quer que estejamos a informar que chegou uma nova mensagem de mail e os programas de instant messaging a mostrar-nos disponíveis (ou indisponíveis) para uma conversa em qualquer parte do mundo onte tenhamos um computador? A malta quer mesmo aderir a um serviço em que voluntariamente informa de todos os seus passos ao longo do dia???
13 março 2009
O érre e o tê
QWERTY. O meu teclado é QWERTY. O que quer dizer que o R está ao lado do T. E o Q ao lado do W, e o A ao lado do S, e o N ao lado do M, e por aí fora, mas isso pouca relevância tem. O que importa mesmo é que o R está ao lado do T.
E eu tenho a mania de escrever o mais rapidamente que os meus dedos permitem, não olhando para o teclado mas para o ecrã, de modo a perceber em tempo útil que cometi uma gaffe qualquer. Felizmente hoje em dia existe corrector ortográfico para tudo e assim que me emgano e escrevo uma palavra mal, fica logo sublinhada com aquele sublinhado esquisito assim parece uma lombriga mal esticada.
O problema é quando uma pessoa se engana na palavra e a palavra errada também é uma palavra bem escrita em português. Por exemplo, Pata em vez de Para. E lá vem o R e o T à baila outra vez. Ou Casa em vez de Cada.
Mas o pior de tudo (e já me aconteceu umas quantas vezes, felizmente dei por ela a tempo), foi enganar-me a escrever a expressão "pura e simplesmente".
Será que no caso de pessoas que escrevem sem olhar para o teclado e conhecem as posições das teclas de cor, este tipo de gralhas é o equivalente informático a um lapso freudiano? (a bem da honra da pessoa a quem estava a escrever o mail em questão, espero que não...)
PS: quem é que reparou, à primeira, que me enganei a escrever a palavra engano, no segundo parágrafo?
E eu tenho a mania de escrever o mais rapidamente que os meus dedos permitem, não olhando para o teclado mas para o ecrã, de modo a perceber em tempo útil que cometi uma gaffe qualquer. Felizmente hoje em dia existe corrector ortográfico para tudo e assim que me emgano e escrevo uma palavra mal, fica logo sublinhada com aquele sublinhado esquisito assim parece uma lombriga mal esticada.
O problema é quando uma pessoa se engana na palavra e a palavra errada também é uma palavra bem escrita em português. Por exemplo, Pata em vez de Para. E lá vem o R e o T à baila outra vez. Ou Casa em vez de Cada.
Mas o pior de tudo (e já me aconteceu umas quantas vezes, felizmente dei por ela a tempo), foi enganar-me a escrever a expressão "pura e simplesmente".
Será que no caso de pessoas que escrevem sem olhar para o teclado e conhecem as posições das teclas de cor, este tipo de gralhas é o equivalente informático a um lapso freudiano? (a bem da honra da pessoa a quem estava a escrever o mail em questão, espero que não...)
PS: quem é que reparou, à primeira, que me enganei a escrever a palavra engano, no segundo parágrafo?
11 março 2009
Quase...
Não tive oportunidade de ver o jogo do Sporting. Quer dizer, até tive oportunidade, mas como não sou lagarto e eles perderam 5-0 em casa, não tinha grande interesse. Ou melhor, não tinha interesse nenhum.
Depois, quando ouvi que o resultado foi de 7-1 até me caiu tudo ao chão. Pensei "Caramba, conseguiram dar a volta e eliminar o Bayern em Munique?". Na verdade, nem pensei caramba, pensei num palavrão bem sonoro, mas caramba serve para este propósito.
Só depois é que percebi que como o jogo foi lá, 7-1 quer dizer que não foi bem isso que aconteceu, o Sporting não eliminou o Bayern de Munique. Muito pelo contrário, levou 7 a 1 depois de ter levado 5 na pá em casa. Tudo junto soma uns módicos 12-1 de desvantagem. Não sendo nenhum dos resultados um record europeu absoluto, o resultado final da eliminatória, sobretudo na fase em que só resistem 16 equipas na principal prova da UEFA, deve ser um record pelo menos dos últimos 30 anos!
Enfim, foi quase o resultado desejado. Foi mesmo quase, faltou-lhe só um pormenorzinho: é que tinha de ser ao contrário.
Mas há coisa em que o Sporting tem mérito e esse tem de ser dado. Paulo Bento tinha dito que, apesar de a passagem à próxima eliminatória não estar em discussão, havia que lugar pela dignidade do clube. E de facto, assim fizeram. Se após a pesada derrota em Alvalade havia dúvidas sobre a dignidade do clube, agora essas dúvidas ficaram desfeitas: o Sporting não tem dignidade nenhuma! Se dúvidas houvesse da dimensão europeia do Sporting, algo que o clube tem tentado construir nos últimos anos, também ficaram completamente desfeitas: o única dimensão em que o Sporting consegue ser "europeu" é a quinta dimensão. E àqueles que criticam o Sporting por não saber rentabilizar os jogadores que saem da formação, de cujas transferências vivem as finanças de Alvalade, eu digo apenas o seguinte: Toda, mas mesmo TODA, a Europa do futebol vai ver e rever e rever e rever e rever estes dois jogos do Sporting contra o Bayern de Munique. Que é muito mais do que se pode dizer dos jogos europeus do Porto, Benfica, Braga ou qualquer outro! Uma equipa pequena nesta competição de gigantes só consegue dar nas vistas de duas formas: ganhando por muitos ou perdendo por muitos. E o Sporting, humilde e ciente das suas reais capacidades, sabia que era impossível dar uma cabazada ao Bayern de Munique.
Parabéns ao Sporting e aos sportinguistas por este grandioso feito!
PS: apesar de ser lampião estava a torcer pelo Sporting; tive pena que perdessem contra o Bayern em casa e mais pena ainda que tivessem feito tão triste figura em Munique. Mas, já que perderam, deixem-me pôr sal na ferida enquanto ainda está aberta.
Depois, quando ouvi que o resultado foi de 7-1 até me caiu tudo ao chão. Pensei "Caramba, conseguiram dar a volta e eliminar o Bayern em Munique?". Na verdade, nem pensei caramba, pensei num palavrão bem sonoro, mas caramba serve para este propósito.
Só depois é que percebi que como o jogo foi lá, 7-1 quer dizer que não foi bem isso que aconteceu, o Sporting não eliminou o Bayern de Munique. Muito pelo contrário, levou 7 a 1 depois de ter levado 5 na pá em casa. Tudo junto soma uns módicos 12-1 de desvantagem. Não sendo nenhum dos resultados um record europeu absoluto, o resultado final da eliminatória, sobretudo na fase em que só resistem 16 equipas na principal prova da UEFA, deve ser um record pelo menos dos últimos 30 anos!
Enfim, foi quase o resultado desejado. Foi mesmo quase, faltou-lhe só um pormenorzinho: é que tinha de ser ao contrário.
Mas há coisa em que o Sporting tem mérito e esse tem de ser dado. Paulo Bento tinha dito que, apesar de a passagem à próxima eliminatória não estar em discussão, havia que lugar pela dignidade do clube. E de facto, assim fizeram. Se após a pesada derrota em Alvalade havia dúvidas sobre a dignidade do clube, agora essas dúvidas ficaram desfeitas: o Sporting não tem dignidade nenhuma! Se dúvidas houvesse da dimensão europeia do Sporting, algo que o clube tem tentado construir nos últimos anos, também ficaram completamente desfeitas: o única dimensão em que o Sporting consegue ser "europeu" é a quinta dimensão. E àqueles que criticam o Sporting por não saber rentabilizar os jogadores que saem da formação, de cujas transferências vivem as finanças de Alvalade, eu digo apenas o seguinte: Toda, mas mesmo TODA, a Europa do futebol vai ver e rever e rever e rever e rever estes dois jogos do Sporting contra o Bayern de Munique. Que é muito mais do que se pode dizer dos jogos europeus do Porto, Benfica, Braga ou qualquer outro! Uma equipa pequena nesta competição de gigantes só consegue dar nas vistas de duas formas: ganhando por muitos ou perdendo por muitos. E o Sporting, humilde e ciente das suas reais capacidades, sabia que era impossível dar uma cabazada ao Bayern de Munique.
Parabéns ao Sporting e aos sportinguistas por este grandioso feito!
PS: apesar de ser lampião estava a torcer pelo Sporting; tive pena que perdessem contra o Bayern em casa e mais pena ainda que tivessem feito tão triste figura em Munique. Mas, já que perderam, deixem-me pôr sal na ferida enquanto ainda está aberta.
09 março 2009
O homem está de volta!!!
Quem diria? Aos 31 anos e 4 anos depois de ter ganho a última medalha numa grande competição (3º nos mundiais de 2005), Rui Silva voltou e ganhou ouro nos 1500m nos europeus indoor! É o fim de um calvário de lesões que o tem afastado dos bons resultados e, esperamos, o princípio de um belo período final de carreira, que pelo que dá para perceber ainda tem pernas para mais uns anitos!
Devo dizer que os 1500m são há muito tempo o meu evento preferido de corrida. É aquela mistura de velocidade e resistência, uma grande dose de táctica nos primeiros 2 minutos e meio a 3 minutos e um sprint final de arregalar os olhos. E também sempre gostei de ver as corridas do Rui Silva, embora metam nervos. Costuma arrancar nos últimos lugares, deixa-se estar por lá durante os primeiros 1000m e só no fim, no finzinho, é que decide vir para a frente e atacar (foi assim nos JO 2004 em que na última volta passou de último para terceiro). Ontem (não deu para ver a corrida, mas tive pena) parece que fez tudo ao contrário. E funcionou!
Bom, esta vai-se juntar às outras duas medalhas de ouro nos europeus indoor, além de várias outras em grandes competições. O que é notável é que, numa distância muito competitiva em que a forma física para o sprint final é essencial para conseguir bons resultados nos grandes campeonatos, entre a primeira medalha de ouro do Rui Silva e a última passaram-se... 11 anos.
Devo dizer que os 1500m são há muito tempo o meu evento preferido de corrida. É aquela mistura de velocidade e resistência, uma grande dose de táctica nos primeiros 2 minutos e meio a 3 minutos e um sprint final de arregalar os olhos. E também sempre gostei de ver as corridas do Rui Silva, embora metam nervos. Costuma arrancar nos últimos lugares, deixa-se estar por lá durante os primeiros 1000m e só no fim, no finzinho, é que decide vir para a frente e atacar (foi assim nos JO 2004 em que na última volta passou de último para terceiro). Ontem (não deu para ver a corrida, mas tive pena) parece que fez tudo ao contrário. E funcionou!
Bom, esta vai-se juntar às outras duas medalhas de ouro nos europeus indoor, além de várias outras em grandes competições. O que é notável é que, numa distância muito competitiva em que a forma física para o sprint final é essencial para conseguir bons resultados nos grandes campeonatos, entre a primeira medalha de ouro do Rui Silva e a última passaram-se... 11 anos.
06 março 2009
Filho da puta? Cabrão? Paneleiro?
Ontem no parlamento zangaram-se as comadres. Um deputado disse não sei o quê ao outro e o outro respondeu com um palavrão qualquer. O assunto é importante o suficiente para vir referido no Público online. Infelizmente, o Público não diz o mais importante: qual foi o palavrão usado?
Terá sido um dos verdadeiramente cabeludos, ou foi um daqueles insultos que nem os miudos da primária usam por serem demasiado suaves mas que não se pode escrever na comunicação social que peca pelo exagero do politicamente correcto?
Isso sim, é o mais importante da história! O povo, especialmente em ano de eleições, tem o direito de saber! E isso, infelizmente, o Público não diz. Resta-nos imaginar o que terá sido...
Terá sido um dos verdadeiramente cabeludos, ou foi um daqueles insultos que nem os miudos da primária usam por serem demasiado suaves mas que não se pode escrever na comunicação social que peca pelo exagero do politicamente correcto?
Isso sim, é o mais importante da história! O povo, especialmente em ano de eleições, tem o direito de saber! E isso, infelizmente, o Público não diz. Resta-nos imaginar o que terá sido...
04 março 2009
Censura
É por estas e por outras que sou um acérrimo defensor da liberdade de expressão. Abaixo a #######!!! (palavra censurada)
(obrigado Tânia)
(obrigado Tânia)
02 março 2009
Especialistas
Portugal é um país de especialistas! Especialistas em tudo, absolutamente tudo! Pergunte-se em qualquer café quem matou, perdão, raptou a Maddie e todos sabem quem foi, de que forma, o que tinha vestido e se gosta da comida com muito ou pouco sal.
Fale-se de futebol e todos são entendidos na matéria, dissertando sobre qualquer assunto minimamente relacionado. Mesmo que isso implique fazer um diagnóstico aos problemas dos joelhos do Mantorras sem ver uma única radiografia ou ressonância magnética, qualquer tuga que se preze a qualquer momento é capaz de referir, indicando os factos que tal fundamentam, quem são os responsáveis da fraca recuperação de Mantorras, quais as decisões médicas que deviam ter sido tomadas e qual o prognóstico.
Muda-se de assunto, fala-se no Freeport e chovem especialistas em aprovação de projectos de interesse nacional, declarações de impacto ambiental, ecologia da reserva natural do estuário do Tejo, corrupção do poder político e interesses dos grandes grupos económicos. Como se conhecessem todos os intervenientes pessoalmente (se calhar, sei lá, até conhecem!).
O português gosta de opinar e fá-lo sempre com um tal conhecimento de causa que me espanta que Portugal não seja mais desenvolvido que a Noruega, a Finlândia ou a Suécia. Sim, porque também os temos, e podemos encontrá-los em qualquer tasca, especialistas em prospecção de petróleo, desenvolvimento de telemóveis de última geração e concepção de automóveis com elevados padrões de segurança. Admira-me que estejamos tão mal colocados entre os nossos parceiros europeus havendo uma tal concentração de especialistas a residir por cá.
Eu diria que, seja qual for o assunto, há em Portugal dezenas de milhão de especialistas! E não me venham com pormenores sobre a população de Portugal e o disparate que é, aparentemente, esta afirmação, porque há especialistas tão especializados que contam a dobrar ou a triplicar. Temos especialistas de tudo, um pouco por todo o lado, é só procurá-los, o que nem dá muito trabalho.
Mas se há assunto em que todos os portuguese são mesmo peritos, mais que em qualquer outro assunto, é África! Morreu Nino Vieira, presidente da Guiné Bissau, vítima de um golpe de estado. O Opinião Pública, na SIC Notícias, é, naturalmente, dedicado ao assunto. E os espectadores ligam para lá para falar sobre o assunto, sobre a situação na Guiné Bissau, sobre o futuro do país, etc. E devo confessar que fiquei maravilhado. Pois não ouvi nenhum espectador que admitisse desconhecer, pelo menos em parte, qualquer pormenor da situação na Guiné Bissau. Todos os espectadores eram grandes especialistas da história da Guiné Bissau, da economia da Guiné Bissau, da política da Guiné Bissau, do potencial da Guiné Bissau, nomeadamente tecendo comparações com as restantes ex-colónias portuguesas, até mesmo da cultura da Guiné Bissau, das várias etnias que habitam o país e das relações entre elas.
Não há nenhum pormenor da vida ou história da Guiné Bissau que seja desconhecido dos espectadores do Opinião Pública! Sejam dois anos lá colocados durante a guerra colonial ou 20 ou 30 anos que lá moraram antes de voltar para Portugal durante ou após a guerra, qualquer período de convivência com as gentes da Guiné Bissau vale tanto quando um doutoramento em estudos africanos por qualquer das mais conceituadas universidades mundiais.
Mesmo que nenhum dos espectadores consiga responder correctamente a qualquer destas questões básicas:
a) quantas "Guinés" existem?
b) quantas são em África?
c) quantas das "Guinés" africanas foram colónias portuguesas e quem mais as colonizou?
Claro que isso não interessa para nada! O Tuga é especialista em assuntos africanos.
Mesmo que a sua experiência africana tenha sido passada na Guiné Bissau, um país com menos de metade da área de Portugal, quando África tem uma área 2 vezes e meia maior que a da Europa.
Fale-se de futebol e todos são entendidos na matéria, dissertando sobre qualquer assunto minimamente relacionado. Mesmo que isso implique fazer um diagnóstico aos problemas dos joelhos do Mantorras sem ver uma única radiografia ou ressonância magnética, qualquer tuga que se preze a qualquer momento é capaz de referir, indicando os factos que tal fundamentam, quem são os responsáveis da fraca recuperação de Mantorras, quais as decisões médicas que deviam ter sido tomadas e qual o prognóstico.
Muda-se de assunto, fala-se no Freeport e chovem especialistas em aprovação de projectos de interesse nacional, declarações de impacto ambiental, ecologia da reserva natural do estuário do Tejo, corrupção do poder político e interesses dos grandes grupos económicos. Como se conhecessem todos os intervenientes pessoalmente (se calhar, sei lá, até conhecem!).
O português gosta de opinar e fá-lo sempre com um tal conhecimento de causa que me espanta que Portugal não seja mais desenvolvido que a Noruega, a Finlândia ou a Suécia. Sim, porque também os temos, e podemos encontrá-los em qualquer tasca, especialistas em prospecção de petróleo, desenvolvimento de telemóveis de última geração e concepção de automóveis com elevados padrões de segurança. Admira-me que estejamos tão mal colocados entre os nossos parceiros europeus havendo uma tal concentração de especialistas a residir por cá.
Eu diria que, seja qual for o assunto, há em Portugal dezenas de milhão de especialistas! E não me venham com pormenores sobre a população de Portugal e o disparate que é, aparentemente, esta afirmação, porque há especialistas tão especializados que contam a dobrar ou a triplicar. Temos especialistas de tudo, um pouco por todo o lado, é só procurá-los, o que nem dá muito trabalho.
Mas se há assunto em que todos os portuguese são mesmo peritos, mais que em qualquer outro assunto, é África! Morreu Nino Vieira, presidente da Guiné Bissau, vítima de um golpe de estado. O Opinião Pública, na SIC Notícias, é, naturalmente, dedicado ao assunto. E os espectadores ligam para lá para falar sobre o assunto, sobre a situação na Guiné Bissau, sobre o futuro do país, etc. E devo confessar que fiquei maravilhado. Pois não ouvi nenhum espectador que admitisse desconhecer, pelo menos em parte, qualquer pormenor da situação na Guiné Bissau. Todos os espectadores eram grandes especialistas da história da Guiné Bissau, da economia da Guiné Bissau, da política da Guiné Bissau, do potencial da Guiné Bissau, nomeadamente tecendo comparações com as restantes ex-colónias portuguesas, até mesmo da cultura da Guiné Bissau, das várias etnias que habitam o país e das relações entre elas.
Não há nenhum pormenor da vida ou história da Guiné Bissau que seja desconhecido dos espectadores do Opinião Pública! Sejam dois anos lá colocados durante a guerra colonial ou 20 ou 30 anos que lá moraram antes de voltar para Portugal durante ou após a guerra, qualquer período de convivência com as gentes da Guiné Bissau vale tanto quando um doutoramento em estudos africanos por qualquer das mais conceituadas universidades mundiais.
Mesmo que nenhum dos espectadores consiga responder correctamente a qualquer destas questões básicas:
a) quantas "Guinés" existem?
b) quantas são em África?
c) quantas das "Guinés" africanas foram colónias portuguesas e quem mais as colonizou?
Claro que isso não interessa para nada! O Tuga é especialista em assuntos africanos.
Mesmo que a sua experiência africana tenha sido passada na Guiné Bissau, um país com menos de metade da área de Portugal, quando África tem uma área 2 vezes e meia maior que a da Europa.
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