17 janeiro 2007

No mínimo é... invulgar.

E no máximo é uma das histórias mais nonsense que a humanidade já foi capaz de produzir.

Conhecem um sítio chamado Sealand? Bom, em rigor eu devia dizer o Principado de Sealand. A Sealand é um antigo forte marítimo, ao largo da costa da Grã-Bretanha. Foi abandonado e ocupado e... declarou a independência. Exacto! Uma plataforma marítima declarou a independência! Tem constituição e tudo. Os ingleses dizem que aquilo não pertence ao território inglês. Também não pertence a mais ninguém. Mas ninguém reconhece a coisa como sendo independente. Mas, segundo a sua família real, é. Declarou a independência, criou uma bandeira, uma moeda própria e tudo.

Ok, ter uma plataforma marítima feita pelo homem que declara a independência e quer ser um estado já é esquisito. Mas mais esquisito é quando o tal principado aparece à venda! Sim, os donos querem vendê-lo. Infelizmente parece que não se pode vender um principado. Então vende-se o direito a governar o principado, isto já não tem nenhum problema. Se calhar o Abrahamovic conseguia comprar um principado qualquer (ou melhor, o direito a governar um principado qualquer) não fosse ter sido apanhado com a boca na botija com uma lambisgoia qualquer (sempre quis escrever lambisgoia no blog) e ter de pagar metade da sua fortuna à futura-ex-mulher. Sei lá, podia comprar as Bahamas ou coisa no género. Ou a Dinamarca. Mas pronto, o Principado de Sealand está à venda/trespasse.

(não é um bocado paradoxal chamar-se Sealand? Ou é Sea ou é Land, se for as duas ao mesmo tempo é Mud, mas pronto, é o nome que escolheram e se calhar os outros já estavam ocupados; sim que os países não podem ter um nome qualquer, perguntem aos governantes da Antiga República Jugoslava Da Macedónia, que se quer chamar apenas Macedónia - como a mistura de legumes - mas a Grécia não deixa porque eles já têm uma província chamada Macedónia)

E como se existir um principado em forma de plataforma marítima e o mesmo estar à venda não fosse esquisito o suficiente, eis se não quando aparece o terceiro ingrediente da história: The Pirate Bay. The Pirate Bay é uma organização que promove, defende e tenta legalizar a partilha de ficheiros. Ao que parece a lei sueca (de onde estes senhores são oriundos) é um bocadito mais permissiva em relação à partilha de coisas, sejam essas coisas o que forem, que a da maior parte dos países. Até já conseguiram criar um partido político e tudo! Recomendo vivamente que leiam as várias ameaças que receberam (na secção "Legal Threats") e as respectivas respostas.

Bem, já temos os ingredientes todos, então, bora lá à história: o The Pirate Bay quer comprar a Sealand! Sim, comprar a Sealand. E como país independente (ou pelo menos um pedaço de planeta que ninguém admite pertencer-lhe e muitos rejeitam existir), pretendem instituir lá uma espécie de terreno sagrado para a partilha de software pirateado, música, filmes e demais coisas que em geral são protegidas por copyright! Estão a angariar fundos e até já tiveram uma qualquer reunião, há dois dias, com os príncipes de Sealand para discutir o negócio.

E esta já não é a primeira vez que o The Pirate Bay tentou comprar um país de estatudo dúbio. Já uma vez tentaram comprar um País (?) chamado Ladonia, que parece que existe na Suécia (já tou a ver que a Suécia é um bom sítio para acontecimentos bizarros) mas que não tem habitantes. E que tem uma bandeira que é uma cruz verde em fundo verde e tem dois hinos nacionais e tudo. Mas que, ao contrário de Sealand, tem um sistema bastante completo de códigos postais!

Devo dizer que fiquei deveras interessado nestes fulanos e tenciono seguir a história com muita, muita atenção. Quem sabe não decido emigrar para Sealand! Ou para a Ladónia!

(obrigado pela história abc)

1 comentário:

mj disse...

Muitissimo interessante ! Ele há coisas do ...camandro!